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Meu Passado Com Você por Bibiset

Ver comentários: 7

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Palavras: 3412
Acessos: 3378   |  Postado em: 13/05/2021

Capitulo 4 - Tensão Pré Micaela

Os olhos surpresos da morena foram o suficiente para queimar o rosto de Isabella que odiou-se por ser tão incontida quando estava perto dela. 

 

— Digo... No seu quarto! — Corrigiu-se rapidamente, mas não o suficiente para livrar seu rosto do tom rubro que o sangue gerou. 

 

Micaela sorriu com os lábios, com os olhos e com a alma. Estar próxima de Isabella ia além de qualquer relação humana que já tivesse. E pensar que no primeiro dia que a vira, o deboche e desdém eram inevitáveis, e lembrar dessa reação passada lhe trazia a sensação de que quanto mais ela conhecia os seres humanos, mais sabia que na verdade não os conhecia em absolutamente nada.

Sua primeira amiga na escola havia sido também seu primeiro amor, com pouca idade esses sentimentos podem se tornar traumáticos, dramáticos e de uma preocupação extenuante. Ela não possuía energia ou experiência suficiente para saber lidar com os sentimentos que os sorrisos da sua melhor amiga lhe causavam, ou de entender a razão de estar sempre com anseio de pegar em sua mão, de beijá-la no rosto ou dividir seu lanche com ela, era jovem demais, ingênua demais. As pessoas não estranhavam, então para ela era basicamente normal. Mas há sempre algum adulto com olhar mais clínico ou entendido que cerraria os olhos para a forma como aquela pequena criança de olhos muito negros agia perto das outras meninas, assim como com os meninos. Sem contar a preferência de vestimentas, brinquedos, personagens e até esportes. Micaela não fugia à regra básica de que todo adulto com sexualidade homoafetiva, possui suas tantas histórias de infância para contar. Mas Isabella era aquela incógnita provocante que a morena arduamente buscava entender, não dava para saber o que se passava em sua cabeça e ao mesmo tempo ela era transparente e inocente. Era instigante estar com ela, além de muito agradável. 

 

— Garota, já te disse que é bem vinda no meu quarto... — E jogou de leve uma uva que acertou em cheio a cabeça do Snoop de seu pijama. 

 

Com todo cuidado de duas adolescentes elas levaram o colchão de Isabella para o quarto da morena. Na travessia derrubaram um quadro, o telefone e mais dois objetos que estavam na mesinha de cabeceira da cama. Estavam satisfeitas, o trabalho em equipe saiu melhor do que o esperado. 

 

— Só que papai desmontou a cama, já que você tinha dado preferência pela sala, tem problema continuar no chão? — A morena questionou esperançosa de que ela não desistisse da mudança. — Se quiser a gente pode trocar, eu não me importo de dormir no chão e minha cama é bem macia... 

 

Ela ajeitava os lençóis e o travesseiro da caipira e Isabella não pôde deixar de sorrir pelo cuidado, quem diria que o brutamontes Micaela que a recebera no primeiro dia agora preocupava-se com seu conforto. Aqueles meses com ela haviam sido uma combinação notável de mudanças. 

 

— Não me importo com o chão. — Ela se jogou no colchão entusiasmada com a conversa que pretendia ter a seguir. 

 

— Mas e suas costas? 

 

— Fico mais dolorida pelo espaço ser pequeno lá, daí como me mexo muito, acabo ficando torta ou pressionada contra o sofá. — As duas riram. 

 

O céu daquela madrugada, sem uma nuvem sequer, deixava evidente que o dia havia sido quente, como de costume. Mas a noite trazia uma brisa refrescante, que entrava pela janela, dando movimentos dançantes à cortina. Um pequeno ventilador de chão girava de um lado para o outro, soprando um ruído baixo e contínuo, também oferecendo uma refrescância e ao mesmo tempo tranquilidade. Ambas já estavam deitadas, Micaela na cama se apoiava de lado em um dos cotovelos, enquanto Isabella no colchão de barriga para cima contemplava os fios negros, desarrumados e caídos sobre um lado do rosto da morena. Apenas a luz da lua iluminava o quarto, mas era o suficiente para que pudessem distinguir os traços de seus rostos e expressões. Isabella havia feito uma pergunta, de forma tão objetiva que Micaela por um instante pensou estar em uma entrevista. Ela respirou fundo, tomando fôlego, antes de começar: 

 

— Não sei com exatidão quando foi, mas... Percebi que me interessava por garotas quando me descobri uma, eu acho... — Ela mordeu a ponta da língua com uma careta, sem saber se a outra entenderia o que queria dizer. 

