Olá meninas tudo bem?
Alguém ai curiosa com o passeio das meninas?
Capitulo 11
The Police – Every breath you take
Acordei cedo no dia seguinte, fiquei um tempo observando Lara, de fato, ela era linda, inteligente, divertida, mas só conseguia vê-la como amiga, preciso ter uma conversa definitiva com ela.
Saí do banho e fiz um café, não demorou e o Lorenzo chegou, pela cara o plantão não foi nada agradável.
- Nunca vi uma cidade tão gelada como essa, quase congelei a noite. Vai sair?
- Adoro esse clima, moraria fácil aqui. Vou passear.
- Jamais! Prefiro aquela bagunça do clima de São Paulo, leva um moletom, pode esfriar mais tarde.
Tomamos o café animados, logo meu amigo foi dormir e eu fui me trocar, como estava sol, optei por um short jeans, blusa branca e um tênis, algo bem casual, optei por prender meu cabelo, passei protetor solar.
- Bom dia Duda, já vai sair?
Ouvi a voz sonolenta de Lara e me virei, ela estava sentada e me observando séria.
- Daqui a pouco, não tenho hora para voltar.
- Cuidado Dudinha, a Sophia pode machucar, te machucar muito.
Fui até Lara, sentei-me a seu lado, afastei uma mecha de cabelo que caía sobre seu rosto e disse :
- Obrigada pelo aviso, mas a Sophia só vai me fazer uma gentileza, nem somos amigas, no máximo colegas de trabalho.
- Você que sabe, mas pensa bem, Sophia sabe ser sedutora, é toda charmosa, mas é casada com um coronel e tem filhos, pensa bem onde você está se metendo.
- Lara você sabe de alguma coisa?
- Não sei de nada, mas a Sophia é mais velha, mais experiente, pode se aproveitar de você.
- Que papo estranho é esse Lara? Você fala como se soubesse de alguma coisa.
Lara levantou nervosa e foi até o banheiro, assim que ela saiu perguntei de novo:
- O que você sabe da Sophia?
- Que ela é uma grande filha da puta, que em um mês conseguiu o que eu tento há anos...Ela está conquistando você Dudinha e eu estou morrendo de ciúmes.
Lara estava realmente chateada e com ciúmes, fiquei com pena e quando ia falar, ouvi uma buzina.
- Lara eu...
- Tudo bem Duda, vai para seu passeio e cuidado tá?
Lara deu um beijo em minha testa e saiu do quarto, peguei minha bolsa e corri ao encontro de Sophia.
Quando saí no portão, vi um carro modelo esportivo na cor vinho, dentro dele uma sorridente Sophia me aguardava.
- Pronta para o passeio? Perguntou beijando minha bochecha.
- Estou sim.
Sophia deu partida e o carro deslizou na pista, ela estava linda, usava uma bermuda de sarja bege e uma camiseta polo branca, nos pés um delicado tênis na mesma cor da blusa, seus cabelos estavam como sempre impecáveis e o óculos de sol dava um charme a mais.
Nossa primeira parada foi no Jardim Botânico, andamos, tiramos várias fotos, sentamos para conversar, conheci um pouco mais da linda delegada, ela vinha de uma família ligada a área de direito criminal, seu pai era juiz e sua mãe promotora, ambos estavam aposentados, seu irmão mais velho era advogada e o caçula era major no exército. Sophia contou que conheceu Sergio, seu marido, na formatura do irmão, Sérgio era quinze anos mais velho e viúvo, e ela uma recém formada advogada que ia prestar concurso para delegada, a atração foi imediata e em pouco tempo estavam de casamento marcado, para a tristeza dos pais, que esperava que a filha se casasse com algum advogado e que não viajasse tanto.
