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Down in a Hole por Susi Wiest

Ver comentários: 3

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Palavras: 3637
Acessos: 1128   |  Postado em: 05/10/2020

Capitulo 1

O ano era 1992 estou no meu apartamento ouvindo Nirvana e usando heroína.Na parte do primeiro andar do prédio tem um pub, onde estou indo, me sento e peço o whisky mais barato que é o que o dinheiro pode pagar. Minha vida nem sempre foi assim . Uns 5 anos trabalhava numa rádio de rock bem no período que o grunge tava dando seus primeiros passos e quase ninguém sabia o que era.

A rádio se chamava Rádio n 'Roll 87.5 FM , localizava na cidade de Seattle onde até hoje moro . Na Radio n' Roll eu fazia de tudo um pouco , desde limpeza, cafezinho , atender telefonemas e algumas vezes ajudava nas programações . Gostava pra caramba de trabalhar lá, tirando que às vezes tinha que encarar Bruce Simmons, esse que nem o nome dele era de verdade . O nome dele É Eric Philip Fleck Jr. “Bruce” era apresentador do programa de Metal da rádio e se achava grande entendedor de música. Ele tinha aquela aparência exagerada de Glam metal¹ , que quem via sabia que era fake . “Bruce “, era o típico misógino e arrogante que ninguém aguentava , mas fingia que aturava.

Em certo dia em 1988, Bruce chegou muito bêbado na rádio , mas isso não era novidade. TODOS por lá sabiam que ele bebia muito , mas naquele dia ele estava virado e quase não ficava em pé e simplesmente apagou . Não tinha ninguém naquele horário para substituir e eu que já fazia de tudo um pouco fui jogada na cabine para fazer o programa e fui instruída a seguir um roteiro , que parecia que foi feito as pressas . Lembro do que ficava na mesa de som disse : “Hey garota, vê se não fode com a programação e fale o mínimo possível”. Aquilo foi simplesmente ridículo e mandei ele se foder e em seguida o programa começou e foi FODA PRA CARAMBA ! Jamais aquela rádio recebeu tanta ligação. E no final daquele ano conheci uma garota que era de Tampa² e veio para Seattle a trabalho . Ela se chama Yvi. Nos conhecemos no pub do prédio onde moro , foi por causa de um esbarrão que pude conhecer essa guria incrível.

Um mês após aquele grande sucesso do programa , o dono da rádio decidiu que eu deveria assumir o lugar de Bruce, o qual ficou louco de raiva , mas ele não podia mais continuar trabalhando já que seu vício por álcool levou para uma clínica de dependentes .

No início de 89 eu já estava bastante conhecida e o programa já tava ganhando outro formato , pois o movimento grunge ganhava cada vez mais força e muitas bandas vinham se formando e ganhando notoriedade como , por exemplo, Sonic Youth , Dinosaur Jr , The Melvins e uma que vinha ganhando popularidade por aqui : Nirvana. Por causa desse crescimento essas bandas ganharam espaço na rádio e convite para serem entrevistadas , e eu era chamada para ir em festas e shows. Foi aí , nesses eventos que conheci a tal da heroína.

Nunca fui chegada nesse tipo de droga. Eu era muito do básico da maconha, que me deixava relaxada e feliz . Lembro de ser apresentada a heroína na festa no apto desses caras que contratam as bandas para tocar me festivais ou para fazer shows em lugares menores. Lembro de alguém dizer : Hey Joan, vamos ali naquele quarto que quero te mostrar uma “ parada” . Pensei : “ Mas do que esse cara tava falando ?” A “parada” era a heroína. Vi um pessoal se injetando e achei aquilo muito agoniante e cai fora dela . Realmente aquilo não era pra mim.

Meu namoro com a Yvi era muito bom . Ela era tão carinhosa , atenciosa e muito engraçada. Acho que nunca conheci alguém como ela . Digo que nosso relacionamento era de alma de tanto que a gente se dava bem, daquele jeito de só de olhar e já sabe o que a pessoa tá pensando. Ela era a parceira ideal para mim e quem via a gente sempre pensava que estávamos mais tempo juntas e era apenas meses.

