Luz e Escuridão por Thaa
A HISTÓRIA ESTÁ EM REVISÃO E SERÁ REPOSTADA NA VERSÃO PAGA NO SITE AMAZON.
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Capitulo 7
Capítulo 7
O grande centro de São Francisco estava fervilhando de pessoas, homens engravatados e mulheres em seus saltos de grifes, dirigindo-se ao pódio das grandes corporações empresariais, prédios espelhados, que se erguiam imponentes, do chão ao céu.
Eram trabalhos grã-finos.
Ariela era uma daquelas mulheres, executiva, poderosa, profissional.
Tinha ido a São Francisco para fechar negócios importantes com uma empresa que refinava petróleo.
Ela estava sentada ao redor de uma mesa negra, oval, no trigésimo primeiro andar do um arranha-céus. Rodeada por importantes executivos, em sua grande maioria homens.
Porém, após quase três horas de reuniões nada fora resolvido, pois os executivos haviam dito que somente fechariam negócio com a sócia majoritária da empresa brasileira, que era Alessandra.
Extremamente frustrada, Ariela deixou a grande corporação e se dirigiu para o hotel onde estava hospedada. Pensava em como convenceria Alessandra a viajar para os Estados Unidos. Há quase dois anos ela não saía daquela casa. Ela apenas comandava e seu exército de funcionários obedecia. Muitos temiam ao poder daquela mulher. E mesmo que fosse amiga íntima dela não deixava de ser também uma simples empregada que tivera a sorte de ser acolhida por seu padrinho Alessandro Katsaros.
Samantha se levantou passava das cinco da manhã. Foi até a janela e notou a linda manhã de sol lá fora. Seu apartamento ficava localizado em uma avenida parcialmente movimentada e havia algumas empresas por perto, isso fazia com a aquela parte da cidade fosse mais agitada.
Afastou-se da janela de seu quarto e seguiu na direção do banheiro. Adorava tomar banhos de manhã e nunca saía de casa sem antes revigorar seu corpo com uma ducha de água fria, mesmo em manhãs de inverno.
A água do chuveiro escorregava lentamente pelo seu corpo nu. Adorava a sensação de ter a água percorrendo e revitalizando o seu corpo. Apoiou uma das mãos na parede e fechou os olhos. Sua mente de repente foi invadida pela lembrança do corpo nu de Alessandra Katsaros...Recordou-se das belas curvas...das pernas longas e bem torneadas...os seios convidativos.
Samantha engoliu em seco.
Seu coração disparou.
Ela abriu rapidamente os olhos e sacudiu a cabeça negativa e fortemente, tentando se desfazer daquela imagem da tentação.
Jaqueline estava certa. Precisava de um homem, de um amante para lhe fazer enlouquecer um pouco, nem que fosse na cama. Essa carência toda já estava lhe deixando louca e pensando em coisas totalmente sem sentido.
Samantha desligou o chuveiro, pegou a toalha e seguiu a passos lentos para fora do seu banheiro.
Antes de ir para a casa de Alessandra tomaria um café bem reforçado e passaria na floricultura de sua irmã para levar algumas flores, com as quais decoraria a casa da milionária.
Ariela estava preocupada com a reunião que Úrsula e Henrique teriam com os membros do conselho gestor da empresa e com os demais sócios. Não estaria presente e tinha medo de que eles fechassem algum acordo sem comunicar antes a Alessandra.
Já não sabia mais o que fazer para que Alessandra voltasse a presidir a empresa.
Estava cansada de bater de frente com Úrsula, literalmente.
A tia de Alessandra lhe tinha como uma arqui-inimiga.
Preocupada, ligou para Alessandra.
A milionária mandara chamar o diretor financeiro da empresa, logo após o telefonema de Ariela. Afinal de contas, sabia que a executiva estava dando o seu sangue por uma empresa que não era dela, e sim sua. Não gostava de sua tia Úrsula, tampouco do seu primo Henrique. Sempre achou que eles queriam a queda de seu pai e agora queriam a sua.
