oioi volteii
Te deixarei livre!
POV MARIANA
Desde a hora em que eu acordei a enxaqueca me abraçou forte, eu não consegui me levantar da cama, apenas passei uma mensagem para o Bruno e pedi que remarcasse toda a minha agenda e adiantasse a leitura de alguns possessos que estavam em andamento. Valeria levou Malu na escola e passou o dia todo com o José, e eu dei graças a Deus por ela estar em minha vida, se não eu enlouqueceria hoje. Passei o dia inteiro à base de medição, minhas crises de enxaquecas me davam enjoos e eu ficava o ser mais manhoso do mundo, pelo menos quando Petra morava aqui ela sabia exatamente como me mimar. Depois de tomar mais um medicamento eu deitei e literalmente apaguei, acordei perdida no tempo com a vozinha da minha filha me chamando de mansinho.
-Oi meu amor, a mamãe dormiu demais. –Beijei Malu que estava escorada na minha cama. – Val fez sopinha pra mim?
-Não, foi a mamãe “Peta”. –Ouvir aquilo fez meu coração errar uma batida. – Ela fez a sopinha que você gosta.
-Oi. –Ela disse com aquela voz rouca que mexe com os meus sentidos. – Desculpa te acordar, mas você precisa comer alguma coisa.
-Não precisva se incomodar. –Eu devia estar horrível, com a cara amassada e não tive coragem de olhar pra ela.
-Você está melhor? Val me ligou pra vir. – José repousava em seu ombro e eu achei a cena mais linda do mundo.
-Estou sim, foi só uma enxaqueca daquelas que me derrubam. –Me levante de pressa, precisava tomar um banho e só quando eu já estava de pé lembrei-me da roupa que eu vestia.
-Vou colocar esses pestinhas na cama, tome um banho e venha comer algo. – Senti os olhos dela sobre o meu corpo mesmo ela tentando disfarçar.
Sorri de lado e entrei no banho, a água quente corria pelo meu corpo e minha cabeça já não doía mais, apenas estava pesada. Meu estomago era quem gritava de fome e com razão, pois eu não tinha comido nada durante o dia. Lavei o cabelo, passei o hidratante que Petra gostava e a agua de colônia também, vesti um pijama de seda e já estava me preparando pra descer quando encontrei uma bandeja em cima da mesa de cabeceira com tudo que eu gostava, pode passar anos e eu nunca vou deixar de me surpreender com ela. Mesmo querendo ir jantar lá embaixo eu comi no quaro mesmo e quase chorei de emoção com o tanto que a sopa estava gostosa. Eu morria saudade de quando ela cozinhava pra mim, na verdade eu morria de saudades de tudo que vivemos juntas.
Flashback on:
-Podemos dividir o taxi? – Aquela voz rouca que eu conhecia a quilômetros fez meu coração parar por alguns instantes.
-Petra? – Me virei e lá estava ela, linda, alta...
-Eu mesma. –Petra deu aquele sorriso tímido e eu me perdi por uns instantes. – Não ganho um abraço?
Pulei em seu colo e me prendi naquele abraço que eu sentia tanta falta, nossos corações batiam descompassados e era possível sentir os dois baterem juntos tentando achar sincronia. Eu chorava, mas era um choro de felicidade, um choro de saudade.
-Eu não acredito que você está aqui. –Eu não sabia se a abraça ou olhava ela. – Eu senti tanto a sua falta.
-Não mais que eu senti a sua. –Petra segurou meu rosto entre as mãos e selou nossos lábios.
O beijo dela me deixava de pernas bambas, era incrível que mesmo com esse tempo todo longe, ela ainda era o melhor beijo que já provei na vida.
-Eu te amo! –Petra sussurrou e meu peito aqueceu.
-Não me deixe, nunca mais ouse sair de perto de mim. –Eu chorava, pois o maior medo da minha vida era perdê-la. – Eu te amo tanto Petra, amo tanto que até dói.
O taxista olhava a cena esperando que entrássemos no carro, eu estava tão eufórica que nem me lembrava do homem ali parado. Olhei pra Petra e ela apenas me segurou pela mão e entramos no carro, ela disse um endereço que eu desconhecia e eu apenas me deixei ser levada.
