Capitulo 13- Desvendando o mistério
No quarto de Belle pairou um silêncio absurdo, assim que o telefone parou de tocar. Talvez por medo, precaução ou estratégia, ela não atendera a ligação. Mas a pessoa do outro lado da linha era persistente e retornou. Natila preferiu não atender novamente, mas foi obrigada pelos olhares que recebera. Tendo que atender por livre e espontânea pressão, Nati disse:
N – Fala Willas, sei que é você. O que você quer, cara?
W – Primeiro acabar com sua vida. Foi isso que você fez com a minha.
N – Você liga só para ameaçar seu bandido de merd*.
W – Olha a boca suja, sapatãozinha.
N – Precisamos te parar, seu idiota.
W – Hahaha... Que ilusão. A propósito, não precisa fazer essa reunião na casa da Belle. Vocês não são páreos para mim.
N – Como você sabe que estamos aqui?
W – Já te disse que tenho minhas fontes. Fica esperta porque seu presente está bem guardado.
Willas desligou o telefone. Alguém bateu na porta do seu esconderijo. E ela era plenamente linda e calma, cheia de amor.
D. Astrogilda foi amante de Fredd Ximenes por longo tempo. Havia rumores que ela era a suposta mãe que Belle não conhecera. Ela se dedicou tanto para que Belle crescesse saudável, ao menos o seu amor fraternal era verdadeiro.
A mudança de personalidade começou desde o dia em que Willas apareceu. Esse era seu filho biológico, que decidiu morar longe da mãe porque tinha vergonha do seu serviço.
Ela chorava todos os dias com a rejeição do filho, mas no dia em que ele foi na casa da Belle, foi a tensão completa. Ele esperou todos se afastarem, chamou ela e disse:
W – Não comenta com ninguém que sou seu filho. Finge que nem me conhece.
E serenamente ela completou ...
A – Tudo bem, Jacob. Estou acostumada com isso.
D. Astrogilda saiu. Disfarçadamente foi para um cômodo da casa, e começou a chorar.
Na noite do sequestro Willas conseguiu escapar, e se escondeu em um terreno baldio. Amanheceu e ele não sabia para onde iria, teria que ser um lugar bem secreto. Foi quando ele lembrou da sua mãe, ela era a única que não ia negar ajuda. Então ele saiu do terreno e foi procurar D. Astrogilda. Passou um certo tempo ela percebeu que alguém estava seguindo-a. Ela virou e viu um homem ensanguentado e de roupa vermelha. Sentiu na mesma hora que conhecia aquela pessoa. Era ele dizendo:
W – Preciso de um lugar para ficar.
A – Mas você sempre pediu para que eu fingisse não te conhecer.
W – Sim, disse. Mas proponho um trato.
A – Qual?
W – Pensa comigo. Se você me der cobertura e vigiar a Belle, eu deixo você me chamar de filho e ficar ao meu lado.
A – E se eu não aceitar?
W – Você nunca mais me verá e ainda mato sua protegida.
A – Não machuca a Belle!
W – Se você aceitar minha proposta, eu não mexo num fio de cabelo dela.
A – Mas você quer as notícias dela para que?
W – Somente para saber o que trama, pois quer me colocar na cadeia.
A – Está bem. Deixa comigo, meu filho.
Depois do diálogo, ela foi raciocinando aonde esconderia ele. E achou um lugar perfeito, mas pediu para que ele esperasse até que anoitecesse. Então ele ficou perambulando pelas ruas da cidade. Quando foi por volta das 17:00 horas, ele foi para a esquina da casa de Belle, esperando sua mãe dar o sinal para ele adentrar na casa.
Quando de fato já era noite, ele entrou e foi direto para o porão da residência, que por acaso ficava numa porta atrás da cozinha. Como o cômodo era o mais frequentado por D. Astrogilda, o esconderijo de Willas ficou facilitado.
Semanas já tinham se passado depois do sequestro, e Willas resolveu ficar quieto só recebendo informações para mais tardar atacar. Sua mãe fazia tudo que ele mandava porque era ameaçada constantemente, e ele sabia que poderia tirar vantagem dela, pois ela era extremamente fraternal. Contudo, ele usava essa dominação a seu favor e a fez ser mais atriz que Taís Araújo. Buscou uma aproximação com Natila e, com seu carisma, conseguiu o número dela.
Ela sempre mantinha Willas informado, e levava tudo para suprir para além das suas necessidades.
Certo dia, ela foi no porão levar comida para ele e quando Nati desceu não a encontrou na cozinha. A sua suspeita começou desde esse momento. Então as meninas cochicharam e perceberam que o certo seria uma investigação mais apurada.
Partiram para o quarto da Belle e depois da ligação, pediram que ela dissesse o que sabia sobre os familiares dos dois. Ela sabia sobre o Willas, afinal eles eram noivos. Mas ele nunca falara da mãe biológica. Já a respeito da família de D. Astrogilda era um mistério total. Continuaram investigando e no meio dessa investigação decidiram vasculhar o quarto da secretária do lar, atrás de alguma pista. E na conversa saiu:
N – Eu procuro na cômoda.
B – Fico com o guarda-roupa.
J – Vou fazer a inspeção em alguns lugares prováveis.
No âmbito da procura incansável por algo que poderia formar o elo entre os dois, Jhenny com sua flexibilidade intelectual, avistou um baú debaixo da cama. Fizeram de tudo para abrir, mas ele era protegido por uma senha.
Desta vez Belle disse:
B – Deixa eu tentar.
J – Tenta, aposto que não saberá.
E sem mistério, o baú abriu. Então Natila perguntou:
N – Era o aniversário dele?
B – Sim, mas pode ser coincidência
J – Você só pode estar de brincadeira. O ciclo fechou.
Ainda assim Belle não queria acreditar, mas Jhenny pegou uma fotografia e com lágrimas nos olhos ela reconheceu. Aquela foto Willas mostrou no álbum quando ela frequentava sua casa.
Estava mais que confirmado; Willas e Dona Astrogilda tinham o mesmo sangue... Algo que Belle só acreditou depois de inúmeras provas concretas, pois em nenhum momento passou pela sua cabeça que ela seria exposta a essa situação; um ex noivo psicopata e sua secretária do lar, domada em amor fraternal, ser simplesmente a mãe do seu pior pesadelo, denominado Willas Jacob.
Escritora: Jessica Cantanhede
Revisão: Kathianne Maria M. S Pereira
Fim do capítulo
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