Um novo caso chegando nas mãos da coronel.
Malaquias será fritado ou exonerado?
Capitulo 94 Juca.
Assim que acordou pela manhã, Márcia viu que Andressa dormia tranquilamente. Porém, antes de abrir a porta, um certo moleque de cabelos ruivos e olhos verdes acinzentados, já estava esperando a mãe para saírem.
-- Bom dia meu filho! Disse abraçando o filho carinhosamente.
-- Bom dia mamãe Márcia! Respondeu Gabriel para a mãe.
A coronel pegou o menino no colo e já foi perguntando se os irmãos de Gabriel já tinham acordado.
-- Não, mamãe! – Só eu que acordei! -- Nem a Perfídia acordou.
-- Então, vamos tomar café?
-- Vamos! Respondeu o menino todo orgulhoso para a mãe.
Assim que chegaram na cozinha, Márcia encontrou as comadres e os compadres conversando e tomando o café da manhã juntamente com os sogros da coronel. Márcia olhou, depois de cumprimentar a todos perguntou:
-- O que vocês três estão fazendo aqui a essa hora da manhã?
-- Bom dia minha irmã. Desculpe vir assim, mas precisamos ter uma conversa. Respondeu Genaro para a irmã. Márcia olhou para os irmãos e depois de olhar para Cláudia, perguntou:
-- Conversa? – Que conversa Genaro?
-- É sobre o Gabriel e a Fernanda.
Márcia já ligou o sinal de alerta perguntando ao irmão:
-- Então me falem do que se trata! – Estão enrolando por quê?
-- Amiga, acontece que nossos filhos juntos estão devendo oitocentos reais na cantina do colégio.
Andressa que vinha descendo a escada junto com o filho mais velho, olhou assustada para todos perguntando:
-- Oitocentos reais? -- Mas o que aconteceu para isso chegar a essa situação?
Márcia olhou para o filho caçula sem nada dizer. Porém, Andressa inquiriu Gabriel a dizer o que estava acontecendo. O menino meio choroso assim como a filha da coronel Monteiro que só olhava para a menina agora sentada no colo da outra mãe, começou a contar o que estava acontecendo.
-- Nós gastamos com o Juca que estuda na mesma sala que eu e a Fernanda.
-- Quem é esse menino, Fernanda? Perguntou Cláudia para a filha que estava com medo da mãe, pois, a coronel Monteiro estava com cara de poucos amigos.
-- Deixa que eu conto Nanda. Afinal, a ideia foi minha e eu assumo o que fiz!
Andressa e Genaro olharam um para o outro e foi então que o padrinho de Gabriel falou:
-- Esse é mesmo um Mantovanni!
-- É verdade meu irmão! – Ele é muito especial mesmo. Respondeu Genova para o irmão.
-- Então meu filho, conte para nós o que anda acontecendo para vocês dois terem essa “pequena” conta na cantina! Falou Andressa apontando o dedo para o filho.
-- Mamãe Andressa, esse amigo nosso, está passando necessidade!
-- E os pais dele Gabriel? Perguntou Raimundo ao menino.
-- Vovô, a mãe dele está em uma cadeira de rodas e o pai tá preso.
A coronel olhou assustada para a esposa e essa também estranhou sobre o que Gabriel havia acabado de falar.
-- Mas como assim? – Está preso? Perguntou Genova ao sobrinho.
-- Tia, a mãe dele levou um tiro dentro da loja que ela tem. Foram três bandidos que foram lá. O pai dele chegou e começou a atirar nos bandidos e parece que um deles era pequeno e morreu.
-- Pequeno igual você filho?
-- Não mamãe Márcia. O Juca falou que ele era grande e pequeno. Igual o André, grande e pequeno.
-- Amor eu acho que já entendi. O morto deveria ser menor de idade só que o nosso filho não sabe se expressar.
-- É isso tia Andressa! Falou Fernanda. – Menor de idade!
-- Acho que já estou começando a entender Marcinha. Falou Cláudia.
-- Eu também! Respondeu a coronel.
Depois de conversarem mais um pouco sobre o assunto, Márcia garantiu que iria começar a investigar o que estava acontecendo e até onde ia a história que o filho e a futura nora haviam contado.
-- A senhora promete mesmo mamãe?
-- Sim filho, eu prometo. Aliás, você nem deveria me perguntar! -- A minha palavra é uma só e, é muito difícil de eu voltar atrás.
-- Obrigado mamãe. E agora, a senhora podia ir comigo no banco?
-- Pra quê meu filho?
-- Pra pegar o dinheiro e pagar a cantina! Falou o menino meio sem graça.
