BOA LEITURA!
PRÓLOGO
FREYA - RAINHA DAS BRUXAS
- O que é isso?
- Acredito que esse seja o sinal que Gaia está nos dando, para a solução da guerra. - Observei o símbolo atentamente.
Por ser a pessoa mais velha de toda a aldeia, soube imediatamente o que aquele símbolo significava. O havia estudado há muito tempo atrás, há tanto tempo, que o símbolo foi esquecido juntamente com outros. A sociedade sequer se lembra que tal símbolo exista, muito menos o que significa. No entanto, a pessoa que me mostrava o símbolo não era uma leiga.
- Isso não faz sentindo. Os lycans e os vampiros são extremamente violentos e impiedosos, não acho que isso vá ser de grande ajuda. - Aliandra acariciou a folha velha em que ela tinha feito o rascunho borrado do símbolo descoberto em uma visão recente. Descoberto não é a palavra certa, mesmo eu sendo a mais velha de toda a aldeia, Aliandra não fica para trás em conhecimento e sabedoria. O que ela não tem em séculos de vida, ela compensa em inteligência.
- Acredito que Gaia queira dizer exatamente o que está dizendo, acredito que ela vá nos dar um sinal em breve do que devemos fazer. Ela sabe que um simples pedido de paz não vai convencer os lycans e os vampiros do contrário. Tenho certeza que ela nos dará uma direção.
- Mesmo que ela nos dê uma direção, não podemos deixar em vão as mortes causadas pelos lycans e pelos vampiros ao nosso povo. A maioria eram bruxos indefesos e eles os massacraram sem nenhuma compaixão. Isso não pode ser esquecido tão facilmente. - Aliandra manteve seu olhar fixo na folha, analisando o papel como se fosse algo indecifrável, ela sabe o que o símbolo significa.
Antigamente, aquele símbolo era considerado sagrado, mais que isso, era considerado uma doutrina. Seu significado era seguido não só pelas bruxas, mas por lycans, vampiros e humanos. Mas quantas coisas mudaram desde lá. Humanos caçaram bruxas e massacraram diversas pessoas inocentes, vampiros e lobisomens se caçaram criando uma rixa interminável ao longo da história que se tornou tão famosa, sendo conhecida até mesmo pelos humanos. Com exceção dos humanos - que sempre estiveram em maior número - todas as espécies se esconderam e continuaram sua guerra silenciosamente, sem que os humanos soubessem o que acontecia debaixo dos narizes deles. Queria acreditar que essa história teria um final bom e feliz, no entanto, depois de milênios de vida, a chama da esperança apaga, deixando somente um vazio de incredulidade e indiferença.
- Saberemos o que fazer quando Gaia nos disser, por enquanto, acredito que seja uma boa ideia tentarmos entrar em contato com eles. Não podemos deixar de tentar pelo menos.
Contive um resmungo indignado. Aliandra as vezes parece uma criança. Ela sempre tem esperanças das coisas se resolverem facilmente, sempre acredita demais que Gaia vai nos dar uma saída, uma solução para todas as coisas. As vezes me sinto uma megera fria perto dela.
- Aliandra... Aliandra... - Cruzei as pernas e apertei meus olhos com as mãos, cansada demais para discutir com Aliandra novamente sobre o mesmo assunto. - Aqui está minha decisão, não quero mais ouvir falar nesse assunto, até que você tenha algo concreto e que realmente vá fazer alguma diferença nessa guerra, e não estou falando de ideias esperançosas de que Gaia vá nos salvar de ser massacrados pelos lobos e pelos vampiros. - Alisei meu vestido branco, já um pouco encardido, na esperança de me sentir mais apresentável e não me surpreendi por não ter feito diferença nenhuma.
- Sim, minha senhora. - Aliandra se inclina e se retira em seguida.
- Aliandra? - Ela para na saída do cômodo. - Não vou te ajudar nisso. Se está disposta a tentar uma reconciliação com as outras espécies, fará isso por conta própria não vou disponibilizar dos poucos guardas que ainda temos para irem até aqueles açougueiros. - Aliandra pareceu pensar por um tempo e se curvou novamente em minha direção.
- Como quiser minha senhora. - Com isso, ela deixa a sala do trono.
Finalmente, sozinha no recinto, olhei ao meu redor sentindo um aperto no coração ao ver as mesas dispostas em minha frente vazias. Há muito tempo atrás, a sala do trono era cheia de vida e pessoas. Pessoas riam e conversavam entre si animadas com as fofocas, hoje o lugar está vazio, frio e morto, cuidado que tomei para protegê-los de uma possível invasão. Nossa sociedade vive em uma caverna subterrânea, onde um dia, muito tempo atrás, já foi considerado nosso santuário mais sagrado e visitado somente para orações aos deuses e para canalizarmos nossos poderes. Como a superfície se mostrou perigosa para nós, migramos para o subterrâneo, nenhum lycan ou vampiro conhece esse lugar, no entanto, ainda assim preferi não arriscar a vida de tantos inocentes os deixando ficar. Atualmente todos civis estão residindo no centro das cidades, espalhados para se camuflarem entre os humanos. Lycans vivem em grupos assim como os vampiros e nós decidimos nos separar, temporariamente, até o destino de todos ser decidido depois da guerra. Somente guerreiros ficaram na grande caverna subterrânea junto comigo, um pequeno conselho de guerra e as Profetas do povo, que frequentemente andam tendo visões avassaladoras sobre a guerra que se aproxima.
