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A Cortesã e a Baronesa por Nanda Cristina e JuliaSoares

Ver comentários: 4

Ver lista de capítulos

Palavras: 3793
Acessos: 1346   |  Postado em: 05/10/2020

Vida

 

Carmen

Os meses passaram depressa. Eu sentia que a gravidez se encaminhava para o fim. Metade de mim era ansiedade, a outra metade, muita aflição!

Meus dias se resumiam a fome, estresse, ansiedade e muito sono. Sem contar o desejo por Isabel que me sufocava. A chama que sempre existiu em mim, agora, eram labaredas sem controle e minha vontade era de passar o dia inteiro fazendo amor com a minha Baronesa.

Falando nela, Isabel passou as últimas semanas no lombo de Pérola até a lua estar alta no céu. Temos estado extremamente preocupadas depois da ameaça do Barão. Bem sabemos que o velho de Alferes não é flor que se cheire.

Era uma noite típica da primavera carioca. Um calor insuportável. O bebê não parava de mexer e nenhuma posição era confortável. Não encontrava mais maneira de dormir relaxada como era no início.

– Hijo, por favor, dejas tu mamá dormir. – Pedi.

Isabel já roncava baixinho ao meu lado e eu rebol*va na cama inquieta. Minha súplica foi ignorada pelo pequeno ser que fazia uma festa em meu ventre.

– ¿Usted serás um niño travieso cómo ella? – Acariciei a barriga. Estava enorme.

Me ajeitei na cama pela milésima vez. A Baronesa dormia virada de costas para mim. Queria deitar em seu colo.

– Isabel... – Cutuquei suas costas e ela resmungou brava. – Mi amor...

– Que é, Carmen? – Perguntou irritada.

– Vem me abraçar. Teu filho está sentindo tua falta. – Pedi manhosa e ela virou imediatamente.

– Pronto, filho. Agora deixa tua mãe dormir. Só assim ela me deixa dormir também. – Fez um carinho em meu ventre.

Encaixei meu corpo perfeitamente no seu e finalmente dormi.

"Abri os olhos devagar. A lua cheia ainda brilhava no céu. Ao observar o local, me recordei ser o pequeno riacho que visitei com Isabel há meses.

Havia uma mulher em frente a cachoeira. Uma negra de pele bem escura e cabelos típicos da raça, estavam armados ao redor da cabeça, onde um grande enfeite dourado repousava de lado. Uma mulher lindíssima! Fiquei encantada com ela e caminhei até o seu encontro. Ela sorria gentilmente, mas estava de olhos fechados.

– Carmen... - Disse quando eu estava a poucos passos dela e abriu os olhos finalmente me encarando.

Que olhos lindos e sobrenaturais! Eram de um amarelo ouro e brilhavam mais que a lua ou as estrelas. Eram hipnotizantes! Eu não fazia ideia de quem era a mulher em minha frente, mas senti a mesma energia que sentia com Marta e tive certeza que era ela que sempre me fazia sentir bem,

– Estarei com vocês! – Sorriu mais uma vez para mim e encostou em minha barriga.

Acordei assustada com uma gritaria fora da casa.

– O que está acontecendo? - Perguntei e eu e Isabel levantamos em um pulo.

– Baronesa! Baronesa! - Um dos empregados vinha correndo a cavalo enquanto gritava por ela. Gelei.

O homem entrou correndo, o cheiro da fumaça imediatamente me enjoou e seu semblante me deixou em pânico, sabia que tinha acontecido alguma coisa.

– O que houve, Florêncio? - Isabel perguntou alto, estava nervosa.

– Fo... Fogo! - Respirava com dificuldade. - Fogo na plantação de cana, Baronesa! Já pegou metade da plantação!

– Meu Deus! Tem alguém na plantação? - Ela perguntou.

– Todo o pessoal está lá tentando conter o fogo, Baronesa! Vim correndo avisar a senhora!

Isabel que estava abaixada ao lado do homem, levantou atônita. Olhou para algumas poucas pessoas que estavam ao nosso redor e quando seus olhos encontraram os meus, vi que ela não sabia o que fazer.

Me encolhi assustada com o barulho dos disparos vindo do lado de fora. Pelos trotes dos cavalos, eram mais de dois homens. Eu estava apavorada. Isabel levantou devagar e olhou pela janela. Meu coração quase saiu do peito quando ouvi mais disparos. Ela correu até o escritório e voltou com algumas armas.

