Capitulo XXIX - Fôlego
O dia transcorreu normalmente. O vento gelado da interseção entre o outono e o inverno dava vontade de ficar em casa. Precisei fazer dois atendimentos na clínica que, pela ligação da atendente, pareciam simples.
Dispensei André, meu motorista para que ele pudesse passar mais tempo com a família e pedi que Bento ficasse atento às necessidades de Carol. Dirigi o Porshe até a clínica e cumprimentei todos que apareceram até o caminho do meu escritório. Troquei de roupa e vesti o pijama cirúrgico azul escuro e coloquei o jaleco justo da mesma cor. Achei que estava bonita e me dirigi ao espelho, onde bati uma foto de corpo todo e enviei à Carol como mensagem.
“Acho que fiquei bonitinha hoje”
“Acho que infartei. Quem é essa?”
“Acho que é uma menina aí que namora” - Digitei sentindo ainda um sorriso adolescente no rosto. Aquele sentimento era completamente novo para mim.
“Vish, que sortuda a namorada dela”
“Te amo, vou entrar em atendimento”
“Não deixa nenhum cliente te morder. Te amo”
Com o sorriso ainda mais bobo, abri a porta do escritório e encontrei alguns colegas de trabalho. Segurava nas mãos minha touca de atendimento enquanto me dirigia à recepção, peguei a ficha dos atendimentos e a atendente sussurrou que o dentista de plantão havia faltado. Mentalmente, xinguei muito aquele filho da puta e falei que assumiria a emergência até o próximo plantão depois de atender.
- Pensei em convocar dra Isabella - Levantei a mão para que ela calasse a boca.
- Isabella não atende aqui enquanto meu nome estiver naquele letreiro, entendeu? - Ela assentiu pelo jeito rude que falei e me desculpei pela maneira de falar - Vê se alguém está vago só para que as pessoas não esperem tanto - Folheei os dois atendimentos e a olhei novamente - Esses dois devem demorar meia hora no total. Então, adianta ao menos dois de emergência - Ela assentiu e eu chamei o primeiro paciente.
Como procedimento padrão, permiti que ele escolhesse a playlist que tocaria na sala durante o atendimento enquanto revia sua ficha médica no tablet e preenchia o relatório com perguntas sobre suas queixas. Era uma cárie. Típico adolescente que não passava fio dental e, por sorte, a cárie ainda era superficial. Em quinze minutos, ele já estava de volta à recepção acertando as contas com o setor financeiro.
O segundo caso agendado era uma remoção de sisos. Mesmo procedimento de deixar que escolhessem suas músicas enquanto ajeitávamos os equipamentos. Olhei no relógio e lembrei que meu recorde de extração de sisos era de 12 minutos e 38 segundos. Era uma competição interna entre os atendentes. Assim que avaliei sua cavidade oral, chamei um dos estagiários e pedi que cronometrasse. Eram dois dentes. Em cinco minutos retirei e suturei um. O seguinte estava inclinado mas, pelo meu inesperado, a raiz estava solta. Meu novo recorde era de dez minutos e trinta e oito segundos.
Eu e o estagiário batemos as mãos em high five de maneira discreta. Conversei com o paciente sobre os procedimentos que deveria adotar, como deveria se alimentar e o prazo de retorno. O acompanhei até a recepção e avistei peguei a primeira ficha de paciente de emergência.
Jovem e ruiva, de aproximadamente vinte anos, tinha soltado o fio do aparelho comendo pipoca com o namorado. Queria rir mas não era oportuno. Depois de dezenas de atendimentos, dezenas mesmo, Carol me ligou para saber o que estava acontecendo. Expliquei o que houve e ela só avisou que me encontraria lá para irmos ao meu avô juntas.
“Fernanda, você conseguiu almoçar?”
- Ui, me chamou de Fernanda. E não, meu amor, parece que todo mundo resolveu machucar os dentes ao mesmo tempo. Só tem eu e mais um atendente.
“Você precisa comer”
- Prometo que vou
“20h?”
