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  • #4: Zeraldo

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Palavras: 1814
Acessos: 814   |  Postado em: 05/11/2020

#4: Zeraldo

Zeraldo tem 55 anos, é um empresário bem-sucedido, com quatro filhos de três casamentos. Mora numa casa espaçosa construída num bairro de classe alta, com uma piscina que ele usou no máximo três vezes. A manutenção está em dia, e as bordas infinitas o aguardam, pacientemente, tomando o sol que parece fazer aquela grama ser mais verde que a do vizinho (que espia rotineiramente pela janela na tentativa, frustrada, de ver ali algum movimento, algum sinal de vida).

Ele passa as férias em países que têm neve, quando é verão no Brasil, ou em praias paradisíacas, quando aqui é inverno. São duas por ano. Conhece praticamente o mundo todo, e já chegou naqueles momentos em que se começa a repetir os roteiros. Ele tem os seus preferidos. Por exemplo, a Jamaica.

O cara goz* de uma boa vida – essa é a real. Tem padrões estabelecidos lá no alto, gosta de tudo do bom e do melhor. Talvez por isso seja acostumado a ter todas as suas vontades atendidas. É até um pouco mimado (um burro velho mimado; monta a cena!). Não é raro as pessoas o servirem – muitas vezes antes mesmo que ele peça. É muito fácil se acostumar com isso, a ser bem tratado nos lugares. E ele meio que exala esse poder, que o faz até parecer mais alto. Também mais inacessível.

Mas sempre foi. Zeraldo se fechou quando ainda era pequeno, sofreu bullying na infância por causa do nome (o chamavam de Soldado Zero e zerado, entre outras coisas). Isso numa época em que “bullying” ainda não era um conceito, uma questão a ser trabalhada, combatida. Na ocasião era interpretado como simplesmente o ato de se “caçoar” de alguém. E só Zeraldo sabia os traumas que aquilo tinha gerado (até porque tinha influenciado diretamente na sua personalidade hoje, anos mais tarde). Tinha a autoestima fragmentada em alguns pontos, que ele abafava com um pouco de soberba e prepotência. Era visto como “reservado”, mas no seu caso o buraco era mais embaixo. E tinha as raízes fincadas lá na pré-escola.

Uma vez encontrou com um dos meninos que zombavam dele. Mas já era um homem, e estava esmolando num farol. Zeraldo o reconheceu pelos olhos (lá atrás das olheiras, e da sujeira encruada naquele rosto fino, com vincos profundos e enormes sulcos nas bochechas, muito magras). E o olho (no singular, porque um deles parecia de vidro) era praticamente a única coisa que se assemelhava àquele que inventava apelidos sem graça no recreio. Que geraram marcas tão profundas, que ele ainda carregava, décadas mais tarde.

Naquele dia o poder de Zeraldo se contraiu dentro dele, e ele se encolheu atrás do volante do seu carro importado. Como pode, né, a gente dá importância às vezes para coisas que pessoas tão miseráveis nos falam... Valoriza o que deveria na verdade ser descartado (na mesma lata de lixo que o mendigo agora revirava)! Zeraldo ficou meio assim com aquela cena. Chegou a sonhar com isso umas duas vezes. Mas nunca sequer mencionou para sua terapeuta, que o acompanhava há anos.

Ele não gostava de contar tudo para Rita, a psicóloga (e olha que ela tentava saber das coisas, hein!). A achava muito espevitada, intrometida demais, fazia umas perguntas que o deixavam até meio desconcertado, às vezes (irritado, mesmo). Zeraldo só não mudava porque ela já era a sua quinta ou sexta tentativa. Ele tinha preguiça desses começos de terapia, as pessoas sempre achavam que ele tinha problema com a mãe, ou com o pai. E aí precisava investir muitas sessões tentando provar que não, que não era ali que estava enterrada sua questão. Mas nem por isso dispendia o mesmo esforço para apontar de onde vinha o problema. Talvez porque não queria curar. Será? Freud explica!

Mas Rita era junguiana. E Zeraldo ainda não sentia segurança nela ao ponto de se expor assim, como quem se abre a um terapeuta. A mulher além de tudo anotava as coisas da consulta no computador – meu Deus, quem faz isso? E se essas coisas vazam, já pensou? Galera que é neurótica ia surtar! Era o que ele pensava, quando ouvia o som das teclinhas por detrás de algumas de suas palavras, às vezes tão custosas, proferidas tão baixinho.

