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A Bruxa das Flores por Niiale

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Palavras: 2089
Acessos: 465   |  Postado em: 05/06/2021

Amora Silvestre

Capítulo 10 - Amora Silvestre

"Remorso"

❁

 

Whisper

 

 Deixo a bruxa para trás e deixo meu corpo se guiar. Cada pedaço de mim sabe exatamente onde ir procurar a flor que preciso, mas cada pedacinho de minha mente tenta me impedir de ir.

 

 O caminho me é cheio de lembranças, paro por alguns segundos, observando ao redor, caí daquela árvore quando era criança, minha mãe me socorrera e tratara meu joelho esfolado com uma mistura de folhas esmagadas e algumas palavras, ela sempre dizia aquelas palavras quando passava o remédio em mim ou em outra pessoa, também as usava antes de entregar um vidrinho com remédios para alguém que pedira ajuda. Mas não me lembro quais eram as palavras.

 

 Nossa casa cheirava a folhas, flores e temperos, esses ficavam pendurados pela casa para secarem e virarem ou complementos de nossa comida ou remédios.

 

 Continuo o caminho,  parando um pouco, farejando o ar, uma coruja me observa, pousada na grama à minha frente, a persigo latindo, espantando-a. Com a ave noturna fora do caminho, deito-me de costas na grama esfregando as costas na mesma. A grama faz cócegas em meus pelos, uma das melhores sensações, eu diria. Ainda deitado, abro os olhos para o céu noturno, a lua crescente gibosa me observa, logo seu ciclo estará completo, logo me tornarei humano novamente. Levanto-me chacoalhando os pelos, a noite não está tão escura, minha visão não é tão boa quanto a de um felino, mas da para me virar no escuro não tão escuro assim. Sigo para frente.

 

“ Vivíamos sozinhos, minha mãe e eu. Meu pai falecera de uma doença que minha mãe não pôde curar com suas ervas. Já éramos mal vistos naquela época, uma mulher criar uma criança sem a ajuda de um homem, mas minha mãe, Willa, fazia o papel de mãe e pai, cortava lenha sozinha para nos aquecer do frio, cuidava de nossa horta e animais, nos alimentava, cozinhava e lavava, brincava comigo do que eu quisesse e ainda cuidava da vila com seu conhecimento em ervas.

 

 Não sabia, naquela época, que minha mãe era uma bruxa, não sabia o que classificava alguém em “bruxa”, para mim as coisas que ela fazia eram normais, coisas que toda mulher fazia. Tínhamos uma marta zibelina de estimação, Newes. Era muito apegado a minha mãe e às vezes a ouvia conversar com o animal e tinha a leve impressão de ouvi-lo respondê-la.”

 

 Paro no riacho para beber água, olho meu reflexo, a única aparência que conheço é essa, quando humano não procuro meu reflexo. Ponho a pata direita delicadamente na água, fazendo minha imagem oscilar.

 

 “Era verão, alguns dias antes de meu aniversário de dez anos. Aquele dia estava quente, tão quente que amarelava as pontas da grama, os animais disputavam lugar embaixo de árvores e as cigarras choravam como nunca. Não me lembro do motivo, mas estava com raiva de minha mãe, acredito que discutira com ela por alguma coisa banal e saí de casa batendo os pés. Estava no riacho, esfriando os pés na água, sentado na grama à sombra de uma árvore quando algumas pessoas chegaram puxando conversa sobre minha mãe. Estava bravo com ela então respondia qualquer coisa que perguntassem.

 

 — Sua mãe fala com animais? — Um perguntava.

 

 — Sim.

 

 — Ela fala coisas esquisitas às vezes? — outro indagava.

 

 — Sim.

 

 — Você diria que ela é uma bruxa?

 

 — Não sei, acho que sim. — Ao dizer essas palavras um grande arrependimento se abateu sobre mim. O que estava fazendo? Pedi licença aos homens que agora se encontravam alvoroçados e corri, corri descalço, esquecera dos sapatos na beira do riacho. “

 

Deixei a água ainda oscilando meu reflexo para trás, o vilarejo vazio está logo ali.

 

 “Corria em desespero, me faltava o ar, só que no meio da correria uma dor gigantesca tomou conta de mim. Caí ao chão ofegante, minha pele ardia, meus membros se alongavam, uma dor de cabeça que nunca sentira antes me cegava, meus dentes doíam juntamente com minha língua, meus dedos, meu nariz, meus olhos. 