– Sabem atirar? - Perguntou a José e seu filho, os dois concordaram e pegaram as armas. - Vamos nos dividir! José e seu menino vão pelos fundos da casa!

Pai e filho saíram, Marta me olhou preocupada, mas não contestou.

– Que Ogum proteja a todos. - Sussurrou sozinha, segurando um colar que levava sempre no pescoço.

– Tu vens comigo! - Direcionou o olhar para o outro empregado que veio lhe avisar.

– ¿Qué vas a hacer, Isabel?! - Segurei seu braço com força, não a deixaria sair de lá. Senti que ia chorar. - ¡No sairás daqui!

Eu estava nervosa, com medo...

– Carmen, me solte! - Isabel puxou o braço com força. Ouvimos uma troca de tiros e eu me agarrei nela.

Nem consigo pensar no que faria se Isabel se machucasse.

– Marta! - Gritou para a mulher.

– Não sairá daqui! - Disse alto e Marta segurou meus braços me impedindo prendê-la.

– Fique aqui com Marta, eu logo voltarei! - Tentou me acalmar, mas eu estava com muito medo.

Saiu correndo assim que os disparos voltaram.

– ISABEL! - Gritei o mais alto que pude, mas ela ignorou.

Marta não me deixava sair e logo ouvi um disparo mais alto, provavelmente da arma de cano longo que Isabel carregava. Senti meu coração parar de bater por alguns segundos.

– Senhora, tente se acalmar. - Uma menina, nora de Marta e ajudante dela na cozinha pediu.

– ¡NO ME CALMARÉ, Déjame salir! - Gritei brava tentando me desvencilhar.

– Madame Carmen, pense no seu filho. - Marta pediu.

– ¡TU HIJO TAMBIÉN ESTÁ ALLÍ, MARTA! TU HIJO, TU MARIDO Y MI MUJER, ¡ME VOY ALLÍ AHORA MISMO! - Gritei, mas sei que ela não entendeu nada do que falei.

Empurrei a senhora e finalmente consegui sair correndo para a varanda, precisava vê-la, ter a certeza de que ela estava bem. Eu chorava muito, sentia meu corpo inteiro tremer de nervoso. Vi Isabel de longe, estava bem, graças a Deus e José e o filho também! Ela gesticulou alguma coisa para alguns que prontamente correram em direção a casa e subiu no cavalo.

- ¿Donde va, Isabel? ¡Vuelve a la casa! - Gritei em meio às lágrimas.

Ela me olhou de cima do cavalo e vi medo em seu olhar. Implorei silenciosamente para que voltasse para mim, para casa e ficasse protegida comigo, mas foi em vão. Ela saiu cavalgando depressa.

– Por favor, Madame Carmen, precisa se acalmar... - Marta segurou gentilmente meus braços.

– ¡Isabel, vuelve aquí ahora mismo! - Gritei, mas ela já estava longe. - BARONESA!

Caí ajoelhada em prantos e não a vi mais, a noite estava escura e ela se foi campo à fora correndo. Chorei por alguns minutos ali apavorada com tudo aquilo. Não podia pensar na possibilidade de Isabel se machucar. Não queria pensar.

De repente senti uma cólica forte. Mais forte do que qualquer outra que já tive e me encolhi de dor.

"¡Mi hijo!"

– Madame Carmen! - Marta que estava ao meu lado me deu apoio e escorei meu corpo nela.

Gemi alto quando outra pontada me atingiu. Era insuportável.

– JOAQUIM! - Ela gritou por um dos capangas que resguardavam a casa.

– Senhora?

– Leve ela para o quarto, por favor.

Era um menino novo e ele prontamente obedeceu, mas me pediu permissão com os olhos antes de me levantar. Concedi com um aceno e me retorci de dor outra vez.

Assim que meus pés tocaram o chão do quarto senti um líquido escorrer por minhas pernas e gritei novamente com mais uma cólica, meu corpo vacilou, mas Joaquim conseguiu me segurar outra vez e me levou até a cama.

– Meu filho... ¡Mi hijo, Marta! - Falei assustada quando ela veio até mim.