Porém ele era persistente (sempre foi!), e continuava pagando pelas consultas, ainda que não sentisse muito os seus efeitos. Parecia que só de assinar o cheque uma parte do tratamento estava garantida. Se salvava um pouquinho a cada mês só por isso. O mesmo tipo de efeito que se tem quando se paga a academia, mas não malha. Se pudesse, pagaria alguém para ir lá por ele, falar. Ou levar um gravador com seu relato do dia. Rita achou a ideia ultrajante, quando ouviu em tom de piada.

Ela o achava curioso. Lembrava sempre dele quando eventualmente olhava pela janela e via os prédios vizinhos à sua casa. Zeraldo uma vez relatou que gostava de ficar olhando para o porteiro do condomínio, que não o via, e era vigiado sem saber. Rita achou aquilo muito peculiar. Zeraldo dispendia horas analisando os movimentos do sujeito, e inventava histórias que possivelmente eram muito mais interessantes do que a vida daquele pobre trabalhador entediado. Os julgamentos que fazia, entretanto, eram inocentes (quase ingênuos). Ele se questionava como alguém conseguia viver daquele jeito, o que fez a terapeuta pensar por meses.

Zeraldo assumiu os negócios do pai ainda novo, antes dos 30 já era presidente da gráfica, que triplicou o faturamento sob sua direção. Nem tanto porque as ferramentas apreendidas na faculdade de Administração o ajudaram, mas muito mais porque ele sempre foi esperto. Tinha um raciocínio muito lógico, seu passatempo preferido eram os Sudoku do jornal que lhe entregavam todas as manhãs, no semáforo. Ele fingia educação, apenas, mas tinha lá seus interesses por trás do gesto diário (no caso, o jogo). Tanto é que já tinha cometido a proeza de desviar o caminho, e fazer o retorno, em algumas vezes que não conseguiu pegar o jornal a tempo.

E aí ele passa a semana inteira em contenção nos jogos, se valendo de uns cálculos mentais que lhe mostram a hora de parar – afinal, aos fins de semana as mocinhas do jornal não trabalham. Ele já fez essa checagem. Então joga uns 66% de cada jogo por dia, e tem esse “brinde” no sábado e no domingo. Zeraldo detesta os feriados. E é muito mão de vaca para comprar um caderninho de Sudoku na banca de jornal.  

Ninguém sabe, mas ele é viciado num joguinho besta, instalado no seu celular há anos. Muda de aparelho, quando precisa (e os celulares parecem cada vez mais descartáveis, mesmo), e a primeira coisa que faz é baixar o tal de Jewels. Que ele secretamente chama assim, como se lê: Jéueus. Passa horas no banheiro jogando. Dificilmente pontua, e quando eventualmente (que aqui é sinônimo de “quase nunca”) está prestes a bater o recorde, estabelecido sempre muito tempo atrás, fica tão nervoso que acaba dando game over. Aí ele começa sempre outra partida e nem vê. Só percebe às vezes que está nisso há um tempo quando os pés começam a ficar dormentes. É muito desconfortável ficar sentado por mais de uma hora na privada! Zeraldo a vida toda achava que elas deveriam ser mais confortáveis.

Aquele era um ambiente conhecido para ele – e também todo os demais banheiros que já precisou utilizar ao longo de sua vida. Zeraldo tem algumas intolerâncias/restrições alimentares. Só quem tem sabe! Para se ter uma ideia, uma vez conseguiu a façanha de fazer o “número 2” nos dois morros do Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro! O seu turismo era assim: envolvia os toaletes.

Não era por desleixo; já tinha se revirado inteiro e nenhum exame apontava nada. Parecia até que era uma invenção sua: intestino sempre ok, estômago, tudo normal. Mas Zeraldo se sentia como um pato. Cagava como um! E dependendo do que comia, às vezes precisava correr até o banheiro enquanto ainda mastigava. Um inferno. Chegava nos lugares para almoçar e sempre a primeira coisa que fazia era procurar o banheiro. Ele conheceria, em algum momento.

Seu normal era ser diarreico. Você sabe o que é isso? É muito mais do que ser cagão. São várias bads que, obviamente, debilitam o corpo inteiro. A gente não foi feito para ser assim, vai afetando tudo por dentro. E intestino tem relação direta com as emoções. Ou seja, uma merd* – literalmente!

Mas coisas boas acontecem com boas pessoas, e Zeraldo não era alguém ruim. Então a vida o recompensou, lhe dando de presente, quando estava distraído, Cecília. A bela Cecília! Que além de olhos brilhantes e um coração enorme, também era nutricionista (das melhores, daquelas que sabem tudo de cabeça!). Bastaram alguns poucos relatos e ela matou a charada: “isso aí é síndrome do intestino irritável”, disse. E começou a falar dos epitélios, que descreveu, toda fofinha, como “escovinhas do intestino”. Que, no caso, Zeraldo não tinha.