 

— Você não sabia que era uma garota? — Ela ficou de lado, também apoiada no cotovelo, interessadíssima na resposta. 

 

— Não sei... Eu apenas me via alguém, sabe? Uma pessoa e só. Tinha homens, mulheres, jovens, adultos, crianças, meninos e meninas... E tinha eu. Eu me via como uma pessoa à parte dessas pessoas, não me sentia encaixada, talvez como criança sim, mas... Tudo pareceu fazer sentido quando uma vizinha pediu para tomarmos banho juntas... — Ela pausou rindo com as lembranças, mal se lembrava daquele dia, mas a pergunta de Isabella e sua curiosidade remexiam seu passado já quase esquecido. 

 

— E aí??? — Isabella sorria achando graça, mas roía as unhas ansiosa pelo desfecho. 

 

— E aí que foi engraçado... — Ela riu tentando se lembrar de cada detalhe. — Não me lembro o nome dela, mas éramos amigas há um tempinho... Chovia e nos molhamos do lado de fora da casa, daí a mãe dela nos chamou para dentro e quando vi ela já estava se despindo e me convidando para tomar banho com ela... Nós ainda nem tínhamos “corpo”, sabe?  Mas o que senti foi o suficiente para que eu percebesse nossa semelhança e de como aquilo era agradável para mim... 

 

— Quantos anos vocês tinham? 

 

— Uns nove, talvez menos... 

 

— MEU DEUS MICAELA! — Ela tampou a boca abrindo os olhos, horrorizada.

 

— Ué, você não pensava nessas “coisas” quando criança? — A morena ria enquanto jogava o travesseiro nela. 

 

— Você foi uma criança MUITO precoce! — Isabella abraçou o travesseiro também rindo. — Eu mal sabia como os bebês nasciam com essa idade! 

 

— O QUÊ?

 

Era contagiante a gargalhada que explodiu dos pulmões da morena. Aquela mania de jogar a franja para trás, os olhos que se comprimiam com o sorriso perfeito que seu rosto revelava, o som da sua voz e do sua respiração. Tudo isso ofuscava os olhos e a mente de Isabella de uma forma tão abundante que ela se segurava para não emitir palavras sem sentido, ou olhares que Micaela com certeza poderia reconhecer. O esforço era grande, e ela aprendia com ele e se tornava cada dia mais experiente em disfarçar seus sentimentos. 

 

— E quando foi seu primeiro beijo? 

 

— Bem, esse já estava com doze anos, foi na casa do Fer... Uma prima mais velha dele... daí brincávamos de Namoro no Escuro e para minha sorte e surpresa... — A risada maliciosa dela explicava o resto. 

 

— Uma criança ainda! — Isabella estava inconformada. 

 

— Ah não, Isa! Vai me dizer que com essa idade você nem... — Micaela apontou em direção à sua cintura e Isabella parecia não entender. — Não se... — Ela desta vez olhou em direção ao shorts da garota, vários Woodstock’s a encararam de volta. 

 

— Não “me”, o quê? — Isabella esforçava-se para acompanhar o raciocínio da outra. 

 

— Se tocava! — Micaela sibilou achando fofa a forma como as bochechas da caipira se tingiam de vermelho. 

 

— Eu... eu... n... voc... 

 

— Calma, Isa! — A morena ria, mas preocupava-se com o estado perplexo da outra, foi para o colchão junto com ela, e pegou em sua mão tentando reconfortá-la de alguma forma. — Eu estava brincando... Ok, talvez nem tanto... Eu realmente comecei a me masturbar por volta dessa idade, mas...

 

As palavras da morena e seu toque só pioravam seu estado emocional e físico. Isabella e Micaela eram como água e vinho, ambas possuíam tantas similaridades, quanto um abajur e um elefante. Isabella aprendera sobre educação sexual na escola, mais precisamente no sétimo ano. Ali entendera a forma real de como as coisas aconteciam, logicamente que muitas delas já havia ouvido de colegas de classe e em filmes ou novelas, mas de forma mais despojada, não tão explícita. Ela já havia sentido, mais vezes do que gostaria de se lembrar, aquela sensação singular entre as pernas... Inclusive podia senti-la nesse momento, mais forte do que nunca! Porém nunca havia se permitido “colaborar” para que a sensação de intensificasse ao ponto de chegar à um ápice, assim como uma amiga lhe confidenciara que seria um orgasmo. Não era ingênua, sabia que existia essa possibilidade, contudo sempre acreditou que dar vazão “aquilo” não era tão necessário. Era apenas uma reação fisiológica, assim como uma dor de cabeça ou cansaço físico, bastava esperar que simplesmente... Passava. 

