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Capítulo 4
Marina
Passamos a noite no hospital, na manhã seguinte fomos pra casa, moramos na mesma casa que era da vovó, casa não, é uma verdadeira mansão.
Passamos o dia quase todo na sala de cinema assistindo vários filmes, a Julia estava precisando se distrair e como ela não estava muito animada para praticar sua distração preferida que é fazer compras, a Manu sugeriu um dia de cinema e agora aqui estamos.
- Mari, a Manu apagou. – Julia fala e eu olho pra minha princesa.
Ela está deitada entre nós duas e dormindo profundamente.
- Ela estava muito cansada, - passo a mão em seus cabelos, - e você como está se sentindo?
- Estou bem, acho que foi o susto que causou a crise, não precisa se preocupar.
- Eu sempre vou me preocupar com você Julia, você e a Manu são a única família que me resta e eu amo vocês.
- Também te amo, mas é sério, foi só o susto mesmo, vê-lo depois de todos esses anos me pegou desprevenida.
- Fiquei com tanta raiva, e quando ele viu que eu tinha uma filha ainda teve a cara de pau de dizer que como sai da vida errada, agora poderia voltar pra casa que seria recebida de braços abertos.
- Ele deve achar que você teve a Manu devido a um relacionamento com um homem.
- Com certeza foi isso mesmo que ele pensou.
- Você seria capaz de voltar pra casa? De perdoar eles?
- Não, eles nos fizeram muito mal, nunca tiveram vontade de saber como estamos, e se agora vierem atrás de nós vai ser somente por interesse, somente porque a vovó deixou tudo para nós três e os deixou sem nada.
- Acho que tem razão, mas eles não ficaram sem nada, a vovó enquanto estava viva, deu uma boa quantia em dinheiro para nossos pais, eles não ficaram sem nada.
- Mas tem gente que é ambiciosa e sempre quer mais, só espero que nenhum deles nos procure, jamais deixarei que eles entrem na vida da Manuela.
- É, temos que cuidar muito da nossa princesinha, mas mudando de assunto, que mulheres são a delegada e a detetive em? – dá um sorrisinho.
- Elas são lindas mesmo, e a Isadora é mais ainda.
- Já está chamando pelo primeiro nome é isso mesmo? – sorri levantando a sobrancelha.
- Nós conversamos quando você estava no hospital, nós três, contei um pouco pra elas sobre o nosso passado.
- Você não falou tudo não né? – diz preocupada.
- Não, só o básico mesmo, jamais falaria tudo sem sua autorização, tive que contar ao menos um pouco, elas perceberam sua reação ao Alberto, e me questionaram, posso não ter falado tudo, mas elas são inteligentes e como policias já viram essa tipo de reação, então tenho certeza que elas tem ao menos uma ideia do que aconteceu.
- Mari, como aquele monstro se torou policial?
- Não sei como ele conseguiu, pelo o que a Isadora disse, ele já trabalhava na delegacia quando ela veio pra cá e assumiu como delegada, e percebi também que nenhuma das duas gosta dele, principalmente a Isadora.
- Por que?
- Por que ele é um idiota e vive dando em cima dela?
- Como assim, ele é um preconceituoso, ele não percebeu que ela é lésbica não?
- Como você sabe que ela é lésbica, quando ela disse isso você estava apagada.
- Não tinha como não perceber, a mulher faltou babar quando você entrou na sala, ficou até de boca aberta, e você também quando olhou pra ela.
- Ela é muito linda, e aquela voz dela é muito sexy.
- Sim, já eu gostei da detetive, aquela morena é um espetáculo.
Ficamos conversando até que recebo uma mensagem da Isadora.
Boa tarde, doutora!
Quero te fazer um convite, mesmo correndo o risco de ser muito apresada.
Não consigo tirar você da minha cabeça, preciso te ver novamente, gostaria de jantar comigo?
- Quem é que te deixou com esse sorriso bobo? – Julia pergunta.
- É a Isadora, ela está me convidando pra jantar. – sorrio mais ainda.
- E você está esperando o que? Responde logo que sim.
- Mas e a Manu?
- Aceita logo esse convite e deixa que eu fico com a Manu, você está precisando trans*r, sei que já faz um tempo que não trans*.
- Julia, o convite é para jantar, não para trans*r.