Depois de uns 3 meses de namoro Yvi veio morar comigo e tínhamos uma rotina de qualquer casal. Ela trabalhava durante o dia em uma editora de livros e eu na parte da noite na rádio, mas antes de ser apresentadora , pegava às 9:30 e ia embora às 19:30 . Após essa eu ganhei um horário que era das 19:30 , onde organizava as coisas antes de começar o programa às 20:30 até às 23:00. Aos finais de semana eu ficava em casa para pensar na programação e toda segunda ia na parte de manhã na rádio para fazer uma reunião com a galera.

Após algum tempo trabalhando como apresentadora a rotina da minha vida ficou completamente doida. Era eventos , festas e aos finais de semana quando era minha folga virou também dia para trabalhar , pois minha cabeça não parava mais, sempre querendo criar coisas novas , programando coisas para as semanas seguintes . Yvi já tava me odiando por isso,pois tinha um bom tempo que não fazíamos mais nada juntas e isso estava acabando com o meu relacionamento e acabando comigo . Fazia meses que tinha insônia e não conseguia mais relaxar , a maconha não fazia mais efeito como antes e eu precisava muito de algo para relaxar. Assim , a heroína veio para minha vida. E em sábado fui até aquele cara que me mostrou a “parada” aquela e pedi para ele me explicar como usava , de quanto eu tinha que usar para não ter risco de uma overdose.

Um dia acordei e percebi que era setembro. Estava muito perdida no tempo, já não sabia mais se era dia ou noite e tava tudo uma bagunça. Principalmente minha mente . Olhei o calendário e vi que era sábado 16 e então fui até a sala e procurei pela Yvi e ela estava sentada no sofá com uma expressão de séria e triste e disse :” Jo, senta aqui que preciso muito conversar contigo. “ Andei devagar com cara de preocupada e de quem sentia medo, até que me sentei e ela falou : “ Jo, meu amor , faz alguns meses que nós estamos nos afastando por conta dessa tua rotina maluca e por conta de um 3° elemento que tomou conta de ti, que anda tirando e apagando a mulher que eu amo. A heroína. No início tu usou pra te ajudar a relaxar e eu sempre soube que tu usava , pois não escondemos nada uma da outra . Mas meu amor , isso tá atrapalhando a tua vida pessoal e profissional . Por mais que eu te ame muito, e que isso vai me matar por dentro, eu preciso terminar a nossa relação , pois ela já não tá mais existindo. Tô indo morar com ia amiga por um tempo até conseguir um apto e quero te dizer que te amo muito , mas não dá mais , não nesse momento .” E assim a mulher que eu amava foi embora da minha vida e eu só me afundei mais. Junto consegui afundar o programa e no início de novembro fui demitida da rádio.

1992. Estou no meu apto injetando heroína, ouvindo Nirvana. O apto é o mesmo , mas algumas coisas foram embora , como uns anos atrás a mulher que eu amava foi a primeira a partir , depois de um tempo a tv , em seguida me livrei da estante onde ela ficava , depois alguns objetos , mais tarde foi o sofá, aí algumas roupas. Não que eu não tinha dinheiro , o dinheiro que juntei durante os anos que trabalhei na Radio n' Roll estão no banco. Mas , esse dinheiro não quero mexer pra sustentar meu vício. Acho que ainda sobrou um pouco da minha dignidade, mas bem pouco mesmo . Não foi vendendo essas coisas que consigo sustentar , foi fazendo algum bico aqui e ali que junto um dinheiro e deixo em casa e assim gasto o pouco que tenho pra coisas básicas além da heroína.

Tô no pub bebendo um whisky mais barato que é o que o dinheiro pode pagar. Tomo algumas doses , pago e saio sem rumo apenas lembrando de momentos onde a felicidade autêntica e lembrando de pessoas que fizeram parte da minha parte da minha vida. Aliás, uma em específica. Yvi . Aí tô a andando olhando pro chão , passando pela Space Needle ³ , esbarro sem querer em alguém e peço desculpas e olho para a pessoa sem jeito , quando levo um susto , fico parada olhando pra pessoa , era ela : Yvi ! Depois de anos e como na primeira vez a gente se esbarrou e eu quase não reconheço e ela pra mim e diz : “ Joan? É você ?” Eu voltei olhar pra baixo e falei baixinho : “Sim...”. Ela me abraçou e disse que era muito bom me vê e que sempre lembrava do momento que passamos juntas, então falou que precisava ir , mas que quer meu contato pra gente se falar . Passei meu n° meio sem acreditar no que tava acontecendo e aí nos despedimos e cada uma foi pro seu lado .

