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Escrito na Gazeta por caribu

Ver comentários: 4

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Palavras: 3294
Acessos: 1573   |  Postado em: 22/09/2021

Capítulo 6 – Plim!

Depois de “bater o cartão” (que na verdade era só a digital que ela encostava na máquina de ponto), Lia se despede de Lucia, que não estava mais na recepção – já tinha ido embora há muito tempo. Mas aquele era um hábito que ela repetia até sem perceber: levantava a mão e resmungava um “tchau, benzinha”.

 

Lá fora, entrou no carro de Isa, estacionado em frente ao jornal. O interior do automóvel estava quente, depois de um dia inteiro assando debaixo do sol, e bagunçado – ela precisou tirar vários livros que estavam no banco do carona, junto de um casaco com zíper. Quando embarcou, reparou que o cheiro de Isa era forte ali dentro.

 

Pendurado no espelho retrovisor, Lia viu duas medalhinhas, uma fitinha colorida da Bahia, uma pena azul e um ursinho de pelúcia, pendurado pela cabeça, quase batendo no painel. O chaveiro dela era enorme; uma lhama com roupinha colorida, típica do Peru.

 

                Ao colocar o cinto, Isa não diz nada, apenas sorri para Lia, antes de dar a partida. Assim que o carro ligou, o rádio ligou junto, tocando alto uma música que ela ouvia pela manhã, a caminho do trabalho. Era Gondwana, o painel do rádio apontando o nome da canção: Felicidad. Ela só deu uma abaixada no volume, quase nada, e bateu os dedos no volante, no ritmo, após engatar a primeira marcha.

 

                Isa abaixou os vidros, e antes de virarem a esquina ela já estava com aquela caneta novamente na boca, e do jeito que a segurou com os lábios, Lia percebeu que havia uma luzinha azul na lateral.

 

O trajeto até sua casa não levaria nem cinco minutos, se aquela rua da Gazeta não fosse contramão. Acabaram demorando mais porque deram a volta pela rua de cima, seguindo por um caminho que Lia quase não tinha o costume de andar, e porque Isa dirigia devagar, bem abaixo do limite.  

 

Mas Lia não estava com pressa, e apreciava o passeio. Sorria, feliz por estar indo embora do jornal tão cedo, em plena sexta-feira. Na sua cabeça, sua voz dizia “hum, então é assim que as pessoas vivem a este horário”, vendo alguns moradores sentados nas calçadas de suas casas, em conversas com os vizinhos, algumas crianças brincando no meio da rua. O pensamento a fez rir. Isa perguntou o motivo, mas ela desconversou e disse algo sobre o tempo.

 

Quando pararam em frente ao seu prédio, que era o mais alto da cidade, Isa disse algo, mas ela não ouviu. Lia estava distraída, pensando que não tinha imaginado voltar para casa acompanhada, quando saiu de manhã para a Gazeta, toda trabalhada no mau humor. Torceu para que os bichos não tivessem aprontado nada, e tudo estivesse em ordem, quando avançaram pelo primeiro portão. Ao passarem pelo segundo, estava pensando em pizza, que talvez fosse uma boa pedida mais tarde. Quando entraram no elevador, as duas confinadas, naquela eternidade até o seu andar, reparou que era uns dois dedos menor que Isa. Talvez fossem do mesmo tamanho depois que ela tirasse o sapato de salto. Será que tiraria?

 

Ela não sabia exatamente o que ia rolar naquele encontro, se podia chamar de “encontro”. Não tinha expectativas porque aprendeu que era melhor criar gatos. Frustrava menos!

 

 

 

- Fica à vontade, não repara na bagunça – Lia fala, que nem uma tia, logo que entram no apartamento. Tirou os tênis e saiu catando alguns brinquedinhos que estavam espalhados pelo chão da sala – Senta, fica à vontade – ela convida, apontando para o sofá, coberto por uma manta com as cores do arco-íris. Empurrou para o canto duas almofadas (uma tinha a estampa de uma mandala e a outra, o formato de um pastel de queijo).

 

- Que legal, você tem gatinhos – Isa diz, ainda parada perto da porta, a bolsa pendurada em uma das mãos, quase encostando no chão. Lia viu que ela apontava e olhava para os nichos presos na parede – E eles estão ali! – ela se surpreende ao ver duas bolas de pelo dentro das caixinhas de madeira, uma pata escorrendo para fora da portinha. Avançou dois passos e Curau miou para ela.

 

- Sim, esses são Pamonha e Curau. São irmãozinhos, foram abandonados – Lia sobe no sofá e puxa um dos gatos pretos de dentro da caixinha – Já faz dois anos que somos uma família! Diga “oi”, amorzinho.

