Oi pessoas, voltei com mais um.
Ele é meu irmão?
POV MARIANA
José tomou todo o leite da mamadeira enquanto eu contava para Petra o que havia acontecido mais cedo. Novamente as lágrimas lavavam o meu rosto e ela me olhava com pena. Contei da doença da minha irmã e ela disse que eu devia leva-lo na pediatra pra ver como ele estava de saúde.
-Os olhinhos dele parecem com os de Maria Luiza. – Ele estava sentado no colo dela brincando com a correntinha em seu pescoço. – Ele é lindo.
-Sim. – Passei a mão em seu cabelinho e ele sorriu pra mim. – Minha irmã parecia tão frágil.
-Nem sei o que te dizer. – Ela pareceu pensar um pouco. –O que você pretende fazer?
-Não sei, eu quero encontrar a minha irmã. – Passei a mão pelo rosto preocupada. – Mas ela não deixou rastros, o único que sabe onde ela morava é o meu pai. Sabrina implorou para que eu ficasse com ele, e não o deixasse com os nossos pais.
-Seria terrível mesmo, ela está certa. – Petra disse sem pensar. – Quer dizer, ela deve saber que você é uma mãe incrível, e vai cuidar melhor dele do que ela.
- Você também é uma mãe incrível, Malu é a criança mais amada do mundo. – Pela primeira vez em meses que estávamos tendo uma conversa civilizada, sem ataques ou brigas.
-Tenho certeza que você fará a coisa certa. – Ela levantou o José e brincou mais um pouquinho com ele. – Hey garotão, eu preciso ir agora, vou te deixar com a tia Mari e ela vai cuidar muito bem de você. – Ela o passou para o meu colo e ele ouvia o que ela dizia como se entendesse tudo. – Promete que não vai mais faze-la chorar?
O José sorriu e ela brincou com sua mãozinha, ela colocou a mochila nas costas e deu um beijo no cabelinho dele, e na hora de se despedir de mim ficou sem saber o que fazer.
-Vou indo nessa, ainda tenho um batalhão para alimentar. – Acenei com a cabeça. – Até mais, Mari.
-Tchau Pê e obrigada, por me ajudar com ele. – Ela sorriu e saiu.
Meu Deus! Pode passar mil anos e eu ainda vou pertencer a essa mulher, a quem eu quero enganar?
-E você hein rapazinho? Fazendo hora com a minha cara? – Fiz cocegas e ele sorriu. – Você gostou dela né? A titia Mari também é louca por essa mulher.
Subimos e eu o coloquei brincado em minha cama. Precisava pensar em o que fazer, precisava encontrar Sabrina, e pra isso eu teria que ligar para o meu pai. Liguei e pedi para que ele viesse em minha casa pela manhã. Ouvi o choro de Malu, acordou chamando por Petra. Estava com receio de Malu sentir ciúmes do José, e antes de leva-la ao meu quarto eu disse que tinha uma surpresa.
-Filhotinha, esse é o José. – Ela olhou para o garotinho brincando com os brinquedos dela. – Ele vai ficar uns dias aqui com a gente.
-Ele é meu irmão? – Sorri com a pergunta dela.
-Ele é seu priminho. – Ela quis descer do meu colo e se aproximou do José. - E vocês dois vão poder brincar juntos agora.
-Onde ele vai dormir? – Ela me enchia de perguntas, mas também não reclamou que ele brincava com seus brinquedos. – Ele “podi” dormir na minha caminha comigo.
-Pode filha? Isso é legal. – Malu sorriu e continuou brincando. – Mas hoje ele vai dormir aqui comigo e você também.
Ela concordou com a cabeça e os dois se conheciam juntos, José não chorou mais e parecia estar acostumando com a minha casa. Liguei para Gabi e ela veio até a minha casa assim que eu contei o que aconteceu mais cedo no escritório.
-Amiga, que loucura. – Gabi brincava com José no colo enquanto Malu peteava o cabelo dela. –Mas você acha que seu pai vai te ajudar encontrar a sua irmã?
-Espero que sim Gabi, Sabrina me pediu com veemência que eu não deixasse eles com o José. – Eu respeitaria o pedido da minha irmã.
-Te aconselho a tentar um pedido de guarda. – Concordei com a cabeça. – Eu tentaria até mesmo uma adoção, já que os avós não podem adota-lo, antes que eles tentem algo.
