VEGAS por AutoraSoniaG
Não casada.
O longo tapete vermelho se destacava ao longe, antes mesmo que seus pés chegassem perto dos degraus ela conseguia ver a expressão de cada pessoa presente ali, o sorriso animado de alguns ou o suspirar tedioso de outros. Seus olhos se ergueram para o céu, ele estava estranhamente azul, mas aquele azul de uma certa forma não lhe parecia um bom tom, talvez fosse meio desbotado.
Lá estava novamente aquela sensação, tudo era um tanto desbotado ao seu redor, como se não fosse um bom dia para casar, ela imediatamente culpou o nervosismo pelo aperto que predominava em seu peito.
— E agora, querida.
O braço de seu pai surgiu como um apoio extremamente necessário, ela sorriu para ele, que retribuiu, ambos puxaram o ar para dentro dos pulmões e subiram os poucos degraus que os levariam para dentro da igreja. Eles pararam diante da porta por alguns segundos à espera da tradicional música, a linda combinação de notas que fez com que seu estômago revirasse, mais uma vez buscou pelo apoio do pai, que deu um passo confiante levando os dois ao altar.
— Vai ficar tudo bem, Catherine.
Seus ombros relaxaram um pouco, olhou para frente e encontrou o noivo. Ele sorrindo, bem arrumado e radiante, ela sorriu para ele se sentindo mais confiante à medida que se aproximava da figura confiável de Harry.
Parou diante dele pouco tempo depois, sua mão imediatamente segurou a dela, ele sorriu para o futuro sogro que respondeu com um balançar suave de cabeça, antes de se posicionar diante do reverendo, Catherine olhou para a mãe, Carol estava feliz e orgulhosa, ela podia ver o orgulho refletido em seus olhos talvez de uma forma nunca vista antes.
— Estamos reunidos aqui hoje para unir esse jovem casal em casamento, um casamento sólido e feliz.
O homem de aparência cansada dizia aquelas palavras com a naturalidade de quem já as repetiu milhares de vezes antes, ele recitava as obrigações que eles deveriam cumprir e vez ou outra citava o amor em suas palavras.
Amor... A palavra martelou em sua cabeça de repente. Aquilo que estava fazendo significava mesmo um ato de amor? Uma união com ares definitivos era mesmo a mais forte prova de tal sentimento?
Seus olhos caíram sobre o perfil do noivo, ela o admirou com contentamento, ele estava tão bonito e parecia feliz, talvez isso devesse bastar, um amor tranquilo e sólido, algo que não exigisse mais do que se poderia dar.
— Então eu pergunto. Existe alguém que é contra essa união?
Uma mera formalidade. Quem teria algo contra aquela união? Harry e ela eram como almas destinadas, seus caminhos não permitiam desvios, se conheciam desde de criança, amadureceram juntos. Então quem poderia ser contra aquela união?
Porém, aconteceu! Uma voz trêmula quebrou toda perfeição que Catherine pensou viver, foram necessárias apenas duas simples palavras para fazer tudo desmoronar.
— Eu tenho!
Como se estivesse em uma daquelas cenas de filme, ela se virou lentamente até ver a figura ofegante e levemente descabelada. A mulher surgiu diante dos seus olhos como um personagem assustador, os olhos castanhos que ela sempre achou tão doces e compreensivos estavam vermelhos e inchados.
— Suzanne... — O nome escapou dos lábios de Harry como uma súplica.
— Você prometeu Harry, você prometeu tantas coisas.
Os dois trocaram um olhar cheio de significado, Catherine observava como Harry implorava sem dizer uma só palavra, ele apenas fitava a mulher rogando que ela se calasse e fosse embora.
— Harry...? — Ela indagou.
Catherine soube no olhar perdido que o noivo lhe direcionou que as coisas certamente iriam piorar.
— Suzanne, por favor... esse, esse é o meu casamento.
— Você disse que me amava, disse que assumiria a criança.
— Criança? — Catherine falou entre o choque e a indignação.
— Piper, eu posso explicar...
— Não, você não pode. Apenas me diga há quanto tempo?
— Isso não tem importância, sei que Harry irá contornar a situação após o casamento. — Carol Watson se manifestou usando todo orgulho que a situação lhe permitiu.
— Você está grávida? — Ela ignorou a mãe e se dirigiu a Suzanne.
— Sim, três meses.
— Você sabia? — Foi a vez de Harry ser indagado.
Os olhos dele foram para o chão, suas mãos tremiam, as lágrimas molhavam seus sapatos.
