Alguns dias se passaram, Amanda e eu estávamos muito unidas. Tínhamos algo, mas ainda não havíamos rotulado. Só deixamos claro a outra que estávamos juntas e que não poderíamos mais nos envolver com outras pessoas.

Consegui comprar um presente para Amanda. Não sabia que ela iria gostar do presente, mas quando vi, eu me lembrei do jeito todo alegre dela.

Era a primeira vez que iria passar o Natal longe de casa, contudo eu estava gostando.

A saudade da família sempre apertava, porém sempre que podia ligava para casa.

— Então quer dizer que você está namorando uma garota, filha? – Mainha me perguntou após eu ter contado a painho e ela sobre Amanda.

— Ainda não é namoro, mainha – disse e ela ficou um pouco confusa.

— Ela estão se conhecendo, bem. Não houve pedido ainda – painho tentou esclarecer.

— Hum... então por que você ainda não pediu? – ela perguntou e ri um pouco de nervoso.

— É que a gente se conhece a pouco tempo. Eu não quero ser muito ligeira e assustar ela.

— No meu tempo, depois de um mês já estávamos casando – Mainha comentou e rimos.

— O importante é que nossa filha está feliz, Bem. Vamos respeitar o tempo delas – painho disse.

Ficamos um bom tempo conversando e matando a saudade que era grande demais.

Mainha me contou sobre as fofocas da vizinhança. Não gostava de saber da vida dos outros, porém eu escutava.

Faltando três dias para o Natal, eu me senti muito ansiosa, mesmo com tudo que andava acontecendo, Amanda e eu decidirmos passar o Natal juntas.

Iríamos ficar em meu apartamento, pois eu já havia decorado.

Como não queria passar vergonha no dia, eu o arrumei com antecedência. Não que eu fosse uma pessoa bagunceira, porém não queria correr o risco dela encontrar algo desorganizado.

“Carol, amanhã, vamos entregar os presentes. Você vai entregar às 20 horas. Não esqueça.” Recebi essa mensagem de Caio.

“Não irei esquecer.” Mandei e depois olhei para o presente que havia comprado.

— Será que ela vai gostar? – passei a me perguntar.

No dia da entrega dos presentes, eu recebi o meu pouco tempo depois de ter chegado do trabalho. Pelo formato e maciez era uma almofada. Como iríamos abrir os presentes só no dia 24, eu deixei o meu presente em um canto e fiquei aguardando o meu horário para entregar.

Às 20 horas em ponto, fui para o apartamento de Amanda. Ela não morava muito longe do meu.

Torcendo para ela gostar do meu presente, coloquei o pacote em frente à porta e bati para avisar a entrega.

Depois voltei para casa sentindo o meu coração batendo muito rápido.

— Espero que ela goste!

_*_

Era a noite de Natal. Mesmo não sendo uma das melhores cozinheiras, eu tentei caprichar para receber Amanda.

O meu apartamento estava muito enfeitado. Com a ida de Amanda a minha casa, eu comprei até um Papai Noel que cantava e dançava, não me pergunte o porquê. Apenas achei que ficaria bonitinho em minha mesa de centro.

Um pouco antes do horário marcado, Amanda chegou e meu coração parecia estar dando pulos de alegria.

— Eu ainda nem me arrumei – comentei um pouco envergonhada ao segurar uma das mãos dela. Era bom estar assim com Amanda.

— Eu também não.  Resolvi me arrumar em sua casa. Pode? – Ela perguntou enquanto se afastava para colocar o presente que havia ganhado em um dos cantos da sala. Fiquei um pouco apreensiva ao vê-lo.

— Ah... pode. Já tomou banho? – perguntei e comecei a reparar na roupa dela.

Amanda usava uma saia jeans clara e uma blusa azul de alça. Senti o ar faltar em meus pulmões quando reparei em cada detalhe do corpo dela.

— Ainda não. Você já?

— Não!

Não sei exatamente o que deu em mim, mas aproximei o meu corpo no de Amanda deixando as nossas respirações se misturarem.

Era a primeira vez que tínhamos um contato assim.

Amanda me olhava com atenção enquanto eu tocava as suas tranças com a ponta de meus dedos. Segurei na nuca dela e encarei os lábios volumosos com atenção.

Aproximei-me e permiti que as nossas bocas se tocassem pela primeira vez.

Antes que eu aprofundasse o beijo, senti as unhas um pouco compridas de Amanda arranhando as minhas costas.

O nosso beijo começou a se aprofundar e eu sentia algo dentro de mim ficar muito inquieto. Parecia que as nossas bocas se encaixavam perfeitamente.

Amanda fez menção de me empurrar para o sofá, contudo eu a impedi.

— Venha aqui. – Comecei a guiá-la para o banheiro.

Quando chegamos, retirei a minha camiseta e Amanda olhou para o meu corpo com atenção.

— Você é linda – ela comentou.

Sorri e segurei o rosto dela com minhas duas mãos. Voltei a beijar aqueles lábios, porém de uma forma mais urgente que a anterior.

Aos poucos as roupas começaram a se espalhar pelo pequeno espaço.

Puxei o corpo de Amanda para dentro do box e liguei o chuveiro. No momento em que a água deslizava por nossos corpos, trocávamos sorrisos apaixonados.

Achava tudo em Amanda lindo. Não era apenas o corpo, mas sim tudo.

Aos poucos, voltamos a nos agasalhar nos braços da outra. Amanda segurou em minha nuca e me puxou para um beijo que ela ditava o ritmo.

As minhas mãos passeavam pelo corpo dela como se estivesse querendo conhecer tudo.

Quando as minhas mãos encontraram os seus seios, me desfiz do beijo e me abaixei um pouco para beijá-los.

Para não atrapalhar os meus movimentos, Amanda desligou o chuveiro.

Ouvi um gemido gostoso tomar conta do ambiente. Isso me incentivou a apertar com força a parte de trás do corpo de Amanda.

Fui me abaixando com os meus beijos. Ao chegar entre as pernas de Amanda, vi ela se encostar no azulejo para se apoiar.

Beijei devagar e senti os dedos de Amanda deslizando para dentro de meus cabelos para que eu não me afastasse.

Deslizei a minha língua por toda a região e ouvi mais um gemido, deixando-me ainda mais excitada.

O corpo de Amanda passou a mover lentamente contra a minha boca. Ela sabia mover os seus quadris de uma forma bem sensual.

Ch*pei com certa urgência e não demorou muito para ela goz*r. Enquanto a via normalizar a sua respiração, eu me levantei e a abracei. Era bom estar nos braços dela. Senti os seus dedos deslizando devagar por meus cabelos molhados.

Beijei o pescoço de Amanda e comecei a descer com suas mãos pelo seu corpo. Afastei-me um pouco e olhei nos olhos dela, havia um brilho intenso neles.

— Estou gostando muito de você – ela disse antes de voltar a beijar a minha boca.

Enquanto nos beijávamos, coloquei uma de minhas mãos entre as pernas dela e comecei a massagear devagar. Pressionando o corpo de Amanda com o meu, eu comecei a penetrá-la lentamente.

Amanda me abraçou forte e gem*u de uma forma manhosa perto do meu ouvido.

Quando me dei conta, eu já estava gem*ndo e goz*ndo junto com ela.

— Posso pentear o seu cabelo, amor? – Amanda perguntou quando já estávamos vestidas para o evento virtual que iríamos participar.

Amanda usava um vestido vermelho colado ao corpo e eu um mais soltinho.

— Pode sim. – Sorri, pois era muito bom ouvir ela me chamando de amor.

— Quando decidiu cortar os cabelos curtos assim? – ela perguntou ao se sentar ao meu lado na cama, mas mesmo assim os nossos rostos ficaram frente a frente.

— Quando vim pra cá. Em cidade pequena é complicado você ter cortes mais modernos. As pessoas comentam.

— Eu entendo. Você fica linda assim – ela disse e deu um selinho em meus lábios. Querendo aprofundar o beijo, eu segurei em sua nuca. Voltamos a nos beijar com urgência. – Eu sei que está bom, mas precisamos nos arrumar. – Deu outro selinho em meus lábios e se afastou após arrumar os meus cabelos.

Enquanto via Amanda arrumando sua maquiagem, comecei a achar graça de como tudo havia ocorrido entre a gente. Desde o momento em que comecei a implicar com ela até o que nos amamos em meu banheiro.

Havia tido sorte naquele ano em que eu já tinha perdido um pouco a esperança.

— O que foi? – ela me perguntou já sorrindo.

Levantei-me da cama e a abracei por trás.

— Só estava pensando em como tive sorte.

— Eu também tive sorte, Carol. Está sendo maravilhoso conhecer você. – Ela acariciou a minha face e resolvi tomar coragem para fazer o pedido.

— Amanda... Você...

Ela me interrompeu com um selinho e eu fiquei um pouco confusa.

— Vamos deixar isso para depois – ela disse e algo dentro de mim passou a ficar inquieto. Será que ela não queria namorar comigo?

— Tudo bem!

Logo fomos para a sala. Eu já não estava mais muito animada, contudo Amanda foi me deixando de boa novamente.

Na hora da chamada de vídeo, pegamos nossos presentes e nos sentamos nos sofás. Antes da chamada conectar, Amanda colocou uma touca vermelha em minha cabeça e outra na dela. Deu um selinho em meus lábios antes de se afastar.

— Acho que teve gente que transou hoje – Caio comentou ao ver nossas trocas de carinho.

— Nem parece que antes a Carol implicava horrores com a Amandinha – Taís disse e olhamos para a tela do notebook.

Todos estavam em um clima natalino com roupas vermelhas e toucas na cabeça, contudo uma pessoa estava diferente.

— Por que você está de rena, Camila? – perguntei e os outros riram.

— Ela disse que é para combinar com os chifres que ganhou neste ano – Fernando respondeu e não teve como não rir também.

— Bom... começando o nosso evento, espero que ninguém tenha olhado o que recebeu antes da hora – Caio começou a falar e alguns fizeram cara de paisagem. Com certeza não aguentaram a curiosidade. – Quero começar o discurso falando sobre o quanto é importante estar aqui com vocês. Mesmo com tanta coisa acontecendo, fico grato por ter sempre vocês por perto. Sei que alguns desejavam estar agora com a família, porém mesmo a gente não tendo laços sanguíneos somos uma família, sempre poderemos voltar para o outro, pois a nossa amizade nos une. – Deu uma pausa. — Então vamos para os presentes – disse e todo mundo bateu palmas. – Vamos descobrir o que recebemos e quem nos mandou. Quem quer começar? – perguntou e Hiago levantou a mão.

Hiago abriu o presente dele e depois Caio perguntou quem havia mandado.

O clima entre nós estava muito alegre. Nos divertíamos com as piadas de Fernando e Vanessa que eram os mais engraçados da turma.

Quando foi a vez de Amanda, eu fiquei muito nervosa, porém a minha tensão diminuiu ao vê-la com um sorriso largo. Havia gostado da mochila toda colorida que dei a ela.

— Quem foi que deu este presente a Amanda? – Caio perguntou e eu levantei a mão um pouco sem jeito.

— Você?! – Amanda disse dando um beijo demorado em uma de minhas bochechas. – Amei a mochila, amor!

— Estão vendo. Agora se chamam de amor. – Fernando comentou e sorri um pouco de lado.

— Bom... a última que sobrou foi a Carolina e quem mandou Amanda. Que coincidência! – Caio colocou a mão no queixo parecendo estar pensativo e todos riram.

— Isso só pode ter sido armação – Vanessa comentou toda divertida.

— Juro que não foi.... foi destino – Caio disse. – Vamos, Carol. Abre aí para a gente ver.

Antes de abrir o presente, eu olhei pata Amanda. Ela parecia estar bem ansiosa, eu sorri um pouco tentando diminuir a tensão.

Quando abri o pacote me deparei com uma almofada com fotos nossas e de Valquíria. Achei graça disso.

— Abra o zíper da almofada – ela pediu baixinho e meus amigos pareciam aguardar também ansiosos. Comecei a ficar nervosa com isso. Nunca vi meus amigos quietos por tanto tempo.

Abri o zíper e me deparei com uma caixinha, olhei surpresa para Amanda e meus amigos gritavam eufóricos. Para um amigo secreto, meus amigos estavam sabendo muito.

— Uma caixinha. – Peguei e ao abrir me deparei com dois anéis.

— Carol, você aceita namorar comigo? – Ela perguntou e eu fiquei até sem raciocinar direito. Então era por isso que ela me interrompeu no quarto. Ela havia planejado uma surpresa.

— Claro que aceito – falei me jogando nos braços de Amanda e dando vários beijos nela.

Não sei quanto tempo ficamos nisso, porém a voz de Caio nos interrompeu.

— Meninas, não se empolguem muito não, pois estamos vendo.

Eu me afastei de Amanda, porém não conseguia parar de sorrir. Eu havia ganhado um presente maravilhoso naquele Natal.

Após colocarmos os anéis e termos conversado por um bom tempo com os nossos amigos. Aproveitamos o nosso momento para comer as comidas que eu havia preparado e também para namorar também.

Não querendo perder tempo, liguei para mainha e painho já apresentando a nora deles.

Meus pais amaram conhecer Amanda e ela parece que se sentiu da mesma forma.

Tiramos uma foto juntas. Amanda fez questão de postar em seu instagram anunciando o novo relacionamento. Eu também fiz o mesmo, pois eu queria falar para todos que eu estava com ela.

 Passamos uma noite maravilhosa juntas.

No fim, percebi que o melhor presente de Natal que eu havia recebido naquele ano foi a oportunidade de ter vivenciado momentos felizes na companhia das pessoas que eu amava, mesmo alguns sendo de forma virtual.

Fim!

Fim do capítulo