 

 Quando a dor passou, abri os olhos. Para minha surpresa as cores pareciam diferentes, menos nítidas e limitadas, diversos cheiros entravam em minhas narinas, me atordoavam, odores que sentia e aqueles novos para mim como o cheiro profundo da terra, da grama, do sol e de diversos animais. Conseguia ouvir as folhas caindo, as minhocas abaixo de mim, a batida de asas dos pássaros, as vozes de pessoas ao longe e no meio delas, podia ouvir minha mãe conversar com Newes, mesmo não estando tão perto de casa assim.

 

 — Eles descobriram. — Newes dizia. — Alguém te denunciou, com certeza, sim, sim.

 

 — Se foi alguém do vilarejo que denunciou saberemos, lembre-se que lancei um feitiço em todos os moradores daqui. Quem me chamasse de bruxa se tornaria um lobo branco. — minha mãe sussurrava.

 

 — Precisa fugir, sim. — Newes continuava.

 

 — Louis, preciso encontrá-lo antes de fugir.

 

 Olhei para baixo, para minhas mãos. Essas se encontravam peludas, pelos brancos como a neve, continuava a me checar, todo meu corpo estava coberto de pelos. Andar como um animal pela primeira vez foi difícil, como se tivesse acabado de nascer. Continuei a correr de forma desengonçada, atento aos sons ao redor, homens e mulheres marchavam para minha casa, alguns outros se aglomeravam no centro do vilarejo, ouvia barulhos de madeiras se batendo, cordas se amarrando e palha se assentando.

 

 Entrei pela porta dos fundos e me escondi embaixo da mesa. Minha mãe andava de um lado para outro na casa, pensativa, decidia se ia fugir ou me esperar. Estava envergonhado demais para aparecer, alguns minutos atrás admitira sem querer ela era uma bruxa e selara seu destino.

 

 Passos ficaram mais e mais próximos e minha mãe parou de andar, pareceu decidir-se. Sentou-se do banquinho de madeira, de frente para a porta e esperou. Não esperou demais, a porta se abriu violentamente. Por baixo da mesa, vi os pés de minha mãe se agitarem mas se manterem no mesmo lugar.

 

 — Sabemos que é uma bruxa! — Gritou um homem seguido de “sim!”, “é!”, de moradores do vilarejo. Pessoas que receberam ajuda da mulher que estavam condenando, pessoas que se diziam amigas dela.

 

 Minha mãe não respondeu e eles não falaram mais nada, a vi ser arrastada para fora com todas as pessoas falando mil e uma coisas, agitadas, ansiosas, nunca tinham visto uma bruxa ser queimada, tinham sede de sangue.

 

 Ao tirarem minha mãe, um homem entrou, vasculhando a casa. Passou por trás de mim, encolhi e prendi o ar. De nada adiantou, um homem enorme pôs seu rosto embaixo da mesa, me encontrando, tentei fugir mas era mais rápido que eu, agarrou-me pelo pescoço e me puxou, de minha garganta saíra um som que nunca tinha saído antes: ganidos de um cão. O homem me levou para fora.

 

 — Esse deve ser o demônio da bruxa! — gritou.

 

Continuava a ganir, olhei para frente e encontrei o olhar de minha mãe, um olhar de espanto, vergonha e medo.”

 

 

 “Sua família deve ter vergonha de você”, a voz da bruxa das flores ressoa em meus pensamentos. Observo minha antiga casa, agora em ruínas tristes, a flor que preciso está logo atrás da casa desmoronada, seu cheiro já está em todo lugar.

 

 “ Louis! — a voz saiu abafada mas alta o bastante para todos ouvirem. — Solte-o! — ela se contorcia nas mãos de outros dois homens fortes.

 

 — Ela transformou o próprio filho em um lobo! — exclamou uma mulher deixando todos pasmos.

 

 — Newes! — minha mãe gritou. — Salve Louis!

 

 Não sei de onde ele surgira, mas Newes pulou no braço do homem que me segurava e mordeu, surpreso e com dor soltou-me. Caí de costas no chão, o ar me faltou.

 

 — Louis, fugir, vamos! Vamos, sim! — Newes puxava minha cauda.

