A Seguranca II por Lena
Capitulo 13
Após todos se empanturrarem de sorvete, a morena se acomodou na sala junto ao demais que à olhavam atentamente aguardando o que a mesma falaria.
De uma forma rápida Mirian relatou todo o ocorrido incluindo como conheceu nosso querido convidado, que demostrava a vergonha pelo seu ato.
- Bom gente foi isso. Apesar do Amizade ter tentado me assaltar ele também mostrou seu lado bom me ajudando. - olho o menino que me sorrir fraco.
- O mizade é legal. - diz Biel de forma natural se deliciando com um sorvete que sua irmã lhe servia, mesmo o menino não aguentando mais comer.
- É sim. Gostei do seu nome, é bem diferente. Você quer trabalhar com a gente Amizade ? - João questiona ao menino que o olha com espanto.
- Sério ?
- Sim. Mas precisamos falar com seus pais. Você estuda ? - continua João atento as respostas do menino.
- Sim eu estudo. Só que, meus pais trabalham muito... São coletores. - completa Amizade com a voz falha.
- Não tem problema meu filho, a Mirian ou o João iram com você hoje para conversar com seus pais. - informa dona Renata que se mantinha quieta.
- Você vai continuar estudando, e no escritório onde essa turma aqui comanda, você vai entrar como jovem aprendiz. Sem deixar seus estudos e com todos os seus direitos. - vejo tanto o menino quando a minha morena me olharem feliz após perceberam que eu não estava irritada com a atitude da mesma.
Como eu ficaria irritada com uma mulher dessas ? Nós adotamos duas crianças, e se dependesse dela com certeza adotaria esse menino, porém, mesmo sem poder, tanto ela quanto seus familiares arranjaram um jeito de tirar o menino da vida incerta que infelizmente é o caminho mais fácil para muitos que não tem a mesma oportunidade. Que na verdade, deveria ser estendida a todos, porem não é o que acompanhamos no dia a dia.
- Bom. Mirian, vai tomar um banho, e vocês trocarem de roupa. Pois iram hoje mesmo falar com os pais do rapaz. - aponta dona Renata de forma séria.
- E você vem comigo. João, pega umas roupas do Matheus para ele, acho que dá, os dois são do mesmo tamanho. - completa a mais velha.
- Tia! Eu não sou pequeno assim. Eu tenho 1.70 não tenho culpa deles serem enormes - rebate Matheus de braços cruzados apontando para seus irmãos.
- É sim. - completa todos na sala incluindo as crianças.
Matheus não teve o que contestar, pois todos riram da cara do " baixinho " bravo que seguiu batendo o pé para o seu quarto pegar as roupas.
- Amor, não fica assim. Tu é pequeno mais eu te amo. Vem cá meu gnomo. - João seguir namorado que não o respondia.
Depois de devidamente arrumados e limpos, João, Matheus, Diana, Amizade e a Monark ainda no fusca, seguiram para a casa do menino que ficava em um bairro distante.
- Quem foi que teve a ideia de virmos no ovo que a Mirian chama de carro em ? - questiona João segurando uma cadeirinha e irritado pelo aperto dentro do automóvel.
- Ela mesmo né viado. Meu carro tava lá parado e ela nem deu ousadia. - completa Diana sentindo Amizade se ajeitar melhor em seu colo.
- Porque a gente não enfiou ela a força dentro do outro carro em ? - continua Matheus se sentindo apertado pela cadeirinha de bebê que tinha ao seu lado.
- Não sei se vocês perceberam, mas, eu estou aqui sabia? - me defendo voltando minha atenção ao transito.
- Grandes coisa. - diz João fazendo os demais sorrirem.
O restante do caminho fluiu normalmente, cheio de risadas confusão e brigas entre os quatro, para a alegria de Amizade que se sentia confortável no meio daqueles malucos.
Chegando ao local tive que deixar meu carro em uma ladeira, pois onde o Amizade morava não entrava carro, por isso, seguimos para a casa do menino que ficava a minutos dali, e ao chegar, nos deparamos com uma casa humilde, que não era nenhuma surpresa tanto para mim quanto para meus amigos. Então, após o menino abrir a porta, e ao pedirmos licença para entrar, o nosso querido amigo já foi barrado por sua mãe que apesar de aparentemente brava demostrava preocupação em sua face.
- Amizade meu filho, onde você tava ? - questiona a mulher ao ver seu filho que não deu noticias o dia inteiro, e que agora estava a sua frente acompanhado de estranhos.
- Desculpa mãe... E-eu. - eu não consegui olhar para minha mãe.
Sabia que tanto ela quanto meu pai, cortava um dobrado para nos sustentar, e após diversas tentativas de arranjar um emprego resolvi seguir pela ultima alternativa que me restava, porem, tive sorte em encontrar a Mirian pois se fosse em outra situação creio que eu não estaria de pé para ser abraçado por minha mãe.
- O que aconteceu Amizade? O que você fez meu filho? E quem são vocês? - questiona o pai do garoto se mantendo a frente da sua familia.
- Tá tudo bem pai, eles me ajudaram e querem conversar com vocês. - ainda abraçado a minha mãe, de forma rápida contei todo o ocorrido para meus pais que acabaram chorando.