A dignidade na opinião de Catherine sempre fora o mais importante, não importava o quanto fosse difícil, você deveria fazer o que é certo. Ela segurou o vestido apenas o suficiente para não tropeçar, girou sobre os calcanhares e foi em direção a Suzanne, os poucos passos que deu foram suficientes para juntar todos os pontos óbvios. Ela era bonita demais, prestativa demais, competente demais... era perfeita, foi assim que Harry descreveu a secretária tantas e tantas vezes.
Parou a poucos centímetros da mulher que tinha no olhar aquela mistura de orgulho ferido e arrependimento. Catherine levantou a mão, os olhos de Suzanne se fecharam apressados talvez esperando uma bofetada, mas ela nunca chegou. Apenas acenou para o pequeno Jofrey, ele correu até ela trazendo consigo uma delicada almofada, Catherine pegou as alianças, enquanto fazia um carinho no rosto do sobrinho que a olhava confuso.
—Obrigada, querido.
O silêncio era total, todos pareciam prender a respiração, olhou novamente para Suzanne, segurou sua mão e colocou sobre ela as alianças.
—Case com ele.
— CATHERINE!
A voz de Carol soou estridente em seus ouvidos, mas ela não mudou de ideia, não pegou as alianças de volta ou se deu ao trabalho de virar e ver a reação de Harry. Juntou novamente o vestido e se dirigiu para porta, seu coração batia forte em seu peito e as lágrimas estavam quase transbordando, mas ela tinha que aguentar até ficar sozinha.
Como era amargo o gosto da traição, ela se sentia parte de uma piada suja, uma ironia cruel, a vítima do humor negro de alguém.
Desceu os degraus, atravessou a rua, o céu antes azul agora estava nublado, o vestido branco ganhava a atenção de estranhos que passavam por ela.
— Táxi!
Ela fez sinal para o primeiro carro amarelo que viu pela frente. As lágrimas já não podiam ser contidas, o motorista parou e ela se escondeu o mais rápido que pôde no banco de trás.
— Para onde moça?
— Eu não sei...—ela notou o olhar confuso do taxista.
— CATHERINE?
Tomou um susto ao ouvir seu nome, mal registrou o acontecimento e lá estava Kate dentro do carro ofegante puxando o vestido sem alças para cima.
— O que pensa que está fazendo?
— Estou pegando um táxi.
— Posso saber para onde?
— Kate, agora não.
— Eu sei que aquilo foi horrível, mas..
— Não, você não sabe. Ninguém sabe o quanto foi horrível.
— Certo, certo... Ninguém sabe. Mas você não pode simplesmente entrar em um táxi sem ter um destino. Não concorda comigo, amigo?
— Acho que sua amiga está certa moça. — O taxista disse se virando para as duas.
— Eu acabei de descobrir que meu noivo é um mentiroso, será que vocês conseguem respeitar isso?
— Harry sempre foi um conquistador, você só não quis ver, acredite você não perdeu grande coisa.
— O que vou fazer da minha vida agora, Kate? — Escondeu o rosto entre as mãos.
— Primeiro nós vamos sair daqui.
— Eu não quero ir para casa!
— Quem disse que iremos pra casa!? Você acabou de sofrer a maior decepção da sua vida, e eu estou entediada. Me diga. Qual a maior loucura que já fez?
Kate indagou, ela e o taxista olhavam para Catherine com expectativa.
—Bem, eu misturei dois tipos de refrigerante uma vez e...
—Pelo amor de Deus! Estou falando de algo louco de verdade. Algo como... como... — Kate buscava as palavras. — Las Vegas... E ISSO! Nos leve para Las Vegas, minha amiga aqui precisa fazer algumas loucuras.
— Kate, não iremos para Las Vegas!
— Nós iremos sim, você precisa fazer algo impensado e irresponsável pelo menos uma vez na vida. Vamos amigo, nos leve para a cidade do pecado.
— Eu estou vestida de noiva.
— Ninguém vai notar isso. Vamos pequena Catherine, vamos conhecer a fera que existe em você.
Quando aquele táxi entrou em movimento Catherine sabia que algo aconteceria, mas ela não estava pensando em nada, ela não queria pensar em nada. Ela observou Kate que tinha um sorriso no rosto, as duas sempre foram amigas e mais ninguém nesse mundo teria conseguido convence-la a ir até Las Vegas vestida de noiva. Mas qual seria sua outra opção? Chorar e ouvir as acusações de Carol? Não! Dessa vez não seria assim, ela apenas se permitiu dizer um grande "Foda-se” para tudo aquilo.