- Mas uma coisa leva a outra, e pela troca de olhares que vocês duas estavam lá na delegacia, esse jantar com certeza vai ter uma ótima sobremesa. – da um sorriso safado.
- Você é muito safada, não vou trans*r com ela no primeiro encontro. – na verdade não tenho certeza disso, porque se ela me quiser eu com certeza não vou recusar.
- Duvido que se ela tentar te seduzir você resiste, você ficou louca por ela.
- Eu a achei linda mesmo, realmente me interessei por ela, vou responder que sim, e deixar rolar. – falo já respondendo.
Boa tarde, delegada!
Será um prazer jantar com você, só me informe o local e o horário que te encontro lá.
Ps. Também não parei de pensar em você.
Ela responde quase que imediatamente.
Isadora: Faço questão de ir te buscar, me mande seu endereço por mensagem, te busco as 19 horas.
Marina: Tudo bem, te vejo mais tarde, beijo.
Isadora: Até mais tarde linda, beijo.
Mando meu endereço pra ela e fico mais um tempo ali, mais tarde me levanto e vou me arrumar.
Está quase na hora da Isadora vir me buscar, já estou pronta e super nervosa, pego minha bolsa e vou para a sala onde ainda estão deitadas a Julia e a Manuela, Manuela que já está acordada e me vê assim que entro.
- Nossa mamãe, você ta muito bonita.
- Obrigada princesa.
- Está muito linda mesmo Mari, - Julia diz e meu celular toca.
É a Isadora informando que já chegou, respondo que estou saindo e me despeço delas.
- A Isadora já chegou, estou indo, se comportem vocês duas.
- Pode deixar mamãe, vamos ficar quietinhas, igual os anjinhos. – diz com carinha de sapeca.
- Conheço essa sua cara Manuela, olhe lá o que vão aprontar, Julia não a deixe dormir muito tarde, e nada de muita pizza que eu sei que vocês vão pedir para jantar. – elas sorriem. – já vou, beijos.
Dou um beijo na minha princesa e tchau para as duas e saio.
Assim que a vejo meu coração dispara, minhas mãos começam a suar, ela está simplesmente maravilhosa.
Isadora está do lado de fora encostada no carro, usando um vestido preto que vai até um pouco acima dos joelhos, o vestido é colado ao corpo mostrando todas as suas curvas, salto alto e os lindos cabelos ruivos soltos, está muito gostosa.
- Olá doutora, você está linda. – diz quando me aproximo.
- Obrigada, você também está muito linda. – falo.
Solto um gemido baixinho porque ela de repente me puxa pela cintura e me da um beijo no rosto bem próximo a minha boca. Que pegada ela tem!
- Você tem um cheiro delicioso Marina. – sussurra no meu ouvido.
E só esse gesto já me da a certeza de que não tem a mínima possibilidade de eu resistir a essa mulher.
Isadora
Quando vi a Marina saindo de casa tenho certeza que eu parei de respirar por alguns instantes, ela está deliciosa, está usando um vestido azul justo na parte de cima e um pouco mais folgado em baixo, e o que mais me chamou a atenção é o decote, meu senhor, a mulher esta com um decote que deixa qualquer um doido.
O decote não é vulgar e nem nada exagerado, mas é o suficiente para me deixar babando.
Os cabelos estão soltos jogados de lado e ela está usando saltos, adoro mulheres de salto, porque eu mesma, amo usar salto.
Depois que dou um beijo no rosto dela e sinto seu cheiro fico mais louca ainda, não sei o que está acontecendo comigo, nunca reagi assim a nenhuma mulher.
Ela me cativou de primeira, e a cada momento que passa eu me encanto mais ainda por ela.
- Você tem um cheiro delicioso Marina. – sussurro no ouvido dela.
- Obrigada, o seu também e muito bom.
Sorrio e me afasto, abro a porta pra ela e seguimos para o restaurante, durante o caminho vamos conversando sobre vários assuntos, e é incrível que com ela consigo conversar sobre tudo.
Quando chego ao restaurante estaciono e seguimos pra dentro.
- Boa noite, reserva em nome de Isadora Arantes por favor. – falo
A hostess me olha de cima em baixo e dá um grande sorriso, na mesma dá hora sinto a Mariana segurar a minha mão.
Olho pra ela e sorrio, ela está olhando para a hostess com uma cara nada boa.
- Sim, claro, mesa pra dois, me sigam por favor vou leva-las até a mesa.
