Capitulo 36
Música do capítulo – The Cult – Painted on my heart
Naquela mesma semana passei a fazer um curso nos dias de folga a noite, e aos sábados durante toda a manhã. Marina mesmo sem saber o que era, me incentivou, essa era minha ruiva, sempre torcendo por mim.
Num sábado, próximo a hora do almoço, estava voltando para casa quando Helena ligou, como estava dirigindo, prometi que ligaria assim que pudesse. Não estranhei, pois ultimamente ela vinha enviando mensagens com frequência, perguntando como estava, me convidando para sair, viajar e mesmo sabendo de Marina a cara de pau insistia.
Entrei em casa e liguei, Helena atendeu logo e me convidou para uma palestra que ela daria no Palácio dos Bandeirantes (sede do Governo do Estado), agradeci, mas disse que não podia, o que era verdade, estava com a carga de trabalho pesada e ainda fazia esse curso três vezes por semana, já tinha terminado a parte teórica, e tinha começado hoje parte prática, pelos cálculos do meu instrutor na próxima semana já teria meu brevê temporário.
- Nossa Má, o que custa? Perguntou ofendida.
- Entenda Helena, estou com um caso muito complicado, meu tempo anda escasso e Marina não vai querer ir.
- Mas é um momento importante pra mim, queria muito que você fosse, deixa a Marina, oras.
Nesse instante Marina chegou trazendo nosso almoço, veio até mim e me deu um beijo.
- Desculpe mas não dá, agora preciso desligar, acabei de chegar e preciso de um banho.
- Grossa! Helena desligou chateada, mas não me importei, dei de ombros e fui até a cozinha.
- Oi linda! Saudades! Disse abraçando minha ruiva pelas costas.
Marina sorriu e me beijou várias vezes, depois me empurrou em direção ao banheiro.
- Vou arrumar as coisas por aqui. Disse quando tentei que ela entrasse junto comigo.
Tomei um banho rápido, e fomos almoçar.
- Quem era no telefone? Perguntou depois de um tempo.
- Helena...
- De novo? Ela não vai parar de ligar não? O tom de voz, demonstrava o quanto ela estava irritada.
Marina não gostava de Helena e nas últimas semanas ela estava se tornando desagradável, ligava várias vezes, no começo eu levei na brincadeira, mas depois resolvi ser mais dura e mesmo assim ela insistia.
- Calma linda, dei um chega pra lá nela, fica tranquila.
- Ela é muito sem noção, desagradável!
Marina estava chateada, largou o almoço e foi para o quarto, dei um suspiro e fui atrás.
- Ei não fica assim! Disse me aproximando dela, que estava de pé ao lado da janela.
- Cansa viu? O tempo todo ela te cercando, mandando mensagem, te ligando...
- Não ligo pra ela, só você me importa.
Cheguei mais perto e a abracei carinhosamente.
- Não precisa ter ciúmes, eu amo você.
- Da próxima vez que ela ligar, vou falar poucos e boas pra essa anã! Disse brava.
Não segurei o riso, Marina era um fofura, mas quando ficava brava parecia uma pimentinha.
- Agora vamos terminar de comer, estou morrendo de fome. Disse a abraçando e conduzindo até a cozinha.
- Quando termina esse curso hein?
- Se tudo correr bem, sábado que vem, mas essa semana vou fazer o curso de manhã, entro as seis horas e fico até oito e meia, com isso teremos algumas noites livres.
- Não pode me dizer que curso é esse?
- Ainda não.
Marina estava curiosa e eu louca para contar e antes que eu fosse seduzida por aquele olhar, levei-a até a sala para namoramos um pouco.
Finalmente no sábado finalizei meu curso, agora poderia colocar em prática meu plano. Com a ajuda da Flavinha fomos a uma loja e escolhi um lindo anel de noivado, já usávamos alianças de compromisso, mas queria um anel de noivado e depois e muito procurar achei um solitário lindo.