Em poucos minutos estávamos próximo à casa da vó dela, reconheci as ruas, mas o taxista parou umas ruas antes, ela pagou o velho bigodudo e me puxou pela mão, ela não dizia nada. Subimos pelo elevador e paramos em frente ao apartamento 2012.
-Aqui é onde eu vou ficar, comprei esse apartamento com o dinheiro que minha mãe me deixou de herança. – A voz dela embargou e eu a abracei. –Eu quero começar minha vida aqui no Brasil.
-Você pretende ficar? – Perguntei em um fio de esperança, ainda tinha duvidas.
-Pretendo. –Petra disse seria e abriu a porta, mostrando alguns moveis que estavam ali. – Mas eu só fico se você ficar comigo, esse apartamento é nosso, se você aceitar.
Flash back off:
Sai do meu momento nostálgico quando ouvi batidas suaves na porta. Enchi os pulmões de ar e ela entrou.
-Oi, tudo bem? – Ela olhou meu prato e viu que eu tinha comido tudo.
-Oi, estou sim. –Ela estava lá parada e nós duas agíamos como estranhas. – Estava uma delicia, obrigada.
-É só uma sopa. –Petra sempre coçava a cabeça quando não sabia como agir e eu sorri disso. – Eu vim ver se você estava melhor e vim me despedir, as crianças já estão dormindo e provavelmente só acordam a amanhã.
Ela começou a falar e eu ouvi tudo com atenção, eu só desejava uma coisa então eu criei coragem pra falar.
-Petra, fica. –Me endireitei na cama e ela observava meus movimentos. – Só hoje, fica comigo.
-Mariana... – Ela pareceu pensar e suspirou pesado. – Eu...
-Não vamos fazer nada, eu só quero dormir com você. – Ela engoliu seco e eu bati na cama pra ela vir até mim. –Vem!
Ela não respondeu nada, apenas tirou as coisas que estavam em seus bolsos e deitou, mas deitou um pouco afastada. Mas eu queria mais, esperei ela se acomodar e me deitei agarrando seu corpo. Enterrei meu rosto em seu pescoço e aspirei aquele cheiro que me deixava louca, uma de suas mãos me abraçou pela cintura e era exatamente ali que eu morava, dentro daquele abraço. Minha mão entrou em seu cabelo e eu comecei um cafuné que eu sabia que ela gostava. Ficamos ali naquele contato, apenas escutando o som da nossa respiração e dos nossos corações batendo, o meu com certeza batia por ela.
-Dormiu? – Perguntei baixinho e não tive resposta.
Sorri e dei um beijo em seu rosto, Petra dormia tranquilamente, me acomodei melhor a rapidamente peguei no sono também, eu sentia falta daquilo, pois antes dela ir embora dormir abraçadas já não acontecia há muito tempo.
Acordei sentindo frio mesmo estando coberta, passei a mão pelo colchão e Petra não estava ali mais, suspirei e fui tomar banho. Estava me sentindo péssima, criei uma expectativa que só existiu em minha cabeça, achei que quando acordasse ela ainda estaria ali, mas não, mais uma vez ela fugiu, não conversou, ou me ouviu. Tomei um banho rápido, pois ainda tinha que arrumar Malu pra leva-la para escolinha, José ainda ficava com Val e às vezes com Julia até eu organizar a situação dele, e isso era uma coisa que me tirava o sono, até hoje não tenho noticias da minha irmã. Me arrumei, peguei minha pasta alguns processos que tinha levado pra casa e passei no quarto de Maria Luiza, mas estranhei que ela não estava lá, Valeria já deve ter chegado e arrumado ela pra mim.
Desci as escadas e pude ouvir as gargalhadas de Malu, e minha filha só ria assim com uma pessoa, meu coração se aqueceu quando cheguei à cozinha e Petra preparava o café da manhã com a ajuda de Malu e o Zé no colo. A mesa estava posta e eu deixei meus papeis na bancada da cozinha.