- Confirmado. Te amo”
“Toma um banho para não vir com cheiro de dentista”
Vinte minutos e um atendimento depois, fui chamada à recepção pois meu almoço havia chegado. Estranhei por não ter pedido nada, mas notei o bilhete pendurado “Sabia que você não ia pedir nada. Para tudo agora e vai comer. Te amo”. Sorri pela mensagem, fui ao escritório, abri a embalagem com cuidado e comi rápido um macarrão à bolonhesa que estava delicioso. Carol havia sido tão linda, que mandou entregarem um pudim e um suco de laranja grande. Acho que nunca fui cuidada desse jeito.
Escovei os dentes e voltei à recepção, que parecia mais cheia que antes. Meu olhar passeou pelas cadeiras e notei Micaela, minha ex-conselheira administrativa. Arqueei a sobrancelha enquanto lembrava que ela havia desviado dinheiro da empresa e, com a maior cara de pau do mundo, estava sentada na sala de espera. Quando nossos olhares se cruzaram, suspirei fundo e a chamei educadamente.
- Micaela, precisa de atendimento? - Perguntei puxando sua ficha no tablet entregue pela recepcionista.
- Aquele canal que você fez, acho que não está muito bom. Meu dente está dolorido - Sorri para ela como se dissesse que era impossível aquilo.
- Vamos, eu dou uma olhada nisso - Abri a porta e indiquei a sala de atendimento. Pedi que ela sentasse e relatasse o que estava acontecendo exatamente - Você não está mais em Porto Alegre?
- Por vezes tenho reunião aqui e, como estava próxima, mesmo tendo errado, confio plenamente no seu trabalho - Falou antes que eu colocasse um abridor bucal bem desconfortável em sua boca.
- Pena que não posso dizer o mesmo. Mas aqui, não é o canal não. É só uma gengivite. Vou aproveitar que veio e fazer uma limpeza e aplicação de flúor. Sem rancor, Mica, eu só fiquei decepcionada - Comentei quando acabei o processo e ela agradeceu - Vou à Porto Alegre mês que vem, Carolina, minha namorada, recebeu um prêmio e o evento será lá.
- Parabéns para ela e desculpa pela decepção - Concordei com a cabeça e guiei até a porta, quando a vi conversando com a atendente do financeiro sobre o valor da consulta e, na verdade, só saí da porta quando a vi pegando o recibo.
Respirei fundo e notei a sala mais vazia. Olhei o relógio mais uma vez, deveria ser a milésima vez que o encarava torcendo para que o dia passasse e, dessa vez, parece que estava sendo atendida por Chronos, pois já passava das seis da tarde. Encontrei o atendente, notoriamente esgotado também, mas que me sorriu leve.
- Que dia, Dra. uma honra poder dividir a emergência com a senhora - Sorri de volta e toquei seu ombro.
- Depois de um dia desses, você pode me chamar de Fernanda. É até melhor. Agora só tem mais quatro, vamos terminar isso e fechar o dia? - Sorri com honestidade e peguei o primeiro prontuário. Criança, cinco anos, caiu de cara e quebrou o dente. Um raio x rápido para saber se havia afetado o dente que nasceria dali um ano mais ou menos e uma resina ao constatar que estava tudo bem.
O atendente também havia acabado seu procedimento e estava com o penúltimo paciente, que, com uma troca de olhares, entendi que deveria ser rápido. Mas nada que a gente pede vem fácil. A anja, minha última paciente, deixou a prótese do canal cair e lá se foram mais de uma hora e meia para consertar aquela merd*. Ninguém ouve recomendação de dentista. Nunca.
Avisei que as meninas do administrativo estavam liberadas, mas não, sem antes, confirmar como Micaela havia pagado pela consulta. Ao saber que fora em espécie, o coração até acalmou. Entrei, completamente esgotada, em meu escritório e corri para um banho, ouvindo as costas estalarem pela posição flexionada de um dia inteiro de trabalho. Coloquei uma calça jeans mais social, porque era o que tinha no escritório, uma camisa do mesmo estilo e um sapato social. Assim que chegasse na casa dos meus avós, enfiaria um moletom e deitaria no colo de Carol. Sem cerimônias, seus saltos denunciavam que estava prestes a abrir a porta. Era a única pessoa com a chave e eu era a última por ali. Ao abrir a porta, esbocei meu melhor sorriso ao ver que estava estonteante em um vestido com mangas, marcando sua cintura e com o comprimento até seu joelho. Seus olhos encararam os meus e nossos passos encurtaram a distância até que nossas bocas se encontraram.
