Introdução
Muitos dos nossos passos (diariamente, constantemente) nos levam a certos caminhos que poderiam ser outros se a direção fosse diferente. Claro. Vamos chamar os passos de “decisões” e os caminhos de “destino”, apenas para fins de elucidação. “Direção”, aqui, seria apenas uma entre algumas possibilidades que parecem distintas, e são porque variam conforme o ponto de vista, mas cada uma pertence a um mesmo lugar-comum.
Todas as possibilidades são pequenas variações que cabem numa mesma rua, por exemplo. No fim, chegam a um mesmo final. Que seja uma mesma esquina, que se desarranja em avenidas e estradas – que transmitem uma sensação de amplitude, mas um simples afastamento mostra que tudo está interligado, e essas vias não excedem barreiras como o encontro com rios, ou oceanos. E elas não estão em toda parte. São restritas, portanto.
Todos os eventos rotineiros parecem aleatórios aos olhos que não veem, de fato, as conexões que existem, e regem a todos. Uma ação, mesmo distraída, pode afetar muitas vidas (se não todas!). E essas interferências podem ser atalhos ou desvios, ou ainda rotas mais longas, mas passado algum tempo chega-se onde se chegaria de qualquer forma.
“Tempo”. Ele é importante para a história que será narrada a seguir.
Aqui ele será reduzido a 25 segundos, que pode parecer pouco, mas também é muito. É quase nada para quem está adormecido, e muita coisa para quem nesse momento está dentro de um avião em processo de decolagem, ou aterrissagem, e tem medo de voar.
Em 25 segundos muitas situações se desenrolam, muitas se concluem, muitas se iniciam. E muitas (a grande parte) ocorrem sem que ninguém perceba, ou pense no impacto que aquele pequeno período de tempo, pertencente a uma parcela tão maior, realmente significa.
Como são muitas as possibilidades de alterações que uma pausa, precisa e específica de 25 segundos ocasiona, o foco dessa história será em cima de cinco pessoas. Todas “aleatórias”, próximas entre si às 12h12 do dia 02/03, em contato durante a pausa de 25 segundos de um farol de pedestres de uma rua de movimento mediano.
Essas pessoas não necessariamente se conhecem, e muito possivelmente jamais irão experimentar algum tipo de interação entre elas. Mas todas sofrerão uma interferência abrupta causada por uma força maior, que não foi obra de Deus ou ação do Acaso, mas sim de uma pessoa qualquer, que poderia ter agido diferente (ou não), e por algum motivo aparece nessa história somente no começo e no final.
Os personagens aqui descritos poderiam ser você ou alguém do seu convívio, e é possível que eventualmente você se identifique com alguma das cenas contadas. Isso pode parecer “sem querer”, porque ninguém pensou no contexto que te envolve enquanto essa história foi escrita. Mas também pode ser intencional – e a graça é que jamais saberemos o que houve.
O fato é que daqui algumas linhas você vai entrar em contato com brechas temporais que acontecem no seu dia a dia e você nem pensa, ou até pensa, e simplesmente porque decidiu por esta leitura, de agora em diante, sempre que estiver em alerta e se deparar com um semáforo de pedestres, ou com alguma sincronicidade, vai se lembrar dessa história, e aí haverá uma conexão ainda maior: você e eu também estaremos em sintonia. E isso é incrível!
Boa leitura!
Use a faixa de pedestres!
Fim do capítulo
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