– Vá chamar Ana, Joaquim. Diga que ela venha com a minha tesoura e uma bacia de água quente, por favor, querido.

– Marta, no puedo perder a mi hijo. - Chorei segurando sua mão.

Gritei outra vez de dor e medo.

– Vá logo, menino!

– Claro, tia Marta. - O menino já estava saindo.

– Espere! - Pedi. O jovem parou e me olhou. Respirei fundo esperando a dor diminuir. - Vá até a outra fazenda e traga Lucília para cá em segurança.

Marta me olhou confusa. Eu estava preocupada desde o momento que ouvi Florêncio falar do fogo. Não sabia qual seria a próxima tacada do Barão e se algo acontecesse a ela, me culparia por toda a eternidade.

– É muito perigoso, senhora. - Joaquim falou.

– É mais perigoso deixá-la lá sem avisar o que está acontecendo. Quem fez isso sabe a importância que a antiga fazenda tem... - Me retorci outra vez com a dor insuportável. - Conte o que houve aqui, diga que ela mande os empregados vigiarem a casa e traga-a em tu caballo em sigilo e segurança.

– Mas a Baronesa...

– La Baronesa no está aqui. - Apertei os lençóis com força. - ¡DARSE PRISA!

Ele saiu correndo.

– O que está acontecendo, Marta? - Perguntei quando outra cólica me atingiu.

– Teu filho está nascendo, Carmen.

Chorei quando ouvi o que ela disse. Chorei por medo e dor.

– Isabel... Isabel...

– Ela está bem. Tem que se concentrar aqui agora. - Marta me colocou deitada direito. - Preciso tirar suas roupas, Madame.

Levantei um pouco e ela tirou minha roupa íntima, subiu a camisola e ajeitou minhas pernas. Saiu correndo e voltou com alguns lençóis.

– Plínio... - Eu não conseguia formular uma frase inteira. - ¡Duele mucho!

– Não dá tempo de chamá-lo. Fique tranquila, já ajudei muita criança a vir ao mundo, Madame. - Me olhou terna e seu sorriso me acalmou.

Ana, a nora de Marta entrou no quarto.

– Onde está a água e a minha tesoura, Aninha?

– A água, esquentando. Sua tesoura, aqui. - Entregou o objeto para a mulher.

– Tire tudo que tem em cima daquela cômoda, menina. Traga uma bacia de louça e deixe aí junto com algumas toalhas. - A menina concordou e saiu. - Carmen, precisa fazer força agora.

– ¡Yo no consigo! - Gritei e apertei os lençóis.

– Força, querida!

– ¿Dónde está Isabel? - Gritei no meio de uma contração. - ¡La quiero aquí!

Senti outra dor forte.

– Empurre, Carmen! - Empurrei com toda a força que tinha. - Isso!

Gritei e empurrei forte.

– Vamos, Carmen... - Marta acariciou minha perna e sorriu terna. - Força, traga esse bebê ao mundo.

Eu não sei bem quantas horas passei naquela tortura, mas já estava exausta. Mais uma contração veio forte me fazendo gritar, quando diminuiu eu respirei curto. Marta olhou para Ana preocupada e senti que tinha alguma coisa errada.

– ¿Qué está pasando? - Perguntei aflita.

– Tu precisas relaxar, Querida. - Pediu. - O bebê não está na posição certa.

Senti meu coração errar as batidas e chorei.

– Mi hijo... mi niño. - Estava em desespero.

– Vai ficar tudo bem, Madame. Tente se acalmar... - Ana que segurava minha mão pediu enquanto secava o suor que escorria por minha testa.

– Isabel... - Outra cólica veio forte.

– Empurre... Isso, mesmo!

Eu já não aguentava mais. Foram horas. Sinto que uma eternidade se passou nisso, eu tentando empurrar e Marta me pedindo para fazer força. Era exaustivo, sentia meus quadris se expandirem a cada contração e minha lombar doía muito. Eu já não tinha mais forças.

Alguém entrou no quarto, Ana estava na frente, não pude ver quem era.

– Trouxe a água e mandei chamar Isabel. Como eles estão?

A voz de Lucília invadiu o quarto e me senti aliviada por saber que ela estava bem. Era uma megera, mas Isabel a ama.

– O bebê está sentado, mas se Carmen continuar fazendo força assim conseguirei virá-lo. Ouviu, querida?