 

- Olá, bichinho – Isa oferece um dedo para o gato cheirar, depois a mão aberta, e só então acaricia a cabeça de Pamonha; quando não encontra nenhuma resistência.

 

- Este é o Mingau – Lia aponta com a cabeça para o cachorro lentinho que entrava na sala, um andar meio tortinho – Ele é velhinho, demora a perceber que eu cheguei.

 

- Que fofinho – Isa acaricia atrás das orelhas do cachorro, que abana o rabo para ela.

 

- Ó, um minuto e eu volto – ela promete, colocando o gato de volta no nicho, descendo do sofá num pulo – Senta, Isa. Só vou ver se está tudo em ordem, colocar comida para eles, trocar a água, a areia...

 

- Fica à vontade – a mulher responde, finalmente sentando. Quando apoiou a bolsa ao lado do sofá, a garrafa de vinho lá dentro fez um barulho no chão – Faz suas coisas tranquila. A casa é sua, fica de boa.

 

 

 

                Lia fez tudo correndo. Limpou os banheiros, os potes de água, trocou o resto de ração que os gatos esnobaram e logo os viu por ali, com o miado típico de quando queriam sachê. Ela deu, mesmo tendo já tendo dado de manhã, porque não queria briga uma hora dessas.

 

                Pamonha e Curau sabiam ser ardilosos!

 

                Foi rapidinho para o quarto e verificou que estava tudo exatamente do jeito que deixou pela manhã: impecavelmente limpo e organizado, nada fora do lugar. Abriu o guarda-roupa e ficou pensando se deveria trocar de roupa. Voltou para a sala vestindo um short, a mesma camiseta que tinha usado no trabalho (uma regata sem estampa), descalça, e flagrou Mingau deitado no sofá, de barriga para cima. Isa estava distraída no celular, fazendo carinho no cachorro.

 

 

 

- Como ele subiu no sofá? Ele não consegue... Desce, Mingau – Lia fala, o cachorro se fazendo de surdo (não abriu o olho, mas deu uma bufada, quase rosnando) – Mingau!

 

- Eu que coloquei aqui, ele quis subir – Isa responde com uma cara limpa, um ar meio de sorriso. Lia se desmontou porque a achou bonita.

 

- Ele está é se fazendo de bobo, sabe bem que não pode subir no sofá. Desce, Mingau – ela fala, séria, e o cachorro finalmente desce. Deu dois latidos quando chegou ao chão, como se estivesse protestando.

 

- Tadinho. Ô, Lia...

 

- Sim, o vinho – Lia levanta, no instante em que ia sentar.

 

- É, sim, mas também o óbvio, né. Não acha que precisamos falar sobre isso? O óbvio? – Isa continuava com aquela cara de riso, e Lia fica parada, segurando a garrafa que ela tinha apoiado na mesinha. Balançou a cabeça, confusa, e por algum motivo se ruborizou – O Mingau é fêmea! – Isa finalmente diz, caindo na gargalhada.

 

- Ah – Lia fala, dando um suspiro que antecedeu uma risada – Isso. É, ele é. Era.

 

- Seu cachorro é menino e menina? – Isa agora sorria abertamente – O que você pensou para ficar com o rosto tão vermelho? – pergunta, e morde o lábio, sorrindo mais, quando Lia ficou ainda mais vermelha.

 

- Para, não faz isso – Lia pede, olhando para o chão, mas estava rindo.

 

- Não fiz nada! – Isa responde. E não tinha feito nada, mesmo.  

 

 

 

                Lia devolveu a garrafa de vinho na mesa e foi até a cozinha, onde pegou duas taças e o abridor. Antes de voltar, mordeu a boca para rir menos, mas encontrou Isa na sala sorrindo para ela, aí se rendeu e riu também. Sentou ao lado dela, no sofá.

 

 

 

- Então... – Isa estava mesmo esperando uma explicação, mantinha as sobrancelhas arqueadas, em expectativa. Encostou sua taça na de Lia, depois de servida, e deu uma piscadinha, antes de beber um generoso gole – Delícia! Esse é o meu vinho preferido.

 

- Então... – Lia bebeu só um pouquinho. O vinho parecia meio seco, amadeirado. Não era docinho como estava esperando, e seu paladar rejeitou – É bom mesmo – ela mente, sorvendo mais um gole curto, se virando para ela – Então, não sei, senti que o Mingau se identificava como macho – ela explicou finalmente, apoiando a taça na mesa.  

 

- Entendi – Isa ri. Tinha pedido uma explicação; aquela era uma – E as Delícias do Milho? – Ela movimenta a cabeça em direção aos nichos dos gatos, agora vazios. Lia ri.