- No começo foi tudo perfeito, Sergio estava sempre presente, me ajudou muito nos meus estudos, ficou feliz quando me tornei delegada, sempre me apoiou em tudo, quando engravidei ele foi em todas as consultas, quando as crianças nasceram ele acompanhou o parto, choramos juntos... Mas logo depois ele foi enviado para uma missão no Equador, as crianças tinham três meses e fiquei sozinha, tinha uma babá para me ajudar, mas a noite era somente eu.
- Sinto muito Sophia. - Disse apertando levemente sua mão.
Sophia me olhou de forma terna, deu um sorriso e voltou a encarar o horizonte.
- Sergio voltou depois de seis meses, as crianças estranharam, ele ficou chateado, pois sempre que ele se aproximava, elas choravam. Ele ficou quinze dias em casa de férias e quando voltou ao trabalho, fazia de tudo para chegar cedo e me ajudar, nesse período eu trabalhava na delegacia de mulher e as crianças ficavam com a babá, foi nessa época que Sergio começou a implicar com meu trabalho, dizia que eu devia priorizar nossos filhos, que eu ficava tempo demais fora de casa. Consegui me organizar melhor e quando as crianças completaram dois anos, mesmo contra a vontade dele, foram para a creche, nesse período nossas brigas eram cada vez mais constantes, e a cada três meses ele era enviado para novas missões, num período de dois anos ele foi enviado para África, Ásia e América Central, quando ele voltava , era estranho, as crianças ficavam afastadas, eu não sabia mais o que sentia.
- Não deve ser fácil viver assim.
- É muito difícil... Sabe Duda, eu morria de medo quando o telefone tocava a noite ou de madrugada e ter uma notícia ruim dele, muitas vezes ele estava em casa curtindo um churrasco e ligavam para ele se preparar para mais uma missão.
- Você é muito forte Sophia, acho que se fosse comigo, não sei se teria aguentado.
- Não é fácil, teve uma viagem que ele fez até Nicarágua, era pra ficar um mês e ficou oito...Quase enlouqueci de preocupação, passava os dias angustiada, fui passar uns dias na casa dos mais pais e acabei ficando por lá, decidi me separar do Sergio, e quando ele soube da minha decisão, voltou dois dias depois, foi direto me procurar, pediu desculpas, disse que não aceitaria mais aquelas missões e seu quisesse ele pediria baixa do exército, claro que não permiti, o exército é a vida dele, acabei voltando e nossa vida entrou nos eixos, ele fixou base aqui e em Cuiabá, mas a maior parte do tempo ele ficava por aqui, quando meus filhos fizeram dezoito anos e foram estudar fora, achei que teria um tempo maior com meu marido, que iríamos viajar, mas a alegria durou pouco, logo depois ele foi transferido para Belém, tentou me persuadir a ir com ele, mas recusei, tinha acabado de assumir a delegacia central de Curitiba e após uma série de discussões, ele acabou indo e percebo que ele é feliz lá.
Sophia finalizou com uma tristeza no olhar.
- E você é feliz aqui?
- Duda...Sou sim, amo meu trabalho, amo minha cidade, ao menos uma vez por mês visito meus filhos ou eles vem me visitar...
- Mas e o seu marido?
- O Sergio está lá, há dois anos que não o vejo pessoalmente, fiquei sabendo por telefone que ele teve um princípio de infarto, mas está bem, quando pensei em ir visita-lo surgiu esse caso, mas ele está bem.
Fiquei assimilando tudo o que Sophia falou, observei seu rosto impassível, ela observava um grupo de crianças que corriam de um lado para o outro, de repente uma delas tropeçou e caiu em seu colo, foi a primeira vez que vi seu sorriso largo, como era lindo, ela brincou com a menininha, até a mãe vir busca-la e pedir desculpas.
- Seu sorriso é lindo.
Sophia ficou sem graça, baixou a cabeça e disse:
- Vamos?
Sophia ficou de pé e me puxou de uma vez, novamente fiquei a centímetros de sua boca, ela deu um sorriso de lado e saiu andando.
