Capitulo 21
- Vocês estão certos, me perdoem, eu estou sendo uma pessoa difícil.
- Claro que não meu amor, Pietra e eu entendemos completamente o quanto está sendo difícil, mas não tente afastar as pessoas que te amam. – Ela nos abraçou e eu completei.
- Ela chegará as 10:00h. – Depois disso tomamos café, e aguardamos a chegada de Silvania.
Era 09:40h quando uma das meninas que trabalhava para os meus pais entrou na sala acompanhada por Silvania, ela nos cumprimentou com abraços apertados e lagrimas nos olhos, o carinho que ela sentia por mamãe estava explicito em seu olhar, depois do abraço ela segurou nas mãos de mamãe e disse.
- Sei que esse momento está sendo muito difícil para todos vocês, mas tenho certeza que logo não passará de lembranças. – Dissemos “amém” juntos. Silvana voltou a falar – Você quer começar agora? – Mamãe nos olhou por alguns segundos e respondeu.
- Quero sim, minha amiga, já adiei por tempo demais. – Silvania tirou as coisas da mala que ela carregava, mamãe sentou na cadeira que deixei em frente ao aparador que tinha um espelho. Silvania terminou de arruma-la, e quando fez isso, mamãe, concluiu. – Pode começar.
Papai e eu estávamos abraçados, vendo mamãe respirar fundo para conter as lagrimas, com sua amiga não foi diferente, eu comecei a sentir as lagrimas escorrem por meu rosto, papai percebeu e me abraçou ainda mais forte. De uma coisa eu tinha certeza, minha mãe era uma guerreira, ela se segurou durante todo o processo de corte, apenas no final, ela deixou as lagrimas caírem, mas as secava, nos aproximamos, e mesmo com alguns fios sobre o tecido que a cobria, a abraçamos. Papai deu um beijo rápido em sua boca e disse.
- Você está linda esposa. – Ela deu um riso triste, e o agradeceu, nos afastamos, então disse que precisava de um banho, mas pediu para Silvania a aguardar para conversarem, papai subiu com ela, eu fiquei sozinha com Silvania, peguei minha carteira que estava no sofá para fazer o pagamento, porém, ela disse.
- Pietra, minha linda, não me ofenda, sua mãe é uma amiga, não vou dizer que fiquei feliz em poder ajuda-la, pois estou de coração partido também, mas ela confiou em mim para algo assim, eu sei o quanto ela amava esses cabelos que estão aqui nesse chão, mas eu estou de alguma forma reconfortada por tê-la ajudado, só lamento não poder fazer mais.
- Obrigada Silvania, obrigada mesmo. – Passamos mais um tempo conversando, até eles voltarem, mamãe, estava com cara de choro, mas tinha um sorriso nos lábios, ela foi até Silvania, a abraçou, deu um beijo em seu rosto e depois disse um “Obrigada”. Silvania ficou para almoçar com a gente, e só foi embora por volta das 14:00h, durante o tempo que ela esteve com a gente, vi mamãe dando algumas gargalhadas, fazia um tempinho que não a víamos rindo desse jeito.
Quinze dias depois
Na noite anterior mamãe disse que estava incomodada com os fios de cabelo que estavam crescendo, então ela queria passar a máquina novamente, dessa vez papai disse que queria ele mesmo fazer o corte, como eu estava precisando de algumas coisas, decidi ir no shopping da parte baixa para comprar, e então aproveitaria para comprar a máquina de cortar cabelo, era um sábado à tarde, como eu não estava com ânimo para bater pernas, decidi ir sozinha mesmo.
Luísa
Estava sozinha, pois Larissa tinha ido passar o dia com pai, meu celular começou a tocar, era Claudia me chamando para irmos ao shopping, não estava com muito animo, mas ela não aceitou meu não, então fui “obrigada” a ir.
Estávamos no shopping a quase três horas, e minha amiga não cansava, eu estava com fome então falei.
- Amiga, vamos parar um pouco para comer algo, já estou faminta. – Ela me respondeu.
- Não sei como você é tão gostosa, porque tu comes que nem a porr*.
- kkkkk, genética e muito treino meu amor. – Estávamos sentadas na praça de alimentação em frente ao Mcdonalds, já tínhamos feito nossos pedidos, estávamos só esperando chegar, de repete uma pessoa me chamou a atenção, ela estava com o celular no ouvido, e rindo, se aproximou do balcão para fazer o pedido, não tive dúvidas de quem se tratava, ela, olhou para os lados como se procurasse algo. Voltei a falar com minha amiga. – Cau, Pietra está aqui. – Enquanto eu falava não tirava os olhos de Pietra.
- Puta merd* Lú, vamos lá falar com ela?
