Clarisse deu de ombros, como se não se importasse em perder um pouco mais do seu tempo de descanso dentro do restaurante, mesmo que aquela fosse a melhor alternativa no momento - afinal seu irmão lhe infernizaria até trocarem as palavras necessárias e definitivamente ela não desejava levar tal incômodo para a semana seguinte - a verdade era que ela não queria conversar. Estava exausta, muito acontecera em apenas um dia e sabia bem os caminhos que as palavras de seu irmão mais velho poderiam tomar, também estava dividida entre ver Silena ou não, normalmente ela já teria lhe telefonado ou algo do tipo, entretanto após a "brincadeira" da noite anterior ela achava mais confortável continuar como estava, não queria repassar o que havia feito nem na forma indevida que pensara em Annabeth.

 

Apoiou-se de forma mais displicente no balcão agora limpo e livre de qualquer objeto, cruzou os braços e esperou pelas tais palavras que mereciam tanta urgência.

 

-Eu vi vocês duas... - confessou Percy adotando a mesma postura que a irmã após virar-se para lhe encarar. - está acontecendo alguma coisa entre vocês que eu deveria saber?

 

A morena revirou os olhos como se já esperasse por alguma coisa do tipo, só não sabia que o irmão seria tão incisivo em seu questionamento.

 

-Pare de ser idiota! - resmungou entredentes como se o irmão estivesse falando à asneira mais absurda de sua vida. - é óbvio que não está acontecendo nada entre nós duas.

 

-Certo, acho melhor reformular minhas palavras... - retrucou pacientemente, afinal ele conhecia bem como funcionava o temperamento da chef. - você tem noção de que se o Leo não tivesse interrompido provavelmente vocês teriam feito alguma coisa?!

 

Clarisse comprimiu os lábios, dessa vez seria difícil se safar com alguma facilidade. O que poderia dizer afinal? Nem mesmo ela sabia até onde as consequências teriam levado ela e Annabeth, o único fato incontestável era que havia sentido algo, talvez não soubesse classificar ao certo o que, mas seu corpo reagira de uma forma inesperada... Não queria novamente cair naquele loop infinito de desculpas como carência ou qualquer coisa do tipo, sua cabeça já parecia confusa demais ao se preocupar com o mínimo possível.

 

A resposta não veio, nem mesmo a desculpa mais singela possível, ela apenas soltou o ar que deixara preso em seu peito aos poucos e desviou o olhar para um ponto qualquer no piso branco e brilhante. Percy enxergou ali a oportunidade de seguir com o seu questionamento sem levar um soco ou irritar a irmã pela semana seguinte.

 

-Sabe uma coisa que eu não consigo entender nisso tudo? E olha que mais complicado do que eu não existe... - começou a gesticular de forma aleatória enquanto falava. - porque você não se permite... Não se deixa levar um pouco?!

 

-Não começa... - disse apertando levemente a ponte do nariz, faria o possível para manter-se tranquila.

 

-Silena está aproveitando o tempo dela, não está? - insistiu Percy mesmo sabendo que em algum momento ele poderia levar um soco. - ela sempre teve seus casos extraconjugais e sempre vai ter!

 

-Isso é uma falsa simetria do caralh*... - resmungou fechando o punho e contando mentalmente até não saber mais a ordem dos números. - Annabeth não é como as outras, você sabe disso! Não é como ir para a cama com alguém sem qualquer compromisso... Nós tivemos uma história e temos uma ligação.

 

-Está admitindo que ainda sente algo por ela?! - ele levantou as sobrancelhas de forma convencida, como se tivesse finalmente fisgado a mais nova.

 

-Vai se foder Percy! - elevou um pouco o tom de voz, mesmo assim ainda estava sobre controle.

 

-Eu adoro o amor fraternal, ele é sempre tão sincero e enérgico.