Um beijo de afago, pelo cansaço e pela falta da outra. Não precisava dizer muito ali. Ela segurou meu rosto com as duas mãos e sorriu ao tocar meus lábios aos seus novamente - Agora é só beber vinho e dormir. Se você não estivesse tão cansada pelo dia de hoje, eu diria que estou louca para tirar essa sua roupa - Falou mordendo o lábio e me arrancando uma gargalhada - Você está um absurdo vestida assim.
- Acho que combinamos inconscientemente, meu anjo - A abracei pela cintura e desliguei as luzes enquanto a via pegando minha maleta de trabalho - Cada dia você está mais linda, como isso é possível? - Beijei sua têmpora e sorri enquanto caminhávamos.
Ao entrar no carro, toquei a mão de Jane silenciosamente para que Noah, completamente apagado ao seu lado, continuasse dormindo. Carol assumiu a posição de motorista e beijou minha mão antes de dar a partida com o carro.
Eu simplesmente, dormi de exaustão. Cansada pela demanda de trabalho, de pensamentos sobre o dia seguinte e acordei com um carinho gostoso na perna avisando que chegamos. O cheiro do lago, que fica de frente para a casa já entrou pelas narinas avisando a familiaridade do local e, o aroma do café, ao cruzar o portão, me acordou quase que automaticamente. Beijei meus avós, pudemos conversar rapidamente sobre algumas coisas enquanto o amargo do café recarregava minhas baterias.
Bernardo chegou com a namorada e o filho. Pronto, Noah agora tinha com quem correr e a única preocupação de Jane era se ele se arrebentaria ou se apagaria de cansaço.
Sentamos à mesa, começamos a beber vinho e comer salgadinhos. Carol falava sobre os projetos e as indicações ao prêmio de arquitetura. Já um pouco alto pela segunda garrafa aberta e talvez pela quinta taça, abuelo bateu na mesa, assustando a todos.
— Vocês deveriam casar. Eu nunca imaginei ter uma neta lésbica, minha mãe odiaria isso. Mas olha tudo o que você conquistou, Mija. Dá para ver que se completam — apontou para Carol e senti minha avó apertar meu ombro e o direcionar meu avô, trocando pernas, para o quarto, enquanto ele falava alto coisas sobre eu e Carol casarmos.
Por um segundo, rimos, mas, em seguida, senti o olhar de Jane em concordância com meu avô e Bernardo mexendo os lábios com um “Se fodeu” de fácil leitura. Carol estava tensa, notei pela mão enrijecida. A ponto das veias saltarem no apertar da taça observei que as pessoas já conversavam entre si sobre outras coisas e as crianças brincando com carrinhos no chão da sala. Me levantei, pedi licença às pessoas na sala e sussurrei em seu ouvido esticando a mão.
— Vem comigo — Senti seus dedos tocarem os meus e seu semblante cabisbaixo. Sabia que ela estava triste, mas entender o porquê era outra história. Subimos a escada em silêncio, abri a porta do quarto e a ouvi suspirar. Continuei andando com ela até chegarmos à varanda, onde poderíamos conversar vendo a lua, sem ninguém para incomodar. Sentei no chão da varanda e olhei para aquele lindo olhar que, no momento, aparentava tristeza — Você vai me contar o que te colocou tão para baixo assim ou eu vou ter que ficar sentada esperando para descobrir — Um dos maiores defeitos de Carol era engolir sentimentos até vomitá-los como uma tsunami e explodir de chorar.
Estava tão linda com aquele vestido longuete, poderia facilmente dançar a música do la la land com ela sob a iluminação do poste amarelando. Vi a imagem de seu corpo sentando contra a grade e de frente para mim. Segurei sua mão e entrelacei nossos dedos.
