Como havia prometido, mais um capitulo!!!
Capitulo 17 - Bom dia !
Capitulo – 17
Ser acordada por Aline, depois de um dia cheio de incertezas, foi muito especial. Desde o momento que ela abriu a porta silenciosamente para não me acordar, eu senti a presença de alguém, despertei, mas continuei de olhos fechados. Reconheceria aquele cheiro, em qualquer lugar, em qualquer circunstância.
Não ouvia os passos, mas senti quando o colchão cedeu com o peso do corpo dela, senti a mão tocando meus cabelos, senti as unhas, senti a respiração e não consegui mais fingir, e mesmo que eu quisesse não conseguiria mais fugir.
Falamos pouco, quase nada, as palavras naquele momento não eram necessárias, e o meu único medo era de não conseguir o que involuntariamente ela estava fazendo por mim. Conhecer e me apaixonar por Aline em tão pouco tempo, mostrava apenas que não temos o controle de nada, que não podemos lutar contra o destino, ou simplesmente desviar das pessoas que surgem em nossas vidas.
Fizemos amor de forma tão intensa, tão mágica, que quando ela colocou a cabeça no meu peito e me abraçou, eu tive medo de estar em um sonho, de acordar e não ter ela do meu lado.
Aline, além de ser uma mulher incrível, uma profissional dedicada, tinha uma personalidade muito forte, era dona das suas vontades, dos seus desejos. Mostrou esse lado, quando decidiu vir me procurar. E eu estava encantada com a capacidade dela de entender o que estava acontecendo, de aceitar o fato de estar se envolvendo com uma mulher.
Havia chegado a hora de mostra a ela, o quanto eu estava apaixonada, o quanto eu precisa dela na minha vida, mesmo tendo fugido, desde o começo eu sempre soube que ela era pra sempre.
Nos meus lençóis ficaram o cheiro dela, na minha pele as marcas de uma trans*, de sex*, de amor, que se misturavam pela intensidade, pela vontade, pelo sentimento, foi quase surreal e ao mesmo surpreendente. Uma mulher extremamente experiente, sendo dominada por uma mulher que está se descobrindo, se conhecendo.
_Meu anjo, acredita que não comi praticamente nada hoje, ansiedade tira o meu apetite. Vamos pedir alguma coisa?
_Estava ansiosa por que? _Falou sorrindo
_Certa pessoa não dava noticias, fiquei preocupada.
_Queria fazer uma surpresa, não valeu a pena?
_Muito_ falei beijando a cabeça dela.
_Pedi uma pizza, também estou com fome, e preciso ir pra casa, não quero pegar a rodovia muito tarde.
_Sem chances, vou pedir a pizza por telefone, vou colocar uma roupa, e vou falar com o Paulinho pra colocar o seu carro na garagem da casa dele. Depois, vou pegar a pizza e volto pra casa.
_Preciso estar logo cedo no hospital.
_E eu na construtora, e não posso me atrasar, a minha chefe é uma fera, portanto, saímos juntas pela manhã.
_Talvez seja melhor mesmo, estou um pouco cansada, e vamos testar se ainda vai querer ficar comigo, sou chata, preguiçosa e manhosa quando acordo muito cedo.
_Se eu passar no teste você namora comigo_ somente depois que falei é que percebi a força daquelas palavras, tentei disfarçar e ela percebeu.
_Veremos!
Fiz o pedido da pizza, coloquei uma roupa e desci as escadas rezando pra não encontrar o meu radar. Karina com certeza faria um milhão de perguntas, e mais dois de piadas. Ainda era cedo para falar da Aline para os meus amigos, precisava primeiro saber como seria a partir de agora, mesmo sabendo que seria impossível esconder o que estávamos vivendo.
Deixei o carro dela na garagem, fui pegar a pizza, e como a pizzaria era na rua do lado, fui caminhado e voltei em menos de vinte minutos. Abri o portão e subi as escadas tentando não derrubar a pizza, e quando abri a porta, vi apaixonei mais ainda por Aline. Ela estava deitada no sofá, o roupão estava um pouco aberto, revelando as pernas e parte dos seios, ela parecia estar adormecida. Coloquei a pizza na mesa e fui na direção dela, parei por um instante, me ajoelhei e toquei os lábios dela com os meus, levemente, para não assusta-la.
_Sabia que vou acabar ficando viciada?
_Nos viciaremos juntas.
_Sabe que corre o risco de não ter cura, não sabe?
_Digamos que eu já esteja irremediavelmente apaixonada por você.
_Empatamos então.
_A pizza vai esfriar, quer vinho, suco...
_Vinho, vai me acompanhar?
_Faz alguns meses que não bebo, por causa do tratamento.
_Tratamento?
_Depressão, podemos falar sobre esse assunto depois_ Aquele assunto me incomodava, e para não criar um clima chato, fui pegar os pratos e o vinho.
Na minúscula cozinha, sinto ela me abraçar por trás, apoiando o rosto nas minhas costas, com certeza havia percebido o meu desconforto.
_Nicole, guarda o vinho, vamos tomar suco...
_Meu anjo, está tudo bem, não bebo por causa do medicamento, mas isso não quer dizer que vou privar você de beber quando sentir vontade.
_Pra mim não tem problema nenhum tomar suco, vamos guardar o vinho pra outra ocasião.
Comemos a pizza, lavamos a louça, eu tomei banho, enquanto ela dava uns telefonemas e quando entrei no quarto, ela estava dormindo, abraçada em um dos travesseiros. Fechei a janela do quarto, apaguei a luz, e tentei deitar sem acorda-la. Quando sentiu a minha presença, virou e se aninhou nos meus braços, parecia aquelas gatinhas manhosas, procurando um chamego. Deixei que ela procurasse a melhor posição, ela parecia cansada, e logo senti a respiração dela ficando mais tranquila.
Ainda fiquei um certo tempo tentando dormir, pensava em tudo que aconteceu durante o dia, contando ninguém acreditaria que uma pessoa que tinha o padrão de vida da Aline, pudesse passar o dia em lugar tão simples, pequeno, sem luxo nenhum, comendo pizza com a mão e se lambuzando, e agora dormia como se estivesse na cama mais confortável do mundo.
Em nenhum momento ela mostrou estar desconfortável, agia de forma natural. Era apaixonante ver ela buscando se encaixar no meu mundo, na minha vida.
Como a praia ficava muito próximo da minha casa, a noite costumava esfriar um pouco, e várias vezes quando eu virava buscando uma posição mais confortável na cama, sentia um braço buscando a minha cintura e uma perna se encaixando entre as minhas pernas. Como é possível, em uma semana de convivência, dois corpos conseguirem se encaixar em uma cama, de forma que não havia um único centímetro que separasse os dois. Queria muito acreditar que quando dois corpos se encaixavam, nada conseguiria separa-los.
Fomos dormir cedo, e quando os primeiros raios começaram a surgir entre as frestas da cortina do quarto, senti uma mão quente acariciando minha barriga, descendo pela minha coxa, e uma respiração um pouco mais acelerada na minha nuca.
_Brincando com fogo logo cedo?
_Consegue apagar?
_Podemos tentar_ falei me virando, e tentando tirar a minha camiseta que ela usava.
_Facilitei a tua vida, dormi sem calcinha, a minha ficou secando.
_Não consigo imaginar uma forma melhor do que essa pra começar o dia.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Dolly Loca
Em: 10/07/2021
Wow!!! Que delícia de capítulo
Resposta do autor:
Fico feliz que tenha gostado, precisamos apimentar esse inicio de namoro, não oficializado...kkkk
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