 

— Estou calma... — Ela concentrou-se para não gaguejar. — Só fiquei surpresa, não esperava que você... — Riu ainda constrangida, retirando a mão com cuidado das mãos da morena. O toque de Micaela prejudicava seu raciocínio. 

 

— Desculpa, tá? Não queria te constranger... — A morena olhava em seus olhos, falava muito sério. 

 

— Não! Não me constrangeu... É que, sei lá, as pessoas daqui não costumam falar tão abertamente sobre isso. Eu só fiquei sem reação... — Isabella reordenava as emoções, usando as palavras com calma.  

 

— Tem razão. Eu fui muito depravada, né? — Micaela desculpava-se com peso na consciência, não queria que Isabella a visse como vulgar, mesmo não fazendo sentido para morena que o assunto masturbação fosse um tabu, para ela sempre fora algo normal. 

 

— Também não sou uma freira, Mica! — A caipira empurrou-a pelo ombro rindo do seu jeito arrependido. 

 

— Mas é ingênua! 

 

A morena pegou seu pé examinando os dedos delicados pintados de esmalte rosa claro. Isabella revirou os olhos, não era ingênua! Só um pouco tímida, talvez?! O fato era que estar com Micaela trazia emoções das quais ela não entendia e muito menos sabia lidar, era sempre uma surpresa, claro que agradável, porém evitar que expusesse o quanto era agradável para ela todo esse contexto nominado Micaela, lhe causava extremo pavor. Em sua mente ela só conseguia pensar que; precisava esconder à todo custo! 

 

— Faz cócegas! — Ela reclamou tentando puxar o pé. 

 

Micaela sorriu faceira passando as unhas vagarosamente na sola entre o calcanhar e os dedos. A risada estridente foi abafada pelo travesseiro quando a interiorana tentava fugir da tortura virando-se de bruços no colchão. 

 

— Olha Isa! — A morena apontou para janela que mostrava os primeiros raios de sol. Aquela seria a primeira noite de muitas que viriam, conversando sobre tudo e ao mesmo tempo sobre nada. Muitas estariam ao som de alguma música, principalmente se conseguissem entrar em um acordo sobre o estilo escolhido, visto que seus gostos nada parecidos rendiam boas horas de discussão sobre timbre vocal, melodia e letras. Era tão fácil quando estavam juntas que quando não estavam procuravam-se, sem pensar... ou perceber. 

 

O aniversário de Micaela, Natal e Ano Novo foram dias intensos e de uma felicidade genuína. Não se desgrudavam por um minuto sequer e a maioria atribuía essa ligação à uma simples resposta; eram irmãs! Morar sob o mesmo teto tornavam suas rotinas enlaçadas e co-dependentes, não haviam planejado, apenas acontecera, tão natural quanto o nascer e o pôr do sol. Seus amigos tornaram-se amigos dos seus amigos em comum e quando saíam chamavam por Mica e Isa. E se por algum acaso algo impedisse o comparecimento de uma delas, logo poderia se ouvir “cadê a Isa?”, “Mica não vem?”, era tão frequente que não notavam. 

Estavam tão conectadas que já não se constrangiam em dialogar sobre assuntos mais íntimos, até mesmo Isabella conseguira compartilhar histórias sobre os garotos que ficara, mas... Jamais atrevera-se a dizer sequer uma palavra sobre o que sentia pela morena. Era tácito entre ela e seu coração, que o que sentia pela morena era seu maior segredo. Micaela a tratava com carinho de irmã, nunca a veria como uma... 

 

— Ei, pirralha.. O quê vai querer de aniversário? 

 

Micaela apertava as rodinhas de seu novo skate enquanto Isabella estudava um livro de geografia para a prova do dia seguinte. Estavam sentadas no quintal da casa, com o céu azul e as pequenas plantas do pai como testemunha. Os pais haviam ido à feira que acontecia todo domingo de manhã no bairro ao lado. 

 

— Pirralha?! Temos a mesma idade, bobona! — Isabella odiava quando a morena se referia à ela como a caçula da família. 

 

— Mesma idade, mas não mesmas experiências... — A morena levantou as sobrancelhas debochando, como sempre, da sua ingenuidade. 