“Até o fim do dia vou enlouquecer!”
De lá fomos para a ópera do arame, fiquei impressionada com o lugar, lindo, organizado, ficamos um tempão por lá, na saída fomos numa lojinha de lembrancinhas e comprei algumas coisas para minhas amigas e para Lara.
- Está com fome?
Estávamos saindo da lojinha com algumas sacolas e ela parou na minha frente, seus olhos estavam brilhando.
- Já é quase uma hora, estou sim.
Ficamos um tempão nos olhando, parecia que havia um elo nos aproximando, cheguei mais perto de Sophia, foi quando ouvimos uma buzina.
- Sai do meio tia!!
Olhamos assustadas, estávamos paradas em frente a um carro e o motorista, queria sair. Olhei feio pra ele e Sophia me puxou gentilmente em direção ao carro dela.
- Não se estresse por tão pouco, venha vou te levar para comer, essa braveza é fome.
A forma como ela falou, saiu de forma descontraída e acabei dando risada.
Sophia me levou ao charmoso bairro Santa Felicidade, deixei que ela escolhesse o restaurante, ela optou por um restaurante de comida italiana, escolhemos uma mesa mais afastada, assim que nos acomodamos perguntou se podia escolher por mim, deixei. Estava adorando ser conduzida por ela. Após uma boa olhada no cardápio, ela escolheu de entrada polenta frita e uma salada de escarola com bacon e queijo e como prato principal uma lasanha de queijo na manteiga, tudo isso regado a um delicioso vinho tinto.
- Agora é sua vez de falar.
Sophia encostou na cadeira e cruzou os braços, esperando que eu falasse.
- Já falei tanto. – Disse brincando e tentando fugir do assunto da minha vida pessoal.
- Quero saber tudo sobre você, como é sua vida em São Paulo, essa aliança aí no seu dedo...
Engoli em seco e contei tudo sobre meu casamento fracassado, minhas aventuras amorosas, omiti Helena, não tinha acontecido nada e desde que vim pra cá, ela simplesmente sumiu.
- Duda você vive um relacionamento abusivo! Ela já tentou te agredir, fez ou tentou algo?
Sophia se agitou e elevou o tom de voz, após meu relato, ela estava indignada.
- Não, Cris nunca me agrediu e nem tentou me agredir...Não temos mais nada, apenas vivemos juntas.
- Precisa dar um basta nisso.
Os pratos chegaram e mudamos de assunto, falamos sobre filmes, séries, livros. Tínhamos gostos parecidos, nunca tinha visto Sophia tão descontraída e leve.
- Vou te levar num parque depois daqui, onde eu gosto de relaxar quando tenho tempo.
- Tenho certeza de que vou adorar.
Sophia me levou ao parque Barigui, um lugar de uma beleza difícil de explicar, muito verde, muitas árvores, ar puro, andamos de forma relaxada, nossa conversa é gostosa, Sophia além de linda, tem um humor inteligente, sua voz rouca é sexy pra caramba e sua risada soa como uma música em meus ouvidos. Estou cada vez mais encantada por essa mulher, ela é perigosamente sedutora e sabe como poucos usar e abusar do seu charme. É, estou babando pela delegada, minha chefe e casada com um coronel do exército...Duda você está de parabéns!.
- Vamos sentar um pouco? Ela propõe me puxando pela mão.
Sentamos debaixo de uma árvore e ficamos em silêncio, o clima estava maravilhoso, olhei para o lado e vi Sophia me observando.
- O que foi?
- Nada demais.
Voltei minha atenção para o lago e para os patos que nadavam alegremente, Sophia se encostou na árvore e disse:
- Daqui a pouco temos que ir, vai chover.
Olhei para o céu e nuvens escuras se aproximavam, fiquei triste, não queria ir embora, não queria deixar Sophia, ela percebendo minha tristeza, me puxou delicadamente, para que sentasse no meio de suas pernas, juro que arrepiei inteira.
