Fica Comigo por bgc
Vamos acompanhar juntas a história de amor de Marina e Isadora.
Espero que gostem.
Capítulo 1
Marina
- Thi, já estou indo, qualquer coisa me liga.
- Não vou te ligar nada, você precisa descansar, trate de ir direto pra casa, tomar um banho bem relaxante e dormir bastante.
- Até que gostaria, mas estou morrendo de saudades da minha princesa, ela chega hoje, então provavelmente vou passar o resto do dia com ela.
- Já tem três dias que você não sai desse hospital, então trate de descansar e nem adianta aparecer aqui amanhã, eu já cancelei todas suas reuniões e limpei sua agenda, amanhã você está de folga, então fique em casa.
- Você sabe que eu que sou a chefe né?
- Sim, e é a melhor chefinha do mundo, por isso que tenho que cuidar muito bem de você, agora vai que a sua princesa já deve estar chegando em casa.
- Estou indo, beijos.
Me despeço e sigo em direção ao estacionamento.
São duas horas da tarde, estou saindo mais cedo porque minha princesa está voltando da viagem que fez com a Julia e estou morrendo de saudades da minha bebê.
Julia é minha prima e melhor amiga, ela é madrinha da minha filha Manuela, as duas são as pessoas que eu mais amo nesse mundo, somos somente nós três desde que minha vó faleceu.
Olga Rios era minha vó, ela cuidou de mim e da Julia desde a nossa adolescência quando fomos expulsas de casa por nossos pais, eu tinha quatorze anos quando tudo aconteceu, e dês daquele dia, nunca mais eu tive contato com ninguém da minha família, com exceção da minha vó Olga e da prima Julia.
Meus pais me expulsaram quando meu irmão me viu beijando uma menina e contou para eles, lembro que meu irmão e meu pai, disseram que não queriam nenhuma sapatão na família, e já que eu era uma, não pertencia mais aquela família, Julia foi expulsa pelo mesmo motivo, mas nossa vó nos acolheu e nos deu todo amor e carinho que precisávamos.
Isso despertou a fúria do resto da família, e depois disso todos se afastaram de mim da Julia e da vovó, eles disseram que já que minha vó estava acolhendo duas sapatão em sua casa, ela também não era mais bem vinda na casa deles.
Vovó não se intimidou, ela nos acolheu e nos transformou nas mulheres que somos hoje, devo tudo a ela, ela foi meu anjo da guarda, a minha salvadora, quando ela faleceu eu sofri muito, já tem três anos que ela faleceu, sinto a falta dela até hoje, mas hoje tento pensar somente nos momentos felizes que tivemos juntas.
Minha vó era uma mulher muito rica, dona de uma imensa fortuna e também dona de uns dos melhores e mais sofisticado hospitais do brasil.
Ela deixou toda sua herança pra as três pessoas que ela mais amava, as três princesas da vida dela, eu a Julia e a Manuela, essas foram palavras dela, as palavras que ela deixou por escrito em seu testamento.
Testamento esse que o resto da família tentou contestar, mas não conseguiram, eles desprezaram a vovó quando ela ainda estava viva, os que a procuravam eram só para pedir dinheiro, nunca demonstraram nenhum carinho por ela, e quando ela faleceu, todos queriam um pouco do que ela deixou, mas ela deixou tudo bem claro em seu testamento, e apesar dos esforços daqueles que a desprezaram, nenhum juiz contestou o testamento.
Vovó dividiu toda sua fortuna entre nós 3, as ações do hospital foram divididas em 2, eu fiquei com metade e a Manuela com a outra metade, Julia não gosta muito de hospitais, e por isso em vez dela ficar com algumas ações a vovó deixou pra ela uma quantia a mais em dinheiro, equivalente a parte do hospital que seria dela.
Hoje eu comando o hospital, confesso que no início foi um pouco complicado, mas com o tempo me acostumei, sou médica e presidente do hospital Rios, me divido entre os dois cargos, e confesso que prefiro os pacientes do que as papeladas, mas faço tudo que posso para continuar com o legado que minha vó deixou, esse hospital foi o sonho que ela conseguiu realizar e se depender de mim, ele vai continuar vivo por muitos anos.
Estou a caminho de casa e sou tirada dos meus pensamentos pelo som do meu celular tocando, vejo que é a Julia e atendo no viva voz.
- Oi Ju, já chegaram?
- Oi Mari, não exatamente, tivemos um probleminha.
- Como assim Julia, o que aconteceu? – pergunto já preocupada.
- Não aconteceu nada de grave, eu e a princesinha estamos bem, mas preciso que você venha nos buscar aqui na delegacia.
- Delegacia? Você foi presa? Aconteceu algo com a Manuela? Ela está bem?
- Ela está bem Mari, é que fomos roubadas e por isso que estamos aqui, não precisa se preocupar, vou te enviar o endereço da delegacia que estamos, quando chegar aqui peça para chamarem a delegada.
Ela desliga e logo recebo a mensagem com o endereço, sigo pra delegacia.
- Boa tarde, preciso falar com a delegada por favor.