— Você é casada — Soltou quase em um suspiro — E eu acho, todos os dias, que você nunca vai querer casar comigo por causa desse trauma.
— Peraí, a gente está morando juntas há meses. Desde que eu saí daqui, naquela festa, minha vida se entrelaçou na sua para nunca mais soltar, você sabe disso — Segurei sua mão e aproximei para dar um beijo, mas ela puxou a mão de volta.
— Mas e todo resto, Fernanda? Eu sonho em usar vestido, você sabe disso. Eu nunca vou ter isso? — Claro que eu não tinha lembrado disso, claro que meus planos de casar com festa estavam todos guardados em uma caixa bem lacrada. Levantei e sentei ao seu lado, segurando sua mão novamente.
— Você vai ser minha esposa. A primeira e única, porque isso da Isabella foi completamente armado e a gente sabe disso. Mas eu preciso de tempo — Finalmente consegui um olhar, ainda triste, mas em minha direção — Eu quero fazer tudo certo com você, respeitar todos os anos que ficamos longe — me virei para ficar de frente para ela, que repetiu o gesto — Meu Deus, você parece uma princesa vestida desse jeito — Carol sorriu de canto, envergonhada. Segurei seu rosto com as duas mãos e aproximei nossos narizes até sentir seu hálito ébrio próximo ao meu — Você sabe que eu te amo tanto, desde que eu achava que amor era te dar a mão para você não correr sozinha.
Senti seu nariz se escondendo em minha bochecha, um sorriso se formando e o sussurro arrepiando todos os pêlos do meu corpo — E o que é o amor para você agora? — Falou dando um beijo leve em meu pescoço, senti mais uma onda de arrepio e respirei fundo para responder.
— Amor é acordar e sentir o seu cheiro todos dias, poder te dar beijos durante o dia e sentir seu corpo no meu antes de dormir — A puxei para meu colo e vi que ajeitava seu vestido para cruzar os pés descalços nas minhas costas — É saber que você se preocupa com meu almoço e me preocupar se você está sobrecarregada de trabalho. Amor não deixa de ser sobre segurar a mão, mas também é cuidar dos ralados.
Seus olhos marejaram e sua musculatura do rosto relaxou em um sorriso largo. Segurei sua nuca com uma das mãos e a outra deixei sobre sua cintura, onde nossos lábios só se encostaram por um momento antes de nossas línguas se encontrarem e eu sentir seu quadril rebol*ndo no sentido do beijo, o que fez nossos corpos se forçarem entre si e eu suspirar como se aquele oxigênio fosse o último do mundo. Minha boca precisava dela, meu corpo exigia ela. Separei nossos lábios por um momento e sussurrei “vamos entrar”.
Ela levantou para que eu pudesse ficar de pé e entrou no quarto na minha frente. Trancou a porta do quarto e andou em minha direção, tão lentamente que eu sentia minha intimidade travar a ponto de doer. Encostei na porta da varanda depois de fechá-la e esperei que nossos corpos se aproximassem de novo. Quando chegou ao toque dos meus dedos, Carol virou de costas e falou para abrir o zíper.
O desci por completo e deslizei minhas mãos por seu ombro nu, descendo as alças laterais fazendo com que a roupa caísse inteiramente ao chão. E, ao levantar os olhos, pude admirar seus seios, perfeitamente encaixados em um sutiã preto tomara que caia de renda, uma calcinha com cinta-liga que ia até a metade de sua coxa, onde duas rendas demarcavam a divisão de suas pernas. Puta que pariu, eu não estava pronta para isso.
Senti suas mãos puxando meu blazer em direção à cadeira que ficava no canto do quarto e me empurrou para sentar. Estiquei os dedos para segurá-la, mas levei um tapa na mão, indicando que não era para encostar nela. Estava babando e não era pela boca. A vi virar de costas, ficar de quatro propositalmente para pegar a caixa de som na gaveta da escrivaninha, plugar no celular, levantar dolorosamente devagar e mexer no celular sem olhar em meus olhos.