- Está com frio? - Perguntou me abraçando e apertando meu braços para me aquecer.
Fiquei muda, sabe quando as palavras simplesmente somem? Foi assim que fiquei, Sophia me puxou delicadamente e encostei nela, sentindo seus suaves carinhos em meus braços.
Depois de um tempo curtindo os carinhos de olhos fechados e sentindo seu perfume, Sophia soprou no meu ouvido:
- Vamos Duda.
Abri os olhos e olhei para trás, Sophia estava com um sorriso lindo, não queria sair dali, mas comecei a sentir os primeiros pingos de chuva. Corremos até o carro e foi o tempo de fechar as portas e tempestade caiu de uma vez.
- Você se importa de esperar um pouco para sairmos, não dá pra enxergar nada.
- Claro Sophia e daqui até minha casa é meio longe.
- Quem disse que vai para sua casa?
- Não vamos? Mas com essa chuva vamos para onde? Estava confusa.
- Moro na rua detrás, vamos pra lá, vou fazer uns bolinhos de chuva e um café, que tal?
Adorei a ideia e adorei mais ainda a piscada que ela deu, será que eu estava sonhando? Sophia toda poderosa estava flertando comigo?
- Duda adorei o dia, adorei o passeio.
- Também gostei de tudo, mas acima de tudo gostei da sua companhia.
“Enlouqueceu Duda! O que ela vai pensar?”
Sophia me olhou surpresa, baixou a cabeça e disse baixinho:
- Também gostei, você é muito especial.
Senti meu coração aquecer, levantei seu queixo e a puxei para um beijo delicado, Sophia correspondeu com intensidade e não sei como, mas quando percebi já estava em seu colo, enquanto Sophia erguia minha blusa, buscando um contato maior. O clima esquentou de vez, quando ela tirou minha blusa e olhou com desejo para os meus seios, sem pestanejar, ela abocanhou um deles por cima do sutiã e eu dei um gemido, arqueando meu corpo trás, foi quando minhas costas bateram no volante e a buzina soou estridente. Sophia parou imediatamente assustada, olhou para a minha cara e caímos na gargalhada.
- Vamos pra casa, a chuva diminuiu.
Sophia me tirou do colo deu um selinho e me ajudou a vestir minha blusa. Passei a mão pela minha boca, ainda sentia o gosto dos lábios dela, encostei no banco e sorri, estava feliz.
Em poucos minutos chegamos à sua bela casa, o estilo era clássico e organizado, igual Sophia,
Mal entramos e Sophia me atacou com beijos lascivos, fiquei um tempo sem reação, até me sentir sendo levantada, Sophia me deitou no sofá e olhou profundamente em meus olhos, fez um carinho no meu rosto e seu olhar parecia pedir permissão para continuar.
Ergui meu tronco e tirei minha blusa e logo em seguida meu sutiã, sob o olhar de desejo de Sophia, a puxei para cima de mim e nos beijamos com desejo, Sophia beijava um dos meus seios, enquanto sua outra mão, acariciava o outro, fechei os olhos para curtir aquelas sensações, meu short foi tirado e Sophia me tocou, sentir seus dedos dentro de minha intimidade, me transportou para outra dimensão, meus gemidos incentivavam a me tocar com mais força, arranhava suas costas e rebol*va em seus dedos, até que o orgasmo veio com força e gritei seu nome.
Sophia sorriu de forma doce e deitei em seu peito, ficamos um tempo em silêncio, até ouvir sua voz rouca, me perguntando de forma carinhosa:
- Você está bem?
- Sim, maravilhosamente bem!
Sophia deu um gostosa gargalhada, como era gostoso de ouvir. Ela me apertou ainda mais em seus braços e confessou:
- Me encantei por você no dia em que cruzou a porta da minha sala.
Fiquei surpresa com essa declaração, levantei o rosto e a beijei suavemente, como era bom ouvir aquilo.