 

- Então...

 

- Meu Deus! – Isa dá outra risada.

 

- Não, brincadeira. Os gatos são machos, mesmo – Lia afirma, voltando a pegar a taça. O vinho era horrível, mas tinha o teor de álcool alto.

 

 

 

                Isa desliza os olhos para a janela, o rosto ainda num sorriso. Viu dali o topo de alguns prédios, cenário parecido com muitos que tinha visto pelos lugares pelos quais já havia passado, mas era a primeira vez que via esse, de sua cidade natal. Ao menos deste ângulo.

 

 

 

- Está pensando que eu sou maluca? – Lia pergunta, de dentro da taça, a olhando por cima da borda.

 

- Sim, mais ou menos isso – Isa volta a atenção para ela, e sorri de novo.

 

- O pior é que eu relutei. Quanto ao Mingau – ela complementa, quando Isa faz um gesto com a cabeça, como se não entendesse – Seria equilibrado, dois meninos e duas meninas. Minha família. Mas...

 

- Ser mãe é aceitar o pronome de seus filhos.

 

- É! – Lia ri, e se recosta no sofá. Observou Isa tirar os sapatos e sentar em cima de uma das pernas, olhando para ela, antes pegando seu inseparável objeto misterioso – O que é essa caneta que você não tira da boca?

 

- Não é uma caneta – Isa bebe mais um pouco de vinho, e se serve mais. Quando faz o movimento para servir a taça de Lia, ela recusa, erguendo a mão – É um vaporizador – responde, finalmente.

 

- Um vapo... – Lia para de falar, e deu para ver que buscava na cabeça uma referência, os olhos subindo um pouco para o teto. Piscou duas vezes quando pareceu encontrar – ...rizador?

 

- Isso – Isa balança a cabeça, e leva o objeto aos lábios mais uma vez.

 

- Você fica o dia todo fumando maconha nisso? No trabalho? – Lia riu, porque estava desacreditada. Que ousada! Uau!

 

- Não fumo maconha.

 

- Mas...

 

- Eu vaporizo! – Isa complementa, sorrindo – É diferente; o verbo.

 

- É maconha que tem aí dentro?

 

- Sim – ela sorri, mas de repente fica séria – Está pensando que eu sou maluca? – Isa ergue uma sobrancelha no final, imitando o tom de Lia.

 

- Sim, mais ou menos isso! – Lia responde, também séria, as sobrancelhas ainda arqueadas – Mulher, se eu tivesse metade da sua coragem, sairia pelo continente fazendo pesquisas para escrever um livro – Isa ri, e Lia continua – É sério, nossa!

 

- É fácil quando não há medo.

 

- Para o quê? – Lia questiona.

 

- Para tudo – Isa bebe mais vinho. Se serviu uma terceira vez.

 

 

 

                Lia ficou absorvendo aquilo, sua língua absorvendo o vinho, que já nem era tão ruim – mas ainda estava longe de ser gostoso. Devia ser muito diferente ser assim, destemida. Mas não sabia se teria tanta coragem. Ela vaporizou maconha no meio da redação, na reunião com o Tomás! Lia acabou rindo mais uma vez.

 

 

 

- Ainda passada? – Isa quer saber, jogando a franja para o lado, divertida porque era nítido que Lia estava meio abalada.

 

- Muito passada! – Lia responde, sendo bastante sincera – Será que sinto medo? Por isso não faço as coisas?

 

- Talvez, sim – Isa balança a cabeça, mas parecia em dúvida – Não só medo, né. Envolve uma série de coisas, mas o medo embrulha tudo, sei lá. O pacote.

 

- Sim – Lia já estava novamente longe com os pensamentos. Tanta coisa que já tinha sentido vontade de fazer e não fez! Tantas palavras não ditas...

 

- Mas como tudo, tem seu preço – Isa também parecia absorta com o que pensava, e seu comentário a traz de volta à conversa.

 

- Como assim? – Lia quis saber. Voltou a apoiar a taça na mesa, apesar de sentir que era bom ter algo nas mãos.

 

- Ah, sei lá – foi tudo o que respondeu, antes de beber o restante de sua taça – Eu devia ter trazido mais do que uma garrafa – ela reclama, servindo o restante do vinho.

 

- Eu comprei vinho para você – Lia levanta, talvez um pouco rápido demais, e a vista ficou turva. Tirou de um armarinho no canto duas garrafas de pinot noir e colocou na mesinha.

 

- Hum, vinho chique, gostei. Está querendo me embebedar?

 

- Não, eu...

