Menines,
Mais um capítulo da história de Marília.
Sua vida, pareece, tomou um novo rumo.
Bjs e aproveitem o restinho do feriado.
Zoe
Capitulo 17
"EU QUERO A SORTE DE UM AMOR TRANQUILO"[1]
A vida em Palmas estava diferente. André voltou para Brasília e as meninas não desgrudavam, apesar da rotina louca de Amanda. A médica tinha muitos plantões, mas entre uma cirurgia e outra, sempre ligava ou mandava mensagem para a namorada. Sim! Elas estavam oficialmente namorando. Marília estava aprendendo a ser amada. Nada do que ela viveu antes a tinha preparado para um relacionamento tranquilo repleto de afetos e respeito. Amanda não era perfeita, ninguém é, na verdade, mas se desdobrava para que o relacionamento delas fosse o mais próximo possível do ideal. Lhe apresentou lugares e pessoas novas, tanto que desde o retorno do Jalapão, a defensora não se sentia uma estranha em sua cidade. Marília começou, ao lado de Amanda, uma nova jornada. Não só com relação a aceitação de viver um novo amor, mas de conhecimento e de relações interpessoais.
Começou a fazer um curso de cerâmica, estava meditando, praticando exercícios e tinha novos amigos. Na DPU, todos notaram sua mudança drástica. A defensora criou coragem e falou abertamente com os pais sobre sua orientação sexual. Mesmo com todos os acontecimentos do passado, o assunto nunca havia sido conversado. Não que o fato de morar longe e de ter independência financeira não tenha ajudado na aceitação, mas os dois afirmaram que já desconfiavam, principalmente depois que a "amizade" entre a filha e Isis se tornou, digamos, mais próxima. Contou, também, que estava namorando com Amanda e sobre o bem que ela lhe estava fazendo.
- Amanda? A anestesista? - Perguntou Dona Mariza.
- Ela mesma, mamãe. Você sabe que ficamos próximas graças ao André que fez amizade com ela ainda no hospital, né? Viajamos juntos e começamos a namorar no Jalapão, depois de assistir ao nascer do sol na Serra do Espírito Santo.
- Que história linda, filha! Gosto de te ver assim, feliz. Se ela te faz bem, será muito bem-vinda em nossa família, aliás vocês deveriam vir passar o Natal conosco.
Marília negou a disposição de ir à Fortaleza. Ainda era muito cedo para revisitar o cenário de tanto sofrimento. Aproveitou e convidou os pais e Aninha para visitá-la e para conhecer a namorada.
- Vocês deviam vir passar o fim de ano aqui. Sei que o flat é pequeno, mas a gente se ajeita. Por favor, mamãe, tenho tantas saudades. Vocês conheceriam a Amanda e de quebra fariam turismo pela região, quem sabe iriam até o Jalapão. Tenho certeza que iriam amar! Nunca vi nada mais lindo.
A família de Marília passou o Natal em Fortaleza, mas chegaram em Palmas para o réveillon. Foram recebidos no aeroporto pela filha e por Amanda que estava super nervosa.
- Relaxa, Amanda. Eles não mordem.
- Eu sei, moça, mas não consigo controlar. Estou tão feliz em conhecer a família da minha namorada. Você não sabe como isso deixa tudo ainda mais concreto. Tomara que eles gostem de mim.
Após o desembarque, Marília fez as devidas apresentações e seguiram para o flat. Amanda ofereceu a própria casa, que era mais ampla, para hospedá-los, mas eles preferiram ficar na casa da filha.
- Obrigado pela gentileza, Amanda. Mas não queremos lhe incomodar e precisamos matar a saudade de nossa menina. - Respondeu o pai.
A conversa entre eles aconteceu de forma bem natural e combinaram de jantar juntos após Amanda sair do plantão. A médica deixou todos no flat e seguiu para o hospital.
- Gostei dela, Má. Que mulher enorme e bonita! - Disse a irmã.
- Ela é muito bonita realmente, mas isso é o de menos. Ela é uma pessoa sensacional. Tem bom coração, sabe? Estou muito feliz e espero que dê certo. Aninha, eu achava que nunca mais seria feliz.
- Má, estou muito feliz por você. Eu, mamãe, papai, André, Beto e até mesmo a Carol sofríamos por ver você daquele jeito. A vovó, nem se fala. Ela fez até promessa.
- Pois agora ela vai ter que pagar a promessa. Agradecer porque eu estou namorando uma mulher maravilhosa que está me fazendo muito feliz!
E riram muito imaginando a cena. Marília sentiu como era bom conversar com a irmã, assim de pertinho. Há mais de um ano só se falavam por telefone ou por mensagem. Não tinha percebido o tamanho da falta que sentia da família até tê-los juntinhos novamente. A família de Marília passou uma semana em Palmas, fizeram turismo pelos arredores da cidade, conheceram as praias e ficaram encantados com a educação de Amanda e com a atenção que ela dedicava à baixinha.
A médica se mostrou uma excelente cicerone levando os sogros e a cunhada para conhecer os principais pontos turísticos da cidade que adotou para viver. Todos sentiam a felicidade e a energia boa que emanava daquela relação e voltaram para Fortaleza tranquilos sabendo que Marília finalmente estava bem.
[1] Todo o amor que houver nessa vida. Cazuza
Fim do capítulo
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