- Você me causou tantos sentimentos contraditórios.
- Por que?
- Sophia. você me tratava mal, enchia meu saco...Mas sempre gostei desse jeito mandão, acho tão sexy. E quando você sai andando, rebol*ndo na minha frente, eu perco o rumo.
Sophia deu outra sonora gargalhada, e me puxou para sentar em seu ventre.
- A delegacia é meu ambiente de trabalho e preciso manter o profissionalismo e além do mais somos casadas. Agora me diz, quando você sentiu algo diferente?
- Você me causou grande impressão, mas como sempre me tratava mal, pensei que não gostasse de mim, mas no dia que você foi ao laboratório e brigou por causa da Lara...
Sophia me interrompeu:
- Qual sua relação com ela?
- Não temos relação, ela é minha amiga.
- Não é o que parece, pelo menos da parte dela.
- O que importa é o que sinto, e no momento estou com vontade de você.
Despi Sophia e beijei cada parte de seu corpo, ouvir seus gemidos roucos, me excitavam e me incentivavam a prosseguir, Sophia se entregou por completo. Nos amamos até anoitecer, adormeci em seus braços.
Acordei assustada, estava no sofá nua, mas coberta com uma manta, percebi que a chuva persistia. Levantei à procura de minhas roupas, quando ouvi a voz de Sophia vindo da cozinha.
- Se quiser tomar um banho, fique à vontade, tem toalha no banheiro, estou preparando o jantar.
Achei minhas roupas espalhadas pela sala, vesti rapidamente e fui até a cozinha. Sophia estava de costas mexendo em algo no fogão, vestia uma calça de moletom e uma camiseta, estava linda.
- Acho que dormi demais. Disse a abraçando pelas costas.
- Dormimos, acordei faz pouco tempo, agora já pro banho, estou terminando o jantar.
Dei mais beijo em sua nuca me dirigi até o banheiro, no corredor havia muitas fotos dos filhos em idades variadas e algumas com o marido, fiquei um tempo analisando, pareciam felizes, estavam sorridentes em alguma praia, sacudi a cabeça e fui para o banho. Quando saí, um aroma delicioso invadia a casa, Sophia veio ao meu encontro com um moletom dela, vesti e senti seu cheiro na hora.
- Está com fome? Preparei uma comidinha bem gostosa.
Puxei Sophia para um beijo, adorava sentir seus braços em volta da minha cintura e sem contar que o beijo era delicioso.
Jantamos conversando amenidades, não tocamos no assunto relacionamento, Sophia apenas explicou que deveríamos ser discretas na delegacia e pediu que não comentasse nada com Lara, argumentei que além de minha amiga, dividíamos o quarto, ela não ficou nada feliz com essa informação, fechou a cara e disse que não confiava nela. Achei bonitinho ela com ciúmes e pedi que confiasse em mim.
- Em você eu confio, mas nela nem pensar, anda toda brejeira para seu lado, cheia de sorrisos.
Ri demais, ela não admitia que estava com ciúmes, dizia que só achava Lara sonsa.
- Sophia confia em mim tá? Lara é uma grande amiga.
Ela fez uma careta e concordou, namoramos mais um pouco e me despedi da minha linda delegada, Sophia insistiu para me levar, mas achei melhor ir de táxi.
Cheguei quase dez horas e Lara me aguardava na sala com uma caneca de chá.
- Estava preocupada, choveu demais hoje.
- Estou ótima.
Lara me olhou de cima abaixo, chegou bem perto e disse:
- Ela conseguiu, aquela delegada conseguiu.
Tentei me fazer de desentendida, mas Lara era esperta demais, acabei contando tudo e pedi que ela fosse discreta, mesmo não aprovando ela prometeu ficar de bico fechado, mas novamente pediu para que eu tivesse cuidado.