Alessandra aguardava impacientemente, pelo diretor.
O homem não tardou a chegar.
Era um homem baixo, pomposo, de cabelos grisalhos e que trajava um esquisito terno cor de vinho, e sapatos dourados.
Ele bateu levemente na porta do escritório.
— Entre.
Ele ouviu a voz grave e de timbre profundo.
Já a conhecia há algum tempo e sabia do poder que aquela mulher detinha em mãos.
— Com licença, dona Alessandra.
— Quero saber de cada detalhe das finanças de minha empresa, Israel. Quero saber quais serão os contratos fechados e com quem serão fechados. Quero saber os pormenores dos contratos futuristas e atuais, eventualmente, também os que foram fechados no último semestre.
— Eu acho que consigo fazer um compilado de tudo.
— Eu não quero que você ache, eu quero que você consiga o que te pedi.
Falou ela, friamente.
Mesmo relutante, o homem assentiu.
Ele sabia que não era louco de contrariar, porventura, as ordens daquela mulher.
Três horas se passaram, desde a reunião que Alessandra iniciara com o senhor Israel.
O homem parecia exausto, mas a mulher era como um aço inquebrável. Ela era incansável. Sua pose ereta e quase rígida permanecia exatamente igual.
— Por fim, eu quero saber todos os detalhes da reunião que a minha tia Úrsula teve ontem com os empresários da china.
O rosto do homem se transformou.
— Mas dona Alessandra, não temos como saber, a sua tia é uma mulher que não gosta de tais intromissões.
— Pois descubra, você está sendo pago para isso.
E levantou se apoiando na bengala.
Deixou o recinto a passos firmes.
Úrsula observava os grandes arranha-céus, da janela de vidro do seu escritório.
Ela sempre invejara o irmão.
Sempre quisera ser a dona de tudo que ele possuía e com a morte precoce do magnata, ali estava a sua grande oportunidade de ser a dona de tudo, porém, ainda havia um empecilho em seu caminho: Alessandra.
Precisava arranjar um jeito de tirá-la de seu caminho de uma vez por todas.
Tinha de aproveitar agora que ela ficara cega.
Soube que havia uma mulher trabalhando na casa dela. Era uma pobre coitada, que não tinha onde cair morta. A família era miserável e morava em uma parte pobre daquela cidade. Não seria difícil persuadi-la a lhe ajudar a tirar Alessandra de seu caminho.
Ninguém daria pela falta dela.
Afinal, ela parecia estar morta há dois anos, quando a esposa se fora no acidente.
Samantha estacionou seu carro de frente a propriedade dos Katsaros. Ficou dentro do carro durante alguns minutos, apenas observando em silêncio, a magnitude e a beleza daquele lugar. Deixara-o com outra aparência, com uma nova vida e estava feliz por isso. Sorriu, pegou a bolsa e desceu do veículo, fechando a porta logo em seguida.
O cheiro.
Sempre aquele cheiro suave, de lírios do campo ou seria de flor de jasmim? Bem, não saberia dizer. Só sabia que era ela pelo cheiro tão característico dela. Parou um instante, sentindo o cheiro de flores. Tateou com mais incisão e direcionou a cabeça para o lugar em que Samantha estava.
— Esse cheiro de flores e esta claridade estão insuportáveis. — Resmungou com a amargura que há tempo se tornara dela uma característica.
Samantha a fitou, confusa.
Ela estava toda de preto — calça e blusa social de seda, usava também um formoso sapato de salto. Os cabelos negros estavam presos em um elegante rabo de cavalo.
Ela estava linda!
— Eu trouxe algumas flores para enfeitar a casa.
— E por algum acaso esta casa está com cara de jardim, dona Samantha? — Perguntou, seriamente.
Samantha riu olhando docemente para ela.
Alessandra não se irritou com a risadinha, pelo contrário, aquele sorriso de repente parecia uma doce canção de ninar ecoando em seus ouvidos.
— Não é isso, é que tua casa é tão linda, é até um pecado deixá-la em total abandono.
— Bom, isso para mim não é um problema. — Deu de ombros. — Não me importo.
