Gabrielle

Hoje é meu aniversário de dezoito anos, meu e do Caio, ele me acorda como todos as vezes nessa data, pulando em minha cama e me desejando um feliz aniversário, desejo a ele também e depois vamos tomar um lindo café da manhã em família. Nem acredito que finalmente chegou. Essas últimas semanas foram sem dúvida as melhores da minha vida, todos estavam preocupados que eu ficasse traumatizada pelo que aconteceu, mas eu estou muito bem, na verdade parece que nem aconteceu nada, tudo que eu fiquei pensando nesses últimos dias foi que com dezoito anos a Nanda finalmente iria parar de correr de mim e me fazer sua, confesso que eu venho tentando de tudo nesses dias para convencer ela a me tocar, mas ela tem um controle incrível, dês daquele dia no carro o máximo que consegui foram alguns beijos com umas pegadas mais forte, e eu estou ficando louca, estou morrendo de vontade de estar com ela de verdade, quero que ela me faça sua, que faça amor comigo, e agora que finalmente completei a maior idade sei que vou conseguir, ela me disse que vamos sair hoje a noite e pode ter certeza que hoje ela não me escapa.

            - Em que você tanto pensa aí? – pergunta mãe Paula ao entrar na sala onde estou deitada no sofá, a mãe Dani entra também e se senta ao lado dela no outro sofá.

            - Só que é bom finalmente completar dezoito anos. – sorrio.

            - E porque estava tão ansiosa pra isso? Por acaso tem algo a ver com a Reis? – essa foi a mãe Dani, ela só chama a Nanda pelo sobrenome.

            - Tem tudo a ver com ela sim. – ela me passa um olhar que já conheço como o olhar que mostra que esta com ciúmes, me sento e falo . – mãe você tem que parar com essa implicância com a Nanda, sei que você gosta dela e não adianta negar porque eu escutei você falando com a mamãe outro dia sobre isso, você só finge que não gosta dela, então por favor não implica mais com ela, ela não se importa com esse seu jeito, mas eu sim, quero que vocês sejam amigas também, poxa mamãe ela é maravilhosa, me trata super bem, ela é carinhosa e me respeita muito, as vezes gostaria até que ela me respeitasse um pouco menos. – essa última parte não era para ter sido dita em voz alta, acho que escapou porque as duas me olham e a mãe Paula começa a rir.  

            - Como assim respeitasse menos Gabrielle? – pergunta mãe Dani.

            - Na... nada não, esquece, falei sem querer. – tento disfarçar.

            - Filha, ela ainda não deu o próximo passo é isso? – eu olho para a mãe Paula e sei que estou vermelha, mas ela me conhece e sabe que é isso, e também eu já tinha falado com ela que queria ir além e a Nanda disse para esperar meus dezoito anos, a mãe Paula sempre consegue que eu fale de tudo com ela e ela nunca me julga. – filha ela é uma policial então é normal ela querer esperar você completar a maior idade, e é isso que faz dela uma pessoa maravilhosa e hoje é seu aniversário, então você pode aproveitar sua namorada por completo agora, aposto que você estava deixando a coitada louca essas ultimas semanas, ele deve que está vivendo a base de banhos frios. – ela começa a gargalhar e a mãe Dani olha feio pra ela.

            - Pare com isso Paula, não estou achando graça nenhuma. – diz zangada.

            - Amor, já disse para deixar de ciúmes, você tem que entender que a Gabi não é mais criança, ela já é maior e essa noite provavelmente ela não vai dormir em casa – ela coloca a mão na boca da mãe Dani e continua – e você não vai falar e nem fazer nada que mude os planos dela, a Fernanda e uma ótima pessoa e gosta da Gabi assim como nossa filha gosta dela, nossa filha tem sorte que a sua primeira vez será com a pessoa que ela ama, acho que até demorou demais, a Fernanda deve ter um controle incrível para aguentar esperar todo esse tempo – sorri e tira sua mão da boca da outra. – se me lembro bem nós tivemos nossa primeira vez uma semana depois que nos conhecemos. –

- Menos detalhes por favor - tapo meus ouvidos, ouço a campainha tocando me levanto e vou abrir a porta.

É um entregador e está com um lindo buque de rosas e uma caixa nas mãos, ele diz que é pra mim, assino e pego tudo, entro cheirando as rosas que estão com um cheiro incrível, vejo um cartão coloco tudo no sofá e o pego para ler.

Minha loirinha,

Hoje é o dia mais importante e mais especial do ano inteiro, pois foi nesta data que você chegou ao mundo o tornando mais lindo. Você merece tudo e mais um pouco, você tornou minha vida mais alegre só por estar ao meu lado, desejo que continue assim por mais muitos e muitos anos.

Feliz aniversário, meu amor!

Beijos,

Sua Nanda.

Leio o cartão com um sorriso no rosto, minhas mães estão ao meu lado e as curiosas estão lendo por cima do meu ombro.

            - Nossa, ela é romântica – fala a mãe Dani com a cara emburrada. Eu nem respondo, pego a caixa que veio junto a abro, e fico sem palavras, dentro dela tem um lindo vestido e outro cartão.

O vestido é lindo, vermelho de mangas compridas e rendadas e pelo tamanho vai ficar um pouco acima do joelho. O cartão por fora está escrito “privado” isso mesmo entre aspas então é melhor ler sozinha. Me afasto um pouco e leio.