Caminhamos até a mesa e continuamos de mãos dadas, puxo a cadeira pra Marina e me sento na sua frente.
- O garçom já vira atende-la, mas se precisar de qualquer coisa é só me chamar, será um prazer atende-la. - a hostess diz olhando pra mim.
- Obrigado, mas não vai ser necessário, vamos esperar o garçom. – falo a dispensando.
Ela se vira e volta para a entrada.
- Detesto esse tipo de mulher. – Marina fala.
- Que tipo? – pergunto fingindo que não entendi, a verdade é que eu adorei a carinha de ciúmes que ela está, ficou mais linda ainda.
- O tipo que vê que a pessoa está acompanhada e mesmo assim fica se oferecendo. – faz uma cara de brava e eu sorrio discretamente.
O garçom chega nos entregando o cardápio, peço um vinho e fazemos o pedido.
- Me diga uma coisa, você é do tipo ciumenta?
- Não, só acho que os outros devem respeitar quem já está acompanhada. – responde.
- Concordo que o respeito deve existir, mas acho que você é ciumenta sim, assim que ela me deu aquela conferida você imediatamente pegou na minha mão, e você estava praticamente fuzilando a mulher com o olhar. – sorrio.
- Certo, talvez eu seja um pouco ciumenta, estamos no primeiro encontro e eu não tenho o direito de agir assim, me desculpe por isso.
- Não precisa se desculpar, e apesar de esse ser o primeiro encontro, confesso que gostei desse seu lado ciumento, você fica mais linda ainda com essa carinha de brava. – pego na sua mão que esta em cima da mesa.
Ela sorri, o garçom traz nosso vinho, ficamos conversando mais um pouco, logo a comida chega e temos um delicioso jantar em meio a troca de carinhos e sorrisos.
Depois que jantamos ficamos mais um tempo conversando, o clima com ela está tão bom, que nem vi as horas passando, quando olho para o relógio já são pouco mais de dez da noite.
Resolvemos ir embora e na hora de pagar a conta ela insiste em dividir, mas eu bato o pé e falo que irei pagar sozinha, falo pra ela que eu que convidei e o justo é eu pagar, ela só concorda quando falo que o próximo ela paga.
Depois que venço essa pequena luta, pego na mão dela e saímos do restaurante.
- Ei, esse não é o caminho da minha casa. – ela fala quando já estamos dentro do carro.
- É porque não estou te levando pra casa. – sorrio
- E pra onde está me levando? – pergunta e eu fico calada, - não vai responder? Isso é um sequestro por acaso?
- Quase isso, mas você vai gostar do lugar pra onde estamos indo.
- Ok, vou confiar, mas só porque a sequestradora é muito bonita. – diz sorrindo.
Seguimos e eu a levo para um lugar no alto da cidade, onde se pode ver toda a cidade de cima, é uma vista linda, principalmente anoite, estaciono em um local um pouco mais escuro e vejo que não tem quase ninguém por perto.
- Nossa, aqui é lindo, nunca tinha vindo aqui antes. – diz olhando a paisagem.
- Eu descobri esse lugar por acaso, estava dirigindo pela cidade e acabei vindo parar aqui, achei lindo e de noite aqui fica bem calmo e silencioso, poucas pessoas vem pra esse lugar anoite. – falo e solto meu sinto.
- E você pretende o que me trazendo pra esse lugar escuro e quase deserto? Se você não fosse uma delegada eu ficaria assustada. – diz e tira seu sinto também.
- Não pretendo fazer nada que você não queira. – coloco uma mão em seu rosto e me aproximo, - só farei o que você quiser doutora. – sussurro em seu ouvido e percebo que seus pelos se arrepiaram.
- Você sussurrando no meu ouvido com essa voz sexy é maldade. – ela diz baixinho.
- Eu estou louca pra te beijar, estou morrendo de vontade de provar seus lábios. – falo olhando nos olhos dela.
Ela desce o olhar pra minha boca e passa a língua lentamente pelos lábios.
- Então beija, porque eu também estou morrendo de vontade de você.
Ela diz e eu não espero mais nem um segundo, aproximo meus lábios dos dela e iniciamos um beijo delicioso.
Fim do capítulo
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Marta Andrade dos Santos
Em: 26/03/2022
Eita tá esquentando!
Resposta do autor:
Se jogarem gasolina pega fogo. kkkkkk
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