Oioi
Oi meu filhotinho!
POV MARIANA
Agora eu sei exatamente como a Bella do Crepúsculo se sentiu em sua lua de mel. Antes de ir para o restaurante, Petra levou todas as coisas pessoais para o nosso quarto e isso fez meu coração bater descompassado. Eu sei que fiz burrada e entendia a mágoa dela, mas talvez era a chance que eu precisava pra me redimir. Porém quando Petra chegou do restaurante eu já estava deitada em nossa cama, apenas de calcinha e camiseta fininha, eu sabia que ela amava quando eu me vestia assim e eu queria provocar, mas ela parecia o Edward e nem ao menos se aproximou de mim, dormiu na beira da cama, quase caindo. Os dias iam passando e eu tentava cada vez mais me aproximar da minha mulher.
-Petra, você não precisa dormir tão na beirada. — Falei me sentando na cama quando ela se acomodava pra dormir.
-Eu estou bem aqui. —Ela me respondeu secamente e eu sorri de lado.
-Está com medo de me agarrar sem querer? —Ela segurou o travesseiro no ar e me olhou com a cara fechada.
-Não tenho medo Mariana, só quero poder dormir em paz. —Ela puxou o edredom e se enfiou, virando para o outro lado. —Boa noite.
-Boa noite, gostava mais quando eu ganhava beijo antes de dormir. — Ouvi ela suspirar e eu sorri vendo que eu causava algum efeito ainda, passei minhas mãos em seus cabelos e fiz um cafuné que ela gostava.
-O que você quer Mariana? —Ela se virou irritada, e eu me aproximei mais do corpo dela.
-Um beijo de boa noite. —Meus olhos brilhavam, eu tinha certeza e ela revirou os olhos, enfiei minha mãos em seus cabelos e me aproximei ainda mais.
Meu coração tava acelerado, e Petra alternava o olhar entre minha boca e meus olhos. Ela parecia pensar na situação e eu teria que tomar coragem se eu quisesse que algo acontecesse. Me aproximei ainda mais e sentia sua respiração descompassada em meu rosto, uma das mãos dela foi parar em minha cintura e um simples toque deixava meu corpo todo aceso. Quando nossos lábios iam de encontro ouvi a porta do meu quarto ser aberta e Malu choramingando com o urso na mão.
-Mamãe, eu tive pesadelo. —Petra se afastou tão bruscamente que ela faltou cair da cama.
-O meu amor, vem cá na mamãe. —Ela foi até Malu e a pegou no colo. —Vai ficar tudo bem tá bom?
Malu concordou com a cabeça e eu abri espaço pra minha filha se acomodar no meio de nós. Não fiquei brava, mas era um sentimento de frustração, pois eu queria muito aquele beijo.
-Acho que melhor a gente dormir, amanhã temos um longo dia. — Amanhã era audiência de guarda do Zé, eu estava mega nervosa. —Boa noite filhotinha, boa noite Mariana!
Ela agarrou o corpinho de Malu e beijou sua testa. Em poucos minutos as duas dormiam e enquanto o sono não vinha eu fiquei admirando os dois maiores amores da minha vida, eu daria a minha vida por elas e não vejo a hora de ter o Zé aqui no meio de nos três. Respirei fundo e pedi a Deus que me desse forçar pra lutar contra minha mãe amanhã no tribunal.
O dia amanheceu frio, Petra já não estava mais na cama e Malu dormia esparramada no colchão, dei um beijo em sua cabecinha e fui para o banho, o relógio marcava seis e vinte e a nossa audiência seria as dez da manhã. Me arrumei e acordei minha filha para arruma-lá para a escola. Desci e Petra estava falando ao telefone com dona Heleninha, minha filha quis falar com a Bisa e eu me sentei esperando as duas terminar. Val chegou e se sentou na mesa comigo.
-Vai dar tudo certo, eu tenho fé. —Ela alisou minha mão e concordei com a cabeça. —Vou desce com Malu, o uber já está chegando.