 

A voz veio dos fundos, chamando a atenção de Clarisse de imediato, entretanto Jackson não parecia assim tão surpreso, era Silena. A chef não tinha noção do que a noiva estava fazendo ali, naquele local, mas só desejava que Beauregard não tivesse escutado qualquer parte sobre aquela conversa entre os dois.

 

-Antes que você ache que eu tenho superpoderes a entrada dos fundos estava aberta. - explicou-se ao se aproximar da mais alta e depositando um beijo delicado e demorado em seus lábios.

 

La Rue retirara todas as dúvidas sobre ver a morena naquele instante, Silena era como sua âncora, lhe dava alguma segurança quando sua "normalidade" estava aparentemente abalada. Rodeou a cintura da atriz como se apenas o ato fosse capaz de expurgar tudo de sua mente, nem que fosse por míseros segundos.

 

Percy pigarreou brevemente como se fosse o aviso de que ele estava concedendo alguma privacidade para o casal, La Rue lhe correspondeu com um olhar não muito amigável, não era difícil descobrir que fora seu próprio irmão que fizera Silena se deslocar até o restaurante... Poderia ter lhe questionado, mas novos beijos foram o suficiente para nublar seu sua mente e assim as duas se encaminharam para o escritório que ficava aos fundos.

 

-Já vai partir? - comentou ao ver a mala modesta sobre uma das poltronas, Silena não andaria por aí com qualquer peso desnecessário.

 

A morena fez um gesto com a sobrancelha, algo típico de sua personalidade, Clarisse não precisava de mais para saber o que aquilo significava e também não escondeu que lhe desagradava tal partida tão prematura. 

 

-Percy me contou o que aconteceu... - comentou com um misto de preocupação e receio em sua voz. Clarisse fez um sinal negativo com a cabeça e comprimiu brevemente os lábios, o olhar indignado era um indício de que ela e o irmão já haviam discutido sobre. - não fique dessa forma... - aproximou-se envolvendo o pescoço da chef com os seus braços. - ele apenas se preocupa com você tanto quanto eu.

 

Era covardia, não conseguia se sentir indignada quando Beauregard usava aquele tom preocupado e lhe olhava com os orbes azuis muito intensos. Também não desejava ter uma conversa desagradável com a noiva, o relacionamento já estava por demais desgastado para dar vazão a novas feridas.

 

-Você tem se alimentado direito e está tomando os remédios? - por mais que tais perguntas fossem evitadas, Silena tinha de se certificar que Clarisse não estava se descuidado.

 

La Rue não gostava de ser tratada como uma criança, respirou devagar e confirmou com um aceno, nada mais que isso, indicando que não desejava aprofundar tal assunto mais uma vez.

 

-Eu me importo com você. - sussurrou enquanto depositava um carinho no queixo da mais alta para logo em seguida repousar as mãos em seus ombros.

 

Clarisse correspondeu com um suspiro de satisfação, a tensão local se dissipando com o toque delicado que tão bem conhecia.

 

-Não preciso te lembrar de que não deve se esforçar demais, preciso?! - o tom saiu sugestivo enquanto o dedo indicador corria pelos lábios bem desenhados.

 

A chef fechou os olhos, queria absorver o máximo daquele momento para si, afinal não tinha ideia de quando iriam se ver novamente, poderia ser em alguns dias ou talvez durasse mais uma ou duas semanas, já que o casamento seria há dois meses e querendo ou não Silena possuía bem mais compromissos, era mais difícil para a atriz procurar por brechas para lhe ver.

 

-Queria ser mais participativa, lhe ajudar com os preparativos... - confessou após retribuir a massagem com um beijo demorado, por mais que tivesse concordado em uma cerimônia pequena aquilo não significava que não teriam trabalho com os preparativos. - seu tempo é tão escasso quanto o meu, mesmo assim tem assumido toda a responsabilidade.

 

-Devo admitir que sua sogra tem se divertido muito com a nossa ausência... Ela adora se entreter com esse tipo de coisa.