 

- É brincadeira, Lia – Isa ri, se inclinando para abrir uma das garrafas, depois que a mulher ficou vermelha. Se serviu, e depois Lia.

 

- Eu não sou muito de beber vinho – Lia explica, depois de um gole de sua taça. Achou esse vinho melhorzinho, mas também não era exatamente saboroso – Acho que parece um suquinho, que a gente vai bebendo e quando vê, se está bêbada.

 

- Sim, quando menos espera, está pelada – Isa ri, como se acessasse alguma lembrança – Eu gosto justamente por isso – ela encosta novamente sua taça na de Lia, como se brindasse uma segunda vez – Ao vinho!

 

- À nudez – Lia responde, mas só porque já começava a se sentir meio altinha. Isa riu porque ela ficou vermelha, e na sequência empurrou os óculos, meio sem jeito.

 

- E aí, o que estaria fazendo se eu não estivesse aqui? – ela quis saber, saboreando mais um pouco de sua bebida.

 

- Provavelmente estaria no jornal, trabalhando, se você não estivesse aqui – Lia ri, porque aquela era uma verdade – Não sei, em geral eu fico cuidando das plantas, fazendo alguma coisa pela casa, assisto algo na TV...

 

- Tipo filme, série...?

 

- Eu gosto de documentário – Lia responde, mas faz uma careta porque aquilo não era inteiramente verdade – Mas vejo pouco. Gosto de assistir jornal, para ser sincera. Deixo sempre nos canais de notícia.

 

- Credo! – Isa sorri – Tem coisa que eu vou atrás de saber só porque sou obrigada. Se pudesse, me alienaria.

 

- Credo! – foi a vez de Lia dizer, e ela sorriu também – E o que você estaria fazendo, se não estivesse aqui?

 

- Aqui em Passarinhal? – ela pergunta, e responde antes que a outra diga algo – Não sei. Tanta coisa... E se não estivesse aqui, na sua casa, provavelmente estaria no meu quarto, na casa dos meus pais, me lamentando por ser sexta à noite.

 

- Tão ruim?

 

- Aqui? Ah... – Isa levanta os ombros, e vaporiza – Não “ruim”. Só estranho. Fiquei muitos anos longe, viajando. Voltei e tudo está diferente, meus amigos estão todos casados, com filhos.

 

- Entendi – Lia responde, mas Isa não sabia se aquilo era verdade.

 

- Pelo menos o trabalho me distrai – ela continua, olhando para Lia –  Eu estava meio na deprê, pensando nesses dois dias inteiros sem o jornal para me ocupar.

 

- Dois dias? Como assim? Você não trabalha amanhã?

 

- Eu, não. Você trabalha aos sábados? – Isa estava espantada. Nem sabia que a Gazeta abria aos finais de semana – E faz o que lá, se o jornal está fechado, sendo vendido nas bancas?

 

- Hora. Eu faço hora e papel de palhaça – Lia responde, parecendo zangada, se servindo de mais vinho depois de virar o copo – Não tem trabalho, eu fico lá conversando com a Lucia. Às vezes leio um livro. Fico lá, à toa.

 

- Panguando – Isa rotula, e Lia ri. Não conhecia o termo.

 

- Isso. Desse jeitinho.

 

- Um absurdo. Por que não renegocia isso? Os outros também vão?

 

- Imagina! Eles alegam que trabalham na rua a semana toda, e que como eu não saio, nada mais justo eu fazer o plantão de sábado.

 

- Lia, você está sendo explorada.

 

- Eu sei – Lia retruca.

 

 

 

Sabia mesmo! Mas não tinha boca para falar certas coisas, e no trabalho, em especial, engolia os sapos porque tinha medo de perder aquela estabilidade toda. Deu um sorriso para Isa, alheia aos seus pensamentos, quando viu que a mulher tinha razão: o medo era um grande impeditivo de tudo.

 

Isa sorriu também, porque viu que Lia sempre fazia a mesma cara quando se perdia nos pensamentos. E sempre mexia no cabelo!

 

 

 

- Imagine que de repente você passa a ter um poder – Isa fala, depois de um breve silêncio – O que você faria com esse poder?

 

- Transformaria minha vida? – Lia não entendia onde ela queria chegar.

 

- É. Transformaria sua vida! Plim, você tem esse poder agora – Isa complementa, encostando o dedo na ponta do nariz de Lia – Plim, Lia! Transforme sua vida!

 

- Seria legal se fosse simples assim, né?

 

- Pode ser simples assim. E é! Eu estou te dando esse poder. Nas minhas andanças por aí eu fui abençoada pelo milagre de Nossa Senhora de Cássia Eller. Estou habilitada com o Poder das Caminhão – ela revela, cochichando, como se confessasse algum segredo.