Balancei a cabeça e fiz toda a força possível quando outra contração veio. O sol já clareava uma pequena faixa no horizonte.

– No puedo soportarlo... - Gemi exausta.

Marta levantou e olhou para as outras duas mulheres, ela estava preocupada.

– Dona Lucília...

– Eu sei. - Ela se limitou a responder. Estava séria e parecia preocupada e eu, apavorada e cansada.

– Carmen, vamos ter que ajudar a empurrar.

– Como assim?

– O bebê está preso. - Me olhou com pena. - Tu estás sangrando muito.

Senti minha cabeça girar, achei que fosse desmaiar.

– Faça o que for preciso para salvarlo, Marta. - Implorei. - É tudo que me importa.

– Estou com vocês! - A mesma voz que ouvi em meu sonho invadiu meus ouvidos e uma contração forte veio.

– Ana, como fizemos naquela vez, lembra? - A menina concordou e pressionou minha barriga, doeu muito.

Lucília sentou onde ela estava antes.

– Força, Carmen! - Disse e segurou minha mão, não contestei e apertei. - Só mais um pouco. Marta?

– Quase... - Eu sentia que perderia os sentidos a qualquer momento.

– Marta, ela vai desmaiar! - Lucília parecia aflita e preocupada. Pegou uma toalha molhada e enxugou o suor no meu rosto. - Fique acordada! Se desmaiar, Carmen, eu juro por Deus que te acordo com os bons tapas que merece! Força!

Apertei sua mão e quando a contração veio eu gritei e empurrei com toda a força que tinha. Caí exausta na cama e o choro forte invadiu o quarto. Sorri e olhei para a mulher que ainda segurava minha mão.

– Muito bem! - Ela me olhou e soltou minha mão devagar. Já estava com a postura petulante novamente, mas vi um sorriso orgulhoso em seu rosto.

Marta chegou com o pequeno pacotinho enrolado em uma toalha. Que par de pulmões! Delicadamente ela o colocou em meu peito.

– É um menino! - Disse sorridente.

Meu sorriso se alargou. Era o menino mais lindo do mundo inteiro. Fiz um carinho em seu rostinho e deixei um beijo em sua testa. Ali, em meus braços ele se calou imediatamente, como se me reconhecesse.

– ¡Hola hijo! ¡Mamá te ama mucho! - Respirei fundo e chorei, mas tinha um sorriso cansado e realizado no rosto.

Ouvi passos urgentes e pesados no chão de madeira da casa. Sorri largo antes da porta se abrir. Já sabia quem era.

– ONDE ESTÁ O MEU FILHO? - A porta quase veio abaixo com a força que foi aberta e a voz urgente de Isabel invadiu o quarto assustando o bebê.

– ¿Tu madre te asustó, hijo? - Sussurrei para ele e fiz um pequeno carinho em suas bochechinhas.

Quando levantei os olhos ela ainda estava paralisada olhando para nós dois. Nossos olhares se conectaram e Isabel veio até mim devagarinho, chorava emocionada junto comigo e sorrimos na mesma hora. Ela se abaixou ao lado da cama e tirou a toalha do rostinho dele, chorou mais quando os pequenos olhinhos encontraram os dela.

– Es un niño. - O sorriso que já era grande se alargou ainda mais.

– Um menino... é um garoto! Eu sabia! - Ri de sua empolgação, sei que ela reagiria da mesma maneira se fosse uma menina. - É um menino, Marta!

– Sim, Baronesa. - A senhora riu enquanto preparava o banho dele.

– Oi, filho! A mamãe te ama muito! - Sussurrou para ele as mesmas palavras que a segundos atrás eu disse, acariciou o pequeno rostinho com um dedo e beijou meus lábios com amor. - Eu te amo!

– Eu te amo! - Sussurrei e fiz um carinho em seu rosto.

Beijei seus lábios de novo. Cheirava a fumaça e percebi que ela estava coberta de cinzas. Lembrei-me de toda a loucura que foi a madrugada, sei que ela nem estava pensando nisso, mesmo assim, me preocupei, mas logo meus pensamentos foram direcionados ao pequeno que se remexia e resmungava em meu colo. Isabel sorriu largo de novo. O mesmo sorriso que dava toda a vez que ele fazia uma festa em meu ventre ouvindo sua voz, ou quando acalmava-o depois de cantar baixinho uma canção de ninar. O mesmo sorriso que me presenteou no dia em que nos casamos secretamente e lembrar disso me fez ter a certeza do nome que daríamos ao nosso filho.