Seis horas dentro de um táxi, seis longas horas. A animação inicial se transformou em arrependimento, depois em desespero. Catherine tentara sair do carro em movimento, chorou, xingou Harry e por fim foi novamente convencida por Kate. A montanha russa de emoções rendeu a loira um intenso cansaço. Ela acabou dormindo na parte final da viagem, acordou com leves tapinhas que Kate dava em seu rosto.
— Vamos lá, acorde.
As luzes piscavam incansavelmente, casinos e mais cassinos pareciam surgir em cada canto. Catherine olhava pela janela do carro, parceria uma criança boba.
— Meu Deus.
— Hey. Saia daí.
— Por favor, me leve para casa. — Catherine sussurrou ao taxista.
— Saia daí agora!
Diante da demora, Kate perdeu a paciência, segurou na mão da amiga e puxou até arrasta-la para fora.
— Kate, eu estou ridícula. Vamos voltar para Carson City.
— Não, nós vamos ter uma noite daquelas.
— Mas...
—Sem mas... Aqui, obrigada Hank. — Kate pagou uma generosa quantia ao taxista.
O carro partiu deixando as duas na calçada, Catherine viu com pesar a partida do homem simpático.
— Por onde começamos? Bellagio, Caesars Palace, Excalibur, Luxor, Mandalay Bay, MGM Grand, Monte Carlo?
Kate contava nos dedos, enquanto citava o nome dos cassinos mais populares da cidade.
— Como você sabe tanto sobre cassinos?
— Sempre quis conhecer Las Vegas, então li tudo que encontrei sobre cassinos, hotéis, e... diversão alternativa. — Um sorriso travesso surgiu no rosto de Kate.
— Diversão Alternativa?
— Oh! Você é tão inocente.
— Não sou!
—Veremos. Venha, vamos começar a noite com o Monte Carlo.
*********************************
— Garotas, garotas... Calma! Foi apenas uma rodada sem sorte. Que tal mais uma partida? Aposto que minha sorte se foi depois dessa.
Os olhos verdes passavam atentos pelas cartas. O sorriso no canto dos lábios distraia as mulheres que jogavam com ela. Flertava com todas, fazendo cada uma se sentir especial. Esse talento foi aprimorado com o passar dos anos, quando a vida não tomou os rumos que ela sonhara, teve que o usar a esperteza. Uma mulher inteligente poderia fazer coisas grandiosas apenas com o sorriso certo.
— Mais bebidas, por favor.
O rosto familiar surgiu, a expressão não era das melhores. Segurava a bandeja com total descaso, a gravata borboleta estava torta, mas todos estavam bêbados demais para perceber a falta de talento da mulher que lhes entregava a bebida.
— Tequila, Sen...hora? — A palavra foi dita com desagrado.
— Obrigada.
— Megan, não sei como jogar isso. — Uma mulher de voz infantil jogou as cartas sobre a mesa. — Quero dançar. Na verdade, nós todas queremos dançar. Não é menina? — As garotas concordaram.
—Ok, ok... Vão na frente, logo acompanho vocês.
As mulheres seguiram sorridentes até a pista de dança, Megan suspirou sentindo seu investimento render tão pouco.
— Quando conseguiu arrancar dessas aí?
— Apenas dois mil dólares. — Suspirou com enfado.
— Mereço metade, Steven. Não vesti essa roupa ridícula e passei horas com essa bandeja para nada.
— Você deveria ter escolhido bebidas mais fortes.
— Elas tem fígado de aço. — Holly disse emburrada. — Mas não importa, por hoje é só. Vamos embora, quem sabe para um outro cassino. — Virou já se preparando para sair, mas parou de repente.
— O que houve? — Megan indagou diante da parada brusca.
—Veja só aquilo.
Megan observou duas mulheres completamente atrapalhadas entrarem. Uma delas usava um vestido de noiva, a morena não estranhou o traje, já havia visto de tudo em Las Vegas.
— Uma noiva? Vemos isso o tempo todo, Holly.
— Olhe direto, Steven! É uma garota com um vestido bem caro.
Os olhos de Megan vagaram pela figura da mulher, e de fato ela parecia alguém de boa condição financeira, na verdade, estava escrito "rica" na testa dela.
Megan e Holly se encararam, não foi preciso mais que isso para as duas traçarem o plano. Holly, recolheria informações e logo depois passaria para Megan, que entraria em ação como a companhia perfeita.
Pegando a bandeja se dirigiu até as mulheres, Megan observava de longe.
—Boa noite, Senhoras. Gostariam de uma bebida?
— Não!