 

- Ótimo – Lia estava rindo. Deu uma engasgada quando Isa começou a desabotoar a camisa – E para a mágica funcionar você precisa ficar nua?

 

- Não preciso, mas posso ficar – Isa estava rindo, tirando a camisa social, a dobrando com cuidado antes de apoiá-la no braço do sofá – Só estou com calor, por ora. É o vinho – ela justifica, revelando que usava uma regata branca, justa, por debaixo da blusa.

 

 

 

                Lia notou que ela tinha uma tatuagem no braço, um elefante de Salvador Dalí, as pernas bem compridas, como girafas. O desenho ia do ombro até quase a emenda do cotovelo. Olhando rápido, parecia só tinta escorrida, mas o desenho era cheio de detalhes.

 

                Tentando ser discreta, mas impedida pelo vinho, que deixava seus movimentos diferentes, Lia se inclina para olhar o desenho, os olhos fechando de leve quando o cheiro dela ficou mais forte, por causa do cabelo ali, depositado sobre o ombro.

 

                Desviou os olhos da tatuagem para o vale entre os seios da mulher, apertados naquela camiseta. Para fora do tecido, pela primeira vez viu o pingente que ela usava pendurado no pescoço: um mouse.

 

 

 

 

Fim do capítulo

Notas finais:

 

Música do capítulo:

 

Gondwana, Felicidad (https://www.youtube.com/watch?v=0GSOGAd5liw)   

 


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Comentários para 7 - Capítulo 6 – Plim!:
jakerj2709
jakerj2709

Em: 08/02/2022

Estou amando a Isa....Amando a história!!!


Resposta do autor:

 

Que bom!

Eu gosto bastante da Lia, mas tenho uma quedinha pela Isa rs

 

Responder

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Raf31a
Raf31a

Em: 22/09/2021

Que delícia de história! Espero que continue assim, leve e divertida. Adorei a nova capa também. Parabéns! Seguirei acompanhando. 

Chego em casa quase louca do trabalho e a leitura me ajuda a aliviar o estresse. Obrigada por dispor do seu tempo para nos alegrar.


Resposta do autor:

 

Ah, que querida!

Grata pelo seu comentário, por comentar, msm cansada do trabalho!

Fico contente que a história te ajude! Me ajuda a desestressar tb, todas ganham! <3 

Esse livro vai, sim, continuar leve e divertido até o final! Às vezes eu só vou precisar mudar alguns detalhes nos capítulos que forem passando, eventualmente (como hj, que editei um trechinho de um parágrafo do epílogo) pq estou "descarregando" a história no computador conforme "recebo" (rs), e as informações vão surgindo, e a gente vai ajeitando os trilhos conforme o trem avança. Nada demais, mas acho importante falar!

Hoje ganhamos um capítulo novo, até chorei escrevendo rs Me emocionei rsrs 

Então vamos juntas até o capítulo 20!

Beijos! 

Responder

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cris05
cris05

Em: 22/09/2021

Aí ó o poder do horóscopo: "No trabalho, aguarde um retorno esperado". Acho que nem tão esperado assim rs.

Mundo pequeno mesmo!

Lia deve estar passada!

E ainda de acordo com o horóscopo, Lia terá novas e bem-vindas aventuras. Será?

Beijos!


Resposta do autor:

 

Verdade, acho que nem a Lia esperava um retorno assim rsrs

Mas era uma história que precisava voltar, fala aí rs Sáo não se sabe de que forma, ainda (quer dizer, vc não sabe rs)

Mundo pequeno das sapatonas tem nome e sobrenome: dança do rebuceteio rs

Lia está passada!rs Até eu fiquei rs

E, sim, ela previu novas e bem-vindas aventuras, e as terá!

Resta saber para qual direção ela vai atirar rs Ou melhor, escrever!

Beijos!

Responder

[Faça o login para poder comentar]

NovaAqui
NovaAqui

Em: 22/09/2021

E a menina do flashback? A menina do mouse! Uau

Você tem filha! Que legal

 

 


Resposta do autor:

 

Que ce achouuuuuuu!!!?

Sim, era a mesma menina! rsrs

Mundo pequeno!

Aí no presente tava rolando o clima, pá, do nada aparece o pingente e o passado volta!

Banho de água fria rsrs

 

 

Eu tenho uma filhinha, maior que eu já tem uns anos rs

Escrevi uma crônica uma vez falando dela:

https://projetolettera.com.br/viewstory.php?sid=2596

Depois me diz oq achou!

 

Beijos!

Responder

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