 

Clarisse levantou as sobrancelhas de forma gradativa, tentou não transparecer, mas algumas coisas ali lhe incomodavam, ela nunca conhecera a Sra. Beauregard de fato e suas experiências passadas - no caso com sua tia Athena - não fora exatamente um me de rosas, talvez, quem sabe um mar de rosas com muitos espinhos... Tinha receio que algo assim se repetisse, ou pior, que a mãe de Silena desconfiasse que elas estavam juntas apenas por interesse de sua parte.

 

-Sinto sua falta... - comentou a atriz de forma baixa descansando o rosto na curvatura do pescoço da chef, deixando-se levar pelo cheiro marcante da pele. Nem mesmo ela conseguia acreditar que La Rue tomara um espaço tão grande em seu coração sempre tão inalcançável. - se eu soubesse que os preparativos lhe deixariam tão tensa não teria insistido tanto para que retornasse para os Estados Unidos.

 

A morena de olhos verdes lhe envolveu em um abraço mais firme, entretanto preferiu o silêncio, aquele era outro assunto que gostava de se desviar, até onde se recordava esse fora o estopim de sua última discussão com a atriz. Sentiu uma leve pontada, algo que infelizmente indicava que teria dores de cabeça até o final do dia.

 

-Acima de qualquer coisa eu quero a minha Clarisse de volta... - suas mãos deslizaram pelas costas largas por dentro da dólmã, as unhas passando carinhosamente pela pele macia.

 

Outro suspiro profundo por parte da mais alta; desconhecia a amplitude daquele comentário, provavelmente ela não se referia ao seu eu de antes, a Clarisse antes do noivado, entretanto também tinha de assumir que mudara em muitas coisas nos últimos meses. 

 

-Posso ir com você até o aeroporto? - perguntou enquanto seus lábios deslizavam pela pele bronzeada, sorriu com o efeito, Silena quase ronronava como um gato.

 

-Sabe que não posso, pelo menos não dessa vez. - gem*u com certa insatisfação, apesar de ambas saberem os limites uma da outra era natural que se sentissem desconfortáveis com a distância. - Drew me deu "ordens" para retornar o mais rápido possível, provavelmente já desconfiem que eu esteja em New York... Quero te manter longe disso tudo.

 

-Tudo bem. - confortou Clarisse lhe dando um selinho mais demorado, seguido de outros breves. - prometo que te vejo em breve.

 

Foi a vez de Silena sorrir entre os pequenos beijos, a noiva não era do tipo que fazia promessas a esmo, se La Rue estava dizendo que se veriam era porque faria o que fosse possível para que se concretizasse.

 

-Vou cobrar... - brincou mordendo levemente os lábios bem desenhados da chef, se afastando quase que imediatamente, não conseguiria resistir por muito tempo a intensidade daqueles olhos. - você ainda me deve um jantar.

 

~***~

 

Annabeth até tentara, mesmo que inutilmente, retornar para sua residência e assim aproveitaria o resto do dia esparramada no sofá, com o pior filme da programação e seu pijama mais surrado, mas seus planos simplórios e satisfatórios foram rapidamente substituídos. Piper queria conversar, passar um pouco mais de tempo ao seu lado como amiga e não como sua agente, ela só desejava que o assunto não envolvesse sua prima.

 

Não poderia negar que foi uma tarde agradável e que a conversa descontraída entre elas repercutiu em diversas linhas, relacionamento - ou a falta deles no caso da escritora - projetos pessoais e inevitavelmente acabaram por falar sobre o trabalho... Não era exatamente algo que às desagradasse, mas como gostavam tanto do que faziam era comum esbarrar no assunto mesmo que estivessem evitando-o.

 

-Sabe que a Big Boss não vai te deixar em paz, não sabe? - salientou Piper enquanto ambas dividiam um balde de pipoca e assistiam ao filme de qualidade muito duvidosa escolhido pela loira.