- Meu filho, eu sei que a nossa situação não é das melhores, mas, não precisava fazer isso. O que nós te ensinamos ? - questiona seu pai com semblante triste.
- A nunca pegar o que não me pertence. Mais eu tentei painho, e só recebia " Não " todas as vezes, nem chegaram a me da uma oportunidade. Eu só queria ajudar. - abraço meu pai que me aperta acariciando minha cabeça.
Sinto os braços quentes da minha mãe também me acolherem e alguma lágrimas da mesma molharem minhas costas mas não dei importância.
Nós estávamos parados observando a cena carinhosa à nossa frente, o que me deu ainda mais certeza em ajudar aquela familia, porem meu pensamento é cortado ao ouvir um fungar ao meu lado, e virando, encontro João com o rosto banhado em lágrimas sendo abraçado por Diana que acariciava a cabeça raspada do amigo.
- Pelo amor de Deus João, se controla e limpa esse rosto. E você também Diana. - ambos me olham com raiva logo se recompondo.
- Peço desculpa pela atitude do meu filho, não foi isso que a gente ensinou mas infelizmente não é tudo que podemos controla. - diz a mulher ao limpar suas lagrimas sem soltar seu filho dos braços.
- Me chamo Ângela e esse é o Ademir. - aponto para meu marido que se mantinha firme, tanto quanto eu abraçando nosso filho.
- É um prazer conhece-la Ângela, e você também Ademir. Eu sou Mirian, o quase transparente ali é o Matheus, esse gigante é o João e aquela bonitinha ali é a Diana. - vou falado e sentindo meus amigos me baterem.
- Bom, para não tomarmos mais seu tempo, gostaria de saber se a senhora pode liberar o Amizade para trabalha com a gente em nossa agência de segurança. Ele entrara como jovem aprendiz com acesso a todos os seus direito. - me sinto aliviada ao ver o sorriso surgir no rosto dos pais.
- Mas ele vai ter que parar os estudos ? - questiona a mãe preocupada.
- Não. Ele ficara somente meio turno não afetara em nada em seus estudas, na verdade, ele tera que estudar e manter suas notas boas para continuar conosco, essa será nossa única exigência. - vejo os pais concordarem e logo sinto a mão de Matheus em meu ombro me chamando. E chegando próximo ao meu ouvido meu amigo me da uma ótima ideia.
- Ah sim, e com a idéia do meu grande amigo gostaria de saber se vocês também gostariam de se juntar a nós ? O cargo é de auxiliar de limpeza mas sempre temos oportunidade de crescimento lá. Então, vocês aceitam se juntar a nós também? - não recebo uma resposta, e sim, um belo abraço coletivos que juntou a todos incluindo meus amigos e um João que não parava de chorar.
- Acho que isso foi um sim, certo ? - vejo os três concordarem com um aceno ainda emocionados.
- Bom, então na segunda as 08:00 aguardamos vocês. Esse é nosso endereço. Todos já possuem carteira de trabalho ? - os três concordam para o meu alivio.
- Que bom. Como já esta tudo resolvido e seu filho entregue já podemos ir. E Amizade, vai pegar sua bicicleta. - antes de sair ainda fomos novamente abraçados e devidamente agradecidos pela oportunidade dada a familia.
Amizade nos acompanhou até o carro ainda feliz e com um sorriso que não cabia em seu rosto, me fazendo sentir leve, e após nos agradecer novamente e ao pegar sua bicicleta o menino seguiu para casa.
- É tão bom ajudar as pessoas. Não tem preço esse sorriso verdadeiro no rosto deles. - diz João parado junto com seus amigos próximo ao carro observando amizade subir feliz para sua casa.
- Não tem mesmo, é algo tão, sei lá, feliz, prazeroso. - completa Diana ao abraçar João.
- É verdade mas agora vamos.
Todos entram no carro agora mais folgado, porém ainda sob a reclamação dos passageiros, que não perderam a oportunidade de irritar a condutora.
- Sabe o que eu tava pensando ? - diz João
- O quê?! Você, pensando ? Com qual cabeça querido ? - diz Diana de forma divertida levanto todos ao riso.
-Vai se arrombar Diana. Mas voltando aqui, bem que a gente poderia tipo, montar um ONG, o que vocês acham ? - os olhos de João brilharam e seu sorriso cresceu em seus lábios.
- Até que não é uma má ideia. Prestamos serviços a grandes empresas, creio que, algumas participariam. - completo vendo João sorrir ainda mais.
- Ai João, até que em fim uma ideia que preste. - diz Diana ao dar um tapa na cabeça do amigo.
- Diana! Não bate nele. - defende Matheus abraçando seu namorado para em seguida beijar o local machucado.
- Af! Vocês me dão diabetes. - contesta Diana ao se sentar confortável no carro.
- Tô vendo que a viagem vai ser longa...
O caminho para casa foi normal, ou seja, cheio de confusão e risadas, mas, estávamos felizes por ter ajudado nem que seja de uma forma pequena aquelas pessoas, e se dependesse de mim e de todo nossa familia, com certeza ainda ajudaríamos mais...
Fim do capítulo
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