No dia seguinte acordei bem humorada, tomei um longo banho, preparei o café e logo Lara apareceu.
- Bom dia Dudinha, que animação!.
Não respondi à provocação dela, tomamos o café e seguimos para a delegacia, assim que cheguei Sophia estava na porta de sua sala conversando com Lorenzo, ela mal me olhou e me deu um bom dia seco, respondi educadamente e segui até o laboratório, vesti meu jaleco e esqueci do mundo.
Por volta do meio dia saí para almoçar com Lara, Fernanda e Lorenzo, perguntei discretamente sobre Sophia e Lorenzo respondeu que ela estava se preparando para conversar com o secretário de segurança e o ministro da justiça que veio pessoalmente ver o andamento do caso.
- O ministro não tem o que fazer? Perguntei olhando para Lorenzo.
- Esse caso está repercutindo demais e há interesse político envolvido.
- Mas estamos fazendo o possível e o impossível, será que não percebem?
- Duda é tudo um jogo, a presença dele aqui fazendo pressão e prometendo resolver esse caso, gera mídia positiva para o presidente e o governador.
Lara que estava brincando com a comida disse:
- Nunca apoiam nada, mas estamos em ano eleitoral então cada um quer mostrar serviço.
- Mas é errado Lara, a Sophia está se matando, nem dorme direito e esses cara vem aqui pressionar mais ainda.
Minha defesa apaixonada, trouxe olhares curiosos para mim, levei um chute de Lara e a olhei sem entender.
Lara apenas sorriu e mudou de assunto. Na volta do almoço pensei em passar na sala de Sophia, mas vi dois seguranças parados na porta, deviam ser do ministro da justiça, fiquei com pena da minha delegada.
Passei a tarde mandando mensagens e nada de Sophia responder, sei que ela está correndo, mas custava dar ao menos um oi? Não é drama e sim saudades de ver aqueles lindos olhos percorrendo meu corpo.
Perto das dezoito horas, ouvi uma movimentação diferente, Fernanda saiu e voltou com a novidade, a imprensa estava entrevistando o ministro e o governador, ambos sorridentes e confiantes que o caso em breve seria resolvido e ao lado deles, uma Sophia impaciente apenas concordava com tudo.
“Tadinha da minha delegada, jogada no meio dos leões, preciso fazer alguma coisa!”
Saí como quem vai ao banheiro e vi a bagunça que estava a delegacia, vários cinegrafistas, repórteres e fotógrafos, fazendo mil perguntas e os dois palhaços respondendo, deixando Sophia de lado. Assim que Sophia me viu, fechou a cara de vez e fez um gesto para que eu saísse dali, chateada retornei ao laboratório e encontrei Lara conversando com Fernanda.
- Viu que bagunça? Preciso sair e esses chatos estão atrapalhando.
- Sai pela porta dos fundos Fernanda, vou fazer o mesmo. Você vem Duda?
- Ainda não.
Minha resposta distraída deixou Fernanda em alerta, Lara percebendo disse:
- Vou te esperar então.
- Não precisa Lara, daqui a pouco saio.
- Faço questão, hoje é dia de ir ao supermercado.
Lara me olhou séria e então entendi, disse que só ia finalizar aquela análise e sairia. Fernanda se despediu e Lara depois de fechar a porta, disse:
- Você está dando bandeira Duda, toma cuidado!
- O que fiz de errado?
- A forma como você defendeu a Sophia no almoço e agora saindo atrás dela...
- Mas não fui atrás dela...
- Foi sim, a Fernanda não é nada boba, trata de ser mais discreta e parar com esse olhar apaixonado toda vez que fala da Sophia.
- Você tem razão, vou tomar mais cuidado, obrigada!
Lara fez um carinho no meu cabelo e ficou esperando eu terminar de trabalhar.