PUTA QUE PARIU.
Love is a Bitch, do Two Feet, começou a tocar e ela começou a dançar, lentamente e de costas para mim, mostrando que o fio dental era apenas um detalhe na perfeição da curva daquela bunda, ahhh, como eu queria aquela bunda. Caminhou em minha direção, uma perna na frente da outra, com um sorriso demoníaco no corpo. Agachou, passou a mão do joelho até minha virilha, onde apertou minha calcinha por cima da calça e me fez soltar um gemido longo.
Sentou no meu colo enquanto soltava meu cinto, com a maior calma do mundo, sem tirar o olhar do meu, repleto de desejo. Quem via aquilo, não entendia porque de tanta tristeza antes, nem eu estava entendendo. Até que ela tirou o cinto, levantou e virou novamente de costas, deixando sua bunda na altura do meu colo, rebol*ndo sem encostar em mim. A música fazia um complemento perfeito com ela, com a lingerie e porr*, com todo o tesão que eu estava sentindo e me segurando para não jogá-la na cama e foder ela até a manhã do dia seguinte. Respirei fundo para controlar e acredito ter fechado os olhos pois, quando os abri, senti seus seios na altura do meu rosto enquanto ela tirava meu blazer e o deixava cair no chão. Sua boca colou em meu pescoço e sua voz rouca tencionou cada músculo do meu corpo como autocontrole.
— Eu ia fazer em casa, mas vai ser aqui mesmo. Essa é sua despedida de casada — CARALHO. Sua boca deslizou até a minha enquanto sentia seus dedos soltando cada botão da minha blusa e, a cada botão solto, sua língua brincava pelo meu colo, só aumentando o tesão que eu estava sentindo, a ponto de explodir. Minha blusa foi ao chão e sua língua subiu por toda extensão do meu abdômen até minha boca, onde recebi um beijo intenso e sexual com a música em plano de fundo. As línguas se enrolavam em um desejo sem igual e, quando percebi, sua mão estava dentro da minha calça, masturbando-me e soltando gemidos entre o beijo. Sua voz rouca de tesão sussurrou contra a minha — Quer me comer, né? — Falou enquanto circulava meu clit*ris com a ponta dos dedos, me deixando a ponto de goz*r em sua mão. Concordei com a cabeça e soltei um gemido longo quando senti seu dedo descer até minha vulva e voltar ao ponto de excitação — Mas eu quero brincar primeiro — Sorriu e mordeu o lábio inferior — Eu posso brincar primeiro? — PORRA ESSA MULHER. Concordei desesperadamente com a cabeça e recebi um selinho molhado e gostoso.
Ela desceu com a boca pelo meu corpo e puxou minha calça e minha calcinha para baixo. Passou a mão em meus joelhos e os afastou. Ao invés de ajoelhar, fez um ângulo de 90° perfeito com o corpo, de modo que eu conseguia enxergar a calcinha encaixada em um perfeito alinhamento com suas costas e porr*, estava muito deliciosa. Sua língua percorreu toda extensão da minha vagin* e eu gemi jogando a cabeça para trás. Ao retornar e olhar para baixo, encontrei um sorriso extremamente safado e um olhar que entregava que ela não estava ali para apostar baixo. Começou a me ch*par com delicadeza e desejo, arrancando suspiros e gemidos. Ouvi a televisão do andar de baixo aumentar o volume e ignorei a informação.
Passei as duas mãos por suas costas ao sentir a pressão dada ao meu clit*ris, que implorava pela minha permissão para goz*r mas, que não a teria ainda. Senti dois de seus dedos me penetrarem e observei sua bunda fazendo um movimento de rebol*r ao ritmo da música. Sussurrei um ‘Gostosa’ quase inaudível, mas que a fez aumentar a frequência da penetração até que nem todo autocontrole do mundo pôde me segurar e eu g*zei em seus lábios.
— Carolina, se você é um demônio, eu não quero estar no céu nunca — Carol levantou com um sorriso satisfeito e sentou em uma das minhas pernas, voltando a me masturbar mas, agora, com os corpos mais colados.