 

 Levantei-me com dificuldade e corri atrás dele, mata adentro. “

 

Dou a volta na casa caída, atrás dela, uma imensidão de flores roxas toma conta do terreno, sempre venho aqui uma vez ao mês e nem o inverno em seu auge mata essas flores, o que deve ser obra de minha mãe. No meio das flores de lavanda, esculturas feitas das mesmas, que parecem corpos humanos pela vegetação se encontram espalhados pelo local. Minhas patas se movem sozinhas, me levando onde meu corpo deseja, parando em frente a cena que as lavandas recriaram e deixaram gravadas aqui, minha mãe amarrada a uma grande estaca de madeira e em seus pés, as plantas imitam as palhas e até o fogo. O rosto de minha mãe não demonstra nenhuma expressão. Sento-me de frente a minha mãe esculpida pelas flores e coço as orelhas, e então olho para cima, um gemido canino sai das profundezas de minha garganta.

 

“ — Louis! Viva! — a voz de minha mãe ficou para trás.

 

 Newes era rápido, sempre à minha frente, parando de vez em quando para que eu o alcançasse, atrás de nós ouvia passos tão velozes quanto nós, o que nos fazia ir cada vez mais depressa. Não sei como, ou talvez saiba, o que nos alcançou pela lateral foram as chamas quentes de um incêndio. Provavelmente sabiam que não iam nos alcançar e se aproveitaram da grama seca para nos matar com fogo, como o fim de minha mãe.

 

 No desespero perdi Newes de vista e ele também me perdera. Andava apressado para lá e para cá, outros animais fugiam trombando comigo, por fim me vi cercado pela chamas e meu eu de quase dez anos desistiu da vida. Deitei-me no chão e esperei, a fumaça entrando em minhas narinas e me atordoando, meus olhos ardendo e pelos chamuscados.

 

 Estava a beira de perder a consciência quando ele me salvou. Mãos rápidas me puxaram pela pele atrás do pescoço, me tirando das chamas, enquanto outras pessoas jogavam água  baldes de madeira para apagar o incêndio. Mais tarde descobri que toda minha vila foi atacada por heresia ao colocar fogo na mata e quase atingir outros vilarejos, após a morte de todos, um estranho canteiro de lavanda recriou todo o vilarejo, o que contribuiu mais ainda para se tornar um local de proibido acesso e herege .”

 

 Abocanho algumas flores das palhas falsas dos aos pés de minha mãe e refaço o caminho da vinda.

 

“Matthew me acolhera e me dera um novo nome: “Whisper”. Louis tinha morrido junto com o vilarejo e sua mãe, agora eu tinha um novo nome e um novo lar.

 

 Haviam boatos que o filho da bruxa do vilarejo proibido tinha escapado na forma de lobo e no começo todos suspeitavam de mim, do lobo que vivia com Matthew Hopkins, o caçador de bruxas, mas ele sempre desmentia esses boatos, “besteira” dizia e batia os pés no chão, assustando as pessoas e cortando o assunto.

 

A vida com Matthew era difícil no começo, não entendia as funções biológicas de um canino, às vezes fazia as necessidades nos lugares errados e apanhava por isso, nunca ganhei carinho e sempre fui treinado para procurar e atacar ao seu comando. Mas meu instinto se tornou canino e com isso eu o admirava para obedecer e respeitar. E nunca duvidei dele, até hoje.

 

 A primeira vez que voltei a forma humana senti uma grande felicidade, meus dias de lobo acabaram! Não podia simplesmente entrar na casa do homem naquela forma, então bati à porta, ele atendeu, me olhou de cima a baixo e me deixou entrar, nos fez um belo jantar e comemos, tudo em silêncio, até que ele disse:

 

 — Volte para casa ao amanhecer, rapaz. Quando for mais velho irei treiná-lo.”

 

 Essa lembrança, essas palavras que disse me fazem parar. Ele realmente não sabe que aquele menino era eu, seu lobo de estimação. Balanço a cabeça. Não. Ele sabe...tem que saber.

 

 Mesmo após isso, o visito na forma humana toda lua cheia e a fala dele é sempre a mesma.

 

Aumento a velocidade, ignorando as lembranças que querem fluir, insistentes.  Logo alcanço a bruxa.

 

 — Aqui. — cuspo as flores no chão.  — Lavanda.

 

 — Pode me lembrar o significado da lavanda? — pergunta encarando as flores no chão.

 

 — Desconfiança.

Fim do capítulo


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Comentários para 10 - Amora Silvestre:
Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 06/06/2021

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