Olá meninas,
Vamos conhecer a história da Duda com a Sophia.
Capitulo 9
2 anos antes
Depois de uma semana intensa de trabalho, encerrei a sexta numa balada com Lara, Flavinha e Bia. Me esbaldei e bebi além da conta, acabei beijando Lara algumas vezes, mas fui “salva” pelas minhas amigas que me deixaram em casa.
No sábado, fui chamada para uma reunião de emergência, cheguei com cara uma cara péssima, todos riram do meu mal humor. Lara nem olhou na minha cara.
Lemos informou de uma importante operação que estava acontecendo em Curitiba, estavam à caça de uma rede de pedofilia e assassinatos de meninas e que destacaria eu, Lara e Lorenzo para ajudar nessa operação.
- Vocês três irão trabalhar diretamente com a delegada responsável, a doutora Sophia Baumann.
- E quando viajamos? Perguntei
- Amanhã à noite, importante essa investigação pode durar dias ou meses, vocês ficaram hospedados numa casa próxima à delegacia, nos próximos dias será providenciado um carro para locomoção de vocês. Lara vai dar todo o suporte necessário e caso precise de mais recursos fiquem à vontade, eles estão sendo muito pressionados, o governador deu carta branca para Sophia montar a melhor equipe e resolver esse caso. Acreditam que se conseguirem prender o assassino ou assassinos, a rede de pedofilia é desmontada.
Após o fim da reunião, voltei para casa e dei a notícia à Cris, que claro, não gostou nada.
- Como ficam as contas? Tem o mercado que não foi feito ainda...
- Não vou morar lá, e sempre que tiver uma folga dou um jeito de voltar. Quanto às contas, estão todas pagas e vou deixar um dinheiro para o mercado.
- Segunda tenho uma entrevista de emprego. Disse entusiasmada.
Fazia um ano que Cris tinha sido demitida da galeria, por comportamento inadequado, um dos clientes a flagrou trans*ndo com a secretaria atrás de uma pilastra, a demissão só não foi por justa causa, pois esse mesmo cliente intercedeu junto ao dono e desde então, minha esposa estava atrás de emprego, mas além de dificuldade em encontrar, tinha a questão da idade e ela ainda não aceitava atuar em outra área que não fosse ligado à artes.
A noite marquei com as meninas e contei as novidades, Silvinha foi a mais animada.
- Curitiba é linda, você vai amar, além do mais, esse tempo longe da Cris vai te fazer bem.
- Falando nela, nada de arrumar emprego? Perguntou Flavinha.
Flavinha tinha conseguido com uma cliente da clínica uma entrevista para Cris, numa galeria pequena no Centro, mas Cris não gostou do lugar, achou pequeno, o salário baixo e simplesmente disse à dona que a galeria era cafona.
- Nada, a idade não ajuda...
- E ela também não colabora, pedi desculpas à Dani. - Disse Flavinha chateada.
- Nem me fale, briguei tanto com ela.
- Só acho que você deve ser mais enérgica, entendo que está difícil arrumar emprego, mas só aceita na área dela.
Silvinha tinha razão, ao longo do ano, havia aparecido emprego em lojas, livraria e até para administrar um café na região dos Jardins, mas Cris recusou todos, pois considerar inferior ao que ela fazia.
- Deixei as contas pagas e um dinheiro para as despesas.
Não falamos mais da Cris, fizemos planos para as meninas me visitarem em Curitiba, pois não sabia quanto tempo ia ficar por lá.
Voltei pra casa e mandei uma mensagem para Helena avisando da minha viagem e imediatamente ela retornou.
- Má que coisa isso! Seu tom era contrariado.
- Coisas do trabalho, é um caso muito importante.
- Ah e você viaja já amanhã? Vamos almoçar então.
Não acreditei, Helena querendo me ver, tentei controlar meus nervos e marcamos para nos encontrarmos ao meio dia numa cantina no Bixiga.
Depois de organizar tudo, Cris veio conversar, estava até carinhosa, perguntou o motivo da investigação, se eu corria algum perigo. Tranquilizei e disse que ficaria no apoio. Cris então me abraçou e pediu que eu me cuidasse, pois ela estava com um mau pressentimento. Não respondi nada, correspondi seu abraço e fui para o quarto, tentar dormir, mas a ansiedade em ver Helena não permitiu.
Acordei cedo no domingo, mal toquei no café, Cris levantou cedo e ficou a manhã toda me cercando, fazendo carinho, tentou me beijar algumas vezes, mas me esquivei, percebi que ela ficou chateada, mas não me importei, não dessa vez.
Perto das onze, apareceu uma mensagem no meu celular, era Helena se desculpando, pois teve uma emergência na família e não podia ir ao almoço, fiquei frustrada, mais uma vez ela escapou.