-- Eu também quero mamãe Sol. Falou Fernanda para a mãe.
As quatro mães começaram a rir e as crianças ficaram sem nada entender. Até que Celina perguntou:
-- Por quê, vocês estão rindo?
-- Porque esses dois são terríveis de tão espertos! Respondeu Andressa para a filha.
-- Vamos lá no caixa mamãe! Falou Fernanda que já estava inquieta para Cláudia.
-- Filha vamos fazer um acordo? – A mamãe vai pagar a cantina e depois vocês dois irão nos levar aonde mora o Juca está bem?
-- Tá mamãe Cláudia!
Logo todos já estavam se encaminhando para a casa do garoto. Juca era um menino de 09 anos e desde que entrou na escolinha, já se enturmou com Fernanda e Gabriel. Logo de cara os três já se deram muito bem. O tormento do menino começou a cerca de quatro meses quando a mãe foi baleada em um assalto na sua própria loja e o pai também policial ao chegar e deparar com a cena, atirou em um dos bandidos. Só que esse era menor de idade e logo é claro que o cabo Arruda fora para o presídio militar. Mas esse processo ainda não havia chegado nas mãos da coronel porém, com certeza iria chegar. Quando chegaram na rua em que o menino morava, Gabriel já apontou qual era a casa do amigo. As duas policiais olharam em redor da casa e depois bateram palmas. Uma moça veio atendê-los e logo Márcia se identificou.
-- Bom dia moça! – Eu me chamo Márcia Mantovanni, sou coronel da polícia militar e essa ao meu lado é a coronel Monteiro. Será que podemos entrar e falar com a sua mãe?
A moça olhou assustada para as duas oficiais e foi logo perguntando:
-- O que vocês querem aqui? – Já não chega o meu pai preso, a minha mãe em uma cadeira de rodas sem poder ver o marido e o meu irmão servindo de chacota na escola? – O que mais vocês querem? – Vão para o inferno e nos deixem em paz!
A coronel assim como os outros, achou estranho o comportamento da moça. Gabriel abriu a porta do carro e logo já estava chamando o amiguinho.
-- Juca sou eu, Biel.
Logo a porta abriu e lá estava Juca em pé olhando para o filho da coronel.
-- Biel! – O que você veio fazer aqui?
-- Eu vim com as minhas mães para elas conhecerem você e sua mãe.
-- Desculpa coronel. É que eu tenho vergonha da minha casa e da minha mãe ficar sentada na cadeira de rodas. Mas vocês podem entrar. E peço que a senhora perdoe a minha irmã. Desde que o papai foi preso, ela está nessa revolta e lá no presídio não deixam nem ela e nem a minha mãe visitarem o meu pai.
As duas oficiais sentiram pena do menino que começava a chorar. Gabriel e Fernanda abraçaram o amiguinho que logo já estava mais calmo.
-- Não se preocupe Juca. A minha mãe vai ajudar vocês. Não é mamãe Cláudia? Perguntou a menina olhando para a mãe.
-- Sim filha eu e a tia Márcia iremos ajudar!
-- Quanto a você filho, fique tranquilo que todos vamos ajudar o Juca e a família dele. Falou Andressa ao filho.
-- Obrigado mamãe!
Assim que entraram a mãe de Juca pediu que eles se acomodassem. A filha do cabo Medeiros olhava com desprezo para Márcia e Cláudia.
-- Não sei o que vocês vieram fazer aqui! – Já não chega aquele nojento do presídio militar, ainda tenho que olhar para a cara dessa gente.
-- Regina por favor, tenha modos! – Não foi essa educação que eu e seu pai te demos, portanto comporte-se.
-- Dona Mariana me desculpe vir assim sem avisar. É que o seu filho estuda junto com o meu e com a filha da Cláudia. A coronel fez uma pausa, depois continuou. -- Acontece que ao descobrirmos uma arte dos nossos filhos, o Gabriel nos contou o que estava acontecendo com vocês e eu gostaria que a senhora me contasse tudo o que aconteceu e o porque de duas coisas. O seu marido estar no presidio militar, e a raiva que a sua filha tem do major Malaquias. Eu quero saber aonde ele entra nisso.
-- Acho que a coisa vai esquentar para o Malaquias. Falou André para a irmã.
-- Eu é que não quero estar na pele dele quando estiver frente a frente com a sua cunhada. Por pouco ela quase arrancou as suas divisas. Respondeu Andressa para o irmão.
-- É verdade. Naquele dia eu fiquei com o ... na mão! Achei mesmo que voltaria a ser soldado. Mas isso tudo só me faz admirar a minha cunhada. Você, escolheu bem minha irmã.