- Boa tarde, qual é o seu nome? – pergunta o policial que está na recepção.
- Marina Rios, minha prima e minha filha estão aqui, e pediram para eu procurar pela delegada.
- Sim, a delegada nos informou que você estaria chegando, venha comigo, vou te levar até ela.
Ele me chama e eu o sigo até a sala da delegada, ele bate na porta e a abre.
- Com licença delegada, a senhora Rios já está aqui, - ele fala e logo em seguida me dá passagem, - pode entrar por favor. – eu entro e assim que minha bebê me vê ela corre na minha direção e imediatamente começa a chorar.
- Mamãe - me abaixo e a abraço.
- Ah minha princesa, porque você está chorando?
- Por causa dos homens mal, - diz chorando – eles levaram tudo mamãe, até minha boneca nova que tava dentro do carro.
- Não chora, minha princesa, depois nos compramos uma nova boneca esta bem? Me diga, além disso eles te machucaram? – falo passando a mal por todo o corpinho dela.
- Não mamãe, a dinda me protegeu, não deixou eles fazerem nada de mal comigo, mas ela se machucou, os homens mal bateu nela.
Olho na direção da Julia e vejo que ela está com um pano na testa.
- Princesa já que você não se machucou, eu preciso que você fique quietinha e me deixe olhar o dodói da dinda está bem?
- Ta bem mamãe, cuida da dinda.
Me levanto e pela primeira vez vejo que não estamos sozinhas na sala, além da Julia e a Manuela, tem outras duas mulheres aqui.
- Boa tarde. – as cumprimento.
- Boa tarde doutora Rios, eu sou a detetive Luiza Monteiro, - ela me estende a mão e eu aperto - e essa é a delegada Isadora Arantes.
- Boa tarde doutora. – a delegada diz e aperta minha mão.
Quando nossas mãos se tocam sinto um choque percorrer todo meu corpo, e eu fiquei toda arrepiada quando ela me chamou de doutora, a forma que ela pronunciou com a voz um pouco rouca foi tão sexy.
- Marina, eu estou sangrando, será que você pode me ajudar aqui? – Julia fala quebrando o transe que eu me encontrava.
- Desculpa Ju, deixa eu ver – tiro o pano e dou uma olhada no ferimento – não foi nada profundo, nem vai precisar de pontos, você tem um kit de primeiros socorros? – pergunto.
- Temos sim, - a detetive diz e me entrega.
- Obrigada.
- Mari, isso vai doer? Eu quero anestesia, não quero sentir dor.
- Não vai doer nada, só vou limpar e colocar um curativo.
- Aiiiiii, isso arde – ela reclama quando começo a limpar.
- Julia, já to acabando, preciso limpar pra não infeccionar.
- Mais ta ardendo. – reclama fazendo bico.
- Nossa, você ta pior que a Manuela. – falo rindo.
- Ta pior que eu mesmo dinda, eu não choro quando a mamãe limpa meus dodóis, não é mamãe?
- É sim princesa, você é uma menina forte e meninas forte não choram.
- Isso, sou muito forte, mamãe sopra o dodói da dinda igual você sopra o meu, e também dá beijinho pra parar de doer. – ela fala e escuto a risada baixinha de todos.
- Não precisa princesa, já acabei, não vai doer mais. – coloco o curativo, me sento na cadeira ao lado da Julia e a Manu vem para o meu colo. – agora me contem, o que aconteceu?
- Eu parei no posto para abastecer o carro e dois homens chegaram anunciando que era um assalto, eles me tiraram de dentro do carro, mas a Manu estava atrás na cadeirinha eu corri e tirei ela de lá, mas acho que eles não a viram e me deram uma coronhada na testa, depois eles entraram no carro e saíram disparado, aí eu desmaiei, acordei com a Manu me chamando.
- Fiquei com medo mamãe, a dinda fechou os olhos e não tava querendo abrir mais. – ela fala me abraçando.
- Agora está tudo bem princesa, eu já cuidei da dinda e ela vai ficar bem, não precisa ter medo, não vou deixar que nada aconteça com vocês.
- Ei gatinha, que tal você ir ali na outra sala com a tia Lu? Ela tem uns pirulitos escondidos que tenho certeza que você vai gostar. – a delegada fala.
- Posso ir mamãe? – me olha com os olhinhos pidões.
- Pode sim, mas somente um, nada de exagerar.
Ela sorri e sai de mãos dadas com a detetive.
- Bom, nós já conseguimos identificar os assaltantes, eles estavam fugindo da polícia, tinham acabado de assaltar uma loja e por isso que levaram seu carro, houve uma perseguição, eles sofrendo um acidente e os dois acabaram falecendo. – a delegada diz.
Mesmo tendo acabado de escutar uma coisa ruim, eu me seguro para não sorrir, a voz dela é tão sexy, sei que não é hora para reparar nisso, mas ela é linda, uma ruiva maravilhosa, olhos cor de mel e essa voz sexy dela está me deixando hipnotizada.