Estava deitada no meu colchão , um pouco chapada ainda , quando depois de duas semanas do nosso reencontro você me liga . Eu realmente não esperava ligação nenhuma , não achei que você ia guardar meu n° , talvez por descuido até jogaria o papel fora . Atendi sua ligação um pouco viajando e não tinha certeza se tinha ouvido certo mas você disse algo como : Hey Jo , posso passar aí por volta das 16hrs ? Você vai está em casa, não é ?” única coisa que respondi foi : “ Aham”. E desliguei . Por alguns minutos fiquei pensando se aquilo tinha acontecido ou se tu já imaginado , mas por via das dúvidas achei melhor ir tomar um banho e depois dá uma arrumada nessa enorme bagunça.

Fiquei tão ansiosa te esperando , que eu que não sou de fumar , comprei uma carteira de cigarros só pra me acalmar . Era 16:30 e pensei :”Fuck! Ela não vem, que merd*! “ Nisso, alguém bate na porta e meu coração dispara, abri e vi você e um leve sorriso de canto de boca surgiu em meu rosto. Yvi sorriu , meu deu uma abraço meio tímido e pediu desculpas pelo atraso , que precisou levar uns papéis para a editora de última hora. Sentou no sofá , que não era mais o mesmo daquela época , já que tinha vendido ele e arrumei esse de segunda mão. Eu ainda não acreditava que você está ali na minha frente e eu toda atrapalhada não sabia se sentava ou ficava em pé , se oferecia algo pra beber ou nãos, tinha apenas uma garrafa de um whisky de péssima qualidade.

Após alguns minutos de silêncio e respostas minhas monossilábicas , Yvi pede pra eu sentar ao seu lado para conversarmos melhor , já que estava do outro lado da sala . Fiquei apavorada ! Faz tanto tempo que não nos víamos que eu sabia mais me comportar do lado dela , não sabia nem me sentar mais. E eu fui toda travada , parecendo um robô enferrujado. Você me olhava de um jeito como se estivesse fazendo carinho com os olhos e aquilo era tão bom , pois não sentia um carinho algum tempo. Depois de uns minutos finalmente me senti confortável e pude embarcar numa conversa contigo , consegui manter o foco , dei risadas , me diverti e nenhum momento senti falta da heroína , apenas era eu e você naquele sofá e nada mais.

Mais tarde pedimos uma pizza , a qual você fez quesão de pagar , pois era nítido que eu estava dura de grana. Em seguida fomos para o sofá beber aquele whisky péssimo, mas Yvi não se importou com a qualidade. Depois de 2 ou 3 doses eu te olhei nos olhos e disse : “Você .e faz sentir jovem de novo”. Veio um silêncio , uma troca de olhares e você que estava um pouco afastada de mim , se aproximou , colocou a mão no meu rosto e me beijou . Eu te afastei e disse que não era boa ideia , que era problema e então Yvi e me mandou calar a boca e então me puxou e me beijou novamente . Já tinha me esquecido de como teu beijo era excitante , de sentir teu corpo contra o meu , minhas mãos deslizavam pelo seu corpo , embora eu já conheça bem cada parte dele , tudo está sendo novo , como se fosse a primeira vez. Ch*po teus peitos como se não tivesse antes e então sinto teu gosto , que delícia! Aí meus dedos te tocam e você gem*, gem* tão gostoso e me deixa louca e então você goz*.

Domingo. Eu acordei e você estava dormindo ao meu lado. Te olhava , admirava e então você acordou, me olhou , sorriu e disse bom dia . Parecia que eu estava sonhando , não conseguia acreditar que estava comigo , era um sentimento muito bom , uma felicidade enorme. Mas ao mesmo tempo vinha uma vontade de usar heroína , que não é fácil de largar . Mas eu não tinha coragem de usar estando contigo , você não merecia passar por essa situação , não de novo , eu não podia deixar que você se afastasse novamente. Sai e peguei café pra nós enquanto você tomava um banho. Voltei e dei de cara com você de toalha tão sexy , linda , então coloquei os cafés na mesa e fui até você , terei a toalha , olhei para seu corpo que me excita apenas de olhar.

