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Tela em cinza por shoegazer

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Palavras: 1861
Acessos: 520   |  Postado em: 11/11/2021

Eu ainda vou te desapontar

As coisas estavam começando a se tranquilizar. Depois da entrega dos meus desenhos, a psicóloga parecia ter melhorado sua abordagem comigo. Elogiou os desenhos e incitou que eu os continuasse, me dando material e papel de boa qualidade. Acabei aceitando pelo meu estar quase em falta.

Caetano já tinha voltado ao convívio normal. Com a marca ainda presente no seu pescoço como linhas finas, seu cabelo que anteriormente vivia quase inexistente, já que tinha o costume de sempre raspá-lo, agora mostrava seu cabelo de cor castanha clara como o que era presente na sua família. Ficava sentado no costumeiro banco, nosso principal ponto de encontro, fumando, lendo ou anotando.

Estava ao seu lado, tentando desenhá-lo. Mostrei o rascunho para ele e ele sorriu.

— Estou mais bonito aí, sem dúvidas.

E voltou a fumar seu cigarro, até o fim. Apagou a guimba, jogou no cesto e jogou para longe o resto da fumaça que ainda tinha em seus pulmões.

— Sua mãe vem hoje? – perguntou ele a mim, enquanto sinalizava para que não se mexesse tanto.

— Pelo que me disseram, sim.

— Faz quanto tempo que você não fala com ela?

— Uns dois meses, por aí – voltei a olhar para o papel, com a prancheta apoiada nas pernas.

— Se ela trouxer a Amanda como uma espécie de moeda de troca, você falará com ela? – ele colocou a mão sobre o queixo, alisando sua barba rala por fazer. Olhei feio para ele, que riu – Que foi? É só uma hipótese.

— Acho que não. Duvido muito, mas... – dei com os ombros – Não estranharia caso acontecesse.

Caetano passou a mão suavemente pelas têmporas, massageando-as com a ponta dos dedos.

— Está se sentindo bem? – perguntei a ele, que assentiu com a cabeça em um gesto leve.

Ele tinha passado por mais de uma semana na ala dos pacientes em estado mais grave. Quando voltou do seu exílio, estava mais magro e aéreo, como se tivesse ficado imerso em outra dimensão diferente da nossa. Segundo ele, os medicamentos são dados à força, em doses maiores caso você não tenha uma boa reação e na situação dele, tinha passado por sessões de eletrochoque.

Caetano disse que sentiu o gelado do metal contra a sua cabeça, um pano em sua boca fora colocado caso ele convulsionasse e fora dado choques leves na sua cabeça, mas por um período de tempo que ele não sabia informar qual era, mas que no final, ele se sentiu como uma televisão estática, com os chiados no meio dos granulados cinzas que tinha tornado a sua cabeça.

Ele não sentia nada, era fato, mas quando isso significava nada, significada o sentido literal da palavra. Não só não sentia mais nada de ruim, mas também não sentia nada de bom. Era apático como um quadro em branco, como se faltasse algo.

Teve dificuldades para voltar à leitura extensa que costumava fazer. Sentia dor de cabeça vez ou outra, e ainda tinha que ir participar de uma sessão por semana, já que segundo o corpo psiquiátrico, esse método tinha apresentado sucesso ao seu caso. Disse a ele que se tentassem algo do tipo comigo, eu me mataria primeiro. Ele riu e falou entre os dentes: “Não sei, mas acho que se você estivesse como eu, aceitaria o que tinha dito.”

Não conseguia acreditar que alguém poderia estar em uma condição pior que a minha, mentalmente falando. Eu já achava que o que acontecia comigo era um verdadeiro inferno por muita das vezes e era difícil acreditar que tinha chegado aonde cheguei, como que alguém poderia estar em uma situação mais desesperadora que a minha a qual aceitasse passar por isso?

Imaginei que era porque Caetano soava bem mais esperançoso do que eu, mesmo tendo tentando suicídio há pouco mais de uma semana e eu sem episódio de automutilação há um mês.

Terminei o desenho dele e entreguei. Ele deu um largo sorriso, daqueles tão resplandecentes que podem te cegar, e me abraçou. Caetano era o tipo de pessoa que sempre gostava de abraçar as pessoas, ou as cumprimentar. Não era só comigo, mas fazia isso com todas as pessoas, como se tivesse necessidade de tato social.

— Obrigado, Hǎi yún, guardarei isso comigo pra sempre – ele falou com um sincero tom de voz, afagando minhas costas.

— Ah, não precisa exagerar... – respondi timidamente. Ainda não era totalmente acostumada com todo aquela proximidade.

No fundo, vi um funcionário do lugar acenando para mim. Caetano virou, viu o mesmo que eu e apontou com o queixo para onde estavam me chamando.

Cumprimentei-o e saí até o local. Ao chegar lá, vi que minha mãe aguardava no saguão da clínica.

— Hǎi yún, sua mãe chegou – a moça falava alegremente.

Olhei para ela sem dizer nada. Minha mãe, quando notou minha presença, veio até mim, mas não me encarou. Deu um sorriso envergonhado, meneou com a cabeça, a bolsa bem próxima ao seu corpo, e depois olhou para mim.

— Boa tarde, bǎobǎo – ela continuava sorrindo – Como você está?

Dei as costas e fui caminhando pela área de convivência do lugar, com ela vindo atrás.

— Será que podemos conversar em um lugar mais reservado?

Virei o rosto para encará-la por trás, e apontei para o jardim. Caetano não estava mais lá. Provavelmente tinha ido jogar cartas com alguém ou tentar terminar sua leitura em outro lugar. Ou tinha sido levado para a sessão de eletrochoque da semana, como aval para que ele continuasse a andar entre nós.