Me despedi da minha filha e Val partiu com ela pra escola, Petra se sentou ao meu lado e segurou minha mão por cima da mesa.
-Vai dar tudo certo, em breve ele estará aqui correndo pra todos os lados. —Sorri imaginando a cena. —Come um pouquinho.
Concordei com a cabeça e ela me serviu o café. Era muito bom tê-la ali comigo, por algum motivo eu me sentia mais segura, me sentia mais confiante.
Tomamos café, conversamos sobre algumas coisas, mas não tocamos no assunto do quase beijo de ontem, ou não significou nada pra ela, ou ela queria fingir que nada aconteceu. Suspirei com o pensamento e Julia ligou dizendo que já nos aguardava no escritório. Seguimos ao escritório da nossa amiga e ouvimos ela dizer o que tínhamos que fazer.
-Não se preocupem, a juíza não vai fazer perguntas que comprometam vocês. —Julia segurava minhas mãos por cima da mesa e Petra ouvia tudo com atenção. —Sejam sinceras, mas não precisam mencionar o divórcio.
Concordamos e seguimos para o vara da infância e juventude. Chegamos e eu tinha um frio na barriga, Júlia segurou minha mão tentando passar segurança. De longe avistei meu garotinho no colo de uma mulher, ele chorava e sem pensar eu me aproximei.
-Oi meu filhotinho. —Ele me deu os bracinhos e se agarrou em mim. —Que saudades eu estava de você.
-Hey garotão, como você está lindo! —Petra se aproximou e o Zé abriu um sorrisão.
Estava brincando com o Zé e minha mãe se aproximou com toda sua arrogância.
-Paloma, por qual motivo você deixou essas pessoas segurarem o meu neto? —A mulher encolheu os ombros e minha mãe pegou o José do meu colo de forma brusca.
-Mãe, por que você está fazendo isso? —Questionei e ela me olhou de cima a baixo.
-Estou fazendo o que é melhor para o meu neto, e quem me dera poder fazer o mesmo por Maria Luiza. Agora me dê licença, tenho que ir participar desse circo que você armou. —Minha mãe saiu sendo seguida pelo meu pai e a babá.
Petra segurou meus ombros e Julia se aproximou. Deixei algumas lágrimas rolaram, mas sequei rapidamente.
Julia olhou no relógio e entramos, estava na hora da primeira audiência, meu nervosismo era evidente e Petra notou isso, ela segurou minha mão e entramos juntas sendo avaliadas pela minha mãe, que mantinha um sorriso de deboche.
-Bom dia, daremos início a audiência de guarda do José Pedro Maia Cardoso. —Nos levantamos e recebemos a juíza.
Meu peito faltava sair pela boca, eu quase não conseguia prestar a atenção no que todos diziam. Julia era quem falava por mim e eu agradecia por minha amiga estar ao meu lado.
-Senhora Mariana, você alega que sua irmã a procurou em seu escritório e a entregou a criança. —Respondi a juíza e ela prosseguiu. —Alega também que ela deixou ordens expressas para que sua mãe não soubesse da existência do garoto.
-Sim excelência! — Minha mãe tinha a cara fechada e certeza era de raiva. —Nossa relação com nossos pais nunca foi amigável e Sabrina não queria que o filho fosse criado da mesma maneira.
-Em contra partida a senhora Jaciara alega que você e sua esposa não dariam conta de cuidar de mais uma criança e estariam se divorciando. -Minha mãe sorriu vitoriosa.
Um nó se fez em meu estômago, essa situação não estaria acontecendo se naquele maldito dia eu não tivesse me precipitado, tudo bem que Petra e eu andávamos em pé de guerra, mas eu deveria ter me esforçado mais.
-Minhas clientes tiveram um pequeno problema, mas esse divórcio não foi a diante excelência. —Julia respondeu por mim. —Se essa audiência fosse aberta para testemunhas tenho certeza que teríamos muitas pessoas testemunhando como essas duas mulheres são ótimas mães.