- Arrasou na escolha amiga. Marina vai adorar.
- Será que ela vai aceitar o meu pedido? Perguntei insegura.
- Claro que sim sua boba! Não sei qual das duas tá mais besta!
Dei risada, mas no fundo ainda sentia um medinho, quero muito que as coisas com Marina deem certo, minha ruiva merecia o mundo. Saindo dali, comecei a mandar vários e-mails para a prefeitura do Guarujá, precisava de uma licença para um casamento na praia, eram tantos detalhes, fiquei meio perdida com tanta burocracia.
Estava tão distraída, que nem percebi quando Lara entrou em minha sala.
- O que foi?
- Dudinha descobri uma coisa chata, fiz uma pequena investigação no seu laboratório e depois de muito analisar, aqui está o resultado.
Marina entregou uma pasta, li sem acreditar, não era possível.
- Tem certeza?
- Infelizmente sim, olha aqui as contas, ela recebeu mais de um milhão nos últimos meses, tem contas em paraísos fiscais.
- Lemos já sabe?
- Ainda não, trouxe primeiro pra você. Sei que é difícil, mas sua equipe sabia que você ia fazer a perícia da Ivana, sabia da informação do anel...
- Vamos resolver isso logo. Disse já de pé.
- Tem mais uma coisa, dá uma olhada no final.
Dessa vez precisei me sentar, não podia ser.
- Mas o sobrenome...
- Ela não usa, dei uma olhada e todos os documentos são falsos, só o primeiro nome é dela mesmo.
Saí às pressas até a sala do meu chefe, mostrei o resultado da sindicância, Lemos ficou como eu, sem acreditar.
- Mas ela é só uma menina.
- Na verdade não, olha aqui os documentos verdadeiros, ela tem vinte e seis anos.
- Vamos prendê-la imediatamente, onde ela está?
- No laboratório.
Saímos juntos, Lemos chamou duas policiais e quando entramos, estavam Marcelle, Edu e Fabiano, que nos olhavam assustados.
- Onde está a Sabrina? Perguntei olhando em volta.
- Ela foi pegar um café, o que houve Duda? Perguntou Marcelle.
Não respondi saí correndo em direção a cozinha, mas ela não estava mais lá, já tinha fugido.
- Vou emitir um alerta, ela não vai muito longe.
Lemos saiu e me deixou frustrada, como não percebi que minha ingênua estagiária era uma bandida.
- Não se culpe, ela enganou todo mundo.
Olhei para trás e Lara estava encostada na porta da cozinha.
- Eu nem desconfiei, se essa notícia vazar, vai ser um escândalo, as provas serão colocadas em xeque...
- Ei se acalme tá? Nada disso vai acontecer.
Passei o resto da semana angustiada, na sexta-feira localizaram seu carro na divisa entre São Paulo e Rio, mais precisamente em Resende, o carro estava queimado, mas no porta luvas foi encontrado seu passaporte. Sabrina Albuquerque Ramos, era seu nome verdadeiro, formada em Bioquímica, trabalhava diretamente com o pai, Eduardo Ramos. Após dois dias de buscas, foi encontrado um corpo carbonizado, num matagal, a identificação seria difícil pois o estado do corpo estava além de queimado em avançado estado de decomposição.
- Não dá pra saber se é a Sabrina ou não. Disse um policial.
Mais um mistério para se resolver, pra mim, Sabrina estava escondida em algum lugar e aquele corpo podia ser de qualquer pessoa, mas meu chefe pensava diferente.
Dias depois, fui almoçar sozinha e dei de cara com Helena, assim que me viu, sorriu e veio falar comigo.
- Oi Má, que surpresa! Posso sentar? Perguntou já puxando a cadeira.
Só acenei, não estava com cabeça para aguentar Helena.
- Não quero ser indelicada, mas vou precisar voltar rápido.