 

-Nem me lembre... - suspirou apoiando melhor sua cabeça nas pernas da amiga após engolir uma pequena porção oferecida pela mesma. - eu não sei se fico animada com a possibilidade ou se entro em pânico.

 

McLean fez um leve movimento com a cabeça, aproveitando que estava mastigando para organizar os pensamentos, sabia lá no fundo quais eram os receios de Annabeth.

 

-Você nunca foi de ter medo... E duvido que isso te impeça de fazer algo que realmente queira. - comentou afagando os fios dourados com a outra mão, os olhos cinzentos encontraram os seus por alguns instantes.

 

-Sabe que se fizer isso as pessoas vão começar a falar, levantar boatos infundados... - piscou algumas vezes no intuito de espantar os pensamentos sobre um passado recente. - não sei se quero passar por algo assim novamente.

 

Piper sorriu daquela forma doce e confortadora de sempre, que lhe passava alguma segurança e que indicava que ninguém seria capaz de lhe ferir profundamente outra vez.

 

-As pessoas falam gratuitamente Chase, você é bonita, inteligente, é óbvio que vão levantar boatos... Principalmente se realmente cogitar uma continuação. - pegou alguns grãos de pipoca e tentou acertar na boca da amiga como forma de distração, já que deixara o filme de lado há algum tempo. - seus fãs ficariam loucos com a notícia... Mas sei que isso também envolve questões pessoais. - fez um pequeno gesto com as sobrancelhas, Annabeth correspondeu com uma pipoca em sua testa.

 

-Veremos...

 

Apesar da atual normalidade não poderia negar que escrever um novo projeto seria bom, não apenas para ocupar a sua mente, mas quem sabe não era chegado o momento de finalmente se arriscar um pouco mais.

 

~***~

 

Ao final do dia ela estava completamente exausta, Jason completara o time com as meninas e assim acabaram por dividir algumas taças de vinho, jogando um pouco mais de conversa fora, não sabia o quanto sentira falta desse tipo de descontração até os últimos dias ao rever Percy e os demais amigos. Estava feliz pela amiga, Piper quase conseguia irradiar tudo o que sentia pelo cozinheiro prodígio e Jason apesar de tímido sempre a olhava como se estivesse sobre uma espécie de encanto. Entretanto seu nível de exaustão infelizmente não seria o suficiente para dormir tranquilamente... A culpada disso tudo? Piper, obviamente. Ela tinha de falar sobre Clarisse, falar sobre assuntos complicados; chegava a ser engraçado - para não dizer irritante - a facilidade da amiga de longa data em perceber quando estava lhe escondendo alguma coisa.

 

No entanto Annabeth poderia muito bem ser considerada como a rainha da retórica, sabia sair-se bem de situações e questionamentos complicados. Contudo não havia lhe servido de muita coisa, sua cabeça continuava uma bagunça e o pior de tudo, estava pensando em quem não deveria.

 

Tomou um banho demorado, isso sempre lhe ajudava na organização de ideias, funcionou até certo ponto, seus pensamentos transitavam entre o trabalho e as possibilidades boas e ruins... Não conseguiria negar de forma alguma que estava balançada com a proposta.

 

"Uma continuação... Por que não?!" Pensou com um sorriso quase imperceptível nos lábios.

 

Tentou ler um pouco, se distrair, deixaria sua inseparável xícara de café para o dia seguinte, quem sabe assim o deus do sono se apiedasse de sua pobre alma; mas entre linhas lidas sem interesse e a lembrança de um sorriso encantador sua sanidade era minada aos poucos... O cheiro, as palavras faladas quase que sussurradas, todo o contexto da conversa que tiveram, o almoço tranquilo e atípico, o toque dividido entre a ousadia e a racionalidade, o corpo denunciando a excitação. Tinha consciência de que não deveria estar satisfeita com o ocorrido, que todo aquele joguinho inesperado despertara nela sensações que deixara de lado há muito tempo.

