Minha Diretora por Siih17
Oi gente, como estão? Espero que gostem da história.
Pensem na Helena com a fisionomia semelhante a da cantora Ana Gabriela que será sucesso. ??
Capitulo 1
Pode até soar bastante opressor da minha parte, mas hoje olhando a minha vida até o momento, todos os obstáculos que precisei passar e embora tropeçando em um ou outro, consegui chegar viva até aqui e isso é realmente mais do que poderia imaginar.
Sempre costumo me definir da seguinte forma, embora não ache que seja uma descrição muito adequada para os outros, mas a uso quando fico pensando sobre a vida e me autocriticando o que é quase todos os dias: 23 anos, divorciada, recém formada, desempregada e novamente morando com a mãe.
É uma boa descrição, acho que pelo simples fato de já ter me acostumado com isso embora saiba que sou muito além disso, na verdade é o que os meus amigos me falam, pelo menos.
Faz cerca de meio ano que me divorciei de fato após ter assinado os papéis. Nesse tempo pensei que as coisas iriam se ajeitar, que tudo ficaria bem, mas não foi exatamente o que aconteceu.
Hoje não sei dizer se ainda sinto mágoa ou rancor por tudo que me aconteceu, mas consigo falar com todas as letras que tenho muita raiva de mim por ter me permitido permanecer em um relacionamento abusivo, ser traída e ainda mais por todos os meus amigos terem me falado e eu não ter enxergado.
Como feminista eu deveria saber e entender os sinais, afinal já vi tanto isso acontecer com pessoas ao meu redor e até com algumas que eu sequer conheço pessoalmente, mas que ouvi suas histórias e sei do quanto foi doloroso passar por essa fase, talvez esse seja o maior motivo da minha raiva, não ter percebido os sinais a partir do momento que começou a acontecer.
Esse assunto foi e ainda é bem difícil de falar sobre, mas acho que aos poucos vai se naturalizando e em partes se tornando mais fácil de lidar, talvez mais pra frente eu consiga de fato me abrir sobre isso e contar absolutamente tudo com alguém e talvez eu supere tudo que passei. Hoje eu agradeço aos meus orixás por ter eles me guiando e segurando a minha mão nesse caminho escuro que eu estava.
Hoje é mais um dia de luta e como digo a meus amigos, aguardo ansiosamente os dias de glória.
A noite toda foi feita em claro, não consegui sequer fechar meus olhos o que aproveitei para ficar enviando currículos para as empresas em todos os sites que eu encontrava vagas em aberto, ignorando completamente para que seria, mas no momento o fato de eu precisar trabalhar superava qualquer coisa.
Levantei, tomei um banho, fiz minha higiene matinal e resolvi sair para caminhar como acostumei a fazer todas as manhãs, tomei somente uma batida de banana e com meus fones sem fio nos ouvidos, meu celular no bolso com o aplicativo que calculava a quilometragem do percurso aberto e depois de ter escolhido uma playlist mais animada, segui meu percurso de todos os dias.
Caminhei por volta de uma hora e meia, aliviei toda a tensão que estava nos meus músculos e até dei uma corrida em alguns momentos, assim que cheguei em casa estava tudo em silêncio ainda, provavelmente minha mãe ainda estava dormindo. Tomei um banho rápido para tirar o suor e fui fazer um café para nós.
Enquanto estava segurando a minha xícara com meu inseparável café preto, ouvi meu celular tocar e rapidamente o atendi sorridente.
Fui chamada para uma entrevista de emprego pela parte da tarde e fui para meu quarto pensando que roupa eu usaria. Sinto que a partir daquele momento as coisas iriam começar a dar certo, é a vaga dos meus sonhos e sei que eu conseguiria.
- Bom dia, minha filha. - Falou minha mãe entrando na cozinha depois que eu já tinha retornado a mesa e estava novamente tomando meu café inseparável.
- Bom dia mãe, dormiu bem? - Perguntei beijando-lhe a face e sorrindo em sua direção vendo-a sentar-se na mesa junto comigo.
- Dormi sim, filha. E você? Aliás, aconteceu algo? Você parece que está mais animada. - Falou sorrindo enquanto preparava seu café.
- Dormi bem também e estou animada sim, recebi uma ligação sobre uma entrevista de emprego hoje a tarde, estou com uma boa sensação. - Falei sorridente.
- Que ótimo, filha. Com certeza vai dar certo, você é incrivelmente inteligente, vai se sair bem. É para qual vaga? - Questionou sorrindo.
- De professora, mãe. Na escola do centro, aquela particular e bem grande. - Falei empolgada.
- Que incrível, filha. Certeza que você vai conseguir e que ainda vamos comemorar essa oportunidade. - Falou empolgada também.
Eu e minha mãe temos nossas diferenças, sendo lésbica e tendo me assumido aos quinze anos, passei por momentos bem difíceis por conta da sua não aceitação, brigávamos muito e depois que perdi meu pai as coisas só pioraram, mas graças aos deuses hoje tudo se ajeitou e ela lida bem com tudo isso.