— Sim! — Kate disse contrariando, a amiga.
— Não vamos beber!
— Estamos em um cassino, você sofreu uma grande decepção no dia do seu casamento, o mínimo que podemos fazer é beber todas. — Holly ouvia a conversa atentamente.
— Posso sugerir Tequila?
— Perfeito!
— Com licença.
— Kate, você enlouqueceu? Não iremos ficar bêbadas.
— Fale por você.
Kate se dirigiu até a roleta, a mesa estava cheia de pessoas animadas. Catherine se aproximou timidamente, apenas para não ficar sozinha, ela temia ser motivo de chacota devido ao vestido de noiva, mas ninguém parecia nota-la ali.
— A garota teve uma desilusão bem no dia do casamento. E careta, e não parece querer conversar. — Holly disse a Megan discretamente.
— Ainda não existe uma mulher que não queira conversar com Megan Steven. — Holly revirou os olhos, mas devia concordar, Steven era boa em manter mulheres interessadas.
A morena se levantou e seguiu até a mesa onde as duas amigas se encontravam. Fingiu interesse em algumas apostas, até se posicionar ao lado de Piper.
— Dizem que as noivas trazem sorte. — Disse tentando parecer o mais natural possível.
Catherine a observou, os olhos azuis encararam os verdes profundamente.
— E uma pena que as noivas não possam usar a própria sorte.
— Concordo. Gostei do seu vestido.
— Obrigada.
— Se importa de dizer seu nome? Dizem que ficar perto de uma noiva ajuda, agora saber o nome dela é ganho na certa.
— Catherine.— disse sem saber exatamente porque.
Megan se aproximou da mesa, escolheu um número na roleta.
— Oito, em homenagem a Catherine.
A roleta girou, todos olhavam atentos, até mesmo Catherine se interessou dessa vez. A pequena bola passeava de número em número até que por fim parou.
— 13.
Um homem careca foi o vencedor. Megan voltou para o lado de Catherine.
— Desculpe, acabei não dando sorte, você não ganhou nada.
— Ganhei a oportunidade de saber seu nome.
O rubor que tomou conta do rosto da loira foi encantador, as bochechas ficaram rubras e ela não sabia para onde olhar.
— Que tal uma bebida? — Fez o gesto característico e logo Holly surgiu com Wisk, Vodka, Tequila e coquetéis.
— O que vai querer? —
Ela escolheu o coquetel, esse parecia ter menos álcool.
— Obrigada.
— Gostaria de sentar um pouco?
— Bem, eu...eu. Tenho que cuidar da minha amiga. — Ela mostrou Kate que parecia se divertir muito.
— Ela não parece precisar de cuidados.
Mas em todo caso podemos nos sentar em uma daquelas mesas — apontou para uma série de mesinhas— O que acha? — Catherine parecia relutante, mas acabou aceitando.
— Tudo bem.
A loira seguiu na frente, Megan sussurrou rapidamente para Holly.
— Cuide para que a amiga dela não nos interrompa, aproveite e tire dinheiro dela também. — Holly concordou satisfeita. — Mais uma mais uma coisa. O que tem naquele coquetel?
— Humm... Teores alcoólicos extremamente altos, mas ela nem vai perceber.
— Não exagere, ela não parece ser o tipo que bebe, então vamos evitar que ela tenha um coma alcoólico antes de pegarmos o dinheiro.
— Faça ela apostar em tudo.
— Eu sei como fazer meu trabalho, Nicols.
Megan se pôs ao lado de Catherine, tentava fazer a loira relaxar, mas não estava sendo tão fácil como ela achou que seria.
— Você não gosta de beber, também não gosta de apostar. Posso saber o que trouxe você até aqui?
— Minha amiga disse que devíamos fazer uma loucura pelo menos uma fez nada vida, e bem, aqui estamos nós.
— No momento ela parece curtir essa loucura mais que você.
— Estou vestida de noiva em um cassino em Las Vegas, acho que já é loucura suficiente.
— No momento você é só uma mulher em um vestido branco. Você precisa se portar como uma noiva que vem a Las Vegas.
— E como essas noivas se portam?
— Primeiro, elas bebem. — Megan entregou mais um dos coquetéis misteriosos de Holly, Catherine tomou em um gole só. — Depois bebem mais um pouco. — Dessa vez ela fez a loira ingerir doses de Tequila.
A cada minuto que passava mais Catherine bebia, ela começava a se soltar. Ria alto, e não demorou muito até começar a apostar. Kate estava tão bêbada quanto ela, Megan e Holly faziam companhia, indicando no que apostar, o que comprar e para onde ir.
