Foram todas para o escritório em silencio. Ágata foi logo se sentando com a cara fechada. Helena ia se afastando mais a puxou para que ela ficasse ao seu lado, ela tinha o dom de acamá-la. E pelo visto iria precisar de muita calma.

As outras irmãs foram se acomodando cada uma num canto e restaram apenas Safira e Leandra em pé.

O silencio prevalecia no cômodo ate a grandona quebrá-lo.

            -Viemos aqui para que Safira?

            -Julio me abordou na cidade outro dia de um jeito muito estranho, achei que teria que sair correndo mais Leandra chegou para me ajudar. –explicou e todas as mulheres daquela família ficaram tensas.

            -Como assim de um jeito estranho? –Ágata quis saber já tensa.

            -Com insinuações... Mais o que me preocupou mais foi o que Leandra me contou, por isso estamos aqui...

            -Estranho Julio te aborda e ela chega logo atrás para te socorrer...

            -Está insinuando que armei algo? –Leandra foi logo perguntando ao se aproximar da mesa.

            -Estou sim. –A grandona confirmou sem nenhuma hesitação. –É só você aparecer que esse cara aparece também não é?

Leandra suspirou e olhou Safira.

            -Falei que isso não ia dar certo.

            -Por favor. –A mais nova pediu olhando-a nos olhos.

Leandra pensou que se não fosse por aquela garota em sua frente daria meia volta e iria embora e aquela convencida da Ágata que se virasse. Mas tinha Safira no meio dessa confusão toda e estava preocupada com ela, então respirou fundo e tentou abordar o assunto de outro jeito.

            -Olha, eu fiz algumas coisas erradas com relação à fazenda e você, estava em um momento muito confuso da minha vida e fiz merd* mesmo. –Admitiu pela primeira vez olhando a grandona nos olhos. –Queria te prejudicar de qualquer jeito e não estava nem ai de como seria desde que você se ferrasse...

            -Agora ela admite marginal... –Ágata interrompeu novamente.

            -Ágata, por favor, assim não chegamos a lugar algum. –Safira se exaltou. –Da pra ficar calada e escutar? E você Leandra vai direto ao assunto, que você fez merd* todo mundo aqui já sabe. –completou irritada.

            -Bem... –voltou a falar a outra. – Num dia qualquer Julio me ouviu falando mal de você e me ofereceu parceria, topei na hora, já sabia que ele não era flor que se cheire mais eu estava me lixando. Fizemos algumas sabotagens na fazenda...

            -Roubaram meus gados. –Ágata não facilitava de jeito nenhum.

            -Falava para ele onde o gado estaria pastando, mais nunca participei de roubo nenhum...

            -Era a informante... - grandona acusou.

            -Sim era. –Leandra admitiu cansada. –E se quiser pode chamar o delegado que assumo tudo o que eu fiz. –mandou a real. A sala toda em silencio.

            -Continue a falar. –Ágata pediu.

            -Depois que conheci Safira ela me ajudou a ver as coisas de um modo diferente então parei de fazer essas coisas. Falei com o Julio que estava fora mais ele disse que não, pois eu tinha acesso livre aqui na fazenda e que você devia muito a ele.

            -Eu não devo um real para aquele vagabundo que sempre viveu à custa da coitada da mãe. –A grandona se irritou.

            -O que esta pegando é o seguinte. –Leandra foi ao ponto... –Ontem tive uma ultima conversa com ele e disse que estava fora, pois meu acesso a fazenda não existia mais, ele ficou meio doidão e começou a falar umas coisas estranhas como... “Ela me deve muito ainda” ou “Tenho que me vingar dos Alcântara”... Ele estava chapadão mais essa fixação por você e a sua família eu já tinha notado há algum tempo.

            -Como assim? -Valentina tentava entender sobre esse negocio de vingança.

            -Não faço a menor idéia Valentina, estou aqui para alertá-las, a todas vocês para abrirem o olho com relação a Julio, ele não esta muito bem das idéias e esta fazendo uso constante de drogas e esta fixado nas pessoas dessa fazenda, pessoas instáveis assim fazem muita besteira. – Finalizou olhando para Safira, tinha dito tudo que sabia.

A sala ficou em silencio ate Safira falar:

            -Ágata ele falou muito o nosso sobrenome, então isso se estante a qualquer uma de nos, eu estou com um mau pressentimento sobre isso. –A mais nova soltou apreensiva.

Ágata suspirou e passou as mãos pelos cabelos curtos.

            -Não faço a mínima idéia do que esse cara possa ter contra nós. –Admitiu.

            -E o velho safado do Demétrius? –Rubi soltou a bomba. –Pelo que sabemos aquele lá num estava nem ai com os sentimentos dos outros, vai ver ele deve ter feito algo contra a família do cara e ele queira se vingar em nós. –Falou sem remorso nenhum. Ainda tinha muita magoa do pai.

            -O que posso fazer é chamar o padrinho aqui para conversar, perguntar se ele sabe sobre alguma ligação de nossa família com a família de Julio. –Ágata falou olhando Valentina que concordou com a idéia. –Se eu precisar que você converse com o delegado você aceita? –perguntou olhando para Leandra. Ela apenas balançou a cabeça em afirmação. Tinha errado muito e não fugiria de suas responsabilidades.

            -Apenas tomem cuidado com esse cara, ele não esta no seu juízo perfeito, pode ficar violento. –Leandra avisou e foi para lado de Safira. –Estou indo, vamos dar uma volta? –Chamou a mais nova na expectativa.

Safira sentiu um frio na barriga e aceitou sair com ela.

            -Safira não saia da fazenda, por favor, vamos sentar todas nos novamente para conversar com o padrinho, vou ligar para que ele venha o mais rápido possível. –a grandona pediu.

            -Tudo bem, vamos dar uma volta pela fazenda e voltamos para o almoço. –Avisou dando a entender que traria Leandra para almoçar com elas.

            Assim que elas saíram à grandona não agüentou e falou:

            -Eu avisei que essa Leandra era problema, mais ela me ouve? Não de jeito nenhum. –Falou revoltada.

            -Pelo que entendi Julio já era um problema há algum tempo, parece que a coitada da Leandra foi usada e nem se deu conta disso. –Helena deu sua opinião.

            -Que coitada o que...  Aquela lá me trouxe muitos prejuízos. –Ágata não dava o braço a torcer.

            -Bem ela não roubou os gados. –Valentina teve que falar.

            -Mais falava onde era fácil pega-los... –falou irritada. –Fora o tanto de pneu que tive que trocar que ela vivia furando...

            -O grandona ta brava com a garota por causa desses delitos ou por que já deu pra perceber que ela vai pegar a chaveirinho de jeito? –Rubi soltou a do dia.

            -É vocês perceberam o clima entre elas... Ali tem coisa. –Jade que ficara em silencio falou. Helena olhou para os lados, não ia falar nada do que Safira conversara com ela.

            -A Safira é muito esperta para cair na lábia daquela ali. –Ágata falou ciumenta.

A s outras irmãs se seguravam para não rir do ciúme visível que a grandona estava da Irma mais nova.

            -Então gente estava aqui pensando vou ligar para Paloma ela pode nos instruir sobre como seguir com essa historia do Julio. –Rubi falou uma coisa sensata. –e... Bem não quero mesmo entrar em paranóia mais tenho notado esse cara sempre perto do Studio. –Falou pegando o celular e foi para um canto ligar para sua morena.

            -Vou ligar para o padrinho. –Ágata falou já buscando o contato do outro também.

Fim do capítulo