- Que pressa, parece que quer se livrar de mim! Disse brincando, mas percebi que havia uma leve irritação em sua voz.
“Como adivinhou?” Pensei irritada.
- Como te falei, estou cheia de trabalho.
- Ok Má, só queria te convidar...
- Helena ouça, não quero ser indelicada, mas por favor, pare de me convidar como seu eu estivesse disponível! Meu tom de voz seco a deixou sem graça.
- Desculpe Má, mas é que desde a viagem nós...
- Nunca houve nós! – Interrompi novamente – Sempre foi você, você e você... Se não for do seu jeito não tá bom, não serve!
Helena ficou em silêncio, tive pena, mas estava cansada de lidar com todo seu egocentrismo.
- Amo você Duda. - Disse baixinho depois de um tempo.
Em outra época ficaria radiante, mas hoje ouvir essa declaração não me causou nenhum impacto.
- Helena gostaria que você entendesse que estou prestes a me casar, amo a Marina.
Helena me olhou surpreendida, talvez não esperasse essa declaração.
- Tudo bem Duda. Disse se levantando. – Que vocês sejam muito felizes! Saiu sem olhar para trás.
Helena foi embora e senti uma mistura de alívio e chateação, alívio por finalmente ter conseguido falar tudo o que queria para ela e chateação, pois sei que a magoei.
Voltei ao trabalho e na minha mesa tinha uma caixa pequena, achei estranho, pois não costumava receber encomendas no meu local de trabalho, vi que tinha uma etiqueta com meu nome, letras impressas em alguma impressora antiga, fiquei em alerta. Liguei na portaria e perguntei quem tinha feito a entrega, o policial disse que foi entregue por um motoboy e não soube dar maiores detalhes.
Cheguei mais perto da caixa e ouvi um ritmado tic tac, meu instinto dizia para sair correndo, mas precisava examinar de perto, peguei meu kit e testei as digitais, tinham várias, consegui pegar algumas, mesmo tremendo ao som do tic tac, saí da minha sala, tentando manter a tranquilidade e não criar pânico, sem bater entrei na sala do meu chefe.
- O que houve Duda, que cara é essa?
- Acho que me mandaram um bomba...
- Como assim? Onde? Lemos levantou apressado e eu fui atrás dele, entramos juntos na minha sala e ao ver o pacote e o ritmado tic tac, ele imediatamente chamou o esquadrão anti bombas e evacuamos o local.
Enquanto aguardava o resultado, fiquei pensando em quem podia querer me machucar. Foi quando eu vi equipes de televisão chegando.
- Ah não! Era o que faltava. Resmunguei. – Meu nome não pode aparecer de jeito nenhum.
- Calma Duda, eu cuido disso pode deixar. – Disse Lara indo em direção aos repórteres e cinegrafistas.
“Como eles sabem?” Pensei intrigada.
Liguei imediatamente para Marina, não queria que ela soubesse desse incidente pela tv ou internet, quando comentei da caixa, minha ruiva entrou em desespero.
- Calma linda, tá tudo bem, estamos aguardando o esquadrão anti bombas, ver o que é.
- Duda eles querem te machucar, por quê?
Essa era a pergunta que não saía da minha cabeça.
- Não foi direcionada pra mim, foi para a polícia em geral. – Menti, tudo o que não queria era Marina insegura e preocupada.
- Vai pra casa, melhor...
- Não posso ainda, mas fica tranquila todos estão bem, só te liguei porque a imprensa chegou aqui.
Acalmei Marina e desliguei, logo em seguida Lara voltou e disse que tinha conseguido despistar os jornalistas, agradeci muito.
Após uma hora o comandante apareceu com a caixa, segundo ele não era uma bomba e sim um despertador, mas que fizemos certo em chamá-los.
- Tem um dispositivo para conectar explosivos, não foi feito.
- Que estranho. – Comentei com Lara.