-Tudo vai depender se eu encontrar Sabrina. – Ela concordou e eu fui preparar um suco pra nós.
-E como anda o divorcio amiga?
-Julia está resolvendo como vamos dividir os nossos bens, essa casa é de Petra. – Ainda não tinha conversado com Petra sobre isso. – E se ela quiser ficar aqui preciso me programar pra achar outro apartamento.
-Entendo, mas não acho que Petra faria isso, até mesmo por Malu já estar acostumada com esse apartamento. – Dessa vez eu concordei.
-Hoje ela esteve aqui, depois de quase dois meses em que a gente não se via. – Gabi se ajeitou no sofá e eu continuei. – Eu fui precipitada Gabi, eu acho que eu deveria ter lutado mais por ela, eu não consigo tirar essa mulher do meu peito, eu a amo tanto que até dói.
-O amiga, porque você não tenta se ajeitar com ela?– Sorri sem graça.
-Eu acho que ela já se acostumou com a ideia da separação, Petra sempre esteve rodeada de garotas, e eu acho que é isso que ela quer. – Gabi suspirou com pena.
-Eu ainda torço pela volta do meu casal. – Sorri e ela brincou com a bochecha de José. – Vocês são uma família linda, e agora tem esse rapazinho aqui.
-Isso seria um sonho, nós duas sempre falamos em ter outros filhos e só estávamos esperando Malu ficar menos dependente a nós duas. – Malu pulou no meu colo. – Mesmo se eu achar Sabrina eu quero que ela procure ajuda médica e eu quero poder ajudar na criação do José.
-Vai dar tudo certo amiga.
Gabi ficou comigo até umas dez da noite, o José tomou mais uma mamadeira e pegou no sono, Malu demorou um pouquinho, mas dormiu logo em seguida. Eu que não conseguia pregar os olhos, pensava na minha irmã a todo o momento, onde será que ela estaria? Se estava tudo bem. Fiz um carinho no rostinho das crianças que dormiam tranquilamente quando meu celular apitou uma nova mensagem.
Petra via whatsapp:
-Oi, está tudo bem por ai? Trabalhei preocupada com vocês. Desculpe o horário, e se precisar de qualquer coisa pode me ligar.
-Oi, os dois já estão no décimo sono, eu é quem não consigo dormir, mas estamos bem. Obrigado por se preocupar.
-Tenta dormir, amanhã será um novo dia. Beijos e fique bem.
-Bom descanso pra você também. Beijos Pê.
Encerramos a conversa e meu peito batia apressado, Petra era capaz de causar coisas indecifráveis em mim. Acabei pegando no sono rapidamente.
Acordei cedo, o Zé acordou junto comigo e brincava com a ch*peta. Peguei a mochila para dar um banho nele e constatei que precisaria ir ao shopping fazer umas comprar. No armário de Malu ainda tinha algumas roupinhas de bebe que não havíamos doado e por sorte algumas peças serviram nele e ficou uma graça. Desci pra preparar outra mamadeira, eu precisaria fazer uma lista de tudo o que comprar pra ele, voltaria à fase de ter bebê em casa.
-Bom dia Mari. – Valeria passou pela porta e pendurou a chave. – Ué, Malu encolheu?
-Bom dia Val. – Ela se aproximou com um sorriso confuso. – Esse é o José, filho da Sabrina, minha irmã. Se lembra dela?
-Lembro, você já me falou dela algumas vezes. – Val brincou com o Zé ainda no meu colo e eu contei a historia outra vez. – Mari, que loucura.
-Pois é eu não sei o que fazer Val. – Ela me olhou com pesar.
-Deus nunca dá um fardo que não suportamos carregar. – Valeria sempre foi muito religiosa, e ela sempre acreditou que tudo na vida tem um proposito. –Se Deus colocou esse rapazinho na sua vida, é por um motivo.
Conversamos e ela tentava me acalmar, a minha maior preocupação até agora era minha mãe, minha irmã tinha razão, minha mãe jamais deixaria Sabrina criar o próprio filho e na primeira oportunidade o tomaria, e eu agora sou responsável pelo meu sobrinho, querendo ou não.
-Mari, seu pai está subindo. – Valeria me avisou assim que desligou o interfone.
-Você pode subir com ele? – Entreguei o José a ela. – Não quero ter essa conversa com ele aqui.