— Eu não disse que era. Apenas...apenas...quero deixar esta casa com mais vida. Esse lugar parece abandonado. Você melhorou do resfriado?
— Sim.
— Por que se trancou nesta casa? — Perguntou já sabendo o motivo, mas queria ouvir dela. — Há um mundo lá fora, sabia?
— Isso não é da sua conta, dona Samantha. — Falou, rispidamente.
— É, talvez não...— Fitou-a de cima a baixo. — Você está linda hoje. — Disse com o corpo trêmulo. Queria ver a poderosa tirar suas armaduras.
Alessandra estreitou os olhos ao ouvir o comentário e tamanha besteira.
— Você sabe qual é o lugar que ocupa dentro desta casa, então não confunda as coisas, dona Samantha. — Apontou-lhe o dedo.
— Eu não estou confundindo nada...só disse que você está linda...— Samantha estava muito vermelha. O rosto estava queimando de vergonha. Por que fora mesmo dizer aquilo? — Bom, se não se importa eu vou colocar essas flores em seus lugares.
“Mas o que diabos essa mulher pensa que está fazendo, querendo encher minha casa de flores?”
Pensou a milionária.
— Preciso que me acompanhe a um lugar. Dirija para mim.
— Que tipo de lugar? — Samantha perguntou, largando a flores de lado.
— Apenas vamos, pois já estou atrasada.
— Espera, deixa eu só colocar esse vazinho ali, vai ficar lindo na tua janela.
Alessandra respirou fundo, impacientemente.
“Essa mulher só pode ser louca.”
— Eu detesto flores.
Samantha sorriu.
— Minha família tem uma floricultura e flores são poesia. Eu vivia de vender flores. Minha irmã vive até hoje e a minha mãe também. — Disse, com toda simplicidade do mundo.
Alessandra sacudiu a cabeça negativamente e deu alguns passos à frente.
Não queria saber mais nada da vida dela.
Em poucos minutos as duas estavam dentro do carro e Alessandra tentava puxar o cinto, mas ele parecia preso em algum lugar.
— Espera, deixa que eu te ajudo com isso.
Samantha de repente se debruçou por cima dela e a ajudou com o cinto. Parou um instante apenas para olhar a empresária mais de perto e pôde perceber o quanto ela era ainda mais linda. Mirou os lábios vermelhos, delicadamente carnudos e imediatamente sentiu uma forte tensão. O delicado cheiro que se desprendia dela era inebriante.
Alessandra sentia a maciez do corpo dela roçando no seu...o cheiro dos cabelos invadiam seus sentidos de uma maneira incisiva. E novamente estava ali aquela maldita vontade de conhecer aquele rosto tão desconhecido para si. Amaldiçoou-se por estar cega. Por ser uma maldita cega.
Samantha se afastou, meio desconcertada.
— Bom...é...você pode me dizer o endereço?
Alessandra passou o endereço para Samantha e em pouco tempo chegaram ao destino.
O local era uma renomada clínica de olhos, particular.
Samantha ficou aguardando na recepção, enquanto Alessandra era conduzida por uma das funcionárias até a sala do médico.
— Boa tarde, Alessandra.
— Boa tarde, Airton.
— Então você veio. — O profissional sorriu. — Sente. Há uma cadeira ao seu lado esquerdo.
— Estou aqui, mas fique sabendo que não acredito na reversão.
— Você precisa ter um pouco mais de fé, Alessandra.
— Não estou aqui para falar de minha fé, sim de minha visão. Não tenho tempo a perder, Airton, vamos direto ao ponto. Sou uma mulher ocupada.
A praticidade era ela.
Alessandra sentou e ficou debatendo com o médico sobre a cirurgia que faria dali uns meses. Ela já não acreditava que recuperaria a visão, mas uma força invisível a impulsionara estar ali hoje.