Durante a semana não consegui falar com Sophia, sempre tinha alguém com ela ou ela estava correndo com alguma coisa, fiquei muito frustrada e chateada, pois nem minhas mensagens ela respondia e tampouco atendia minhas ligações, Lara atenta à situação pedia que eu tivesse paciência e procurasse entender Sophia.
No sábado ao final de mais um turno, estava saindo quando senti um puxão e uma mão cobrindo minha boca, tentei soltar mas a pessoa era mais forte, fui arrastada até um depósito de produtos de limpeza, me debati algumas vezes, até ser solta e quando virei era Sophia.
- Você é uma onça viu? Quase me derrubou!
Não respondi, não gostei do tratamento que tive durante a semana e não gostei de ser arrastada como um saco de batatas, quem ela pensava que era? Era a delegada mais gostosa do mundo e que me deixava com as pernas bambas... Mas precisava ser firme e ter foco.
- Sophia...
Sophia não permitiu que eu falasse, me beijou com pressa e aos poucos fomos deixando as roupas espalhadas pelo chão, nos amamos com pressa, com fome...Ouvir os gemidos de Sophia me fizeram ter a certeza de que estava perdida, perdida e apaixonada por ela.
- Me desculpe Duda, estou confusa com tudo o que está acontecendo.
- Mas por que não me respondeu? Você mal olhou na minha cara essa semana e nem respondeu minhas mensagens.
Apesar de amar Sophia, estava chateada, não merecia ser tratada daquela forma.
- A pressão está enorme, não aguento mais!
Estávamos já vestidas e sentadas no chão daquela espécie de depósito, fui até ela e a abracei carinhosamente.
- Isso vai passar, estamos trabalhando duro.
- Será? Tem horas que tenho vontade de largar tudo ....
- Não diga isso.
Saímos logo depois, Sophia me deixou em casa, o curto trajeto foi feito em silêncio, logo que cheguei vi que Lara e Lorenzo conversavam animados, dei boa noite e segui para meu quarto, minha cabeça estava cheia. Tomei um banho e me deitei, não demorou e Lara entrou, perguntou se estava tudo bem e se queria comer alguma coisa, disse que era só cansaço.
No dia seguinte vi Sophia rapidamente na hora do almoço, ela deu uma leve piscada e foi o suficiente para meu coração aquecer, trabalhei a tarde toda e a noite fui tomar um chope com Lara e Lorenzo, no bar recebi uma mensagem de Helena perguntando se estava tudo bem, respondi que sim e que não tinha previsão para voltar, ela quis estender o assunto, mas não dei bola.
- Dudinha você está bem mesmo?
Lara perguntou logo após Lorenzo sair para encontrar uns colegas da delegacia.
- Estou, mas vou ser sincera, acho que estou entrando numa barca furada.
Lara ficou olhando para o chope e depois de um longo gole disse:
- Ela é casada, tem filhos, é uma delegada agora nacionalmente conhecida... Não é fácil.
- Eu sei, mas sinto que ela não quer ou tem medo de se entregar.
- Você está apaixonada não é?
Dei um longo suspiro, a verdade é que estava muito apaixonada, Sophia me tirava do eixo.
- Estou...É tudo tão confuso.
- Tenha uma conversa com ela, fale o que está sentindo...
- Se fosse fácil assim...
- Seja firme Dudinha, nada como uma boa conversa.
Nesse momento chegou André e mudamos de assunto, mas a minha cabeça continuava pensando em Sophia.
As semanas seguintes foram de intenso trabalho, Sophia e eu íamos com frequência ao depósito para extravasar o que sentíamos, claro que com o passar dos dias as pessoas começaram a desconfiar, tentava ser discreta, Lara me ajudava na medida do possível, mas sabia o que falavam de nós pelas costas.
Dois meses após minha chegada em Curitiba, Flavinha e Silvinha vieram me visitar, na verdade elas queriam conhecer Sophia, pois logo que contei a elas, as duas ficaram preocupadas, chegaram numa sexta-feira gelada à noite, estava morrendo de saudades delas.