Após almoçar fui me arrumar para a entrevista. Optei por colocar uma de alfaiataria mais justa ao corpo na cor caramelo que ficava na altura do meu tornozelo, coloquei uma camisa social branca e um cardigã todo preto por cima deixando a gola e um pouco da parte de baixo a mostra contrastando com o blusão, nos pés optei por um vans preto tradicional.
Uma das coisas que nem todos aceitam é que eu me visto de forma mais masculina e não porque eu sou menos mulher por isso, mas porque eu me sinto melhor e mais confortável dessa forma e infelizmente há muito mais preconceito quando se fica escancarado que eu gosto de mulheres.
Tenho em torno de 1,67 de altura, olhos castanhos ora claros ora mais escuros, no momento meu cabelo está pintando em um tom de rosa pastel, mas originalmente ele é castanho escuro e também é um pouco ondulado. Meu corte de cabelo é masculino, um degradê com o famoso risquinho do lado bem como há também um risquinho na sobrancelha. Meus lábios são carnudos e meu nariz é um pouquinho gordinho na ponta. Tenho um piercing no lábio inferior, algumas poucas tatuagens nos dois braços e um pequeno alargador preto na orelha direita. Sou negra, mas com o tom de pele clara e me orgulho muito de como sou.
Hoje o dia estava fresquinho e só não coloquei uma touca porque é uma entrevista e provavelmente não pegaria bem. Me despedi da minha mãe e após pegar minha carteira e meu celular assim como uma pasta contendo o meu currículo, peguei as chaves do meu HB20 e segui em direção à escola, pelos meus cálculos em torno de vinte minutos estaria lá o que me faria ainda esperar um pouco antes do horário da entrevista.
Coloquei uma música para tocar e segui no trânsito com todo cuidado do mundo porque como dizem, quando estamos dirigindo precisamos cuidar mais dos outros veículos do que conosco. Batucava meus dedos no volante enquanto ouvia a música tocar, coincidentemente estava tocando uma música do grupo Menos é mais e eu amo pagode, então sempre que ouço não consigo ficar parada.
Assim que cheguei na escola, saí do veículo, mas antes me olhei no espelho para ver se estava tudo ok, passei as mãos no meu cabelo rapidamente em sinal de nervosismo e segui para dentro da escola com as mãos suando levemente e tentando pensar positivo.
- Oi, boa tarde. Tenho uma entrevista agendada para às 15h. Você saberia me informar onde ela ocorrerá? - Perguntei para a moça da secretaria porque aparentemente a escola é enorme e provavelmente eu me perderia se não pedisse informações, até porque não me falaram para onde ir após chegar aqui.
- Oi, tudo bem? Boa tarde. Qual o seu nome, por gentileza? - Falou a moça simpática e com um sorriso no rosto que me fez sorrir automaticamente, ela parecia ser gente boa e ter talvez a minha idade ou pouca coisa a mais.
- Tudo sim e com você? Sou a Helena Soares. - Falei sorrindo.
Ela era uma mulher muito bonita, loira, lábios pequenos e pintados com um batom nude, cabelos lisos na altura dos ombros, usa um óculos em formato arredondado com a armação em um tom de nude, usava uma maquiagem simples, mas que a deixava muito bonita, não havia como negar a beleza da moça.
- Estou bem também. Oh, é claro que você seria a Helena, desculpe-me minha distração. Só há você a ser entrevistada nesta tarde, esqueci completamente deste fato. A Mel está a sua espera na sala da direção. - Falou após me instruir como chegar lá.
Achei engraçado seu jeito e só consegui rir enquanto seguia o caminho que ela havia me informado. Subir as escadas, dobrar a direita e a porta era a última do corredor. Segui conforme o indicado e bati na porta após ver uma placa escrito direção e ter certeza que estava no lugar correto. Após ouvir uma doce voz do lado de dentro informando que eu poderia entrar, abri lentamente a porta e foi como se eu tivesse esquecido como se anda após ver a mulher que ocupava o cargo de diretora e estava sentada em minha frente, na sua mesa.
É simplesmente a mulher mais linda que eu vi na vida. Morena, cabelos pretos e longos, olhos claros e me parecia que eram verdes, cílios grandes e destacados, sobrancelhas bem feitas e arqueadas levemente, boca grande e carnuda pintada em um batom com uma cor próxima ao marrom, rosto levemente quadrado que combina perfeitamente com um óculos com uma armação quadrada e de cor preta. Estava usando um blazer branco com uma blusa preta com alguns dizeres por baixo, uma calça jeans de lavagem mais tradicional e um cinto na cintura, não pude ver seu calçado, mas acho que estava de salto.
Ela se levantou para me cumprimentar e eu estava totalmente hipnotizada, provavelmente estava até com a boca aberta e com uma cara de abestalhada.
Fim do capítulo
Oi gente, e então, o que acharam?
Aguardarei ansiosamente para saber a opinião de vocês.
Provavelmente amanhã ou segunda já posto o segundo capítulo.
Obrigada por lerem. ??
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