– Rafael. - Sussurrei e pelo seu olhar ela entendeu bem o porquê.

– Rafael!

Me beijou de novo e pegou o bebê meio sem jeito. Ana a ajudou e ela embalou o pequeno com amor. Senti uma dor que me fez gem*r, eu sentia que ainda sangrava.

– Ele precisa de um banho, Baronesa. - Marta pegou o bebê de seu colo e levou até a cômoda onde estava a pequena bacia de louça.

Senti dor novamente.

– Preciso ver como ela está. - A senhora disse. - Dona Lucília...

Marta olhou para ela pedindo ajuda, percebi que relutou, mas não se negou a fazer. A Baronesa nem havia notado a presença dela no canto do quarto. Desconfio que foi proposital.

– Lucília! - Isabel correu até ela e a abraçou forte. - Como... Como tu...?

– Carmen pediu para um dos empregados me trazerem até aqui. - Abraçou a mais nova com força. - Graças a Deus está bem, minha menina.

Isabel desabou em seu colo quando ouviu as palavras dela, creio que toda a angústia e emoção que viveu na madrugada vieram à tona.

– Shiu... - Lucília beijou sua testa e acariciou o rosto dela. - Vem me ajudar. Vou te ensinar a banhá-lo.

Ela concordou, secou as lágrimas e sorriu largo quando Lucília pegou Rafael. Marta voltou sua atenção a mim.

– Como ela está? - Isabel perguntou enquanto ajudava Lucília no banho do menino.

– Está bem, consegui parar o sangramento, mas precisará chamar o Plínio, Isabel. - Estava preocupada, senti em sua voz, ela não chamava a Baronesa pelo nome.

– Agora mesmo! - Saiu correndo, o sol já estava brilhando no céu.

As meninas me fizeram sentar na poltrona e trocaram os lençóis da cama e minha camisola. Quando Lucília terminou de banhar o menino me entregou e logo Rafael já dormia sereno em meu colo. Assim, segurando meu filho nos braços, eu tive a certeza de que por ele eu faria qualquer coisa. Nunca amei tanto em toda a minha vida. Meu peito doía ao olhar para o menino. Era lindo. A criança mais linda do mundo inteiro. Mesmo ainda com o rosto inchadinho, já podia notar as feições delicadas do recém nascido. Como era pequeno e frágil e como eu faria tudo para protegê-lo. Assim que me deitei de novo Isabel voltou ao quarto e correu para mim.

– Como tu estás, meu amor?

– Muito cansada... - Sorri fraco e ela me beijou devagar.

– Como ele é perfeito, Carmen. - Beijou devagar a mãozinha dele e, mesmo dormindo agarrou o dedo dela. - Acho que ele também está cansado, meu amor.

– Fue una larga noche, ¿no es así, hijo? - Sussurrei. - ¿Cómo estás?

– Não sei... Emocionada, feliz, preocupada e triste com a perda da plantação, mas mesmo assim, nunca estive tão alegre. - Sorriu e deixou uma carinho na cabecinha dele. - Sem contar a preocupação contigo. Já mandei chamar o Plínio. Vai ficar tudo bem, meu amor.

– Yo sei que vai... - Suspirei lembrando do sonho. - Tu hijo es muy hermoso...

Sorri tímida e ela me beijou.

– Ia dizer a mesma coisa do teu. - Rimos.

Isabel pegou Rafael e sentou na cama ao meu lado. Nunca senti tanto amor! Logo o choro forte invadiu o quarto e ela me olhou apavorada. Não sabia o que fazer e eu ri, mas também não tinha a mínima ideia.

– Eu acho que ele está com fome. - Me olhava com os olhos arregalados.

– Eu também acho. Usted esperneia assim quando está com fome também. - Rimos.

Me ajeitei na cama e peguei o menino no colo. Olhei para ele ali, chorando e entendi o que Isabel estava sentindo.

– No sé qué hacer. - Falei olhando para ela da mesma maneira que ela me olhava a poucos instantes. Apavorada!

