"Grande Dia"

* * *

 

 

...
Enfim o grande dia havia chegado. Não nos víamos pessoalmente há dois meses, a saudade/ansiedade eram imensas.

 

 

Yaya estava cheia de trabalhos, viajou em um "tour" pelo nordeste brasileiro e para Itália/Inglaterra, voltou para o Brasil pouco antes do casamento.

 

 

Falando em Itália, os pais de Frank apareceram aqui para uma visita, não apenas a ele. Levamos um super susto quando ligaram dizendo ter descoberto tudo e que queriam muito conhecer "as netas". Por incrível que pareça, eles são super amáveis. Pensavam que Frank (Que nem era seu verdadeiro nome) já havia falecido há anos. Ah, e não .. Nem eu nem ninguém sabia que eles existiam, pensávamos que Frank não tinha família, pois o próprio falava isso.

 

* * * *

Fizeram com que eu e Yaya não nos encontrássemos nem se quer um pouquinho, alegavam que traria mais sorte segundo a tribo da Nina e as crenças da minha mãe. A cerimônia seria no sítio do meu pai. Minha mãe junto com Nina administraram tudo, só tivemos o direito de escolher os nossos vestidos e as flores para decoração (eu amo lírios e rosas brancas/ Yaya: Todas. Mas tinha paixão por vitórias-régias, rosas do deserto e orquídeas, principalmente a ''orquídea do Espirito Santo''. Eu particularmente nunca tinha visto aquelas flores.)

 

* * * *

Acordei super animada, na verdade nem havia dormido direito. Queria ir logo para o sítio, acelerar as coisas, mas não deixaram. Pois seria um dia de 'Princesa': Unhas, cabelo, maquiagem e muito chá de camomila, eu estava uma pilha. Ainda fui pegar as chaves da nossa casa. Mas às 14h já estava pronta para ir, só deixei para colocar o vestido no sitio. Fui no carro com Leo e Carmen.

 

** **

Assim que chegamos, corri para ver a decoração. Tudo muito bem decorado desde a entrada que estava lindíssima, mas no jardim fizeram um trabalho simplesmente fantástico, perfeito para nós. Quis ir ver tudo logo, antes de terminar de me arrumar, pois quanto mais tarde ficava, mais convidados chegavam.

 

 

Não sou boa para descrever as coisas, mas vou tentar, né.
Havia dois "blocos" de trinta cadeiras em frente a piscina, um tapete vermelho passava entre e por trás dessas cadeiras (como um T invertido), partindo para lados opostos que seria por onde iríamos entrar. Havia vasos com flores decorando todo canto. Entre as cadeiras e a piscina fizeram um arco com flores e uma pequena tenda de madeira, enfeitada com flores - o altar. Ao lado estava um Piano branco. Lanternas que pareciam lampiões, pendurados em tipo varais e em pequenos postes de luz estavam espalhados por toda parte. A piscina ficou atrás do altar, parecia um lago cheio de vitórias-régias e outras flores/plantas em volta de toda margem com algumas lanternas dessas dentro das vitórias. Mesas com nomes ficavam do outro lado jardim. Ao lado uma pista de dança coberta.

* * *
Minutos finais..

No pequeno altar, o juíz de paz (Amigo do meu pai) já estava posicionado, assim como papai já estava ao meu lado.

 

--Você está linda, Filha. --Falava o tempo todo. Eu não me aguentava mais de ansiedade. --Respira, Mika..

 

O lado direito do tapete vermelho era para Yaya, pois sairia já de dentro da casa. E o lado esquerdo eu estava esperando.. tremendo. Os convidados já estavam todos em seus lugares. O Sol ja estava se pondo e nada da Yaya, eu já estava agoniada. E se ela desistisse? Repensasse..

 

--E se ela desistiu, Papai? -- Falei aflita. Ele sorriu se posicionando, logo a música começou a ser tocada ao piano e todos se silenciaram olhando para o lado direito. Acho que meu coração parou junto com minha respiração.