 

-Eu estou muito ferrada... - deixou o livro de lado, suspirou demoradamente passando as mãos pelo rosto.

 

Ah a tentação, como ela poderia ser cruel em alguns momentos, ela esteve com Clarisse há algumas horas, mas como simplesmente seu corpo poderia reagir ao que estava apenas em sua memória? Não estava louca, mas se fechasse os olhos ainda podia sentir a respiração um pouco mais pesada contra a sua pele.

 

Se ela estava "ferrada" em tantos sentidos, porque não aproveitar-se disso? Era como uma linha muito tênue, como caminhar a beira de um precipício e sentir-se tentada a jogar-se no desconhecido ao mesmo tempo em que sua consciência lhe mandava retroceder ao ponto de segurança. Mordeu o canto do lábio, lhe parecia tão estúpido sentir-se daquela forma... Poderia se enganar com a desculpa mental de que aquilo era resultado dos seus hormônios a flor da pele, afinal há quanto tempo ela estava sozinha ou sexualmente muito mal resolvida? Não por falta de tentativas da parte dela ou de terceiros, mas nunca conseguia se conectar o suficiente com alguém e suas tentativas ultimamente não eram das mais bem sucedidas.

 

Toda sua contradição lhe levara até aquele momento, livre das poucas peças que protegiam o seu corpo, uma das mãos sobre o seio, lhe provocando ainda mais calor, enquanto com a outra mão ela explorava com delicadeza sua intimidade. Seus olhos firmemente fechados dando a sua mente liberdade para que se dividisse em múltiplas imagens... Introduziu o segundo dedo lentamente, o receio sendo dominado pela falsa imagem que alimentara com os seus desejos, queria que Clarisse lhe tomasse o corpo contra aquela bancada da cozinha, era isso o que ela queria.

 

Sentiu angústia em meio ao prazer solitário, empregou um ritmo mais forte tentando dissipar aquele peso em seu peito, Annabeth se sentia culpada, com medo e triste por acontecimentos não superados. Virou-se abruptamente, os dentes travaram contra o travesseiro assim que os gemidos tornaram-se audíveis... Como se assim fosse possível negar que ainda desejava sua prima. Precisava silenciar-se em todos os sentidos, seus gemidos eram a prova de que estava sendo fraca com relação a tudo aquilo que sentia.

 

Sua consciência ordenava que retrocedesse, mas seus sentimentos, suas vontades e a excitação já haviam dominado todas as suas funções... Como depois de anos ela ainda conseguia sentir o calor e o cheiro daquela que nunca deixara de fato o seu coração?

 

Mordeu o próprio lábio, sufocando qualquer som contra o travesseiro assim que atingira o seu ápice, sentiu-se momentaneamente satisfeita, os dedos carregando os vestígios de algo que dificilmente conseguiria com outra pessoa; a angustia não mais preenchia o seu peito, mas ao abrir os olhos foi aplacada novamente pela realidade e a realidade não era gentil. De fato sentira prazer, mas não com aquela que se apossou de seu imaginário, dos seus desejos e que vinha ocupando um espaço perigoso em sua vida. 

 

Cobriu seu corpo por inteiro, encolhendo-se como uma criança desolada, seus olhos arderam e mesmo tentando se recusar algumas lágrimas escaparam antes que pudesse se render ao sono... Estava sozinha, sentia um vazio muito similar àquele que tomou conta do seu ser quando estivera com La Rue pela última vez e não encontrara nada mais que o vazio ao seu lado.

 

Seus olhos bonitos e agora irritados foram cedendo aos poucos, só esperava ter sonhos tranquilos, mesmo que até neles ela tivesse receio de confessar o que estava estampado em sua cara, lembrou-se dos olhos verdes e do sorriso cafajeste que tanto amava.

 

-Clarisse... - chamou de forma contida, mesmo sabendo que não teria resposta e que talvez jamais tivesse novamente.

 

Fim do capítulo