Era final de tarde daquele domingo e você precisou ir embora e eu já sentia uma leve tristeza por você partir , mas dessa vez eu sabia que você iria voltar. Depois que Yvi foi embora , fiquei deitada , com os meus pensamentos , que até um certo momento estavam ok, mas depois eles se tornaram muitos e ficaram me torturando com coisas as quais nem tinham acontecido . Um lado meu dizia : “ Vai lá , usa um pouco de heroína, só um pouco pra gente relaxar”. Outro lado dizia : Hey , não fode com tudo , não. Mantém o equilíbrio, porr*! Mantém o equilíbrio!.” Cheguei me levantar ir até a porta , mas aí lembrei de você ali parada , e do momento que tivemos , da sensação boa que você provocou em mim , se como tive vontade de ter uma vida de novo . Voltei pro colchão e tentei dormir.

No dia seguinte a acabei acordando cedo, então decidi caminhar pra aliviar os pensamentos. No meio do caminho vi um poste com aqueles panfletos colocados , cartazes de cachorros desaparecidos e anúncios de vagas de empregos. Fiquei lendo algumas vagas, mas pensei : “ Quem iria contratar uma viciada em heroína ?” Mas também pensei que eu devia fazer algo por mim , que devia me dá uma segunda chance , que o que tive com a Yvi era só um empurrão , mas não devia ser o motivo principal , já que podia acabar de novo e eu não podia depender de um relacionamento para me sentir bem, apenas dependia de mim.

Era meio da semana quando comecei uma batalha com a minha mente pra largar a porr* da heroína e recomeçar minha vida , pois não queria mais perder a Yvi , não queria perder mais tempo com essa merd* de vício. Não é nada fácil deixar de usar drogas . Não é como parar de tomar café e seguir a vida , tá mais como dá uma boa enlouquecida e ir ao inferno . Estive paranoica, , com uma ansiedade doida, suando feito uma porca , dor pelo corpo , sentia fome , mas ao mesmo tempo ficava enjoada , muita insônia , já não sabia se tinha passado horas ou minutos. Aí o telefone tocou , era Yvi. E eu desabei num choro pedindo que ela viesse , pois não aguentava mais e ela conseguiu sair mais cedo do trabalho e foi ficar comigo.

 

Yvi cuidou de mim , ficou comigo no meu apto durante dias semanas e dando metadona para ajudar nos sintomas da abstinência. Ela sempre que podia trazia algo para eu comer , quando estava no trabalho dava um jeito de ligar pra saber como eu estava , se precisava de algo, mas acho que também era um jeito de vê se eu estava no apto , se não tinha caído numa recaída . Confesso que algumas vezes essa atenção toda me sufocava , mas acho que era porque não estava mais acostumada com alguém me dando tanta atenção, tanto carinho. Às vezes era estranho sentir tanto amor , mas também confesso que amava aquilo tudo, porém , não sabia se merecia.

Depois daquelas duas semanas que Yvi passou no meu apto , ela me convidou para ficar no apto dela que fica em Greenwood , um bairro daqui de Seattle que parece cidade do interior. O apto dela fica em cima de um café onde tem um cheiro maravilhoso m Não achei um lugar tão tranquilo como aquele ia me fazer tão bem. Eu ia ficar apenas uns dias e estou quase um mês no apto dela, me aproveitando da calmaria , vendo da janela da sala os casais passeando , alguns com seus cachorros , outros com crianças , outros apenas no início . Ao mesmo tempo que via eles me perguntava o que seria do meu futuro , o que ia fazer da minha vida e então resolvi ir no café pra pensar um pouco mais com clareza e é claro também tomar um café. Na janela do café tinha um cartaz com um anúncio que dizia : “ Precisa-se de ajudante. Sem experiência.” Então ali vi que aquela seria minha oportunidade de recomeçar. E num sábado às 9:30 comecei no café como ajudante.

Três meses sem heroína e quase três meses trabalhando no café ,minha vida deu uma mudada . Às vezes volto ao meu apto para pegar alguma roupa ou para dormir por lá. Em um sábado depois do expediente fui ao apto buscar uns documentos que precisava e por algum motivo resolvi que ia ficar por lá até domingo de manhã. Foi uma péssima ideia .Mexi em uma gaveta e achei uma caixinha que usava para guardar meus “materiais” para usar heroína . Então aquela vontade veio , bateu forte , mas achei que se eu usasse apenas aquela vez não usaria mais , que ia ser apenas uma despedida e então usei.

