POV MARIANA 

Assim que voltamos para o hotel do pai de Petra, ele já fez algumas ligações tentando se informar sobre o que meu pai andava fazendo por ali. Ele conseguiu saber quem estava hospedado no hotel e com isso conseguiria traçar uma linha de pessoas quem meu pai estava tendo contatos. Ele ficou cuidando disso enquanto ligamos para Julia, e marcamos de nos encontramos amanhã. Nos despedimos e dessa vez fomos pra casa, não tinha clima nenhum de ir a outro lugar depois disso, eu precisava saber o que meu pai e o Bruno faziam ali juntos. 

-Mari, nós vamos conseguir saber o que eles tanto fazem juntos e vamos conseguir o José de volta. —Petra tentava me consolar e eu só acenei com a cabeça.

Chegamos em casa em silêncio, Malu dormia e resolvemos não acorda-lá, Petra a colocou na cama e eu fui para o chuveiro, minha cabeça fervilhava e eu não parava de pensar em como minha vida anda uma completa bagunça.

Encostei a testa na parede do box e deixei o choro cair livre. Meus pais sempre foram distantes de mim, eu sempre quis me aproximar deles, mas nunca consegui, meu pai vivia trabalhando e minha mãe nunca me deu abertura para sermos íntimas, e foi por isso que eu sempre quis construir a minha própria família, sempre prometi que minha filha e eu seríamos amigas e confidentes. Quero dar a ela o que eu nunca tive. 

-Minha linda, vai ficar tudo bem! —Petra me abraçou por trás e beijou meu obro. —Eu estou aqui com você. 

-Promete? —Perguntei sem conseguir segurar o choro. 

-Eu prometo. —Seria insuportável vê-lá partir novamente. 

Petra deixou um beijo casto em meus lábios e ficamos um tempinho debaixo do chuveiro, até que ela me chamou pra sair e vestirmos uma roupa quentinha.

-Vem, hoje eu vou te dar cafuné. 

Petra me puxou até nossa cama e se posicionou para que eu deitasse no colo dela. Ela ficou ali, acariciando meu cabelos, fazendo comentários bobos para me fazer rir, era incrível como essa mulher me tranquiliza, mesmo sendo um furacão por onde passa. Ela é minha calmaria. Acabamos pegando no sono, e foi um sono tranquilo, pois eu sabia que Petra estava ali comigo. 

Acordei com Petra me chamando baixinho e uma bandeja de café da manhã nas mãos, tinha tudo que eu gostava e eu abri um sorrisão quando me lembrei que ela fazia isso no início do nosso casamento. 

-Trouxe pra você. — Ela beijou minha testa e eu me sentei na cama. —Deixei você dormir mais um pouquinho, já deixei a Malu na escola e já avisei a Sandra que que você vai chegar mais tarde.

-Você é incrível. —Alisei seu rosto e ela sorriu. —Eu te amo! 

Petra respirou fundo e me encarou por alguns segundos, aquelas três palavras tinham sumido do nosso vocabulário, e eu só queria ouvir ela me dizer que me amava também. 

-Eu te amo ainda mais! — E foi o que ela me disse. — Eu não quero passar mais nenhum dia longe de você. 

-Eu não vou deixar isso acontecer, eu prometo sempre confiar em você e prometo que antes de qualquer decisão nós duas iremos conversar. —Eu segurava o rosto dela entre as mãos e ela concordava com tudo o que eu dizia. — Eu não quero te perder nunca mais. Você é meu Porto e eu não consigo viver sem você. 

-Promete que não vamos nos perder novamente? — Ela perguntou com os olhos cheios de lágrimas. 

-Eu prometo!

{...}

Depois de refazer nossas promessas Petra e eu tomamos um banho e fomos aguardar o pai dela que ligou dizendo ter novidades, Julia também avisou que estava chegando e eu estava ansiosa para saber o que ia acontecer de agora em diante. 

Não demorou muito e os três chegaram praticamente juntos, Val nos preparou um café e fomos conversar na sala. 

-E então pai, o que você conseguiu descobrir? —Petra perguntou não se contendo de curiosidade. 

-Meninas, eu praticamente passei a noite fazendo algumas ligações, eu ainda tenho muitos conhecidos no Brasil e com a ajuda de uma amigo que me devia um favor eu descobri algumas coisas. —Meu sogro dizia com um tom calmo. —Mari, eu não sei se você já tinha conhecimento sobre esse assunto, mas o seu pai anda metido com jogos, e pelo que eu descobri ele tem uma dívida alta. 

-O que? Meu pai metido com dívida de jogo? —Meu pai sempre foi um homem sem vícios, e agora descubro que ele está com dívidas de jogos. 

-Isso explica ele querer vender a casa da sua vó, amor. —Petra disse e eu me lembrei do fato.

-E tem mais, aquele seu estagiário tem uma reputação horrível, inclusive varias ocorrências por briga de bar. —Lembro que Bruno foi uma indicação de um cliente e eu fui ingênua em não conferir os antecedentes dele. 

-Eu disse que aquele Zé peruca não era flor que se cheire. —Petra disse raivosa e Julia caiu na risada.

-Me desculpe gente, foi mais forte que eu. —Julia tentava conter o riso. —Vou entrar agora mesmo com um pedido de audiência de emergência, mas precisamos de provas, para usar contra eles. 

-Não se preocupe eu pensei nisso, e já vou encaminhar pra vocês o que eu conseguir coletar. —Meu sogro estava empenhado a nos ajudar. —Meu netinho vai vir pra casa dessa vez. 

Petra se levantou e abraçou o pai fortemente e o agradeceu pela ajuda, agora eu estava mais confiante e tenho certeza que meu pequeno viria para nós. 

-Assim que eu tiver novidades sobre audiência eu aviso vocês. —Julia se despediu dizendo que tinha uma reunião. 

-Nós também já vamos indo, qualquer novidade nos avise! —Clarisse e Dr Petrônio se despediram logo em seguida.

-Vai dar tudo certo meu amor. —Petra me abraçou forte e deixou um beijo em meus lábios. 

-Nosso filho vai voltar pra nós. —Ela sorriu e ficamos ali abraçadas. 

Eu precisava ir para o escritório e Petra tinha que ir encontrar Letícia, mesmo não gostando das duas juntas eu não podia deixar de ficar feliz com a empolgação da minha esposa. Nos despedimos e eu parti para o escritório, meu sogro me aconselhou a não falar nada com o Bruno, para ver até onde ele iria, e isso seria uma tarefa bem difícil, pois eu estava afim de escorraça-lo do meu escritório. Estava concentrada em alguns papéis quando Sandra bateu em minha porta. 

-Com licença Mari, tem um homem querendo falar com você. —Estranhei pois não estava esperando ninguém. —Ele se identificou como...

-Lucas Nataniel, ao vivo. —Ele nem ao menos esperou eu autorizar a entrada dele e já foi passando pela porta. — Tudo bem Mari? Quanto tempo não nos vemos. 

-Oi Lucas, o que te trás em meu escritório? 

-Vim ver você, Letícia me disse que te encontrou e eu estava com saudades. —Revirei os olhos e ele sorriu. — Na verdade eu preciso de uma advogada, minha ex mulher e eu estamos nos divórciando. 

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Fim do capítulo