-Claro, vou para o seu quarto, esperar Malu acordar. – concordei e assim que ela subiu meu pai tocou a campainha.
Enchi meu peito de ar e fui abrir a porta, meu pai tinha uma expressão calma, mas também curiosa, dei passagem e ele entrou.
-Oi pai, desculpe te chamar aqui tão cedo. – Ele entrou e eu o abracei de lado.
-Bom dia Mariana. – Meu pai se sentou no sofá e eu sentei ao seu lado. – Então? Sobre o que precisa conversar?
-É sobre minha irmã pai. – Ele suspirou com pesar. – Preciso saber o endereço dela.
-Pra que? – Meu pai perguntou curioso. – Eu estive a procura dela semana passada, mas ela se mudou, e ninguém soube me dizer pra onde.
-Como assim? – Era minha única esperança.
-Ela sumiu, Sabrina é instável. – Meu pai falou com desdém. – Provável que tenha arrumado outro viciado, o que ela namorava morreu há pouco tempo.
-O senhor não faz nem ideia onde ela possa ter ido? – Meu pai negou com a cabeça.
-Mas por que o interesse? – Estava em duvida se contava ou não, mas uma hora ou outra ele iria descobrir.
-Ela me procurou ontem pai. – Ele me olhou confuso e se ajeitou no sofá. – Sabrina está doente.
Meu pai pigarreou e balançou a cabeça, ele não esboçou nem uma reação.
-Eu já sabia, sua mãe e eu na verdade. – O olhei incrédula, mais uma vez fui deixada de lado sem saber o que se passava com minha irmã.
-Pai, e porque você não fizeram nada? E porque eu sempre sou a ultima, a saber, dessas coisas? - Me levantei nervosa e com a voz alterada.
-Mariana, isso não era assunto pra você. – Meu pai se levantou também. – Sua mãe e eu sempre tentamos te preservar, até porque você estava brincando de família feliz com aquela mulher.
-O que? Vocês são loucos, pai. O que meu casamento com Petra tem a ver com isso?
-Eu nunca me meti na sua vida, mas eu também não concordo com a forma com que você vivia com ela. – Meu pai disse em um tom mais sério. – E ainda fizeram a loucura de ter uma filha, como explicar pra ela que no lugar de um pai ela tem outra mãe?
-Pai pelo amor de Deus, eu não o chamei aqui pra discutir isso. – Meu pai andava pela sala.
-Meu sonho era ser avô, queria que você e Sabrina tivessem um futuro, mas as duas só decepcionaram a mim e a sua mãe. – Balanceia cabeça em negação, eu não acredito no que estava ouvindo. – Não era isso que eu desejava pra vocês, uma drogada, doente. A outra vive com uma mulher, como se isso fosse normal.
-Pai vai embora. – Eu tinha lagrimas no rosto. – Eu achava que pelo menos o senhor me respeitaria, mas pelo visto minha mãe te manipula nisso também.
-Me respeite Mariana. – Ele alterou a voz.
-Eu devo respeitar quem não me respeita? Quem não respeita a minha família, não respeita a minha mulher. -- Falei de forma exagerada. – Agora me de licença, eu me viro para encontrar minha irmã.
Ele balançou a cabeça e se retirou, não esperava ouvir essas palavras duras do meu pai, eu sempre soube que ele não aprovava minha relação, mas eu não esperava isso dele. Bati a porta e Val desceu com as crianças, limpei minhas lágrimas, não queria que minha filha me visse daquela forma.
-O Mari, as pessoas não sabem que o amor é a coisa mais bonita do mundo. – Valeria me abraçou. – Mesmo não estando juntas, eu sei que o amor de vocês duas é a coisa mais pura que eu já vi.
-Eu só queria um pingo de respeito Val. – Peguei Malu no colo que ainda estava sonolenta. – Mas se não tenho isso deles, eles também não terão o meu.
-Essa fase ruim vai passar. – Ela fez um carinho nas minhas costas. – E eu estou aqui pra passar essa fase com você.
Fim do capítulo
é só uma fase ruim Mari :(
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Anny Grazielly
Em: 20/06/2021
Aiaiaiaiaia... agora sim... meu casal precisa voltar... para juntas lutarem por esse amor e sua familia... agora com Jose ... todos os pedidos de Malu vão se realizar.... totalmente apaixonada...
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