 

 

Yaya parecia algo ilusório; Os cabelos meio soltos com minúsculas flores brancas o enfeitando assim como o meu, véu cobria até lábio superior, grinalda/coroa delicada. Luvas (presa em um único dedo) e o vestido branco com rendas, calda média.(Coisa da Nina) Parecia uma das princesas da Disney, mas era minha. E o buquê nas mãos para finalizar. Nina estava ao seu lado, claro.

 

 

Quando caminhou em minha direção, nossos olhares se encontraram através do véu e parece que o tempo parou ali. Sabe que eu até estava muito bem também: Vestido bege com uma alça, colado até a cintura e grapeado solto para baixo com calda curta e uma linda abertura nas costas. Não gostei do véu, apenas da grinalda sobre meu cabelo meio preso em trança com pequenas flores e o buquê.

 

 

Ficamos paradas nós olhando a certa distância. O juiz começou a pigarrear para prosseguirmos. Ouvi risos. No altar estavam nossas "Madrinhos" carinhosamente apelidados (meus: Car, Leo, Mille. Yaya: Dona Yasmin e logo Nina se juntou ). Nina e papai nos "entregaram" uma a outra juntos e Mari (vestida igual a uma Princesinha mesmo) veio toda sorridente com as alianças em uma pequena almofada.

 

 

Ficamos de frente uma pra outra. Se formou uma bola em minha garganta e meus olhos logo marejaram ao pegar em suas mãos. Engraçado, eu tinha planejado fazer um discurso maravilhoso (parecia), mas quando ouvi o juiz falar nossos nomes completos e o "Sim, aceito!" de Yaya, uma lágrima involuntária rolou pela minha face. Quando chegou minha vez, só consegui dizer "Claro" antes da voz embargar e as lágrimas correrem soltas. Yaya me abraçou forte, falamos "Eu te AMO" em uníssono antes de subir o véu e o beijo acontecer. A sensação de realizar um sonho, estar pertinho do céu. Ouvia os aplausos e assobios ao fundo.

 

 

--Meninas, era só beijo simbólico! O resto é só mais tarde, viu. Só pra avisar mesmo. -- Disse Leo fazendo todos rirem. A maquiagem da "MINHA MULHER" era bem simples, mas estava tão fantasticamente linda, seus olhos marejaram, ela ainda sorriu e beijou meu dedo com aliança. Aí meu coração..

 

 

* * * *

Fernando de Noronha!

 

Fugimos da festa logo após os cumprimentos e (Infelizmente, a Rafa não foi nem ligou, foi a parte ruim da noite) a dança, direto para nossa Lua de mel. Todos ficaram nos olhando por todo caminho com comentários do tipo ''Noivas fugitivas'', "Parabéns as pombinhas", "Absurdo", "Que lindas", "Que desperdício". Mas nada me abalava, ela estava ao meu lado "Oficialmente". Enquanto aguardávamos o avião para Pernambuco, Yaya estava muito incomodada com a atenção.

 

 

--Mih, não é melhor a gente trocar de roupa logo? --Indagou ficando vermelhinha.

 

 

--Está com vergonha, Amor? -- Perguntei sorrindo. --Quando a gente chegar no hotel trocamos. Pode ser? Ainda estou curtindo o momento. Tu está tão linda assim.. --Babei.

 

 

--Vou reviver pra sempre o momento que te vi.. E seu ''Claro''.. Porangatu. --Falou com um sorriso tímido e apaixonado. O beijo foi rápido, pois logo anunciaram o vôo direto para Recife e só então iríamos para ilha.

 

 

* * * *

Decidimos dormir em um Hotel em Recife, o cansaço era grande.

 

--Vou preparar o nosso banho, meu Anjo. Me espera?

 

--"Claro" -- Sorriu. Mas suas olheiras já estavam maiores.

 

 

--Yaya?! --Chamei enquanto a banheira enchia. --Yaya!? --Sem resposta. --Amor! --Chamei mais alto.

 

 

--Oi?! --Falou com a voz assustada de sono.

 

 

--Pode me ajudar aqui? Rápidinho. --Estavámos super cansadas, mas nossa primeira noite como casadas, não iria passar em branco. --Pode abrir meu zíper? --Pedi assim que ela entrou no banheiro.

 

 

--"Claro". --Sorriu se aproximando. --Em qual lateral, Avatí? --Perguntou segurando em minha cintura, uma mão em cada lado.

 

 

--Sei que o seu é atrás.. --Falei deslizando minhas mãos por suas costas, o abrindo e olhando em seus olhos.

 

 

--Pensei que estava cansada, Avatí. --Falou doce alisando meu rosto. --Podemos deixar pra amanhã, temos todo temp..

 

--Não! Primeiro: Tu está tão, tão linda vestida assim. Dois: estamos tanto, tanto tempo sem nos ver e três: É a nossa primeira noite de casadas, Amor. Quer mais motivos para esquecer o cansaço? --Ela fez que sim com um sorrisinho de canto. Me afastei, abri meu zíper e fui baixando meu vestido. Yaya ficou séria, umedeceu e mordeu os lábios me olhando com desejo. --Fiquei sabendo que gosta de vermelho, Amor. É verdade? --Nina havia me contado que Yaya tinha visto uma lingerie cor "vermelho indecente" (segundo Nina) e ficou com vontade de me presentear, mas teve vergonha/receio de eu não gostar. Bom, Nina comprou e me enviou. Yaya me olhava com admiração.. e um desejo incontrolável de uma forma que ainda não havia visto.

 

 

--Cê é perfeita, Avatí! --Sussurou com a voz rouca.

 

 

Me puxou com uma mão para um beijo, e com a outra explorava meu corpo, enquanto distribuía lambeijos pelo meu pescoço. Me prendeu contra a parede, sua mão passou por cima, mas logo já invadia minha calcinha e começava uma deliciosa massagem. Soltei um gemido alto, minha excitação transbordava. Yaya me beijou no momento em que me invadiu com dois dedos em um vai-vem rápido e profundo. Levantei uma das pernas, Yaya fez com que eu levantasse a outra também e me sentou na bancada, conseguiu colocar mais um dedo, (quase cheguei lá antes da hora com a entrada "del tercero"). A enlacei com os braços e as pernas, as estocadas eram profundas, alternando a velocidade. Me beijou gostoso, no momento que cravei minhas unhas em suas costas e amoleci em seus braços. Yaya sorriu, deu mais três estocadas lentas, retirou e lambeu os dedos ainda sorrindo. A puxei para um beijo, ela logo desceu beijando todo meu corpo. Só então tirou meus seios para fora do sutiã calmamente, mamou literalmente, enquanto acariciava meu sex* que já estava querendo de novo. Yaya continuou descendo reexplorando meu corpo com a boca. Tirou minha calcinha delicadamente, coloquei minha coxa sobre seu ombro (rezei para não morrer de prazer naquele momento). Ela ficou olhando primeiro e sorrindo, abriu meus lábios assoprou e caiu de boca por toda minha extensão. Me puxou mais pra frente, Conseguiu me penetrar por trás enquanto me invadia e me ch*pava pela frente, (foi o melhor orgasmo múltiplo dessa vida e da próxima). Yaya parecia fora de si, deixou o desejo dominar todo seu corpo e assumir o controle. Nem preciso falar que Amei demais isso, né?

 

Yaya me pegou no colo e me beijou calmamente, me levando até a banheira, só ali consegui notar que ela ainda continuava de roupa. Seu olhar ainda não havia voltado ao "normal". Mas pediu para eu a esperar pegar nossas toalhas e roupões. Aceitei só pra tentar me recuperar, pois seria minha vez de aproveitar.

 

Fiquei a observando colocar nossas roupas de banho em um canto, soltar o cabelo e retirar seu vestido (Tudo parecia em câmera lenta de repente, na minha cabeça.. deixando tudo mais sexy. Mas não era propósital dela ), ficou apenas com o salto e a lingerie de renda branca. Meu queixo estava no chão. Já não sabia se a banheira estava tão cheia pela água ou por eu estar babando tanto.

--Descansou um pouquinho, Avatí? --Perguntou andando em minha direção. Apenas assenti.

 

Ajoelhei na banheira iniciando os beijos por sua barriga e descendo para as coxas. Ela massageava meus cabelos. Alisei todo seu corpo, admirando aquela escultura indígena enfeitada com renda branca. Yaya retirou o salto, a ajudei com a lingerie, beijando cada novo pedaço exposto.

 

 

Na banheira Yaya voltou a me olhar daquele jeito selvagem. Me puxou para o famoso 'esfrega-esfrega' (submerso), mas ela acabou me penetrando novamente, o que foi demais pra mim, g*zei e acabei adormecendo com um baita sorriso no rosto, ali mesmo em seus braços.

 

 

Acordei sem saber bem como fui parar na cama, mas com intuito de ser a primeira fui a acordar.. 'frustrada' ao notar um par de esmeraldas reluzentes me olhando. Linda mesmo ao acordar. Agora sempre iria acordar com essa bela visão.

 

--Bom Dia, Raíra Abaetê Kutá e Albuquerque. -- O nome dela era ainda maior, mas ficou grande mesmo após retirar alguns.

 

--Bom dia, Avatí. -- Falou me dando um beijo e subindo sobre mim.

 

 

--Me trouxe pra cama ou me arrastei vergonhosamente durante a madrugada? --Perguntei lembrando como mal aguentei a segunda rodada.

 

 

--Te dei banho e te trouxe.. Vamos passear um pouquinho? --Pediu com olhar de 'menina', totalmente diferente do olhar da madrugada.

 

 

--Olha que esposa maravilhosa! Vamos sim, Amor. Mais tarde! -- Falei invertendo as posições. --Agora estou com fome.. -- Falei com malícia, mas apesar de ter mudado a forma de falar e vestir por causa do trabalho, não mudou muito sua ingenuidade.

 

 

--Como cê 'desmaiou' Imaginei que fosse acordar com fome. -- Falou mostrando o criado mudo com uma bandeja cheia bem ao lado da cama. --Quer comer agora? Trouxe tudo que cê gosta. --Falou mostrando as coisas..

 

 

--Humm.. Mas, estou com fome de ti.. -- Falei a puxando. Yaya arregalou os olhos, depois começou a rir. --Me deixou esgotada, Amor. Vou retribuir, tudo! Questão de honra. --Falei a beijando.

 

****

Resumindo: Ficamos quase dois dias em Recife (Maravilhoso). Seguimos para Fernando. Mas Só fomos conhecer além do nosso "ninho do amor" (carinhosamente apelidado por mim), dois dias depois. 'Tiramos o atraso', literalmente. Nós acalmamos depois do 8°dia, quando Yaya cismou "Como que algo tão gostoso, intenso e feito com tanto amor assim não engravida?". Chegou a comprar o teste de gravidez para ter certeza. Para acalmá-la prometi que íamos ver uma clínica especializada em fertilização. Sua felicidade foi tamanha que só saimos do quarto no final do décimo dia.

 

 

--Brigada, Avatí. Esse lugar é tão lindo e com você me dá uma sensação de.. saciedade.. felicidade que não sentia tem muito tempo. --Falou durante um luau. Claro que me emocionei.

 

 

--Tu que é o melhor presente que a vida poderia ter me dado, Yaya. Queria ter te conhecido antes..

 

 

 

Fim do capítulo