Marquei um jantar no dia seguinte em casa e convidei Sophia, expliquei que eram minhas melhores amigas e queriam conhecê-la, mesmo contra a vontade ela veio, estava preocupada com Flavinha e sua sinceridade que às vezes era um sincerícidio , mas minha amiga ficou tranquila, quem detestou Sophia foi Silvinha, logo depois do jantar, levei minha delegada até o carro e quando voltei minha amiga me chamou para conversar, disse que não era um relacionamento saudável, que Sophia era do tipo que jamais largaria a vida que levava para se aventurar comigo, que ela até poderia estar envolvida, mas esse envolvimento iria durar até a primeira dificuldade. Não vou negar que ouvir tudo aquilo foi difícil, doeu demais, mas sabia que no fundo ela tinha razão.
No domingo à noite levei as duas até o aeroporto e Silvinha me pediu desculpas:
- Desculpe Duda se te magoei, mas a Sophia vai te fazer sofrer, e não quero te ver sofrendo.
- Vou me cuidar, pode deixar.
- Se imponha, não deixe ela mandar e desmandar.
Sorri para Flavinha, ela passou o fim-de-semana quieta, esperou a hora de ir embora para dizer aquilo.
Após o embarque voltei pra casa pensativa, pensei em tudo o que vinha vivendo com Sophia, no que minhas amigas disseram.
Quando Lara chegou, contei minha conversa com minhas amigas.
- Elas tem razão em se preocupar e a Silvia foi certeira, a Sophia vai acabar te machucando.
- O que eu faço Lara?
- Você sabe o que fazer.
“Bela ajuda!” Pensei chateada.
Fim do capítulo
Será que agora a vai?
Beijos e até quarta!
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Jujuba2020
Em: 21/03/2021
Aiii Aiii Curitiba, linda.
E Duda se rendendo a Sophia, olha que menina que gosta de complicar a vida, dózinho da Lara, sofrendo por amor nao correspondido.
Duda adora uma mulher cheia de complicações e complexas,
Mas como diaz o ditado é pela dor que aprendemos.
Resposta do autor:
Curitiba é mágica!
Beijos
fernandail79
Em: 15/03/2021
Oi, autora,
A Duda só se envolve com mulher complicada!
Gostei do hot, acho que você leva jeito. A Duda só esqueceu de lavar o rosto depois (risos), por isso a Lara se ligou que ela tinha "aprontado". :D
Não dou confiança pra essa Sophia. Acho que a Duda deveria dar ouvidos às amigas (Silvinha e Flavinha) e se afastar, mas a bicha é teimosa! É óbvio que ela vai acabar se machucando com essa delegada.
Adorei o capítulo! :***
Resposta do autor:
Oi Fernanda,
Duda adora uma complicada e perfeitinha!! Kkkkk...
Sophia não é fácil...
Ai esses hots... Me deixam doida, nasci pra escrever isso não! Kkkkkk..
Beijos
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Gabriella Herculano
Em: 15/03/2021
Pra começar eu adorei a música do capítulo, e confesso, mesmo não gostando da "sophia" esse também é o meu capítulo preferido, é com dor no coração que digo, na real, as duas são lindas juntas xará na história e na vida real.
Resposta do autor:
Oi xará!
Eu amo essa música.!
Essa delegata é complicada, mas tira as estruturas da Duda. Não a Sophia pessoalmente, mas a bicha é bonita!
:)
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brinamiranda
Em: 15/03/2021
Para mim esse é o capítulo mais lindo do livro, fala sério quem resistiria a uma delegata dessas? rsrsrsrs.
Acho que descreveu de forma bastante fiel um dos encontros...parabéns amiga.
beijos
Resposta do autor:
Oi Sá,
Gostei muito de escrever sobre a Sophia, ela tem vários lados e todos são bem complexos.
Obrigada pelo incentivo.
Beijos
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