— Eu posso ser o que você quiser — Falou baixo quando sua boca percorria meu colo e pescoço até que nos beijamos intensamente e minha mão enrolou sua cintura para a puxar para mais perto — Mas a próxima vez que a gente trepar, você não vai ter compromisso com ninguém além de mim.
Minha mão apertou um de seus seios e eu os abocanhei com toda a fome que estava daquele corpo, seus dedos, dentro de mim, faziam movimento ritmado pela música e me faziam querer mais e mais. De onde ela tirou essa playlist? Soltei a mão de seu seio e continuei passando a língua por seu mamilo e dando ch*pões pela área até o contorno de seu pescoço.
Afastei sua calcinha e pude sentir que ela estava, praticamente, pingando de tesão. Sua umidade fazia fios em minha mão e eu sorri ao sentir isso. Com a mão livre, ela segurou meu queixo com as unhas, seu olhar parecia estar dentro do meu e sua voz realmente estava rouca de tesão.
— Se você rasgar essa calcinha, eu vou fazer greve de sex* — E levei um tapa no rosto, me fazendo morder o lábio dela e debochando.
— Você não conseguiria — Segurei seu clit*ris com os dedos e passei o dedão por ele, fazendo com que ela se pressionasse contra minha coxa e gem*r alto.
— Ok, eu não conseguiria, mas não rasga essa — Gargalhei e a penetrei com dois dedos de uma vez, fazendo com que ela afundasse a cabeça em meu pescoço e cravasse suas unhas em minha nuca, lambendo e mordendo. O movimento não me permitia morder seu pescoço, então, foquei minha atenção ao colo de seus seios enquanto gemíamos juntas. Ela rebol*va e eu precisava tanto daquela bunda que, ao sentir seu líquido descendo pelos meus dedos, mordi sua boca e nos beijamos com uma urgência a ponto de parecer que o ar era inexistente por ali. Tirei os dedos de sua vagin* e pedi que ficasse de pé para que eu tirasse sua calcinha.
Abri mais as pernas e a puxei para o meio com as duas mãos, fui descendo sua calcinha com calma e, ao vê-la no chão, junto com o pedaço de renda que já não decorava mais sua coxa, olhei para seus olhos e falei em tom de exigência para que ela pusesse o pé na cama.
Passei os quatro dedos por sua vagin* inteira e senti seu olhar queimar ao encontrar o meu. Ela deu um sorriso safado e fez um aceno de afirmativo com a cabeça. Não aguentei e mordi a lateral da sua perna, arrancando um gemido baixo dela — Mas tá uma vadia hoje — Ela passou a mão no meu rosto, levantou meu queixo e deu um tapa leve na minha cara, sorrindo mais ainda.
— Princesa de vestido, vadia na cama, decide o que você quer — Outro tapa estalado na cama e puta que pariu, estava para nascer mais gostosa.
— Você é só o que eu quero — Lambi toda sua vulva e a agarrei pelas nádegas — E pode ser o que quiser, eu sei que é só minha — Levantei os olhos e ela segurou meus cabelos, acenando afirmativamente com a cabeça. Comecei a ch*pá-la e ouvir seus gemidos com outra música absurdamente sedutora de fundo quando, eu mesma, comecei a sentir meus músculos tremerem e relaxarem ao sinal de estar goz*ndo só por sentir seu gosto. Penetrei-a com dois dedos, com movimentos rápidos e contínuos, fazendo com que ela goz*sse tanto na minha mão quanto na boca. Sua perna tremeu e eu a segurei de maneira que seu corpo caíra direto na cama. A ouvi chamando meu nome enquanto virava o corpo de costas. Levantei da cadeira para deitar junto a ela mas, antes, questionei o que ela queria.
— Me fode de quatro, me come toda, me ch*pa toda. Eu quero tudo - CARALHO. Envolvi a dobra de seu quadril e suas pernas e a puxei de uma vez só, para que eu me mantivesse em pé e seu corpo na ponta da cama.