-Bom dia mamãe. – Minha filha pulou no meu colo já vestida o uniforme da escola.
-Bom dia minha princesa. – Beijei minha filha e fui até onde Petra estava. – Bom dia.
Dei um beijo no José e puxei o rosto dela dando um beijo e deixando uma marca do meu batom.
-Bom dia, está melhor? – Ela me presenteou com um sorriso sem graça.
-Estou sim, tive a melhor noite de sono. – Disse sugestiva e ela novamente coçou a cabeça.
-Preparei o café. – Ela apontou pra mesa e eu me sentei enquanto ela acomodava o Zé na cadeira de refeição.
-Mamãe, sabia que a mamãe Peta vai me levar na escola? – Malu comia o cereal ao lado de Petra. – De moto.
-Não hoje filha, só quando você estiver maior. – Petra falou e Malu fez cara de brava.
-Mas eu já sou “gandi”- Sorri e balancei a cabeça.
-Filha criança não pode andar de moto. – Falei calmamente e ela deu os ombros. – Sua mãe pode buscar você. –Me lembrei que ela tinha que ir para o restaurante. – Quer dizer, no dia em que ela estiver de folga.
-Eu posso hoje, não estou a fim de ir ao restaurante. – Ela disse desanimada e sabia que algo aconteceu.
-Está tudo bem? – Perguntei e ela disse por alto que o Ivo saiu do restaurante e colocaram m chefe no lugar dele. – Não acredito nisso, era o seu sonho se tornar chefe daquele lugar.
-Pois é, mas não rolou. – Petra tinha uma carinha triste e tudo que eu queria era poder coloca-la no colo e dar todo carinho do mundo.
-Surgirão novas oportunidades. – Fiz um carinho em sua mão e ela sorriu.
Maria Luiza observava nossa interação e eu queria saber o que se passava na cabecinha dela. Eu não quero confundir ela e muito menos quero que ela sofra criando alguma expectativa, eu já me arrependia do divorcio e eu decidi que Petra e eu precisávamos conversar.
-Petra, acho que devemos conversar. – Ela me encarou por alguns minutos e concordou com a cabeça. – Pode ser hoje à noite?
-Pode, eu busco Malu e venho pra cá. – Meu coração palpitou com a possibilidade de reconciliação.
Terminamos o café em clima familiar, e eu estava sentindo tanta falta daquela interação. Sentia falta de ver minha filha comer sem reclamar pela manhã e sentia ainda mais falta de ser mimada pela minha esposa. Val chegou e fez a festa quando viu Petra tomando café comigo, ela era uma das pessoas que mais desejava o retorno do casal. Olhei no relógio e já estava na hora de deixar Malu na escola, me levantei e Petra se levantou junto guardando o lanche na mochilinha da nossa filha. Juntei minhas coisas e quando fui pegar as coisas de Malu deixei minhas pastas caírem no chão espalhando uma longa papelada pelo tapete.
-Droga. – Coloquei a mão na testa e Petra sorriu.
-Deixa que eu te ajudo. -Ela juntava os papeis de um lado e eu de outro, Malu também entrou no meio catando algumas folhas.
Juntei tudo e me virei pra pegar os que estavam na mão dela, mas uma folha chamou a atenção e ela lia o papel com a cara fechada.
-É sobre isso que você quer conversar? – Petra me entregou o papel e meu coração gelou. –Pra dizer que já assinou o divorcio?
-Petra, eu posso explicar. – Falei quase em um sussurro e Valeria se aproximou tirando Malu de perto. – Eu assinei na hora da raiva.
-Não precisa me explicar Mariana, já está feito. – Petra estava nervosa e juntava a chave da moto e o capacete com raiva. – Mande a minha copia, te deixarei livre.
Ela saiu batendo a porta e eu passei a mão no rosto em desespero, eu se quer me lembrava que aquele papel estava ali, eu tinha assinado na hora da raiva depois que tinha voltado do almoço na casa da vó dela.
Fim do capítulo
Vixiiiii ea agora???
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Marta Andrade dos Santos
Em: 29/06/2021
Misericórdia Petra para conversar mulher.
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