A noite Flavinha e Bia me levaram ao aeroporto, me abraçaram, me apertaram e pediram para dar notícias todos os dias e que tivesse cuidado com Lara.
Curitiba estava linda e iluminada, quando chegamos havia uma pessoa nos esperando com uma placa, seu nome era André e ele era assistente da delegada. André muito simpático, pediu desculpas por Sophia não ter nos recebido pessoalmente, mas ela estava numa reunião com o governador e o secretário de segurança pública.
- Em pleno domingo? - Questionou Lara – Entendo a urgência do caso, mas é preciso ter um descanso.
André deu um sorriso, estava todo derretido para o lado de Lara.
- Sophia está obcecada por esse caso, desde que assumiu, ela vira noites naquela delegacia.
- Ela tem algum interesse especial nesse caso? - Foi a minha vez de perguntar.
- São crianças indefesas que estão sendo abusadas e mortas por um monstro e isso é mais do que suficiente.
Me calei depois daquela resposta, na verdade fiquei sem graça mesmo.
- Não me entenda mal Maria Eduarda, mas o delegado anterior não levou esse caso muito a sério e com isso o assassino sentiu-se muito confiante e começou a barbarizar ainda mais.
Seguimos em silêncio em direção ao carro, do aeroporto fomos até Curitiba falando sobre amenidades, André era só sorrisos para Lara, que parecia estar gostando da situação, eu aproveitei o momento de flerte, para por meus fones de ouvido e curtir as luzes da cidade.
A casa onde ficaríamos, era um charmoso sobradinho situado no bairro Água Verde, Lara e eu dividiríamos um quarto, enquanto Lorenzo ficaria no outro.
- O André é bem gato né?
Lara falou de forma provocante, ela queria me causar ciúmes, mas nem me importei, tomei um banho e fui deitar, estava chateada com o “bolo” de Helena.
No dia seguinte acordamos cedo e já tinha um carro nos esperando, caía uma leve garoa e fazia um pouco de frio. Chegamos à delegacia e estranhamos a movimentação de repórteres e fotógrafos.
- Isso tudo é pra gente? Perguntou Lorenzo brincando.
- Somos celebridades e nem sabemos. Lara respondeu entrando na brincadeira.
O policial que dirigia olhou feio e só balançou a cabeça em sinal de desaprovação, olhei pra Lara sem entender nada e ela deu de ombros. O carro embicou em frente à delegacia e quando descemos o tumulto aumentou, algumas perguntas foram feitas, mas não consegui entender, Lara me puxou para perto dela e entramos correndo.
- Que doideira é essa? Foi a minha vez de perguntar.
André veio nos receber, pediu desculpas pelo tumulto e disse que outro corpo havia sido encontrado de madrugada, era de uma menina de aproximadamente nove anos, mas ainda não havia sido identificada, devido ao estado avançado de decomposição.
Fomos caminhando em direção a sala da delegada, enquanto André passava mais detalhes, paramos em frente a uma porta cinza e ouvi uma voz rouca e com um forte sotaque, parecia discutir com alguém.
- Quem avisou à imprensa? Exijo saber, tem algum informante e quero saber quem é.
André bateu na porta e aguardou um instante, até a porta ser aberta por um policial que parecia agradecer por termos chegado.
- Delegada Sophia esses são nossos reforços de São Paulo, Maria Eduarda, perita criminal, Lara da inteligência e o investigador Lorenzo.
Sophia então veio até nós e com um sorriso simpático nos cumprimentou, pediu desculpas pela cena, mas disse que precisava descobrir quem estava passando informação para os jornalistas.
A delegada era alta, olhos cinzas expressivos, os cabelos loiros, curtos e repicados, o andar era elegante e seguro, ela veio em minha direção e disse:
- Quero você comigo!
A forma que ela falou foi tão imponente, tão segura, que fiquei sem saber o que responder, Lara percebendo minha lerdeza, me deu um cutucão.
- Tá bem...Claro!
- Lara você pode antes de começar a trabalhar com nossa equipe, tentar descobrir quem é a fonte dos jornalistas?
- Claro, acho que já tenho uma ideia.
Sophia arqueou a sobrancelha admirada, de fato, Lara era muito fera.
Lorenzo saiu com a equipe de investigadores, Lara foi fazer o que foi pedido e eu fiquei babando em Sophia.
- Maria Eduarda esse caso é muito espinhoso, difícil mesmo. Você está preparada? As cenas não são nada agradáveis e você é da equipe civil...
- Delegada fique tranquila, já participei de outras operações espinhosas como a senhora diz.