— Você tem noção do que está pedindo, Carolina? — Me olhou de lado e sorriu sacana de novo. Estava insaciável, precisava malhar mais para sustentar manter essa mulher.
— Declaro que li e aceito os termos — Falou gargalhando e empinando a bunda para mim, ficando completamente de quatro. Pedi que ela esticasse as mãos e apoiasse o rosto na cama para relaxar e, assim que a vi, completamente entregue, passei a mão por sua bunda e iniciei um beijo grego com movimentos circulares, ch*pei de sua vulva até seu ânus, fazendo com que ela gem*sse meu nome muitas vezes, fazendo com que eu tivesse ainda mais vontade de fodê-la até o sol raiar.
Os dedos, de tanto apertá-la, afundavam em marcas vermelhas e que me faziam sorrir de satisfação. Soltei uma de suas nádegas e passei a mão por sua umidade, fazendo com que meus dedos umidecessem seu ânus junto à minha saliva, que também ajudava na lubrificação do local. Os dedos médios e indicadores a penetraram pela vagin* e os outros dois dedos a penetraram pelo ânus. Me ergui ao ouvir seu gemido pelo início da penetração anal e enrolei seus cabelos na minha mão.
— Você está confortável? — Perguntei antes de deslizar os dedos mais a fundo em seu ânus.
— Fernanda, para de falar e me fode com força — Puxei seu cabelo com força até que os dedos entrassem inteiros e ela gemia alto, arfado. Segurei por seu ombro e aumentei a força e a velocidade dos movimentos. A senti pingar pela vagin* e sorri de satisfação. Minha intimidade latej*v*, também não demoraria a goz*r. Sua bunda batia em minha mão, que tocava rápido em meu clit*ris, estimulando-me por tabela.
Olhar sua bunda batendo contra minha pelve era uma visão absurda. O contorno de seu corpo perfeito com os cabelos caídos para o lado e o som dos gemidos eram tudo o que eu queria para o resto da minha vida. Não necessariamente nessa posição para sempre, mas nessa possibilidade sim. Sua bunda empinou mais, parei de penetrá-la pela vagin* e mantive apenas a penetração anal. Soltei seu ombro e a segurei pela cintura, onde, por envolta de sua coxa, consegui masturbá-la ao mesmo tempo que seu ânus era penetrado por mais um dedo. Por um pouco mais de tempo, ela rebolou contra meus dedos, forçou mais o corpo contra mim, mas gozou e deslizou o corpo pela cama, segurando meu braço que a masturbava para abraçá-la e dormir.
Nuas, cheias de porr* pelo corpo e completamente agarradas, acordamos com batidas fortes na cama. Felipe. Aos berros.
— Fernanda, porr*, você tem que ir para o tribunal — Mais porr*das na porta. Você acordou?
— Me dá cinco minutos — falei perto da porta e beijei a bochecha de Carol, que permanecia completamente apagada — Meu anjo, estamos atrasadas para o tribunal. Vem tomar banho rapidinho — Estiquei a mão para ela que, sonolenta, se aninhou no meu corpo e tomou banho praticamente dormindo em mim. Nos vestimos com a mesma roupa da noite anterior, mas ela disse que tinha calcinhas e outras roupas na bolsa. Optamos por só trocar as calcinhas, em vista que estavam ensopadas pela noite anterior.
Beijei sua bochecha e nossos lábios se encontraram com carinho, em um bom dia silencioso. Descemos as escadas e encontramos Jane, Noah, Jenyffer muito puta comigo, Felipe, que fingia estar puto, e minha família. Jane pegou duas bolsas e foi para o carro alegando que nos arrumaríamos e comeríamos no carro. Dei um beijo em meus avós e fui ouvindo um sermão sobre responsabilidade de Jenyffer durante metade do caminho. Carol se maquiou, a circundei com minha mão e ela apoiou a cabeça em meu ombro para continuar dormindo.
Coloquei os óculos escuros e ouvi o que Jenyffer falava, concordando com tudo, assinando alguns papéis e dando ok para ela até que chegamos ao fórum mais próximo de onde morávamos. Pedi ao motorista que deixasse Jane e Noah em casa, falando que ela estava de folga por uma semana. Ela riu da minha cara, falando que eu parecia bêbada e que claramente iria me ignorar.