- Mas além deles tiveram alguma outra vítima? – Julia pergunta.
- Não, somente os dois, eles estavam muito rápido, perderam o controle e acabaram caindo com o carro de cima de um viaduto, o impacto foi muito forte e o carro acabou pegando fogo.
- Então o carro já era também né? – Julia pergunta triste.
- Sim, mas acredito que você tenha seguro?
- Tenho sim, mais não é por isso, é que o carro tinha um valor sentimental pra mim.
Quando escuto isso olho imediatamente pra ela.
- Como assim valor sentimental? Qual era o carro que você estava Julia?
- Mari, me desculpa, eu não imaginei que poderia acontecer alguma coisa, - me olha com os olhas cheios de lagrimas – era o carro da vovó.
- Como você pegou o carro da vovó?
- É que nessa semana que eu levei a Manu pra passear eu fui na casa de praia da vovó ontem quando estávamos voltando, deixei o meu lá e vim com o dela, desde que ela morreu o carro estava parado, e eu queria trazer ele pra perto de nós, e também mandar pra revisão pra ver se ele estava em bom estado, ela sempre amou aquele carro, não tinha como eu imaginar que isso poderia acontecer, agora por minha culpa, o carro que a vovó amava foi destruído. – fala chorando.
- Não precisa chorar, - segura na mão dela, - Ju olha pra mim, esta tudo bem, não foi sua culpa, a vovó amava o carro sim, mas era porque sempre que íamos passear nós íamos nele, era por isso que ela amava aquele carro, ele tinha muitas lembranças pra ela, e nós não precisamos de um carro pra lembrar dela, agora pare de chorar, por favor. – falo enxugando as lagrimas dela.
- Você não está com raiva de mim?
- Claro que não, não tenho porque ficar com raiva de você, você protegeu a Manu, se não fosse por você eles teriam levado o carro com ela dentro, eu não quero nem imaginar que uma hora dessas minha bebê poderia não estar mais aqui, tenho é que te agradecer, muito obrigada por ter salvo ela. – eu a abraço, depois me sento novamente.
- Não precisa agradecer, você sabe que eu amo aquela menina, daria minha vida por ela, vocês duas são tudo que eu tenho agora.
- Eu sei que você a ama, ela também te ama muito, nós três somos uma família pequena mais muito feliz, agora pare de chorar, está bem?
- Tudo bem, eu vou parar, delegada será que eu posso ir no banheiro limpar meu rosto?
- Claro, é só sair virar à esquerda e seguir direto, o banheiro está no fim do corredor. – ela se levanta e sai da sala me deixando a sós com essa mulher maravilhosa.
- Eu queria te agradecer delegada por ter ajudado a Ju e a Manu.
- Não precisa agradecer, afinal eu só fiz meu dever, e nem foi muita coisa porque quando chagamos elas já estavam bem e só a trouxemos pra cá e ligamos pra você.
- Mesmo assim, muito obrigada, elas são tudo que eu tenho, e minha filha é meu bem mais precioso.
- Sua filha é um amor, ela é muito esperta e também muito linda, se parece muito com você. – fala olhando profundamente nos meus olhos.
- Mamãe, mamãe, - Manu entra correndo me chamando, - olha só, a tia Lu me deu um montão de pirulito, - me mostra um saquinho cheio, - mas ela disse que só posso comer um agora, os outros só quando você deixar, eu posso comer um e quando acabar comer mais um?
- Não, você come um agora e mais tarde eu deixo comer outro.
- Ta bem, então vou comer o de morango que é o mais gostoso. – fala e se senta na cadeira no canto da sala.
- Me desculpa, mas foi a única forma que eu encontrei para segurar ela lá pra vocês conversarem.
- Não tem problema, conheço muito bem ela, provavelmente ela deve ter te chantageado não foi? – sorrio.
- Sim – ela sorri, - a danadinha disse que só iria esperar lá se eu desse todos os pirulitos pra ela.
- Ela é assim mesmo, é terrível. – falo
- Ela é muito esperta isso sim, a Luiza é viciada nesses pirulitos, não divide com ninguém e sua filha conseguiu pegar todos de uma vez. – a delegada fala sorrindo.
Meus Deus, ela tem um sorriso maravilhoso.
- Não sou viciada, só gostoso muito.
- Acho que isso dá no mesmo. – falo sorrindo.
Continuamos conversando, estamos esperando só a Julia voltar para irmos embora, e de repente ela entra quase que correndo na sala.
- Marina, você não vai acreditar em quem eu acabei de ver entrando aqui na delegacia. – fala com a cara assustada.
Não tenho tempo nem de perguntar nada, a porta se abre e por ela entra um homem que esperei nunca mais ver na minha frente.
- Delegada, preciso qu... – para de falar quando me vê - Marina?
Fim do capítulo
O que acharão?
Vejo vcs no próximo, até lá, bjus...
Comentar este capítulo:
Marta Andrade dos Santos
Em: 16/02/2022
Quem será? Adorado a história.
Resposta do autor:
Que bom que está gostando, fica por aqui que vem muito mais pela frente.
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