Sentamos no banco. Nada disse, e me prestei a pegar meu material que tinha ali perto e o organizar ao lado. Conhecia minha mãe o suficiente para saber que ela estava apreensiva, seja pelo jeito que se movia, a forma que encarava o chão, ou pelos sapatos que não combinavam com sua roupa, sendo de saltos baixos, ponto que mostrava que ela não tinha se importado com o que vestir, e se ela não estava se importando com o que vestir, era porquê algo estava a incomodando.

—Hǎi yún, vim porque pensei muito em toda a situação que aconteceu – suas palavras eram quase inaudíveis – já que para mim, ainda não tinha caído a ficha de que tudo isso tinha acontecido.

Olhava ora pro jardim, ora para ela, sem muita importância. Aquele encontro, como os outros, seria só para cumprir o tempo previsto para nosso encontro com os familiares.

— Hǎi yún, você não sabe o que sacrificamos para te dar o melhor que podíamos, mas em nenhum momento percebi que você precisa de nós ao seu lado, e o que isso te custou... – ela respirou fundo – Por muitas vezes, quis acreditar que você só estava passando por uma fase complicada como de qualquer adolescente, mas conforme o tempo se passava, as coisas em vez de melhorar, pioraram e...

Minha mãe olhou para mim. Senti o seu olhar para mim, já que eu não virava para encará-la. Não conseguia olhar em seus olhos e não sentir raiva do que tinha acontecido.

— Ver você aqui, minha filha, não me faz bem – ela confessava em uma voz lacrimosa – É muito difícil para uma mãe ver a filha em uma condição de ir para uma clínica e principalmente, por você não falar mais comigo por todo esse tempo.

Pegou da bolsa um lenço, e tocou onde seus olhos tinham umedecido. Virei para olhar para a frente, e reparar no jardim que nos cercava.

— Conversei com a Amanda na sua última visita. Na verdade, eu a levei de volta – ela deu um sorriso contido – já que ela tinha vindo por conta própria e...

Ela esperava que tocando no nome da Amanda, eu esboçasse alguma reação, mas não foi o que aconteceu. Vendo que nada eu fazia assim como das últimas vezes, minha mãe suspirou alto e entrelaçou seus dedos, mexendo com eles devagar, encarando-os, pensativa.

— Decidi que quando você voltar, seu pai não estará mais em casa.

Olhei-a de soslaio, sem entender bem o que ela tinha dito e, percebendo minha reação, ela continuou a falar.

— Conversamos e achamos melhor assim. Não estava fazendo bem para ninguém.

Só esperaram para que eu tivesse um colapso mental para que percebessem isso.

— Não acredito em nada do que você me diz.

Proferi para ela com a voz em um breve sussurro. Levantei de onde estava, e estava prestes a ir embora, quando ela segurou meu braço. Parecia estar prestes a desabar, e que colocava todo o peso do seu corpo em meu pulso.

— Hǎi yún, me escute...

— Palavras você domina bem – virei para encará-la por um breve momento – mas e os sentimentos de alguém?

Ela nada disse, mas engoli em seco antes de continuar a falar.

— Claro que não sabe. Pra você é mais fácil jogar em uma caixa e fingir que não existe, ou melhor, em uma clínica.

Desvencilhei da sua mão e fui embora. Ela continuou a ir atrás de mim, e eu a me desvencilhar das suas investidas de me segurar, até que parei, com os lábios trêmulos, pressionando um contra os outros, tentando conter as minhas palavras, mas sem sucesso.

— No dia que te colocarem em um lugar longe de tudo e de todos que conhece, distante de alguém que ama, sendo coagida a tomar medicamentos, ouvir uma cretina que fica falando que vai te ajudar e não faz nada além de me perturbar e principalmente, quando você ouvir gritos de desespero, sua cabeça pesar tanto que você não consegue dormir e odiar a si mesmo a ponto de querer se matar, e ver pessoas tomando choque e sendo amarradas, você pensa em ter uma conversa comigo sobre saber o que eu sinto ou o que é melhor para mim. Caso contrário, me deixe em paz! Só me deixe em paz!

As palavras saíram atravessadas e cortantes, e me afastei dela novamente, a passos largos, e me tranquei no quarto. Ela não veio atrás de mim e também de lá não saí mais, pelo resto do dia.

Mal havia pensado no que tinha dito. Só tinha pensado em falar tudo que estava preso na minha garganta e lembrei que a psicóloga tinha dito que, pelo menos, eu estava agora verbalizando o que sentia, o que era ótimo. Ela alegava que guardar as coisas pesadas somente para nós fazia mal e que, por mais que nossas atitudes tivessem consequências, ao menos estávamos encarando-as de peito limpo, segundo ela.

Ela falava que eu deveria imaginar as mágoas guardadas como um elemento tóxico. Conforme ele se propaga e mantém, pior nos sentimos e que, para nos livrarmos deles, tinha que ir no cerne da questão e tratar dele da forma adequada para que, aos poucos, a pessoa voltasse a se sentir bem novamente.

Achava uma analogia cretina retirada de um livro de autoajuda, mas que fazia sentido se parasse para pensar, já que quando eu falava o que me incomodava, mesmo em palavras cuspidas, eu me sentia bem melhor, e esse sentimento perdurava.

Fim do capítulo


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Comentários para 56 - Eu ainda vou te desapontar:
Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 11/11/2021

Que bom Hai Yun está começando se entregar ao tratamento.

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