 

— De novo? Que droga, Mica! Você prometeu que não ficaria tirando sarro de mim sobre isso! — Ela fechou o livro bastante revoltada com a outra. 

 

— Eiii! Tô brincando... Nossa, parece que alguém está “naqueles” dias. — Micaela ria sem olhá-la, concentrada em turbinar seu skate para deixá-lo ainda mais rápido. 

 

O bufar da caipira e sua saída intempestiva deixava claro que Micaela passara um pouquinho dos limites. Ela anotou mentalmente sobre procurar um presente bem legal para sua caipirinha estressada. 

 

*** 

 

— Filha? — A mãe entrava no quarto das meninas com cuidado, pois sabia que elas odiavam quando entravam sem bater, porém após duas batidas, a mãe abrira a porta para conferir se estava tudo bem. 

 

Isabella virou-se de costas para porta, ajeitando os cabelos sobre o rosto, para que a mãe não percebesse seu rosto avermelhado de horas chorando.

 

— Bella? Estava chorando? — A mãe sentava-se ao lado dela na cama enquanto afastava seu cabelo e fazia carinho em seu rosto. Aquele afago, a manhã com Micaela, a prova da matéria que mais odiava, a maldita TPM... A garota explodiu em novas lágrimas, fungando baixinho e puxando a mãe para um abraço. — O quê foi, bebê? Onde dói? 

 

Como confessar para mãe que sua dor era na alma? Que seus olhos ardiam de tanto chorar, por àquela que eles se referiam como sua irmã? Aquele beco sem saída a sufocava dia após dia, dormir e acordar ao lado do motivo de seus desejos mais secretos, era uma tortura homeopática que aos poucos lhe roubava toda sanidade. Não poder ao menos tocá-la, sem deixar transparecer toda vontade de unir-se à ela da forma mais primitiva. 

Se ela soubesse que se apaixonar era assim tão dolorido, tão angustiante quanto sufocar em um oceano de vontades... Ela jurava que preferia ficar sem nunca amar pelo resto da sua vida. 

 

Dias de choro tornou-se algo rotineiro para ela, mesmo sem motivo aparente ela simplesmente desabava em momentos em que sua luta contra seus próprios sentimentos ultrapassava o limite. Um dia saberia que havia sido na verdade uma guerreira, por enquanto só conseguia pensar que era uma grande tola, que nutria sentimentos pela pessoa errada. 

 

— Tenho uma notícia... Amanhã começo na loja do Carlão! — Micaela disse entusiasmada enquanto se servia com a maravilhosa salada de batatas de Silvia.

 

— Que legal Mica! — Silvia bateu palminhas, feliz pela enteada. Sabia o quanto a garota procurara pelo primeiro emprego . 

 

— Eu ainda acho que você poderia esperar um pouco mais, Bubu. — O pai mastigava a comida, assim como a informação, de forma indigesta. 

 

— Pai! 

 

O olhar negro da morena foram o suficientes para encerrar o assunto. Ela lutara bravamente contra a vontade do pai sobre fazer faculdade, e finalmente vencera o assunto, quando sugeriu que a deixasse pelo menos testar como seria o mercado de trabalho, e quais seriam suas vocações. Não queria gastar anos em um curso que só escolhiam por “moda”, para depois se arrepender e acabar em qualquer trabalho. Isso era algo que Beatriz lhe ensinara e não pôde deixar de sorrir ao lembrar-se de sua ex professora de Educação Física. Ligaria para ela, precisava contar a novidade e também matar as saudades. 

 

— Você vai trabalhar o dia todo? — Isabella fez a pergunta tentando parecer o mais desinteressada possível.

 

— Sim, como o último funcionário saiu, ele está com apenas dois na produção e a filha estava ajudando no atendimento, daí ele pediu que eu substituísse a filha, para que ela ficasse na produção com eles. 

 

— Deve ser bem puxado a produção de uma marcenaria. — Silvia comentou levando seu prato até a pia. 

 

— Então você não vai mais me ajudar na parte da tarde? — Isabella se referia às aulas que a morena lhe orientava sobre Física e Matemática. Era ano de vestibular e Isabella já mirava alguns cursos de seu interesse, mas o que mais lhe chateava era o fato de não ter mais a morena com ela às tardes, um dos poucos momentos em que ficavam quase coladas, na pequena mesa da cozinha. 

 

— Prometo recompensar no final de semana, caipira! — Micaela beijou os dedos cruzados fazendo a promessa. 

 

— Não prometa o que não poderá cumprir, Micaela! 