Me levantei do trono feito de tronco de árvores e admirei as pequenas flores brancas espalhadas pelo meu vestido. Meus cabelos ruivos contrastavam com o vestido encardido, a única coisa realmente limpa eram as pequenas flores espalhadas ao longo dele.
"Tão cansada... Me sinto tão cansada dessa guerra, dessas mortes."
Caminhei até a extremidade do lado direito da sala do trono, onde nenhuma parede existia, a não ser um pequeno abismo que nos dava vista de todo o centro da caverna. É uma vista realmente linda. No centro da caverna existe um lago, a água tem uma cor esverdeada que brilha quando o sol entra pela parte superior da caverna, fazendo todo o lugar se iluminar com a luz natural. É mágico.
Olhei as poucas pessoas ainda na caverna, sentadas ao redor do lago.
"A guerra chegou... Mais uma vez."
ALIANDRA - DIAS DEPOIS
- Não devíamos estar aqui, alguém pode nos ver. - Mia diz apavorada.
- Se nos pegarem estaremos mortas. - Misca, sua irmã gêmea completa.
- Vocês duas parem com isso! Na próxima vez não trarei vocês! Preciso que fiquem de olhos abertos, temos que chegar o mais próximo possível do muro deles para saber se existe alguma chance de conseguirmos passar. Ou se pelo menos existe uma maneira de deixar uma carta a vista para que alguém a leve para o Supremo Alfa.
- Isso piora a cada minuto. Já ouvi dizer que o Supremo Alfa é tão cruel quanto os vampiros.
- Isso é o que veremos. - Olho ao redor da floresta. Ao constatar que não havia ninguém por perto, avancei mais uma vez, nos deixando cada vez mais próximas dos muros.
- Mas senhora, não quero comprovar esse boato com minha própria vida! - Misca diz apavorada.
- Quietas as duas! Lycans tem uma ótima audição, de que adianta sermos invisíveis a eles se vocês não calam a boca? - Me irrito, e as duas finalmente ficam quietas. Avançamos mais alguns passos em direção ao muro e paramos abruptamente ao vermos uma loba de pelo vermelho, ou alaranjado, voltando de algum lugar. Paramos imóveis a observando. Com o feitiço que usávamos os lycans não só não nos veriam, mas também não seriam capazes de sentir nosso cheiro, nos deixando invisíveis para eles. No entanto, a jovem loba nos sentiu, ao mesmo tempo em que senti que ela sabia que estávamos ali. É ela, a garota que Gaia me mostrou na visão.
Ela parou por alguns segundos como se tivesse ouvido alguma coisa, mas imediatamente voltou a andar, conforme ela andava pela floresta se afastando de onde estávamos paradas, senti o laço de conexão com ela - o reconhecimento de que ela é uma de nós - foi se enfraquecendo conforme ela se distanciava cada vez mais.
Sem pensar muito, a segui de longe, sentindo Misca e Mia me cutucarem repetidamente nas costas, puxando o manto que vestia numa tentativa inútil de me parar. A jovem loba continuou caminhando lentamente em direção ao muro, que agora estava visível para nós. Sondei a ligação que nos conectava perplexa pelo significado daquilo.
"Como isso é possível?"
"Uma híbrida? Uma loba que também é uma bruxa?"
"Como isso é possível?"
Minha mente girou procurando por respostas, mesmo Gaia tendo me mostrado a garota em visão, admito que me custou acreditar na existência de uma híbrida.
A Loba ruiva pegou com a boca as roupas que estavam escondidas num tronco de árvore, e continuou andando tranquilamente em direção ao muro. Agora, na distância que estávamos, vimos o portão mediano de grades de ferro, após a garota sumir atrás de uma árvore, e aparecer em seguida, já em sua forma humana e vestida, ela caminhou em direção ao portão, que se abriu para ela sem nenhum aviso. Ela sabia que estávamos a observando, ela podia nos sentir assim como nós a sentíamos e mesmo assim, não olhou para trás uma vez sequer quando passou pelos muros, com a cabeça erguida, num desafio silencioso.
"Uma híbrida..."
Permaneci parada por uns instantes depois que a garota passou pelo portão.
"Enfim a solução para o fim da guerra."
Com um sorriso no rosto, voltei para o Côven.
Fim do capítulo
Ooooooiiiiii!!!!!
Oq acharam desse cap eim?
Curtam e comentem p eu saber os estão achando, os comentários d vcs me dão um norte sobre várias coisas na história e AMO eles ♥?
Me perdoem se virem algum erro! ????
Boa Semana p todos! Se cuidem! Até Domingo! ????????
Comentar este capítulo:
HelOliveira
Em: 23/06/2021
Sou posso falar que já é domingo...ansiosa pelo.proximo capítulo... adorando esse únicio, é saber um pouco mais sobre as bruxas...já quero ver como vai chegar até Lorena de novo.
Até autora
Resposta do autor:
Passa rapidinho a semana! Amanhã o cap já vai estar aqui ><
<3
Marta Andrade dos Santos
Em: 22/06/2021
Hum então foi as bruxas que ela sentiu na floresta.
Resposta do autor:
Siiiiimm ><
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