CAP?TULO 50
Nara chegou à enfermaria, bateu duas vezes, em seguida colocou metade do corpo para dentro no momento em que a doutora pedia:
r13; Maya, coloque a mão na barriga dela e sinta se os bebês estão bem. r13; Enquanto examinava a pressão arterial da jovem mãe.
r13; Posso entrar? r13; perguntou . A médica gesticulou fazendo aceno com a mão, mandando-a entrar sem tirar os olhos do aparelho. r13;Vim buscar a senhora e a Maya para levá-las até minha casa. A senhora ainda não teve sossego, precisa descansar. Em pouco tempo, a obstetra virá assumir o seu lugar. Ela é ótima. Pode vir sem medo. Lá em casa vocês tomam um banho, vestem roupas limpas e comem algo decente. r13; Enquanto falava, passava a mão lentamente próximo à paciente.
r13; Eu agradeço Nara . Estou pregada e caindo de sono, desde ontem que não prego o olho r13; falava e fazia anotações na prancheta afixada ao lado da cama.
r13; Boa noite, mamãe. Como se sente? Me desculpe a grosseria, como é seu nome? Foi tudo tão corrido que nem tive tempo para ser educada. r13; Ficou bem próxima à jovem.
r13; Cledia Pereira, moça, e eu estou mais para uma coelha parideira do que uma mãe humana. r13; A pobre mulher dava pena. Nara sentiu seus olhos se encherem de água ao ver as mãos magras de dedos longos que a mulher passava por cima do barrigão enorme, acariciando ou, quem sabe, massageando para amenizar uma dor que talvez sentisse.
r13; Dói muito? r13; sentou-se em uma cadeira próxima e passou a mão na barriga da mulher, que, nesse instante, parou de mexer.
r13; Olha só, doutora, a ninhada ficou calma de repente. Foi só a moça passar a mão. r13; Cledia respirava tranquilamente com a folga que as crianças deram na sua barriga. r13; Me desculpa, moça, eu falar assim. É que pra mim essa barrigada parece uma ninhada, eles mexem muito, sem contar que tiram tudo de mim. Por isso, estou assim, parecendo um cadáver. Uma coisa é sustentar um casal como foi com a Maya e o Kessa, outra coisa é gestar 3 filhotes. r13; Ela tentou sorrir, mas o que saiu foi uma coisa meio torta mostrando os dentes perfeitos.
r13;Nara sua voz está causando uma festa com as futuras mamães, as crianças não param de se mexerr13;Apontou para as mães que não estavam muito contentes.
r13;Todos aqui têm consciência do que está acontecendo dentro do corpo de vocês? r13; Olhou para cada mulher deitada e surpresa com a pergunta então balançaram a cabeça, afirmativamente.
r13;Eu sinto muito terem passado por tanta coisa ruim eu tenho uma madrinha que é ótima e apagar lembranças ela virá aqui vai conversar con cada una e quando essas crianças nascerem cada uma vai ganhar uma segunda chance na vida com o destino que escolheram pode também ficar morando aqui tem casas e trabalho para cada una se quiserem trazer a família também serão bem vindos.r13;O espanto, medo e desconfiança estava presente em cada fisionomia.
Nara ainda ia comentar algo quando a médica do plantão da noite chegou junto com uma obstetra para o caso de emergências e outros médicos para o plantão do laboratório, local onde eram atendidos casos simples.
r13; Boa noite, doutora Juliana. Como estão nossas pacientes hoje? r13; A obstetra pegou o prontuário para ficar a par do que as jovens mães estavam tomando.
r13; As crianças estão impossíveis, procurando espaço e, com isso, maltratando a mãe. Aumentei a quantidade de gotas por minuto. A antiga quantidade já não era suficiente. Os bebês estão crescendo rápido demais, o sangue estava pouco para alimentar esse batalhão e a própria mãe. r13; A médica examinou a quantidade de gotas caindo e abriu mais um pouco. r13; A paciente está reagindo bem, mas sente dores na barriga, o que é normal. Ela precisa de massagens nessas horas, e fique atenta às alterações. Ela está entrando na 28ª semana, a qualquer momento vai ser preciso fazer uma cesariana.
r13; Ficaremos alerta, não se preocupe. Agora, vá, porque sabemos que seu plantão foi duplo. Agora, é com a gente. r13; A médica foi direto verificar a pressão da paciente enquanto olhava para o aparelho marcando as batidas do coração.