Loirinha,

Espero que esteja lendo esse sozinha, rs...

Esse vestido é para você usar hoje a noite, quero que o use pra mim, eu vou tira-lo de você lentamente, porque eu, minha língua e meu corpo inteiro queremos saborear você sem pressa, quero aproveitar cada canto do seu corpo.

Até a noite minha loirinha,

Beijos,

Sua Nanda.

Termino de ler e o coloco no bolso de trás, guardo o vestido na caixa e ia tentar sair pro meu quarto em silencio, mas não deu muito certo.

            - Não vai nos mostrar o que está escrito nesse daí? – mãe é muito curiosa.

            - Não, é pessoal, e vocês são muito curiosas nem deviam ter lido o primeiro.

            - O que é que tem nesse aí que não quer nos mostrar? – essa foi a mãe Paula, sinto uma mão no meu bolso e me viro rapidamente, é o Caio e ele tenta pegar o cartão, mas não consegue.

            - Nossa até imagino o que está escrito, a Fernanda é esperta, ela manda as rosas com um cartão romântico, então com o vestido ela mandou um cartão safado não é? – ele fala sorrindo e eu me entrego por que fico vermelha – só o seu rosto vermelho já deu a resposta Gabi, deixa só eu ler então. – ele pede.

            - Não, o cartão é pra mim e ninguém vai ler. – digo e pego tudo indo pro meu quarto.

Mando uma mensagem pra Nanda agradecendo pelos presentes e dizendo que estou ansiosa pela noite. Na hora do almoço desço e almoço junto com minha família, temos uma tarde agradável em casa e depois subo para me arrumar, tomo um banho demorado, quando saio começo a me vestir, estou com um lindo conjunto de langerie e com o vestido que a Nanda me deu, ele ficou perfeito em mim, coloco um salto e deixo meus cabelos soltos, passo uma maquiagem que destaca meus olhos e desço para aguardar ela na sala.

            - Uau, você está linda querida. – diz a mãe Paula.

            - Está mesmo, está muito linda filha.  diz a mãe Dani.

            - Obrigada. – agradeço e ouço a campainha, meu irmão corre pra atender, na certa ele quer ver o quanto a Nanda deve estar bonita, e quando ela entra vejo que ela não está bonita, ela está deslumbrante.

Está com um vestido preto longo que é justo na parte de cima com um decote que esta me deixando babando, na parte de baixo é um pouco mais solto com uma fenda na perna e que esta mostrando uma coisa que perece ser uma tatuagem que não sabia que ela tinha, não tinha como saber, sempre vi ela de calça a única vez que vi ela com as pernas a mostra foi na primeira vez que a vi e estava um pouco escuro.

Ela se aproxima de mim e me da um leve beijo nos lábios e sussurra no meu ouvido.

            - Você está linda loirinha, acho que perdi o fôlego agora, feliz aniversário. – se afasta me dando outro beijo.

            - Obrigada, e você está maravilhosa – falo olhando todo o seu corpo, meus olhos param na fenda da sua perna, mas deixo pra depois, ela diz oi para minhas mães e eu estou louca para ir logo. – vamos Nanda? – ela acena que sim.

            - Que horas vocês voltam? – é claro que minha mãe ciumenta não ficaria calada. Olho pra Nanda e vejo em seus olhos a resposta.

            - Nós voltamos amanhã mamãe. – falo e ela fecha a cara.

Percebo que o Caio está calado demais, olho pra ele e ele está olhando fixamente para a perna da Nanda, ele é muito safado mesmo, pego uma almofada e jogo nele o acertando bem na cabeça.

            - Ai sua maluca, porque fez isso? – ele questiona, eu aponto para a perna da minha Nanda e ele sorri – não tenho culpa, só estava tentando ver o que esta por baixo, - olho feio pra ele agora, - nossa desculpa, não dessa forma que soou, é que dá pra ver um pouco de tinta na pele, isso é uma tatuagem? – ele pergunta e todos olhamos pra Nanda.

            - É sim – ela diz simplesmente.

            - Posso ver? Eu gosto muito, e a mãe Dani prometeu que me deixaria fazer uma agora que tenho dezoito.

            - Não disse que deixaria, disse que iria pensar. – ela diz.

            - Me desculpa, mas não da pra mostrar não – Nanda fala um pouco sem graça. – mas posso dizer que essa da perna são várias flores juntas e além dessa também tenho o desenho de uma fênix nas costas.

            - Porque não da pra mostrar? – eu pergunto, estou bem curiosa, ela me olha e sorri, aquele sorriso lindo que sempre me deixa de penas bambas.

            - A fênix está nas minhas costas e ocupa quase toda ela, o desenho das flores inicia na minha cintura desce pelo quadril indo até a coxa. – quando ela fala isso eu imagino que para ver as tatuagens por inteira só se ela estiver nua.

            - É, não dá mesmo pra mostrar, você nunca irá ver essas tatuagens Caio, esqueça, vamos Nanda, nos vemos amanha família. – saio puxando a Nanda.

            - Eu não vou ver, mas você com certeza vai ver essa noite né irmãzinha? – grita, eu já estava fechando a porta, volto só o bastante para minha cabeça ficar pra dentro e falo.

            - Vou ver cada centímetro, pode ter certeza, cada centímetro. – falo e saio antes que a mãe Dani de um piti e resolva me trancar dentro de casa.

Fim do capítulo