Sai do meu trabalho sábado às 16:30 e ia voltar domingo de manhã cedo para o apto da Yvi , mas não voltei . Na quarta de manhã vem cedo alguém bateu na minha porta de forma bem forte meio que num desespero . Abri, era Yvi , chorando, gritando e dizia: “Meu Deus , Joan! Eu achei que tu tinha morrido ! Liguei pra cá, porque tu não atendeu ??? “ Me empurrou , entrou com toda raiva e revirou TUDO pra saber onde eu guardava a heroína . Ela me olhou com um misto de raiva e decepção e perguntando onde eu guardava e eu não conseguia responder só fiquei lá parada como se eu estivesse em choque . Ela me olhou mais uma vez agora só com decepção no olhar , lágrimas e uma dor na fala e disse : “ Vê se dá um jeito nessa nessa porr* de vida e vai se tratar , pois não te quero assim , Joan. Eu te amo , mas não gosto mais de você”.

Um mês após as palavras da Yvi entrei para um centro de apoio onde ganho acompanhamento médico e psicológico, uma vez por semana participo de uma terapia em grupo. Sempre achei essa coisa de terapia em grupo uma baboseira , que não ajudaria em nada , mas me enganei. Aos poucos estou recuperando minha autoconfiança, autoestima e a confiança das pessoas as quais magoei , Dana a proprietária do café e minha chefe e principalmente Yvi. Quero muito poder voltar trabalhar na cafeteria onde me sentia livre e feliz.

Estou no meu velho apto ,na minha sala relembrando de alguns momentos bons que tive, de momentos ruins , pensando em tudo que vive e caminho até a cozinha e vejo o calendário que fica na lateral da geladeira e percebo que já estávamos em dezembro. Esse ano de 92 passou muito rápido e aconteceu muitas coisas , como a volta da Yvi , a minha tentativa de largar o vício , o emprego novo , a recaída, e agora o grupo de apoio onde mantive minha mente ocupada que nem percebi a passagem do tempo . Pude perceber que a mudança e a felicidade depende de mim que ninguém é responsável por aquilo que só eu posso fazer e falando em mudanças , hoje tô no meu velho apto para dizer adeus , pois estou indo morar com Yvi em Greenwood, onde em breve vamos procurar uma casa , já que mantive meu dinheiro ganhado nos tempos de glória e assim vou vivendo minha vida um dia de cada vez , fora do buraco onde estive por tantos anos, trabalhando no café e vivendo com sossego.

 

 

 

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Glam Metal¹ : Subgênero do metal , que foi bastante popular nos anos 80 , com um estilo bem exagerado , muita maquiagem , com penteados exagerados . 

Tampa² : É uma cidade que fica na Flórida .

Spece Needle³ : É uma torre de 184metros em Seattle , que tem deque de observação e um restaurante .


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Comentários para 1 - Capitulo 1:
rhina
rhina

Em: 12/10/2020

 

Olá

Boa tarde.

Forte. Real. Verdadeiro e doloroso.

Rhina


Resposta do autor:

Oi, bom dia . Muito obrigada pelo seu comentário. 

Responder

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kasvattaja Forty-Nine
kasvattaja Forty-Nine

Em: 07/10/2020

Olá, tudo bem?

 

Conto muito bem escrito, parabéns.

A dependência — química, física, psicológica, ou tudo junto e misturado — é sempre um fardo e deixar de carregar esse fardo não é fácil. No entanto, a mudança sempre tem um primeiro passo e ele tem de vir de quem carrega o fardo e não daqueles que tentam ajudar a levá-lo.

É isso!

 

Post Scriptum:

 

''Nós perseguimos mentiras mal contadas

Nós enfrentamos o caminho do tempo

E ainda assim eu luto, e ainda assim eu luto

Esta batalha completamente sozinho

Ninguém com quem chorar

Nenhum lugar para chamar de lar

 

Meu amor próprio é violado

Minha privacidade é revirada

E ainda encontro, ainda encontro

Repetindo em minha mente

Se não posso ser eu mesmo

Eu me sentiria melhor morto''

 

Jerry Fulton Cantrell, Jr./Michael Allen Ines/Sean Howard Kinney


Resposta do autor:

Oi, tudo bem . 

Concordo plenamente contigo. Obrigada pelo comentário. 

Responder

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Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 06/10/2020

A dependência é horripilante!


Resposta do autor:

Boa tarde Marta. 

Tenho que concordar contigo . Não é algo fácil , é uma luta eterna . 

Responder

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