- Não sei se estou pronta amiga. – Mesmo falando com Claudia, meus olhos não saiam de Pietra. Mas nesse momento decidi parar de olha-la, me voltei para a minha amiga dizendo. – É melhor não. – Mas parece que Deus tinha tirado o dia para brincar comigo, pois quando fechei a boca, vi Claudia olhar para frente e abrir um sorriso enorme, olhei para a mesma direção, Pietra tinha nos visto e caminha para a nossa mesa com um sorvete na mão.
Meu coração começou a bater feito louco, pensei que passaria mal, eu realmente não estava pronta para ficar cara a cara com ela.
Pietra
Estava encostada no balcão do Mc na praça de alimentação esperando o meu sorvete, tinha acabado de falar com mamãe para saber se ela queria mais alguma coisa, estava com uma sensação estranha, como se estivesse sendo observada, olhei para os lados, mas não vi ninguém me olhando, peguei o meu sorvete e agradeci, quando virei para procurar uma mesa, entendi a minha sensação, Claudia e Luísa estavam sentada alguns metros a minha frente, Claudia olhou para frente e me abriu um sorriso enorme, não tive opção, com as mãos e pernas tremulas, caminhei até elas. Claudia foi a primeira a levantar para me cumprimentar e falou.
- Nossa, que coincidência enorme! Como você está meu bem? E Antonele? – Ela me abraçou e deu um beijo em meu rosto.
- Boa tarde meu bem, estou bem, já mamãe depende muito do dia, hoje graças a Deus ela está bem animada. – Eu sabia que não tinha outra opção, tirei os olhos de Claudia e foquei em Luísa falando.
- Olá Luísa, tudo bem? – Nesse momento ela pareceu sair da letargia que a dominava, levantou e estendeu a mão dizendo.
- Olá Pietra, estou bem sim. – Foi impossível não sentir um choque percorrer a minha espinha quando nossas mãos se tocaram. Nosso aperto de mãos durou mais que o necessário, escutei Claudia pigarrear, nesse momento soltamos as mãos de forma rápida. – Eu sinto muito por Antonele.
- Eu sei que sente, obrigada. E Larissa? Ainda não nos vimos desde que voltei, a gente conversa sempre por telefone, mas ainda não conseguimos nos encontrar.
- Ela hoje se deu folga para passar o dia com o pai. – Claudia que estava só observando a nossa interação falou.
- Você está esperando alguém ou pode sentar conosco para tomar o sorvete? – O lanche delas já tinha sido servido.
- Na verdade estava só procurando uma mesa para tomar o sorvete e ir embora. – Eu definitivamente estava nervosa. Luísa tirou a bolsa que estava na cadeira ao lado para mim senta.
Claudia começou uma conversa animada, durante todo o tempo Luísa e eu trocávamos olhares, mas com a mesma rapidez que começávamos a nos encarar, encerramos a troca de olhar. Depois de quase meia hora de conversa, eu falo que preciso ir embora.
- Está sendo ótimo a nossa conversa, mas eu preciso ir embora. – Claudia foi a primeira a abraçar-me, e dizer.
- Assim que Antonele melhorar, vamos marcar alguma coisa, e eu tenho certeza que ela logo estará bem.
- Obrigada Claudia, e marcaremos sim. – Olhei para Luísa na intenção de apertar a sua mão novamente, mas quando estendi a minha, ela me puxou para um abraço, colou meu corpo ao dela e por ser mais alta que eu, encostou o queixo em minha cabeça enquanto me apertava forte, naquele abraço senti gosto de saudades, cheiro de familiaridade, mas o que mais me assustou foi o senso de pertencimento, pareceu tão certo está nos braços dela, que por um momento só me deixei sentir. Mas logo me afastei e falei. – Foi bom te rever, e der um beijo em Larissa por mim.
- Darei sim, e é bom ter você por perto novamente. – Quando ela disse essas palavras apenas sorri fraco, dei um tchau para elas e segui o meu caminho, estava tão balançada que ao chegar no carro percebi que não tinha pago estacionamento, mesmo assim entrei nele, respirei fundo algumas vezes e voltei para dentro do shopping para pagar.
Um tempo depois já estava em casa, quando entrei encontrei papai na sala com um copo de bebida na mão, me disse que mamãe tinha ido deitar um pouco pois estava se sentindo cansada, dei um beijo nele, entreguei a máquina de cortar cabelo e subi para o meu quarto, tomei banho e fui ver mamãe.
Fim do capítulo
Dois capitulos não será possível, mas tem um!
Ahh, quero agradecer a todas as pessoas que estão lendo, pois ontem vi no insta que a minha bebê está sendo a 12ª mais lida do site no ranking mensal, isso me fez ficar com o coração bem quentinho.
Obrigada meninas!!!
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