- Acho que eles quiseram te assustar.
Conseguiram, passei o resto da tarde sobressaltada, a análise das digitais não deu em nada, entramos em contado com a empresa de entregas e também não puderam ajudar muito, o pacote foi entregue hoje à tarde, por um homem de aproximadamente quarenta anos, estatura mediana, que usava boné enterrado na cabeça, o pagamento foi em dinheiro, quanto ao remetente constava como José da Silva e endereço numa tal de Rua das Pedras, 42 em Cidade Ademar, uma equipe foi até lá, mas não existia o tal endereço.
- Acho que você precisa de escolta.
- Que isso Lemos? Nem pensar!
- Duda é questão de segurança.
- Não precisa, sei me cuidar.
Fui para casa, tomei um banho rápido e fui para faculdade, passei o caminho todo atenta a qualquer carro ou moto que se aproximava.
“Não posso entrar em parafuso!”
As aulas foram tranquilas, se aproximavam as provas do terceiro bimestre e os alunos estavam mais agitados que o normal, queriam revisão a todo custo.
Voltei para casa e para minha alegria, Marina me esperava, assim que eu entrei ela pulou nos meus braços.
- Amor achei que você fosse ficar em casa.
- Não posso parar minha vida linda, é isso que eles querem.
- Me preocupo tanto! Disse beijando meu pescoço.
- Como todo trabalho, tem seus riscos. Agora vem preciso de um banho. Disse levando Marina até o banheiro.
Fim do capítulo
Olá meninas!
Quem será que mandou a suposta bomba? Algum palpite?
Beijos e até sexta!
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fernandail79
Em: 13/05/2021
Oi, autora!
Mas a Skybrina é muito gostosa, sendo disputada por Marina e Helena.
Helena é pegajosa, Marina é ciumenta.
Quem mandou a suposta bomba, claro que foi a Helena.
Duda não precisa de escolta, já tem a Marina!
A Duda vai mesmo se amarrar?
Resposta do autor:
Oi Fernanda!
Helena é chata mesmo!! E Marina além de ciumenta, sabe o quanto a Helena é insistente.
Agora essa bomba, será que foi a Helena? Ou foi alguma ex da Duda?
Duda não confia muito em si, mas isso pode ser perigoso.
Duda é doida pra casa, falta só a Marina querer.
Beijos
HelOliveira
Em: 12/05/2021
Ja está me dando um medinho....Duda tem muita coragem já devia ter aceitado escolta....suspeitos já tem de sobra..
Já tô ansiosa
Resposta do autor:
Olá!
Duda além de teimosa é bem confiante... Oremos!
Amanhã tem mais :)
Beijos
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Elizaross
Em: 12/05/2021
Eitaeita eita
ta mto calmo né autora???
fortes emoções...
Cesar que mandou a bomba kkkk
Essa Helena é seu sem noção...
Autora, Sofhia ainda vai aparecer???
Resposta do autor:
Oi Elizaross!
Calmo demais né? Preciso movimentar esses últimos capítulos... Deixa comigo! Kkkkk...
César? Olha é uma boa opção, será mesmo? Veremos.
Helena é um porre!
A Sophia já fez sua participação, mas vou te contar um segredo: Estou rascunhando a história dela, quem sabe sai alguma coisa.
Beijos
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brinamiranda
Em: 12/05/2021
Ah, Helena não tem jeito, até hoje está na peleja vai que cola kkkkkk Só que não, Helena nunca mais...rsrsrsrs.
Bom, será que foi uma finada raivosa que mandou a bomba?, não duvido...rsrsrs.
Ótima quarta e até sexta.
bjim
Resposta do autor:
Oi Sá!
Ah essa Helena viu? Tão chata quanto a Cris! A bichinha é insistente demais, você que o diga... Kkkkkk...
Tô achando que uma das duas mil ex pode ter mandado a bomba, vai saber né?
Beijos
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