A noite estava sendo gloriosa.
— Preciso ir ao banheiro. — Catherine estava levemente cambaleante.
— Venha, levo você.
No luxuoso banheiro ela teve dificuldades com o vestido, mal conseguia entrar na cabine.
— Estou ridiculamente bêbada.
— Ainda não. Uma pessoa bêbada não consegue dizer palavras tão longas como "ridiculamente". — Megan a ajudou a se sentar no vaso. — Você lembra como faz o resto?
Catherine sorriu diante da pergunta.
— Acho que sim.
Alguns minutos depois as suas saíram do banheiro, Megan sempre se mantinha por perto para evitar prováveis desequilíbrios da loira. As duas andavam animadas em direção às mesas de pôquer quando um flash as assustou.
Um homem fotografava as duas, cliques rápidos eram ouvidos.
— Saia! — Kate empurrou o fotógrafo.
— Meu Deus, Kate. Carol vai me matar se ver essas fotos.
— O que está acontecendo? — Megan indagou.
— Aquelas fotos não podem ser publicadas.
— Não se preocupe, vou atrás dele.
Megan passava apressada entre as muitas pessoas que estavam jogando. Avistou o fotógrafo, ele estava prestes a sair do casino, mas ela conseguiu detê-lo.
— Hey! — O homem se virou para ela. — Eu quero as fotos da garota.
— Você e muitas outras pessoas. — Ele já se preparava para sair.
— Por que?
— E sério? Aquela é simplesmente uma das garotas mais ricas de Carson City.
— Carson City?
— Digamos que sua amiga é herdeira
de uma montanha de dinheiro, e eu sou o cara que vai ganhar uma grana vendendo essas fotos. Imagine só Catherine Watson, bêbada em um casino.
— Watson... — Megan parceria em transe, ela sabia muito bem o que o nome Watson significava.
— Pago dois mil dólares pelas fotos.
— Três mil!
— Estou oferecendo o que você certamente não vai ganhar vendendo as fotos para um jornal. — O homem pareceu refletir.
— Certo. Eu apago as fotos.
—Não, não... Quero a câmera.
— Mas... — ele relutou, porém cedeu — Aqui.
Megan deu todo o seu dinheiro, pegou a câmera e segui ao encontro de Catherine. Quando a loira viu o que ela trazia nas mãos quase se atirou em seus braços.
— Você conseguiu!
— Sou uma boa negociante. Não se preocupe você está segura.
— Sabe o que isso merece? Um brinde. — Kate disse bebendo a primeira coisa que encontrou pela frente. Catherine seguiu seu exemplo.
Garrafas e mais garrafas começaram a se amontoar sobre a mesa. Megan observava o grau de embriaguez de Catherine chegar ao ideal.
— Gostaria de dar uma volta?
—Com qual de vocês duas? — A loira já via dobrado. Megan riu.
— Vamos.
Elas andavam na companhia de Holly e Kate. As duas amigas estavam tão bêbadas que não notaram a transformação de Nicols, ela já não tinha a grava borboleta ou o restante do uniforme. Não havia tempo para observações elas apenas riam de tudo.
— Steven, porque estamos aqui? — Holly mostrou o local bem arrumado.
— Ela é uma Watson.
— O que? A herdeira?
— Exato.
— Espera.... Sua filha da mãe sortuda. Vamos voltar para o cassino e tirar o máximo de dinheiro que conseguimos.
— Tenho outros planos, Holly.
Megan se afastou deixando uma Holly confusa para trás. Mas não demorou muito até que ela entendesse.
— Steven....
— Nicols....
As duas se fitaram longamente.
— Se isso der certo, não se esqueça de mim.
— É claro que não vou esquecer, vou precisar da sua ajuda.
Catherine estava em um outro plano. Ela parecia ver o mundo de forma diferente, as cores pareciam mais vibrantes e ela se sentia feliz sem nem mesmo entender.
— Olá. — A voz grave sussurrou.
— Oi.
— Pronta para agir como uma noiva em Las Vegas?— os olhos verdes brilhavam para ela.
— Sim. — sorriu.
— Venha. — A mão estendida logo foi aceita.
— Para onde está me levando?
— Para a maior loucura da sua vida. Não é isso que você quer?
— Sim!
— Então diga que aceita. —Tudo estava estranhamente distante... as formas, os sons... O chão. Catherine parecia flutuar, ela só registrava a voz de Megan ecoando em sua mente.
— Aceito.
Foi a última palavra registrada em sua memória.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Sem comentários
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook: