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Palavras: 1891
Acessos: 578   |  Postado em: 13/11/2021

Notas iniciais:

E vamos com o desfecho da história!

Epílogo

Passava o lápis de um lado para o outro no papel, finalizando o desenho das montanhas nevadas que estavam em minha frente. Peguei o chá que estava quase frio e dei um breve gole enquanto continuava a paisagem, aproveitando o sol que estava fazendo naquela manhã.

Nos dias que acordava mais cedo e me envolvia em pensamentos, via que por vezes, fazia uma breve retrospectiva da minha vida. Lembrava das cenas da faculdade, do ensino médio, com lembranças coloridas pela sensação de nostalgia que aqueles momentos causavam. Memórias que às vezes eram dolorosas, mas que também faziam meu peito se aquecer.

Tinha recém voltado de uma viagem para ver meu pai, e lembrava que por um momento eu já o tinha odiado tanto que sequer conseguia chegar perto dele, assim como o de minha mãe. Se qualquer pessoa de fora visse, não imaginaria isso, já que vendo o quanto somos próximas, sempre pensou que era assim.

Mas todos nós temos nossos momentos conturbados, nossos altos e baixos, a felicidade e a tristeza. A depressão é um fantasma que vez ou outra ainda aparece na minha vida e provavelmente a sensação de que eu era deslocada ia permanecer, mas era algo que conseguia ter transformado em minha arte como forma de expressão maior daquilo que, vendo que eu tinha aprendido a reagir contra ele da melhor maneira, desaparecia.

Eu vivia uma boa vida, e se eu dissesse isso para mim mesmo há anos atrás, eu riria e falaria que estaria louca. Mas não estava. Tudo aquilo estava acontecendo, e parecia melhorar a cada dia.

Se eu dissesse que iria conseguir trabalhar com desenho, eu duvidaria, falando que meu pai jamais permitiria isso. Porém ele aprendeu a aceitar, resolveu mudar o que fazia mal e hoje em dia admirava o trabalho que eu fazia, sendo um grande apoiador como a minha mãe.

Também nunca esperava receber o reconhecimento que recebo. Mensagens de pessoas que se identificam comigo, que me convidam para entrevistas, seja em revistas especializadas ou para faculdades. Sequer um dia pensaria que alguém chegaria comigo e falasse que me admirava por inteiro e que via em mim uma grande inspiração.

Pensava em como adolescentes me viam como uma personalidade quando no ensino médio mal falava com as pessoas, ou sequer conseguia interagir com elas. No quesito timidez, nunca consegui me desvencilhar disso, e aceitava que era da minha essência, o que até achavam charmoso e peculiar.

Cada vez mais pessoas usavam minha trajetória como referência, de como uma imigrante que chegou no colo da mãe e que aceitou aquele país como a sua terra natal, da adolescência conturbada e juventude marcada por ida a uma clínica psiquiátrica e a luta constante contra a depressão, também dizia para os outros em como eu era uma referência ao lado da sexualidade.

Desde que tinha me assumido pros meus pais e passado pelo que passei para afirmar quem eu era, nunca mais escondi. Não tinha necessidades para esconder, e por mais que tivesse sofrido homofobia de tantas formas diferentes, nada serviu para me calar, seja nas entrevistas que dou ou na minha arte de protesto.

Nada me deixa mais realizada do que ver que o que eu faço faz com que pessoas se identifiquem a ponto de não se sentirem sozinha. Eu me senti por muitas vezes sozinha, e vi a música como meu porto seguro de tantas formas. Vi shows de bandas que eu amava e amo, e artista que eu admirava me admirarem de volta. Sinto-me feliz só de ver essas realizações.

Sirvo um pouco mais de chá da garrafa térmica e resolvo encarar as montanhas, deixando meus pensamentos me levarem para mais longe ainda.

Quem tinha me indicado esse lugar era Jude, que tinha ido gravar naquele lugar no ano anterior. Tinha realizado seu sonho de ser diretora e trabalhava onde a chamavam, no que se identificava. Gravava coisas que sempre sonhou em gravar, mesmo que no começo tenha tentado desistir por nunca ter sido reconhecida, mas não desistiu de fazer o que gostava pelo sentimento que nutria por essa arte, e não tardou para que chegasse a outros patamares.

E se envolver com tantas outras garotas, para que no final tenha reatado depois de anos com Luiza. Era até engraçado ver que Luiza me entrevistava por vezes para as revistas que trabalhava e pensar que quando fizemos cursinho pré-vestibular, tínhamos discutido por tantas vezes. Parecia que isso era um mero acontecimento, mas na épica, lembrei que ela sequer olhava para minha cara e toda a vez que ela falava, eu tinha vontade de brigar com ela.

Ao pensar nessa época, lembrei de Sofia e de Natália. Sofia tinha ido morar na França, mas sempre conversávamos. Natália também sempre mantinha contato comigo. Por mais que minhas amizades naquele momento da transição de adolescência fossem poucas, mostraram-se verdadeiras com o passar do tempo.

Sentia-me nostálgica ao me deixar levar por aquilo. Suspirei fundo e continuei a fitar a bela paisagem que estava à minha frente, mas não tardou para que eu sentisse um toque no meu ombro que, quando virei devagar meu rosto, me recebeu com um beijo.

As coisas nem sempre duram para sempre, isso era fato. Às vezes acreditamos que aquela pessoa que tanto gostamos nunca vai sair do nosso lado, mas isso acaba acontecendo. Também amamos alguém profundamente para depois ver que aquilo uma hora acaba.

— Acordada tão cedo? – ela sussurrou em meu ouvido, com os braços envoltos no meu ombro.

— Sim – virei para beijá-la de volta – quis aproveitar o sol da manhã.

Mas às vezes, você tem sorte.

Quando a vi sentada ao meu lado, com sua roupa de frio e sua xícara de café na mão, dei um longo suspiro. Ela, ao perceber, me beijou novamente, tocando meus lábios devagar.

Amanda, com a luz que refletia das montanhas em seu rosto, ficava mais bonita do que de costume.

Amanda, que tanto persistiu atrás do que queria, conseguiu. Era o maior orgulho da família, tanto dos pais quanto do irmão. Professora da universidade de respeito e querida por todos, não escondia e falava com orgulho que continuava com a garota que conheceu no cursinho, e que se duvidasse, a cada dia estava mais apaixonada por ela.

O que tenho que afirmar que a recíproca é verdadeira. Talvez nem eu mesmo esperasse que Amanda ia querer ficar comigo depois de todos esses anos.

Continuar com alguém diz respeito muito mais que amor. Era uma construção que, dia após dia, ia se mantendo. Não queria dizer que era perfeito, já que a perfeição não existe, mas era quase. Discutíamos, às vezes ficávamos o dia sem se falar, mas uma hora ou outra, uma de nós duas acabávamos cedendo e se desculpando, e quando alguém perguntava o segredo para passarmos todos esses anos juntas, falávamos que era o amor, construção e um pouco de sorte.

Ela estava ao meu lado nos piores e melhores momentos, e eu estava ao seu lado nos seus piores e melhores momentos. Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, era o que tínhamos falado uma para outra naquele fim de tarde no quintal de nossa casa, em uma cerimônia para amigos mais próximos, oficializando a nossa união que já se dava desde o tempo que fazíamos faculdade e ainda nos arriscávamos no mercado de trabalho.

Mas quando lembrava dessa união, um certo vazio vinha em meu peito. Caetano que sempre dizia que seria nosso padrinho de casamento, não cumpriu sua promessa.

Tinha acabado de chegar em casa quando a Amanda me deu a notícia. Já sabia que não era coisa boa pelo seu rosto e pela forma que ela me abraçou antes de falar.

O encontraram sem vida na casa dos pais dele. Tinha recém saído de uma clínica, já que acabava sempre indo e voltando delas. Ele parecia estar só dormindo, ou com os olhos fechados como quando fazia ao ficar embaixo das árvores, deitado na grama, aproveitando o vento.

A imagem da sua sobrinha, a criança que sempre corria com ele rindo ainda era nítida no enterro. Ela chorava muito, segurando a mão do tio pedindo pra que ele voltasse para ela, mas ele continuava ali, dormindo sereno, enquanto a mãe dele a consolava e tentava também se consolar.

Não conseguia acreditar que alguém que tanto me apoiou tinha partido. Sua mãe, antes que eu fosse embora, entregou uma carta endereçada a mim. Nela, ele falava que sabia que eu ia ficar com raiva e provavelmente iria me xingar, mas que ele, diferente de mim, não tinha mais esperança. Ele sabia que eu ficaria bem, mas ele estava perdido. Por mais que ele amasse as pessoas, ele não mais se amava. Já tinha tentado de tudo para que se sentisse melhor, mas não melhorava e já estava cansado de tanto persistir. Falou que se tivesse um outro lado, deveria ser melhor do que ele vivia o tempo todo consigo mesmo. Não tinha conseguido se livrar da culpa que não era dele, e imaginava que assim poderia ser, pelo menos uma vez, livre.

Ele fez duas exigências: que fosse lembrado como alguém feliz porque era isso que ele sempre quis e, que se eu seguisse na carreira artística, o que ele tinha certeza de que faria, que fizesse uma obra para ele e outra para sua sobrinha de presente da maioridade.

Assim o fiz. Catarina já estava na universidade, e quando me viu, ficou surpresa. Disse que sempre gostou do meu trabalho, mas não imaginava que eu fosse a amiga do tio dela. Nunca tinha associado à mesma pessoa.

Ela fazia psicologia justamente para tentar ajudar as pessoas que passaram pelo que ele passou. No nosso encontro, ela falou que o luto podia passar, mas nunca era realmente esquecido, e que nunca esqueceu dele. Entreguei para ela o que tinha do seu tio e falei que estava a encontrando para fazer um retrato como prometido. Ela ficou feliz e me abraçou, totalmente empolgada exatamente como Caetano fazia, e pude sentir que ali tinha ficado uma parte dele.

Mas, onde quer que ele esteja, eu desejava que ele esteja bem e que provavelmente ia rir e falar que tinha razão em falar que eu ficaria com a Amanda.

Diante de tantas adversidades, pude ver que a vida me mostrou seu lado ruim, mas também seu lado bom, que muitas vezes te faz esquecer que existe o lado ruim de tão bom que se torna.

E que a verdadeira felicidade é a compartilhada, e sobretudo a que pode se multiplicar.

Pequenas mãozinhas tocaram o meu ombro, e ficou de ponta de pés para beijar meu rosto.

— Bom dia, mamã – e virou para Amanda, beijando seu rosto enquanto ela a pegava no colo – Bom dia, mamã.

— Bom dia, meu amor – disse para ela, sorrindo, enquanto ela me mandava um beijo de volta com as mãos, e ria por conta de Amanda estar fazendo cócegas na sua barriga.

Ana Cristina, me mostrou que poderia ter uma garota que amasse tanto quanto Amanda, e vice versa. Me fez me sentir ainda mais completa quando nos escolheu para sermos sua família.

E assim, quando via as duas mulheres da minha vida ali, juntas, enquanto brincam e riem, me fazem ter certeza de que eu estou onde queria estar.

Fim do capítulo

Notas finais:

Sei que não foi uma leitura fácil até aqui, mas gostaria de agradecer a todas que estiveram comigo durante essa jornada. É uma história a qual nutro muito carinho, tanto que desejei compartilhá-la com vocês.

Bem, e que bom que depois de tudo, as coisas acabaram bem, mesmo parecendo muitas vezes que não. É a vida como ela é.

Até a próxima!


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Comentários para 60 - Epílogo:
Bruna Oliveira
Bruna Oliveira

Em: 20/11/2021

Surpreendemente mararavilhosa!!!  Amei. Parabéns.

 

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 14/11/2021

Parabéns foi uma ótima história, as vezes a mente fode as vezes conseguimos consertar as vezes te tanto tentar desistirmos é  a vida sempre vivendo um dia de cada vez.

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