 

O silêncio na mesa fez com que a cadeira que Isabella arrastava para se levantar, soasse ainda mais barulhenta. A garota lavou seu prato no automático e saiu sem nada dizer. 

 

No quarto, após o banho demorado, ela se encolheu no colchão, com as luzes apagadas que diziam claramente um “Não Perturbe”, mas Micaela ignorou os sinais e praticamente se jogou sobre ela bagunçando seus cabelos. 

 

— Sai Micaela! — Seu mau humor era mais do que visível. 

 

— Se me chamar de Micaela mais uma vez eu vou agarrar seu pé e nem adianta vir me subornar que não vou parar! 

 

— Mica, é sério... — O olhar triste da garota foi como uma pontada no peito da morena que imediatamente sentou-se preocupada. 

 

— Isa, o quê foi? Aconteceu alguma coisa? — Sua voz e expressão mudaram completamente, ela buscava em seus olhos a resposta. 

 

— Nada... Só estou com sono. 

 

— Não vira a cara para mim, por que sei que está mentindo... Fala, por favor?! É por causa das aulas? Eu prometo que te ajudo no sábado e no domingo, o dia todo se você quiser!!! — Ela falava muito sério, tentando fazer a garota se animar. 

 

— Não é por isso! Me deixa, por favor... — A voz embargada da caipira deixaram a morena ainda mais aturdida. 

 

Micaela levantou o lençol e deitou-se atrás dela, abraçando-a de conchinha, como sempre fazia quando Isabella estava cabisbaixa, o que acontecia com certa frequência ultimamente. Cheirou e beijou seus fios castanhos claros que tanto adorava e sussurrou em seguida:

 

— Eu nunca vou te deixar, Isa... Você é a minha pessoa favorita dessa casa. — Ela fez um carinho em sua barriga quando ouviu o soluço da outra, Isabella chorava baixinho. 

 

— Por favor... 

 

— Eu não sei o que aconteceu... Mas quero que saiba que o quê ou quem fez isso com você, merece um soco na cara. 

 

A voz profunda atrás de si a arrepiava e esfaqueava ao mesmo tempo, era um misto de desejo, dor e humilhação que os poucos anos de vida da garota não sabiam resistir. Queria apenas aproveitar aquele abraço como realmente gostaria, Micaela com certeza a olharia espantada caso ela se virasse e revelasse o motivo de seus choros, das suas noites mal dormidas e das suas tentativas falhas em satisfazer aquele desejo insano pela outra. 

Lentamente olhou para trás, empurrando seu corpo na direção da morena, ela sabia que nesse momento estava perdendo para o desejo, pouco a pouco o cansaço e horas de choro minavam suas energias, ela se sentia sem o controle de suas faculdades mentais. Os hormônios, a voz da morena, os dedos da mão carinhosa próximo ao cós do seu pijama, tudo isso somado ao corpo quente que lhe pressionava com tanto carinho e o perfume já tão familiar de Micaela... Isabella estava à beira do abismo e ela só queria mergulhar de ponta. Ofegante e com os ouvidos quase explodindo de tanta pressão pela ânsia de seu próximo passo, ela entrelaçou os dedos aos da morena e buscou seus olhos... 

Fim do capítulo

Notas finais:

Um bjoooo para Eleonora e Fera da Usp que comentaram nos capítulos anteriores!!! 

Obrigada por lerem gente ^_^ 

 

Bjito de Pinguim! 

 

 

 


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Comentários para 4 - Capitulo 4 - Tensão Pré Micaela:
mtereza
mtereza

Em: 05/05/2023

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mtereza
mtereza

Em: 05/05/2023

Bichinha da Isa e a Mica não imagina realmente 

Responder

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mtereza
mtereza

Em: 03/05/2023

Bichinha da Isa e a Mica não imagina realmente 


Bibiset

Bibiset Em: 05/05/2023 Autora da história
Eu amo o uso dessa expressão “bichinha” rs acho tão fofo s2


