Quando acordei demorou um pouco para associar tudo que vivi naquele sonho, acordei ofegante  e suada. Levei as mãos até meu rosto e esfreguei os olhos com força pra começar associar a realidade e sair do desejo de realizar aquele sonho.

Peguei o celular pra olhar as notificações, nenhuma mensagem dela. 

Respondi minhas amigas e enquanto rolava a barra de notificações notei o horário e meus olhos se abriram definitivamente, estava atrasada pra faculdade.

Levantei e fui correndo pro banho, minha vó estava na cozinha e como queria abafar os gritos dela coloquei uma música. 

Enquanto a água quente corria pelo meu corpo a ansiedade do dia já começava a tomar conta do meu corpo, devido aos intensos atritos que eu tinha com minha avó mesmo estudando a noite eu reservava uma sala da biblioteca da universidade pra eu ficar durante a tarde, e estava sendo um semestre díficil pra mim, nunca fui o tipo de pessoa que curtia lidar com matemática e o que mais estava sendo ensinado eram cálculos que ocupavam três lousas.

Coloquei uma blusa larga e passei um delineado marcado, respirei fundo enquanto colocava a mochila nas costas e sai de casa, sem comer nada.

No caminho da faculdade o fone de ouvido era meu maior amigo, era uma grande mania minha encostar a cabeça na janela e escutar as músicas que mais fariam sentido pra mim. Naquele dia, coloquei uma música do Cazuza pra escutar e sorri pensando que realmente era exagerada, realmente amava um amor inventado mas amava mais ainda viver isso.

Minha experiência com o amor nunca foi das melhores, meus relacionamentos foram sempre conturbados e as pessoas acabavam me machucando muito. Entregava demais e recebia de menos, não houve uma excessão.

Apesar das desilusões nunca deixei de dar a oportunidade para viver, para conhecer e para sentir. Mas nunca aprendi não ser intensa e me jogar de cabeça e por isso passei a ser insegura o suficiente pra ter uma proteção contra isso e não permitir que alguém se aproximasse de mim o suficiente para eu querer algo ou sentir algo. Mas com a Bárbara eu não tive a oportunidade de subir esse muro, desde o primeiro beijo eu não parava de pensar nela e era a primeira vez que ficava assim por alguém, mesmo sem termos trocado uma mensagem após domingo.

Cresci procurando respostas nos filmes de amor, e acabei encontrando você em todos eles.

Fim do capítulo