Julia falava com firmeza e a Juíza ouvia tudo sem esboçar reações. Eu tinha medo por ela ser uma mulher mais velha e, não entender nossa relação.
-Essa é uma audiência de uma possível conciliação entre as partes, mas hoje a senhora Jaciara me apresentou provas de que o divórcio de vocês duas está em andamento. —Ela me estendeu a cópia do meu divórcio assinado por mim.
Eu não faço ideia de como minha mae conseguiu aquele papel, ele estava no meu escritório. Petra se remexeu na cadeira e Julia encarou minha mãe furiosa.
-Tendo essas evidências eu mantenho a guarda em posse de Jaciara Maia e Antonio Maia. — A juíza encerrou a audiência e eu não consegui mais me segurar.
Chorei agarrada em minha advogada e Petra estava ao meu lado com as mãos em meus ombros.
Júlia nos deixou em casa e eu desabei novamente no sofá. Petra se ajoelhou em minha frente e me deixou chorar. Ela não disse nada, mas eu sabia que ela estava ali me dando todo o apoio.
-Mari, toma um banho. —Petra fez um carinho em meu rosto e eu concordei. —Vou preparar algo pra você comer.
Mesmo sem força eu não podia deixar de lutar, eu iria recorrer, não vou deixar o meu filho nas mãos da minha mãe.
-Fiz uma comidinha leve. —Mariana puxou a cadeira pra mim e eu me sentei. —Val foi buscar Malu.
-Obrigado. —Sorri de lado e ela se aproximou deixando um beijo no topo da minha cabeça.
-Não precisa agradecer, nós vamos conseguir nosso garotão de volta. —Ouvir ela dizer nosso garoto me dava esperança.
Comemos e Petra juntou a louça, ela não me deixou ajudá-la com a louça. Ela tentava fazer graças pra me tirar risadas. Era a primeira vez a tempos que nós duas estávamos em um clima gostoso, quase o mesmo clima de um tempo atrás, que nós duas éramos muito felizes.
-Estou pensando em sair do restaurante. —Ela se sentou ao meu lado no sofá.
-Mas você ama aquele lugar. —Petra dava a vida pelo restaurante, tanto que isso era pauta para as nossas brigas.
-Sim, mas acho que meu tempo esgotou por lá. —Ela suspirou e sorriu de lado. —Acho que está na minha hora de ter o meu próprio restaurante.
-Você sabe que eu te apoio, sempre foi o seu sonho. —Fiz um carinho em sua mão. —Se você se sente segura, deve seguir com o plano.
-Obrigada.
Continuamos conversando sobre o restaurante, mas parece que o destino que aprontar conosco, ela falava sobre o novo chefe quando o celular dela apitou uma nova mensagem e o conteúdo me deixou com um nó no estômago.
Andrea via WhatsApp:
-Oi, estou com saudades! Queria te ver.
-Eu não paro de pensar no nosso beijo. Me liga!
Petra me olhou assustada depois que viu que li o conteúdo da mensagem. Ela se levantou nervosa e eu tinha as mãos na cabeça, por que isso acontece comigo? Tudo resolveu desmoronar em mim de uma só vez.
-Mari, eu posso explicar. —Balancei a cabeça em negação e impedi que ela se aproximasse.
-Petra, para! Eu não tenho nada a ver como sua vida mais. —Novamente eu tinha lágrimas nos olhos. —O mesmo que você me disse aquele dia eu digo a você hoje. Você é uma mulher livre.
-Eu só peço que não deixe que isso complique mais nossa luta pela guarda do Zé, e depois cada uma pode seguir seu caminho.
Fim do capítulo
Alguém dá um soco na Andrea! E um beliscão nessas duas!
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Anny Grazielly
Em: 14/07/2021
Cara... serio isso?!!??!?!?! Sem comentários...
Resposta do autor:
Até eu to sem comentários
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