Responder

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NessaAvatar
NessaAvatar

Em: 19/05/2021

Autora.. ahhh autora.. por que sumiu por tanto tempo???  ;^;
Eu fui uma das que acompanhou a outra versão de quase 10 anos atrás,  infelizmente é bastante tempo pra quem tem memória ruim (eu mesma) e que durante esses anos foi acumulando/lendo histórias atrás de histórias, muitos nomes de personagens diferentes, temas, dramas e tudo mais, é bastante pra conseguir recordar 100% algo de 10 anos atrás, mas mesmo assim, algumas coisas ficam marcadas, por exemplo essa sua história, eu infelizmente não me recordo se ela chegou a ser finalizada, mas lembro de partes, coisas que marcaram de alguma forma, (que não posso falar, porque pode ser spoiler para as novas leitoras) e ver que você voltou, deu um sentimento muito bom, deu uma aquecida no coração de saber que você está viva (sério, que bom mesmo, porque né, depois que o Abcles se foi, muitas leitoras ficaram a ver navios sem saber do paradeiro das autoras e suas histórias que faziam parte das nossas vidas, do nosso dia a dia) e espero poder continuar essa e outras histórias que você possa nos proporcionar!!
Antes de dar tchau, preciso de uma esclarecida na mente, porque como disse, muito tempo, muitas histórias, talvez eu tenha feito confusão e estou achando que esses detalhes (que vou falar) são dessa história da versão antiga mas que na verdade é de outra história que já li pelo Abcles =}
Enfim, me diga, você costumava colocar link de músicas nos capítulos não é? Porque eu tenho quase certeza que eu conheci uma banda (dupla) graças a você, acho que em algum capítulo a Mica estava escutando Boy - This is The beginning (ou era outra música dessa banda) e eu amei demais, sempre que escuto eu lembro, inclusive me faz lembrar também, que eu tenho quase certeza que foi na sua história,  que a Mica e a Isa tinham uma brincadeira chamada Tritão e sereia ou algo assim..
Por favor, se você ter paciência de ler todo esse texto, me fala que esses dois detalhes são sim dessa sua história kkkk
Enfim², muito obrigada mesmo por voltar!!! Demorou, mas que bom que voltou!!! E já que estamos em época de coronga, envio um abraço de urso via telepatia pra você!! E por favor, não some mais não ;^;  a não ser que seja necessário, mas avisa a gente, porque mesmo nem conhecendo a pessoa que escreve essas histórias,  vocês fazem diferença na vida de quem tá do outro lado da tela de um PC ou celular, vocês autoras, criadoras dessas histórias perfeitas, são importantes pra nós leitoras!! (Eu sempre fui e ainda sou uma das que ficam na moita, porque sou tímida e tudo mais, mas eu tive que vir falar tudo isso acumulado, 10 anos acumulados hahaha)
É isso então, muito obrigada sua linda!!! Já estou nervouser pra ver todos os próximos capítulos dessa nova versão!!
Beijos e abraços ^-^  
(E desculpe o texto gigantesco e os erros ^-^')
Resposta do autor:

EU AMO UM COMENTÁRIO hahahahaha 

Pois acertou em CHEIOO, era essa história mesmo XD com direito a lembrar de Boy por que sim elas são LINDAS E MEUDEUS AMO DEMAIS até hoje rsrs 

Tô evitando colocar músicas nesse, só para ficar mais atemporal, mas me passa um monte de melodia pela cabeça enquanto escrevo s2 muito amor por voltar a fazer algo que fiquei travada tanto tempo. Tu lembrou até do Tritão e Sereia que minha esposa me zoa até hoje por eu ter colocado kkk Nessa nova edição eu mudei praticamente TUDO rs, elas são outras pessoas quase, mas o antigo vou postar com algumas alterações para ter final, assim que terminar este. Ahhh eu tô muito feliz com o apoio de vcs, a gente escreve para entreter, mas é um peazer indescritível, então eu quem agradeço pelo carinho em ler e comentar! 

 

Vcs que são umas lindas ^__^ 

Um beijo imensooooooo e virtual para segurança de todos kkk ;* 

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mookabah
mookabah

Em: 16/05/2021

heey, ferausp aqui hoje consegui criar uma conta, foi ótimo estar no universo de 10 anos atrás mas é ótimo conhecer essa nova versão o amor pela Mica e pela Caipira continua os mesmo,

 

 

 

bjoos poste logo o próximo capitulo estou amando 


Resposta do autor:

Aaeeeee hahahaha

Muito obrigadaaa Fera, não vou conseguir te chamar por outro nome, esse é bem marcante rs 

muitoooo obrigadaaa sua linda! Beijitos e bora pro próximo cap hehehe 

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Eleonora
Eleonora

Em: 14/05/2021

Obrigada querida!

Apaixonada por essa nova versão ????????????????


Resposta do autor:

Obrigadaaaa Eleonora ^_____^ s2 s2 s2 

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patty-321
patty-321

Em: 13/05/2021

Aí ai. Tadinha da isa

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