Capitulo 1 - A MESMA LOUCURA DE SEMPRE.
Meu nome é Sara, tenho 33 anos. Trabalho numa empresa de publicidade, e ocupo o cargo de diretora de Marketing. Eu adoro o meu trabalho pois este me dá a possibilidade de estar sempre a viajar e isso para mim é fantástico, gosto de coisas novas, gente nova...
Moro sozinha num apartamento aconchegante, todo ele decorado seguindo uma tendência oriental (sou apaixonada por essa cultura). Eu não saio muito, prefiro livros e uma boa musica a badalações noturnas. Tenho um irmão que é completamente diferente de mim, a quem amo incondicionalmente.
Eu não sou adepta a namoros longos, por isso vou vivendo um caso aqui, outro ali, mas todos sem muita importância. Alguns homens com os quais eu me envolvo não captam bem a minha forma de ver a vida e insinuam a possibilidade de partilharmos o mesmo espaço e tal, é claro que não dou seguimento aos seus desejos. Prezo muito a minha liberdade. É claro que existem exceções, já tive homens maravilhosos dos quais até hoje recordo-me com saudade, mas a vida encaminhou tudo de forma a que cada um seguisse o seu próprio caminho.
No momento, estou num relacionamento com o Noah, um americano que é perfeito, pois ele não vive aqui, logo, não tenho a sensação de que tem alguém sempre enchendo a minha paciência. Nos vemos uma vez por mês e durante uma semana, eu diria que é o amante perfeito. Eu gosto de estar com ele, de viajar, conversar, o sex* é bom, mas acho que jamais partilharia o mesmo espaço com ele.
Eu sei que não sou uma mulher fácil de compreender, mas eu me compreendo muito bem e é isso que importa.
Bom, deixemos os devaneios de lado e vamos ao que interessa. Há três meses atrás fui à Índia a trabalho, aliás foi um misto de trabalho e lazer. Eu sinto-me totalmente em paz naquele pedaço da terra, mesmo com toda aquela confusão de gente, animais, poluição, eu sinto-me bem, é uma coisa de alma, profunda...
Num sábado ensolarado eu estava sentada à porta de um templo, quando de repente sentou-se ao meu lado uma Indiana. Eu achei normal e até senti-me bem com a presença dela. Ela ficou em silêncio durante as duas horas em que estive sentada, de vez em quando olhava-me e sorria. No momento em que me levantei, ela olhou-me fixamente nos olhos e num inglês perfeito disse: - Por mais complicado que possa parecer, não fujas do teu destino, a felicidade que tanto almejas está próxima, mas nada será fácil, confia em ti e siga o teu coração, ainda que seja pela primeira vez...não te assustes com as semelhanças, são elas o encanto - Terminou de dizer aquele monte de frases sem sentido e foi-se embora sem olhar para trás. Eu não entendi nada, mas aquelas palavras ficaram na minha cabeça, uma vez que respeito e acredito sobretudo que algumas pessoas têm mais sensibilidade e são melhor iluminadas do que as demais.
Nunca mais vi aquela mulher durante a minha estadia na Índia, mas sentia a presença forte dela sempre que passava à frente do templo.
O resto do meu tempo na Índia foi maravilhoso. Depois, fui encontrar-me com o Noah na Tailândia e foi tudo perfeito. Talvez fosse essa felicidade que a indiana se referia....
De volta à minha rotina turbulenta esqueci-me dos dizeres da indiana. Muito trabalho, stress e aborrecimentos.
Entretanto, ontem tive um sonho muito estranho, e nele aparecia a indiana mais uma vez rindo para mim e dizendo que eu estava muito perto de encontrar aquilo que durante séculos eu vinha procurando, o AMOR. Acordei e sentei-me na cama a pensar naquilo. Mas eu nunca pensara no amor, aliás para mim não existia. Não acreditava na praticidade de um sentimento como aquele. Eu acreditava na paixão, na cumplicidade, mas amor? Pura perda de tempo!
Fim do capítulo
Boa leitura. A história já tem agum tempo, e como provavelmente já não se lembra do enredo, releia rsrsrs
Abraço.
Nadine Helgenberger
Comentar este capítulo:
brunafinzicontini
Em: 24/08/2020
Que MARAVILHA, Nadine!
Você é uma caixinha de surpresas... E que surpresas! Não pôde comparecer com "E se...", mas fez a arte de aparecer com "A Arte da Vida"! Que ÓTIMO!
Como sempre, "salvou" o domingo! Pode ser um trabalho antigo, de alguns anos, mas é uma obra de Nadine Helgenberger - e claro que merece estar aqui. Ou antes, nós é que merecemos poder nos deliciar com o trabalho sempre primoroso dessa grande autora. Obrigada - em nome de todas as leitoras!
Também já tinha lido em outro site, numa das buscas que fiz para encontrá-la - mas comecei a reler com o maior prazer!
A marca registrada de Nadine já está aí - a personagem atraente, a ambientação primorosa, a história instigante... Um grande prazer ler tudo o que é seu!
Grande abraço! Espero que tenha uma boa semana!
Beijos,
Bruna
Resposta do autor:
Rsrsrs, eu nao sei ficar parada...
Tentando controlar essas dores que nao me largam, mas sempre com fé :)
Bjs e muito obrigada.
[Faça o login para poder comentar]
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]