Meu tom sarcástico, não passou despercebido por Sophia, que sorriu e respondeu:
- Me chame de Sophia, não quis desdenhar seu trabalho, apenas estou lhe prevenindo do que pode ver, não é nada agradável e você é muito jovem...
- Tenho trinta anos! Respondi irritada, quem ela pensa que é pra falar assim? O Lemos me paga!
- Calma Maria Eduarda! Não fique tão na defensiva, e ser jovem é um elogio viu?
A risadinha de deboche que ela deu, me enervou, mas mantive a pose.
- Sente-se vou te passar algumas informações e depois te levo no laboratório, as roupas da menina já estão aí para serem periciadas.
Sophia passou algumas informações, explicou a linha que estava seguindo de investigação, se disse frustrada, pois estavam há meses e não conseguia avançar muito. Apesar da péssima impressão que passou, Sophia era muito inteligente, a voz rouca e o porte ao caminhar davam a ela um charme todo especial, o sorriso dela era lindo, pena que pouco sorria.
Fiquei no laboratório até a hora do almoço, saí com Fernanda uma das peritas e fomos almoçar num restaurante perto dali.
- Você então é a menina prodígio? - Perguntou brincando.
- Isso foi uma brincadeira do meu chefe, mas não sou tudo isso. Respondo sem graça.
- Olha que é, você foi escolhida à dedo pela Sophia, quando o caso começou a tomar toda essa proporção, o secretário de segurança veio aqui e deu plenos poderes para ela chamar quem ela quisesse para nos ajudar, Sophia passou uns três dias ao telefone, pesquisando e conversando com meio mundo em São Paulo, até chegar à você, seu currículo é impressionante.
Fiquei lisonjeada, não imaginei que tivesse sido a Sophia pessoalmente que tivesse me escolhido.
- Seu chefe não queria te liberar, pois você é da civil, mas a Sophia foi tão incisiva, que ele acabou liberando.
- Já trabalhei em um caso parecido, inclusive estou pensando em escrever um livro sobre isso.
Fernanda continuou a tagarelar, através dela, fiquei sabendo que Sophia tinha quarenta e três anos e era casada com um coronel do exército, tinha um casal de gêmeos de vinte anos, Pedro e Clara. Pedro cursava agronomia em Santa Maria e Clara era estudante de medicina na cidade de Maringá, porém sempre que podiam visitavam a mãe ou Sophia viajava até eles.
- Como ela consegue dar conta? Perguntei admirada.
- Sophia é onipresente! Sabe de tudo o que acontece na vida dos filhos e tem o maior orgulho deles.
- E o marido?
- O coronel nesse momento está servindo em Belém.
Admirei ainda mais aquela mulher, além de ótima profissional, era mãe e esposa exemplar.
Fim do capítulo
E aí ?
Beijos e até sexta!
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Jujuba2020
Em: 13/03/2021
Curitiba novos ares, novos romances, novas aventuras. Que Duda amadureça a decisão de se separar e dar um up na sua vida e dê uma chance a Lara Larinha furação.
Resposta do autor:
Ai ai ... Curitiba é tudo de bom!
Beijos
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Lara Lefevre
Em: 10/03/2021
Total Flex JAMAISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS
Ai não perdou essa licença poética, foi sapatão desde o berçario, sai fora! kkkkkk
Resposta do autor:
Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.... Relaxa que não teve nada, foi só cena mesmo!
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brinamiranda
Em: 10/03/2021
Aliás, tive uma ex Fernanda rsrsr
Não aconteceu nada e sigo vivinha da silva, se não tivesse comprometida, quem sabe? rsrsrs...
Resposta do autor:
Quase o alfabeto todo! Kkkkkk... Pasma, mas não supresa... Kkkkkk...
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fernandail79
Em: 10/03/2021
Oi, autora!
Eu achava que a Cris ficaria saudosa porque a Skybrina viajaria a Curitiba, mas, na verdade, ela estava puta, com medo de não ter quem pagasse as contas da casa!
A Skybrina teria que colocar o anúncio num outdoor pra avisar a todas as mulheres que viajaria a Curitiba.
A Lara é total flex?
Apareceu uma "Fernanda". Em toda história sapatônica, tem que ter uma! :)
Tô achando essa Sophia meio cu-doce. Skybrina é muito corajosa de querer ficar com ela. Em tempo de ser morta pelo coronel.
Resposta do autor:
Oi Fernanda,
Crias só gosta dela mesmo e olha lá, aquilo é um poço de amargura.
Lara não é total flex, ela quis fazer ciúmes, mas a Duda é cegueta... Kkkkk..
Fernanda é um clássico.
Sophia é difícil de definir, mas ela é cheia das histórias e você tem razaõ, Duda é corajosa, mas o coronal é fichinha viu? Aguarde!
Beijos
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