Parte 46

Helen Alves

Era quinta-feira, o sol ainda não havia nascido. Como eu tinha o costume de acordar cedo para correr, às 5:00 horas despertei e me deparei com algo que deixou o meu coração transbordando de alegria, Lívia dormia tranquilamente em meus braços. Ver o seu rosto sereno fazia o meu coração se aquecer. Eu a amava muito.

Havíamos passado a nossa primeira noite juntas, isso foi algo maravilhoso. Se caso pudesse, eu passaria as noites seguintes assim com ela. Durante aquela noite, nos amamos muitos. Entregamo-nos a outra de uma forma que nunca tinha acontecido antes.

Com a ponta de meus dedos, afastei a mecha de cabelo caída sobre seu rosto. Lívia é uma mulher muito linda. E o melhor disso é que sua beleza não se resume a apenas ao que nossos olhos veem. Ela tem algo de especial. Um jeito muito encantador. Lívia é uma mulher fantástica.

De repente, os olhos de Lívia se abriram e um lindo sorriso se formou em seus lábios.

— Bom dia, meu amor! — eu disse enquanto a via tentando entender o que havia acontecido entre nós na noite passada.

Lívia sorriu.

— Bom dia, amor! Então nada foi um sonho?

— Não, não foi um sonho. Foi real. Passamos uma noite maravilhosa juntas. — Aproximei os meus lábios nos de Lívia. — Acho que agora não vou querer dormir sem você. — Rocei os meus lábios nos dela. A vi sorrir, isso fez o meu coração aquecer ainda mais.

O nosso beijo começou lento. Envolvi o lábio inferior de Lívia com os meus e ch*pei devagar. Senti uma respiração pesada batendo contra meu rosto.

Segurei na nuca dela fazendo com que o nosso beijo se aprofundasse. Quando dei por mim, eu já estava pedindo passagem para minha língua e o corpo de Lívia se movimentava devagar contra o meu.

Minha mão desceu por suas costas. Ouvi um gemido baixo escapar por entre os seus lábios, isso me incentivou a continuar.

Inverti as nossas posições na cama e fiquei entre as pernas de Lívia. Enquanto eu deslizava a minha boca pelo abdômen dela, sentia uma leve carícia em meus cabelos.

Quando aproximei a minha boca do íntimo, notei o corpo dela se curvar na cama.

— Helen! — ela chamou quando comecei inspirar o cheiro que aquela superfície quente e úmida exalava. — Por favor!

Não queria torturá-la, mas sim, guardar em minha memória cada detalhe de seu corpo.

Movi a minha língua devagar contra aquela superfície. Ouvi um gemido rouco e baixo tomando conta do ambiente.

O gosto de Lívia era viciante, isso me fez começar a ch*par com urgência. Não demorou muito para ela goz*r em minha boca.

— Queria mais, mas acho que é melhor nos arrumarmos. Precisamos trabalhar — eu disse enquanto sentia o corpo de Lívia se aconchegando entre os meus braços. Se pudesse, ficaria para sempre ali com ela.

— Verdade! — Lívia levantou o seu rosto e começou a me olhar com atenção. — Eu te amo! — sussurrou.

— Eu também te amo, meu amor! — Depositei um beijo em sua testa.

Naquela manhã, eu tomei café na casa de Lívia com seus pais. O clima estava muito agradável. A verdade é que todos nós estávamos com um sorriso apaixonado no rosto.

Como não podíamos nos atrasar, após nos arrumarmos, fomos direto para a clínica.

— Foi maravilhoso passar essa noite com sua família e você. — Estacionei o carro e segurei uma das mãos de Lívia.

— Digo o mesmo, amor. — Entrelaçamos os nossos dedos e ficamos sentindo a presença da outra.

É algo maravilhoso estar com Lívia. Não era necessário estar em um local interessante para o momento ser especial, mas sim, eu só precisava estar com ela.

Trocamos alguns beijos. Quando faltavam alguns minutos para começarmos a trabalhar, saímos do carro.

Enquanto caminhávamos em direção a clínica começamos a conversar sobre o que iríamos fazer após o termino daquele dia de trabalho. Como tínhamos passado a noite juntas, resolvemos não passear naquele dia.

Tudo estava bem entre nós, andávamos de mãos dadas sem se importar com as pessoas que encontrávamos pelo caminho, contudo, nos deparamos com Fabíola e os novos dentistas na entrada da clínica. Notei que Lívia ficou muito tensa com a presença de minha Ex.

— Bom dia! — Fabíola comentou enquanto olhava para as nossas mãos entrelaçadas.

Após me despedir de Lívia, levei Fabiola e os novos dentistas para o refeitório.

Daniele e Alan estavam animados com a ideia de trabalhar na clínica. A todo momento sorriam e cochichavam algo no ouvido do outro. Eu me sentia feliz por eles, sabia o quanto era importante para a vida de alguém uma oportunidade como aquela.

— Quando o doutor Álvares chegar, vou levar vocês até à sala dele para conhecerem vocês — disse e percebi que eles se olharam apreensivos. — Fiquem tranquilos, tenho certeza que ele vai contratar vocês.

— Helen, muito obrigada pela oportunidade. Outra pessoa nunca faria isso por nós. Não sabe o quanto já corremos atrás de uma vaga de emprego — Alan comentou agradecido.

Sorri já sentindo a emoção começando a tomar conta de mim, pois eu fazia ideia do que eles haviam passado. O mundo é cruel. Ele não se importa se você é qualificado ou não. A verdade é que para muitos, o mais importante é você fazer parte de um grupo que insiste em ditar regras para você ser aceito ou não na sociedade.

— Não precisa agradecer. Fico muito feliz por vocês estarem aqui.

Conversei um bom tempo com Daniele e Alan. Tentei criar um laço de amizade com eles, já que por ser novos na clínica, eles teriam dificuldade para se entrosar no começo.

Mesmo tudo dando certo naquele dia, eu notei que Fabíola não parava de me encarar, sabia o que ela queria me perguntar, mas tentei não dar brechas para isso.

Fim do capítulo