Eu e Carol recebemos de Felipe um energético cada e um aviso.
— Todo mundo entendeu que vocês trans*ram muito. Toma essa merd* para parecer mais acordada e você — Apontou para Carol — Deu um chá nessa mulher ontem, pelo visto. Não podia ser tipo, hoje?
Carol quase colocou todo energético para fora antes de parar de rir e falou que não, que tinha que ser ontem mesmo — Só me desculpa pelo quanto durou — Eu ri e beijei sua bochecha. De mãos dadas, acompanhadas pelos dois, entramos no fórum. Ao passar pelo detector de metais, Jenyffer foi até um bloco de notas, pendurado ao lado das portas para saber qual sala seria. Passamos por um espelho e eu realmente parecia de ressaca. Até meu blazer parecia ter passado a noite em uma balada de tão amassado. Eu odiava estar amassada.
Olhei para Carol, agora de óculos escuros mas, ainda assim, vestida como uma princesa. A abracei pela cintura e sussurrei em seu ouvido — Como você consegue ficar tão linda enquanto eu estou destruída? — Beijei sua bochecha e trocamos um toque nos lábios leve, quando ela sorriu e, em seguida, fechou a cara olhando para o lado.
Jenyffer surgiu na nossa frente e bloqueou totalmente minha visão do corredor — Somos a terceira audiência. O que significa que a gente deve ficar aqui uns quarenta minutos olhando para a cara da Isabella e do advogado dela — Segurou meu ombro e sorriu — Você é forte pra caralh*, tem esse mulherão aí que te deixou de ressaca sem te deixar bêbada, quando você encarar ela, lembra da bela filha da puta que ela é — Jeny virou de costas e sentou ao lado de Felipe, falando alguma coisa em seu ouvido e mexendo nos papéis.
Foi então que eu vi Isabella de jeans e regata. Impossível, ela não andava assim nem na faculdade. Olhei para Carol e sussurrei em seu ouvido que aquilo estava errado e, como resposta, Carol afirmou que ela queria se fazer de coitada e tinha conseguido pois, nós duas parecíamos ter saído de um evento e ela parecia ter saído de casa sem tempo de se arrumar.
Sentamos ao lado de Jenyffer e, nem por querer, mais por costume, Carol colocou as pernas sobre as minhas. Senti o olhar de Isabella queimar minha mão mas, ao ver Carol descansando os olhos sob meu ombro, sorri e beijei sua testa até que chamaram meu nome.
Carol e Felipe sentaram atrás de nós, mas não sem antes eu receber um beijo delicado nos lábios e um sorriso de nariz encostado. Sentei de frente para Isabella e Jenyffer segurou minha mão por baixo da mesa.
A mediadora perguntou se havia algum acordo e Jenyffer estendeu o papel que eu havia assinado anteriormente. Parei de respirar por um momento, quando Isabella levantou a caneta, hesitou em assinar e perguntou se eu tinha certeza disso olhando nos meus olhos. Prendi a mão de Jenyffer e, em questão de segundos, lembrei do olhar eclipsado de Carol.
— Sim, Isabella. Assina isso e me dá paz — Ela suspirou e assinou o documento, estendendo-o para mim e fazendo com que nossos dedos se tocassem — Chega, Isabella, só chega, tá bom? Vive sua vida.
A mediadora declarou encerrada a audiência, assim que saímos, eu corri para a lateral do fórum zonza, com a sensação de que desmaiaria e vomitei. Senti Carol segurando meu cabelo e Felipe me pegando no colo. Carol passava a mão no meu rosto repetindo que havia acabado. Só lembro de estar no carro de Jenyffer e receber um copo e um comprimido na mão para tomar. Após o fazer, lembro de ter deitado no colo de Carol e sentir seu toque em meu cabelo. Fechei meus olhos repetindo que acabou, acabou. Isabella agora era passado. Acabou.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Sem comentários
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook: