Capitulo 48
Parte 48
Helen Alves
Saber que Lívia e Fabíola haviam conversado me deixava muito tensa. Eu não tinha nada a esconder, porém não sabia o que Fabíola poderia dizer a minha namorada.
Reconheço que Fabíola mudou muito nos últimos anos, mas não custava nada ficar em alerta.
Após entrarmos no carro, fiquei observando com atenção Lívia se aproximar de meu corpo. Era incrível como o meu coração não conseguia se acalmar quando estávamos juntas.
Naquele momento, eu estava ainda mais agitada por dentro. Não consigo explicar, definir... porém o que sentia por Lívia crescia ainda mais em meu peito. Eu a amava. Amava muito. E esse sentimento crescia ainda mais em meu peito a cada encontro nosso.
Sua mão deslizou pelos contornos do meu rosto e fixei o meu olhar em sua boca entreaberta.
Juntamos os nossos lábios e algo em mim pareceu se agitar ainda mais.
A boca macia de Lívia envolveu o meu lábio inferior e puxou devagar.
As minhas mãos começaram a passear em sua cintura fazendo os nossos corpos ficarem ainda mais juntos.
— Te amo — sussurrei quando demos uma pausa para respirar.
Lívia sorriu de uma forma encantadora.
Eu não tinha certeza de como seria o futuro, porém uma coisa eu sabia: queria Lívia lá comigo.
Os dias seguintes foram corridos na clínica, o que nos deixou muito cansativas. Não tivemos disposição para sair, mas aproveitamos a companhia da outra o quanto podíamos. Era bom estar com Lívia, independentemente de estarmos em um bar, cinema, festa... Tudo era especial, pois eu estava com ela.
O domingo logo chegou. Acordei já ouvindo movimentação pela casa. Meus pais e meu irmão estavam muito animados, pois iriam conhecer Lívia e sua família.
Mesmo já conhecendo todos da família de Lívia, eu também me sentia feliz por tê-los em minha casa. Eu sabia que era um passo importante este encontro das famílias.
Como de costume, peguei meu celular e mandei uma mensagem de bom-dia para Lívia. Ela logo me respondeu.
“Bom dia para você também, amor. Eu estou nervosa. Será que sua família vai gostar mesmo de mim?”
Ao ler esta mensagem, eu comecei a rir, pois imaginei Lívia com a carinha toda preocupada ali na minha frente.
“Amor, não pense isso. Todos vão gostar de você. Você é uma pessoa maravilhosa, não tem como não gostar de você.”
“Hum, você diz isso, pois me ama.”
“Te amo mesmo e muito, porém não estou dizendo isso somente por te amar. É a realidade, você é uma garota incrível. A minha família vai amar te conhecer.”
Mandei essa mensagem e demorou um tempinho para Lívia me responder.
“Amor, preciso ir agora. Minha mãe quer que eu a ajude com uma lasanha.”
“Mas vocês não vão almoçar em casa?”
“Vamos e é por isso mesmo que estamos fazendo a lasanha.”
Com a resposta de Lívia, eu comecei a rir, mas sabia que não tinha como convencer a dona Carmen de que não era necessário fazer nada para o almoço.
“Fale com ela que já estou com água na boca.”
“Você está dando muita liberdade a minha mãe.”
“Sendo sincera, eu não acho ruim dar liberdade a ela. É bom saber que a mãe da mulher que eu amo gosta de mim. Apoia o nosso relacionamento.”
“Você anda ganhando muitos pontos com meus pais. Amor, agora preciso ir mesmo.”
“Vá, às 11 horas, eu irei buscar vocês.”
Finalizamos a nossa conversa e depois fiquei um tempo na cama pensando em como tudo estava perfeito.
— Filha, precisamos da sua ajuda — Minha mãe falou do outro lado da porta.
— Estou indo!
Após me arrumar, eu desci para ajudar os meus pais e Danilo a organizar tudo. Meus pais estavam bem entusiasmados com a possibilidade de terem novos adversários no dominó. Acho que já haviam cansado de mim e Danilo.
Quando cheguei à área de fora, encontrei meu pai e Danilo arrumando uma mesa que seria destinada para jogarem dominó.
— Vocês estão realmente animados — comentei e meu pai veio ao meu encontro.
— Muito, minha filha, pois a visita de hoje é muito especial — ele disse após eu ter o abraçado.
— Estou muito animado para conhecer a minha cunhada. Pena que ela não tem uma irmã... será que ela não tem uma prima? — Danilo quis brincar e meu pai balançou a cabeça negativamente.
— É melhor você se manter distante da família de Lívia, meu filho, pois não queremos problemas. — Meu pai causou risos em todos.
— Bom... vou ir à cozinha tomar meu café e ver no que posso ajudar a mãe — comentei já me afastando.
Ao chegar à porta da cozinha, eu senti um cheiro gostoso invadindo as minhas narinas e ouvi minha mãe cantarolar uma música que não era conhecida por mim.
— Está muito animada, mãe! — Abracei o corpo menor por trás e dei um beijo em uma das bochechas de minha mãe, que sorriu com meu ato.
— Claro. Hoje, teremos um ótimo dia na companhia de pessoas especiais. — Ela virou o corpo para poder olhar para mim. — Mas confesso que estou um pouco nervosa — disse um pouco sem jeito.
— Com o que, mãe? — perguntei ao me sentar à cadeira, já pondo café em uma xícara.
— Será que Lívia vai gostar de nós?
Com a pergunta de minha mãe, eu sorri, pois Lívia tinha essa mesma insegurança.
— Ela vai gostar de vocês da mesma forma que vocês vão gostar dela. Tenho certeza disso — disse deixando a minha mãe mais aliviada.
Fim do capítulo
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