A Seguranca II por Lena
Capitulo 43
Duas semanas haviam se passado e Mainha ainda dormia. Sua recuperação estava correndo bem e a bebê se mantinha firme junto a sua mãe. Nós estávamos revezando nos cuidados da mais velha, e ate a mãe do Antônio participava.
As crianças perguntavam sempre pela mais velha, e não houve outra opção a não ser contar o ocorrido. Em partes eles entenderam, porem ao explicar sobre Antônio meus dois menores acabaram chorando e pedindo para ficar com a mãe do homem, e claro que não neguei. E dona Fátima, mãe do Antônio, ficou feliz com a visita pois a mulher morava somente com seu falecido filho.
O dia da visita foi banhado de emoções pois as crianças sabiam que a mulher gostava de gatos, e só não cuidava porque Antônio tinha alergia. Com isso, os menores pediram para passar em um lar de adoção e pegando um pequeno filhote eles levaram para a mulher que não segurou as lágrimas ao ver seu presente.
Fiquei orgulhosa dos meus pequenos que demostraram muita força e compaixão pelo ocorrido.
Hoje eles visitariam sua avó, e estavam tão animados que queriam levar ate seus animais para o local, porem conversando com ambos, eles ficaram cientes que o ambiente não permitia a entrada de animais.
Chegando, fomos liberados e os colocando numa cadeira, ambos acariciam os cabelos da mulher que tinha alguns machucados já cicatrizados no rosto e que dormia tranquila.
- Ela tá dormindo... - Gabriel sussurra beijando os cabelos da avó.
- C-com esse... Carinho, quem não dorme... - diz dona Renata ao pronunciar ainda e olhos fechados.
As crianças e eu gritamos pelo susto, mas logo ficamos animados ao ver o sorriso fraco da mulher.
- Que susto que você me deu em coroa ? - as lágrimas de felicidade caem e beijo a bochecha da minha mãe.
- Queria, testar seu coração... - diz após uma leve tosse.
- Ele não é forte como o seu... - sinto o aperto leve em minha e beijo seus dedos um pouco machucados.
- Meu bebê ? - dona Renata rapidamente pergunta mas logo suspira aliviada ao sentir sua pequena se mexer em seu ventre.
- Tá mexendo vovó. - diz Maria com a cabeça recostada a barriga da mais velha.
- Eu estou sentindo meu amor. Minha menina é forte. - diz sentindo as lágrimas rolarem.
- Crianças sentem ali no sofá que mamãe vai conversar com a vovó. - os dois concordam e saem.
Observando as crianças já sentadas eu vejo as lagrimas rolarem nos olhos da minha mãe.
- Ele não resistiu, não foi ?
Eu afirmo sentindo meu rosto molhar observando a mais velha acariciar sua barriga e suspirar forte.
- E-ele se jogou para nos proteger. Pediu... Para eu cuidar da nossa menina. - diz chorando.
- Mainha.... - ela me corta ao perceber que eu pediria para se acalmar.
- Ele estava muito machucado... Me beijou antes de desmaiar. - diz no choro pesado.
Minha mãe desaba no choro e acabo lhe abraçando sentindo também o abraço do meus dois menores que debruçam a cabeça no ombro da mulher.
Depois chorar muito a mais velha acaba sendo vencida pelo sono, não antes de ser acompanhada pelo médico.
~*~
O passar dos dias ocorreu calmo. Mainha foi liberada e se mantinha de repouso em casa, e como essa agora andava cheia, não que isso já não acontecesse, eu resolvi voltar ao trabalho.
A mais velha ainda não pode visitar o túmulo do namorado, porem a mãe do homem a visitava por algumas vezes na companhia do seu mais novo amiguinho.
No trabalho eu cheguei achando que estaria atolada em tarefas para resolver, porem fui surpreendida ao achar tudo calmo, pois Beatriz junto a Marica e Amizade conseguiram segurar as pontas por esse pequeno tempo que nos quatro estávamos fora.
Estava sentada na área de lazer quando João surgiu quieto e se sentou ao meu lado.
- Nós conseguimos... - fiz o homem um pouco emocionado.
- Não m diga que você engravidou o Matheus ? - pergunto sorrindo e levo um tapa do meu amigo que me abraça.
- Não idiota. Conseguimos adotar o Benjamin. - diz orgulhoso.
Fico feliz com a notícia e abraço de imediato o homem que retribui feliz.
- Fico muito feliz por você irmão. E bem vindo ao mundo das fraudas.
- Nem me fale... Mas vale a pena, e aprende bastante com meus sobrinhos então vai ser moleza. O problema só vai ser amamentar. - diz o homem olhando seu seio.
- Já pensou sair leite dai Jao ?
- Miga! Já pensou ? - diz o homem sem conter o riso e balançar seus "seios"
Nós acabamos rindo da conversa sem sentido" porem após limpas as lagrimas voltamos a ficar sérios.
- Não sabia que o bebê já tinha nome. - pergunto olhando para João.
- E não tinha, mas vou registra-lo com esse. Não é bonito ? - os olhos do moreno brilham.
- Parece nome de tomada João. - ao responder levo outro tapa direto em meu pescoço.
- Credo Mirian, nada ver isso ai. Eu achei lindo o nome. E combina com ele. - diz ao olhar suas unhas.
- E o Matheus, o que achou ?
- Ele gostou também. - completa ao balançar os ombros.
- Esta bem, o filho é seu, sendo tomada ou não. - completo e logo corro ao ver que o homem iria me bater novamente.
- Sua cachorra! Eu te pego em casa. - promete João ao ver sua amiga já longe soltar beijos em sua direção.
Segui cansada pela corrida para minha sala onde me entreguei novamente ao trabalho voltando a minha rotina.
Um tempo depois Mainha acabou visitando o túmulo do Antônio. E foi mais um dia emocionante para mim ao ver minha mãe naquele estado, porem, mesmo após tanto chorar a mulher seguiu firme para casa com a promessa de cuidar da mais nova, Antonella.
Fim do capítulo
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