Ela riu e Marta que ainda ajeitava as coisas veio me ajudar. Me ensinou como deveria segurá-lo. Encaixei meu peito na boquinha pequena e ele fez o resto sozinho. Me senti emocionada, mas ainda não sei bem porquê. Era uma sensação incrível e me senti conectada com ele dê uma maneira diferente.

– Eu te amo, hijo. - Sussurrei e Isabel beijou minha bochecha devagar.

– É a cena mais linda que eu já vi. - Seus olhos brilhavam. - Tu amamentando nosso filho.

Sorri sem jeito e ela me abraçou. Ficou assim até Rafael dormir novamente enquanto mamava.

– E agora? - Isabel me olhou com duvida e eu devolvi o olhar.

Nenhuma de nós duas foi criada para ser mãe e a verdade é que não tínhamos a mínima ideia de como agir com a criança, do que fazer em cada momento, mas, mesmo assim, estaríamos lá para ele sempre. Rafael nos ensinará a sermos mães enquanto nós ensinaremos a ele sobre a vida e eu queria com todo o meu coração que fizéssemos isso juntas.

– No sé... - Olhei em desespero para ela.

– Marta ou Lucília? - Perguntou sem jeito.

– Marta!

– Marta, né? É... Marta! - Encheu os pulmões pronta para gritar.

– Nem pense nisso! Ele está dormindo, Isabel! - Ela me olhou pedindo desculpas e saiu devagar da cama.

Marta logo voltou nos ensinando que deveríamos fazê-lo arrotar. E ele arrotou alto, fazendo nós duas rirmos baixinho.

– Vamos tomar um banho? - Isabel perguntou.

– Por favor...

Deitamos o menino na cama e ela me ajudou a levantar e entrar na tina que estava preparada. Isabel me banhou devagar, beijou meus ombros e sussurrou juras de amor em meu ouvido. Sentia em cada toque seu o amor, carinho e cuidado. E ali, em seu colo, eu me sentia a mulher mais feliz e mais protegida do mundo.

Saí da tina antes dela e deitei na cama junto de Rafael. Eu estava exausta e dormi imediatamente. Minutos depois acordei com o choro forte do nosso filho. Isabel já estava na cama também e eu e ela nos olhamos novamente sem a mínima ideia do que fazer.

– Shiu... - Peguei-o no colo e embalei com cuidado. - Hijo, usted acabou de comer...

– Acho que não é fome, meu amor. - Isabel chegou mais perto e fez um carinho em suas costinhas. - Esse... cheiro.

Ela fez uma careta e eu entortei o nariz quando senti.

– ¡Madre de Dios, Rafael! - Nós duas rimos. - Ahora é a vez da Lucília.

Fiz uma cara maldosa e Isabel saiu do quarto rindo e balançando a cabeça reprovando a implicância.


Fim do capítulo


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Comentários para 26 - Vida:
naoseimeulogin
naoseimeulogin

Em: 28/12/2020

A vez de Lucília hahaha ameeeeeeeeei

Adoro esse veneno de Carmensita

Responder

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diasana377
diasana377

Em: 23/10/2020

Olá autoras, como estão?

Estou morrendo de saudades dessa história. Entro todos os dias pra ver se há algum capítulo novo. 

Estou aguardando ansiosamente pelos próximos capítulos.

Beijos de luz  ..!

Responder

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Paola Escorpiana
Paola Escorpiana

Em: 22/10/2020

Olá meninas, tudo bem?


Espero de coração  que vocês estejam bem,  eu entro todos os dias na esperança de atualização da estória rs.


Já estou com saudades das duas doidinhas Isabela e Carmen e agora do baby tbm.


 


No aguardo....


 


obs: Fiz um comentario interior pelo celular e ficou estranho rs onde coloquei emoij.


Resposta do autor:

Oi Paola!!! Desculpa a demora! Estamos um pouco sem tempo, mas prometo att ainda hj, ok?!

Bjos

Responder

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Paola Escorpiana
Paola Escorpiana

Em: 22/10/2020

Olá meninas, tudo bem?

Espero de coração  que vocês estejam bem ????

Entro todos os dias na esperança de atualização da estória rs

Já estou com saudades das duas doidinhas Isabela e Carmen e agora do baby tbm.

 

No aguardo.....

 

????????????????

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