Ela era otimista mesmo assim. O incentivou a fazer vários exames, falou sobre probióticos e que com manejo ele até poderia comer as coisas que gostava, de vez em quando, em pequenas porções. Fazia sempre tudo parecer bem mais simples do que era, e menos custoso.

Cecília foi quem salvou Zeraldo. Primeiro com uma dieta pastosa, quando ele estava em crise (essa síndrome inflama o intestino e ele já estava até com o estômago gritando, todo anêmico). Depois repassando alguns dos seus conhecimentos, que ela falava porque gostava (do que explicava e de Zeraldo). Ele aprendeu que seu corpo reagia mal a alguns alimentos, que fermentavam e geravam líquido no intestino delgado, provocando as diarreias.  Isso é muito pior do que a intolerância a glúten, ou à lactose, que ele acreditava ter. Frutas também faziam mal, algumas delas. Verduras e vegetais, igualmente.

Descobrir o que causava os problemas de Zeraldo foi bom, mas também foi ruim. Viver com restrição, não podendo comer as coisas, ou beber, afetou diretamente a sua vida, inclusive seu humor, que ele vigiava de perto (não queria cagar por estar frustrado! Que fosse por uma barra de chocolate, ou uma pizza!). Sorte que tinha Cecília – que era doce, mas não fermentava.

E foi uma mensagem dela que o fez parar no semáforo aquele dia. Em geral Zeraldo avançava no amarelo. Mas Cecília merecia dele toda a sua atenção. Ela era sua prioridade, mesmo quando só o lembrava de comer algo, de beber água. O amor está nos pequenos gestos, afinal, e foi por ela que ele quis ficar bem.

Sorriu ouvindo seu áudio. Algumas de suas palavras escaparam, melódicas, causando nele alguns movimentos involuntários no rosto. Treze segundos dizendo nadas – que eram muito importantes para os dois. Mais até do que poderiam imaginar. Imagine que 25 segundos (o tempo do semáforo) podem impactar muito na vida das pessoas!

Fim do capítulo

Notas finais:

 

Minhas leitoras queridas, lindezas do meu coração!

Peço desculpas pela demora (nesta e nas demais atualizações). Graças a Deus peguei um trabalho (coisa rara nessa quarentena), e no meio do tumulto descobri que estava com anemia (causada por essa síndrome, compartilhada com este nobre personagem). 

Por favor, não desistam de mim!

Um beijo, e até breve!


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Comentários para 6 - #4: Zeraldo:
Rain
Rain

Em: 07/11/2020

Olá! Que bom que voltou, senhorita Caribu! Tava com saudades das suas histórias.

Que bom que conseguiu com trabalho. Boa sorte com ele! Realmente não todo mundo que consegue um nessa pandemia. 

Então, você tem anemia? Se cuide e desejo melhoras. Fique bem.

Não se preocupe, não desistirei de você. Faz parte da vida de um leitor esperar e suas obras são incríveis, vale a pena esperar. 

Então, no próximo capitulo já vamos ver o desenrolar do que acontece no semáforo, não é? São cinco personagens ( Allynne, Dona cozinha, Felipe, Felícia e o Zeraldo), no próximo capitulo vamos ver essa galera todo se encontrando, não é? 

Até a próxima! E se cuide! Bye


Resposta do autor:

Olá, querida!

Bom saber que não desistirá de mim! <3

Estou me cuidando! Comendo, fazendo os exames... Oremos!

São cinco personagens, mas Allynne é quem desencadeia tudo! Ela é bônus rsrs

Tem mais uma, então!

Aí vem o desenrolar rsrs

Todos vão se encontrar no semáforo, mas é só. Estarão lado a lado, com as vidas (distintas) sendo impactadas pelos 25 segundos!

Volto logo!

Um beijo!

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cris05
cris05

Em: 05/11/2020

Que saudade, caribu!

O que ameniza é saber que é em função do trabalho (graças a Deus!).

Anemia, menina? Vixe! Se cuida, querida.

Desistir de você? Jamais! Amo os seus textos! 

Um beijo, até breve!


Resposta do autor:

Oi, Cris!

Só hj vi seu comentário!

Estou me cuidando, ainda que tudo isso me deixe um pouco fraca e sem inspiração!

Oremos!

Um beijo! Até!

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