O trio saiu e Nara acompanhou a doutora Juliana e Maya que tinha ficado em silêncio o tempo todo ao lado da mulher que trouxe ela e o irmão ao mundo a pé pelas ruas de pedras com pouca iluminação e muito verde de todos os lados. A lua cheia contribuía para uma noite agradável e as três vinham conversando despreocupadamente.
r13; Me desculpe, Maya, mas eu acho que a Cledia não está muito feliz com a gestação. r13; Nara escolhia as palavras para não magoar a garota.
r13; Eu acho que entendo ela. Nenhum dos filhos que ela teve foi desejado, seu corpo sempre foi violado para ser depósito de óvulos alheios. O único que desejou de verdade era o filho do homem que ela amou, mas, pelo que ouvi, o pai apareceu morto e a criança desapareceu. Ainda assim, ela cuidou de mim e do meu irmão até os dois anos, daí o lunático nos levou e passamos a viver em jaulas. Não temos aquele laço que os filhos têm com os pais, entende? r13; Maya fazia a coisa parecer simples e o modo manso da fala surpreendeu Nara.
r13; Isso foge à minha compreensão. Para mim, os pais são responsáveis por nossa segurança.
r13; Mas você tem que entender que ela foi tirada de casa ainda criança, vendida por algum dinheiro e passou a ser mulher nas mãos de um homem cruel e, logo em seguida, foram colocados todo mês embriões em sua barriga, que seu corpo matava. Ela teve cinco abortos antes da Meu irmão e eu, depois, engravidou do homem que pensou amar. Então, mais um monte de abortos até o Dr. Rui afirmar que ela só sustentava os óvulos da seleção 130. Assim era o nosso nome, eu sou 131 e Kessa 132. Era assim que ele chamava a gente.
r13; Minha nossa! E por que o corpo dela só aceitava essa série de embriões?
r13; Ninguém sabe, nem mesmo o Dr. Mascarenhas conseguiu descobrir o porquê. Como esses óvulos eram os últimos congelados, ele estava preparando Maya e outras fêmeas para engravidar do Kessa. Caso isso não acontecesse, ele retiraria os espermas do Kessa para inseminar outros óvulos. Pelo menos, era isso que eu os ouvia conversando.r13; Doutora Juliana explicava a uma Nara silenciosa.
r13; Eu não entendo como uma pessoa pode ser tão ruim assim. Tudo isso pela ganância e poder r13; Nara falava, pensativa.
r13; Eu acho que ele faz isso porque a mente dele é doentia e perdeu valores de ética e cristã. Na cabeça dele, tudo que faz é em benefício da ciência. Essa gestação recebeu número na série de 138 a 145. Entre o nascimento da Maya e esses aí agora, foram mais cinco abortos, portanto não, ela não gosta das crianças como mãe, porque ela não planejou a gestação, ela foi violentada.
r13; Me diga: ele batizava as crianças com números como a etiqueta de um produto? r13; Era difícil manter o autocontrole e ser a pessoa sensata que estava tentando ser quando estava ouvindo coisas como essas. Gem*u de raiva, tentando se controlar. Aos poucos, abaixou o tom de voz, percebendo que suas companheiras de caminhada tinham se assustado. r13; Gente, me desculpem. Esse meu gênio é difícil de controlar, me desculpem. Pode continuar.
r13; Eu sei como se sente, também fiquei assim. Meu irmão quase morreu de tristeza quando descobriu que não éramos crianças normais, e sim uma experiência de laboratório. Até os dois anos, vivíamos em uma fazenda distante. De dois em dois meses, ele vinha e fazia uma bateria de exames e ia embora. A Cledia não era uma mãe carinhosa e nem os empregados, mas éramos livres. Foi ela que me deu o nome de Nala e eu completei com Maya, e o nome do meu irmão foi eu que dei, mas, nos registros médicos, nós somos o projeto 131 e 132. Não temos certidão de nascimento, o que temos é um RGA, que quer dizer Registro Geral do Animal, e uma plaqueta com o número que indica quem é nosso dono.
r13; Vai ser a primeira coisa que terá amanhã. Vou providenciar com o meu tio. E essa plaqueta, vocês ainda têm? r13; Nara estava estupefata com as declarações da garota e com bastante receio de serem localizados a partir dessas placas.
