Parte 44

Helen Alves

Já era noite. Eu olhava para aquela linda mesa posta e para as pessoas a minha volta totalmente encantada com o momento. Mesmo um conhecendo todos há pouco tempo, eu já me sentia em família. Parecia que eu conhecia os pais de Lívia há anos e que aquele momento que estávamos vivenciando já era muito comum entre nós.

— Bom... como já conversamos sobre como foi o nosso dia, acho que já está na hora de darmos início ao nosso evento — Seu Osvaldo disse e o som de risos começou a tomar conta do ambiente. — Carmen, meu amor, acho que hoje, como ontem e os dias anteriores... — Ele sorriu. — Eu preciso te agradecer novamente por fazer parte de minha vida. Por ser uma esposa e mãe maravilhosa. Por sempre ter estado ao meu lado, mesmo em momentos de muitas dificuldades. Hoje, completamos mais um ano de casados... 25 anos. Muito tempo! Contudo, parece que foi ontem que te vi com suas amigas na praça e pensei: esta é a mulher mais linda que já vi. Foi difícil te conquistar. Você era a moça mais bonita de nossa vizinhança, não sei como olhou para um pobre coitado como eu. Porém, como tenho a sorte de estar podendo dividir os meus dias contigo, eu só tenho a agradecer por tudo e por todos os momentos maravilhosos que passei ao seu lado. Eu te amo e sei que esse sentimento nunca irá mudar — Seu Osvaldo terminou sua fala e notei que dona Carmen já estava toda emocionada. Era lindo o amor dos dois, de longe conseguíamos notar.

— Eu também te amo, meu bem. — Dona Carmen tentou limpar as lágrimas que escorriam pelo seu rosto. — Eu também preciso agradecer muito por você ser um bom marido e pai. Já se passaram muitos anos desde que nos conhecemos, mas você continua da mesma forma... carinhoso e presente em minha vida. Muitos criticaram o meu relacionamento contigo, mas, hoje, eu percebo que fiz a escolha certa. Um bom marido como você e lindo é raridade.

— Ah, meu bem, não exagere. Eu já estou tão barrigudo. O máximo que posso ser hoje em dia é bom marido e simpático — ele comentou e rimos.

— Pai, o senhor é muito lindo. Pare com isso. É todo charmoso — Lívia entrou na conversa e achei linda a forma como ela levantava a autoestima dos pais dela.

— Lívia, você é minha filha. Não conta!

— Então, seu Osvaldo, eu preciso dizer que sua filha tem razão. Você é um senhor muito lindo — falei e ele sorriu. Osvaldo é um senhor muito alegre. Dificilmente estava cabisbaixo.

— Helen, você também não conta, pois quer conquistar os seus sogros — ele disse. — Mas obrigada pelo elogio de vocês. — Piscou para mim.

— Bom... vamos jantar? A comida vai esfriar desta forma. — Dona Carmen disse e concordamos.

Durante o jantar, um clima muito bom tomou conta do ambiente. Comentei sobre o entusiasmo de meus pais para o fim de semana.

Os pais de Lívia se animaram com a possibilidade de ter bons adversários para o jogo de dominó, pois de acordo com eles, já estavam cansados de ganhar dos vizinhos.

Quando já estávamos cansados de conversar e comer, fomos “dormir”. Bom... acho que não preciso dizer que a última coisa que queria fazer naquela noite era dormir cedo.

— Gostou da noite? — Lívia me perguntou enquanto procurava uma roupa em uma gaveta. Estávamos no quarto dela, e eu observava atentamente cada movimento.

— Muito! Achei maravilhosa! Os seus pais são pessoas incríveis. Você teve a quem puxar. — Senti o meu coração acelerar quando vi Lívia com uma camisola minúscula nas mãos. — Vai fazer o que agora?

— Hum... — Lívia mordeu levemente seus lábios, demonstrando que não estava com boas intenções para aquela noite. — Vou tomar banho. Está quente, você não acha?

— Sim, está! — Levantei-me de onde estava. — Posso ir com você? — Perguntei e notei ela pensar. — Acho que seria uma boa tomarmos banho juntas para economizarmos água.

Lívia gargalhou alto, fazendo com que o meu coração se alegrasse com aquele som.

— Bom, acho que você tem razão. — Lívia se aproximou de mim e ficou me olhando parecendo reparar em cada detalhe em meu corpo. — Você está me proporcionando momentos maravilhosos. É difícil acreditar que no meu primeiro trabalho, eu iria conhecer uma mulher como você. — Ela tocou a minha face e senti um friozinho percorrer o meu corpo.

— Bom... então estamos quites, pois você também anda me proporcionando momentos maravilhosos. Eu te amo, Lívia — disse baixo e segurei a sua mão que estava próxima ao meu rosto. Olhando nos olhos de Lívia, eu beijei a mão dela de uma forma demorada.

Sem dizer mais nada, envolvi o corpo dela com meus braços e encostei a minha testa na dela. Ficamos ouvindo as nossas respirações. Vez ou outra, eu sinta as mãos de Lívia deslizando pelo meu corpo que já estava quente desejando ela.

Queria muito Lívia. Não somente naquele momento, mas sim, sempre em minha vida.

— Eu também te amo — ela me disse e iniciamos um beijo urgente.

Fim do capítulo