Samantha olhava para cada canto daquela clínica e se recordava de quando trabalhava em um hospital. Já fora tão feliz, como sua vida pudera mudar assim? Aquele acidente acabara com a sua vida, com a sua carreira, com a sua alegria. E agora, por uma ironia do destino, estava na vida da mulher a quem destruíra. Suspirou e pensou em Alessandra, por mais que ela não admitisse, pois era arrogante e além de arrogante era orgulhosa, ela precisava de alguém...ela precisava de si.
A verdade era que não suportava ver aquela mulher sozinha, na escuridão daquela casa, morrendo aos poucos.
Gostaria, sinceramente, de nunca ter cruzado o caminho de Alessandra Katsaros.
Fim do capítulo
Minhas lindas, tenham um bom domingo.
Grande abraço.
:)
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Criz Dexter
Em: 22/02/2022
Boa tarde Tha
Gostaria de saber se acaso ja cocluiu esta Estoria. Vasculhei na Amazon e nao encontrei.
Curiosa para ver o final.
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HedaWarrior
Em: 19/06/2021
Boa noite, Thaa!
Como está? Espero que bem!
Quando finalmente retorno ao site para ler alguma obra maravilhosa, achei a sua! Que incrível!!!
Irei agora mesmo maratonar, e me deliciar com a sua obra! Que aposto que está sendo maravilhosa... Ah, estou relendo as outras lá no Kindle! Sempre que posso, mato a saudade!!
Que vc tenha uma semana abençoada!
bjooorz!
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Gata
Em: 12/06/2021
Tudo bem querida autora, espero que sim.
Sempre te acompanhando autora tanto aqui como lá no amazon.
E por falar em amazon, estou esperando anciosamente pela sua bela obra intitulada "amor acima da lei" ser postada na plataforma amazon.
Todas as suas estórias são maravilhosas.
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Val Maria
Em: 03/06/2021
Olá minha autora amada!
A Ale foi procurar ajuda oftalmológica ,e disse não acredita na reversão,mas se foi é porque acredita.
A força que a fez procurar ajuda tem um nome"Sam", e você ainda não sabe Ale,mas já está se encantando pela sua empregada sem rosto.
Tenho até medo quando a Úrsula descobrir quem é de fato a Samantha e usar isso para prejudicar a sobrinha.
Thaa,você não sabe como estou feliz com a sua volta,e com o segmento dessa história fantástica.
Beijão girl.
Val Castro^
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Mille
Em: 03/06/2021
Oi querida Thaa
Úrsula vai chantagear a Samantha depois que ela não aceitar dinheiro para dar fim na vida da sobrinha. Vai descobrir que ela foi responsável pelo acidente que matou a esposa e filha da Ale.
E se a Ale não cuidar e tomar o controle Úrsula e filho vai passar a perna nela.
Bjus e até o próximo
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lusilenesetubal
Em: 01/06/2021
Ate que enfim ela resolveu ir ao medico pra falar sobre a sua cirurgia da visao.... Essa Ursula é perigosa ja querendo comprar a Samantha pra fazer mal a Alessandra...
Quando essas duas vão começar a se envolver realmente quero elas juntas logo autora..
Sei que vem muita emoção por ai nessa historia.
Parabens Thaa por mas uma historia maravilhosa
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Anny Grazielly
Em: 01/06/2021
Pq simplesmente amo os momentos dessas duas... kkkkk... já ansiosa pelos momentos lindos entre elas...
Imagina quando a tia de Ale descobrir que a Sam eh tia da neta dela... lascou total...
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HelOliveira
Em: 30/05/2021
Thaa minha querida parace que as coisas estão comecando a mudar mesmo na cabeça da Alessandra eu já estou ansiosa pelo próximo capítulo...
Bjao e boa semana
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Acarolinnerj
Em: 30/05/2021
Excelente capítulo..
Já estou ansiosa pelo próximo..
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Fran10
Em: 30/05/2021
Parabéns! Tha, não poderia deixar de me cadastrar só para fazer um comentário sobre seus romances. adoro suas histórias, sua maneira de escreve-las nos deixa sempre com um gostinho de quero ler mais. E parece que Alessandra tá começando amolecer esse coração de pedra!??‘?????
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