r13; Deixamos na cela para ele não nos encontrar. Eu só vim descobrir porque ouvi ele conversando com o outro cientista sobre as plaquetas, que elas tinham GPS e que onde a gente fosse, ele saberia. r13; Maya não transmitia sentimento algum na voz e isso preocupou Nara. Qualquer ser tinha que ter sentimentos, raiva, mágoa, rancor, ódio, desejo, inveja; mas ela não tinha. Era de uma calma, uma paz, uma voz que encantava, e Nara estava realmente encantada, o que a fez repensar suas atitudes imaturas. Tinha muito o que aprender com aquela garota.
r13; Você é sempre assim calma? r13; não resistiu e perguntou. Nesse momento, a médica e a garota riram e Nara não entendeu.
r13; Que nada, isso é só aparência. Ela é um vulcão em erupção. Seus sentimentos são muito profundos. Espera, deixa eu explicar melhor. Você já viu uma leoa deitada perto dos filhotes? Ela é calma, pacífica, parece não ligar para nada. Agora, se ela percebe perigo...
r13; É uma máquina de matar r13; Nara completou.
r13; Não exagere. Mesmo sendo treinada para matar sem pena ou piedade, eu nunca matei nada, porque penso antes, me ponho no lugar da vítima e sempre acho um motivo que a levou a fazer aquilo. Tudo é uma questão de cálculos e estratégia, temos que estudar cada passo ou gesto dos que se dizem amigos ou dos que fingem. Dos que se declaram inimigos também. Se você conhece seu oponente, você o destrói ou, no caso do amor, você conquista, mas, antes, tem que se colocar no lugar do outro.
r13; É muito difícil pra mim. Sou esquentada, perco a paciência fácil, detesto mentiras e tudo quero resolver na porr*da r13; Nara confessou, sem muito orgulho do que dizia.
r13; Não se cobre muito. Você já nasceu com a responsabilidade de comandar um povo e isso não é pouco, mas, pelo curto espaço de tempo que nos conhecemos, dá para perceber a líder justa que será, e calma vem com o tempo. A Maya é calma porque sempre teve tempo para pensar, então treinou esse lado. O que ela tem de calma você tem de livre r13; a doutora explicava sabiamente a uma Nara que ouvia cada palavra e guardava bem lá no fundo para se lembrar toda vez que quisesse explodir.
r13; Pode estar certa, mas eu a vi mandando a Maya ir embora. Isso é preocupação de mãe.r13;Nara lembrou da mulher mandando a garota ir embora.
r13; Eu não acredito nesse amor materno. Ela me mandou sair porque sabe que, se estiver presa, eu não sou útil, ela continuará sendo escrava dele, e, fora das grades, eu posso dar a ela a liberdade e é isso que espero que ela seja. Livre. Ninguém merece passar por tudo que ela passou.
r13; Quanto mais escuto você, mais me custa acreditar que só tem 12 anos.
r13; Na forma da deusa tríplice, eu sou uma das luas minguantes, a anciã relacionada à sabedoria. Eu já nasci velha, minha irmã que está vindo é a lua minguante, que representa a pureza. Foi ela que sentiu o seu toque e pediu que os outros se comportassem na presença da alfa. Ela também sentiu sua magia. — Maya ria com o olhar espantado de Nara para sua explicação.
r13; Mas eu não sou bruxa, sou loba de linhagem, metade lobo, com mente humana quando estou em batalha r13; explicava, orgulhosa de sua linhagem. Poucos lobos tinham herdado esse dom dos antigos egípcios.
r13; Você nasceu bruxa, só que ela estava adormecida igual a loba da Amkaly, tão ou mais poderosa do que Esther e sua companheira Sandy. r13; Agora, era a médica que olhava surpresa para Maya.
r13; Maya, você está afirmando que pode conversar com sua irmã lá dentro e que ela pode conversar com você? Qual dos sete é ela e quantas meninas tem lá?
r13; A Lilith está por trás do trigêmeos, não dá pra ver pelo ultrassom, mas lá cinco bruxas e três híbridos.
r13; Algué
m aí falou da minha ídola, a mulher que mais admiro além de mim mesma?
Fim do capítulo
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Marta Andrade dos Santos
Em: 30/08/2021
Vai arregar Ananya! kkkk
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