-- Eu sei!
-- Então foi assim que tudo aconteceu? Perguntou Cláudia.
-- Sim coronel Monteiro! – E agora o meu marido perdeu suas promoções, está preso sabe-se até quando, eu nessa cadeira de rodas, minha filha revoltada, meu filho passando vergonha e dependendo do filho da coronel Mantovanni e da sua filha para não passar fome e eu aqui com contas atrasadas. Nem o advogado do Centro de cabos e soldados prestou para ajudar. Eu só queria conversar com o presidente da DPM do serviço reservado mas nem a isso tenho acesso.
Márcia olhou para os demais e depois respondeu para a mulher sentada à sua frente:
-- Dona Mariana, a senhora não precisa mais se preocupar em encontrar com a presidente da DPM.
A mulher com os olhos vermelhos de chorar perguntou:
-- Por quê, a senhora está dizendo isso coronel Mantovanni?
-- Porquê, eu sou a presidente da DPM e agora, eu vou atrás do prontuário e do processo contra o seu marido. Logo esclareceremos as coisas. E agora Regina, eu gostaria que você me apresenta-se todas as contas atrasadas de vocês. Depois vocês terão uma surpresa. A senhora pode entregar tudo aqui para o major Paiva Jr. que ele vai se encarregar de tudo. Eu já conversei e também acertamos alguns detalhes.
A moça ficou olhando espantada para a coronel e depois de se refazer do baque perguntou: -- Por quê, a senhora está fazendo tudo isso coronel?
-- Porquê, eu tenho minhas conclusões! – E pode deixar que o major Malaquias vai se entender comigo. Hoje mesmo eu pego aquele rato louro.
-- Obrigada coronel. Eu não sei como agradecer!
-- Apenas só peço uma coisa. Confie primeiro em Deus e depois em mim.
-- Deus, abençoe vocês!
-- Bom, então vamos andando porque eu ainda tenho algo a resolver. Ou melhor, nós temos. Falou a coronel Mantovanni.
Na hora de saírem, Gabriel e Fernanda Abraçaram o amigo.
-- Não se preocupe Juca. Tudo vai ser resolvido. Disse Gabriel.
A coronel ficou olhando para as crianças e resolveu perguntar para a mãe do menino:
-- Dona Mariana, a senhora deixaria o Juca ficar em casa conosco por esses dias?
-- É mesmo Mariana! – Assim vocês podem arrumar as coisas enquanto ele fica lá. Vai ser muito bom e o Gabriel assim como a Nanda, ficaria mais contente. Falou Andressa.
A mãe do menino no começo não queria deixar. Porém, a coronel garantiu que tomaria conta dele e que não seria trabalho algum.
-- Está bem coronel Mantovanni e dona Andressa. Se vocês acham que ele não vai atrapalhar por mim está tudo bem.
Olhando para o filho e a futura nora Andressa perguntou?
-- E ai filho? Gostou da surpresa?
-- Obrigado mamãe! Eu gostei sim.
-- Bom, já que o Juca está de mochila pronta então vamos. Antes de saírem Márcia falou para a esposa do cabo Medeiros:
-- Tenha paciência e aguarde notícias minhas. Logo tudo estará resolvido.
-- Juca obedeça a coronel hein! falou a mulher dando um beijo no filho.
--Eu te amo mamãe. falou Juca para a mãe.
-- Eu também filho! -- Eu também amo você!
Fim do capítulo
Vai ficar quente!
Radamés já havia alertado Márcia há algum tempo atrás.
Será que o tenente coronel estava certo?
Mais um capítulo.
Espero que gostem.
Logo a grande batalha chegara.
Boa leitura para todas.
Comentar este capítulo:
patty-321
Em: 18/01/2022
Olá meu bem. Delicia de capítulo e escrita. A nossa heroína está nos cascos com essa injustiça. Da-lhe coronel, segurem as telhas q vem temporal. Kkkk. Bjs.
Resposta do autor:
Boa noite meu amor.
Realmente a batata do major está torrando.
Provavelmente a coronel irá mandá-lo par a zona Sul. Porém, não sem antes dar a ele uma lição que nunca esquecerá.
Logo a questão será resolvida.
Te amo.
Bjs.
Marta Andrade dos Santos
Em: 18/01/2022
Hummm isso vai esquentar.
Resposta do autor:
Boa tarde Marta!
Como você mesmo colocou no seu comentário, a coisa vai ficar bem quente para o major.
Ele conhece muito bem quem é a coronel! Acho que vai pintar a perca de algumas divisas ou até uma exoneração. Vamos aguardar!
Agradeço pelo comentário e pelo carinho.
Beijos.
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