--Mas não está cedo? – Leticia resmungou assim quem o despertador alarmou.

--Nada disso, vamos ter que levantar – Não demorou as três mulheres estavam a caminho da casa para trocarem de roupa e irem para escola.

--Vai de moto Cleo, assim será mais rápido, mais tarde você me pega para irmos lá na terapia.

--Combinado então, - Cleo saiu quase que correndo junto com a filha.

-- Leticia tem como dá uma força para Jane lá no balcão? Já que ainda está com está coluna de idosa podre, a Vanessa está doente e a Maria passou mal acabei de dispensa-la e eu vou no banco.

--Que droga estava me acostumando a ficar aqui sentadinha apenas lendo papel – Disse sorrindo -- Você chega antes das três? Tenho terapia com a Cleo.

--Chego sim, vai ser jogo rápido, depois dá uma olhadinha lá na oficina que os meninos estão exagerando no uso de alguns materiais, sem você lá eles ficam desleixados e acabam estragando muito.

--Pode deixar que assim que estiver tranquilo lá na frente dou uma geral na oficina. – Beto despediu-se e Leticia foi para o balcão da loja ajudar, nunca gostou daquela função, achava que não levava o menor jeito com vendas, mas como era preciso, faltando trinta minutos para as duas Leticia viu a sua moto parar na frente da loja, sorriu enquanto atendia dois garotos.

--Ei não é a professora lá do cursinho? – Um dos garotos perguntou para o outro que confirmou acenando, Leticia ficou prestando atenção na conversa deles sem tirar os olhos de Cleo que parecia descer em câmera lenta da moto.

--Nossa não sabia que ela tinha moto, ela muito linda.

--Eu nem saberia pilotar uma maquina dessas

--A moto?

--Não idiota ela, tipo muita área para meu carrinho de mão, olha para ela, se aquelas saias já me deixa loucos com essa calça preta e essa jaqueta então – Eles pararam de sorrir bobamente ao escutarem uma  gargalhada de Jane que não segurou ao escutar aquilo, os garotos não deveriam ter mais de vinte anos, assim que ela notou a cara vermelha de Leticia preste a pular no pescoço dos meninos não aguentou eu gargalhou alto.

--Olá meninos, que surpresa vocês por aqui – Cleo sorriu para os garotos

--Oi Professora, a surpresa é nossa, não sabia que a senhora curtia motos. – Eles estavam encantados.

--É “Profe” não sabia que a senhora tinha moto e ainda mais uma potente, ninguém diz

-- Oras João, qual motivo não poderia gostar de moto – Ela desviou os olhos para Leticia e notou que a outra estava com a cara de poucos amigos.

--Sei lá profe, é seu jeito – Disse sorrindo.

--A aparências enganam, aqui a nota, pode pagar no caixa – Leticia disse um pouco rude entregando o pedido dos garotos

--Até mais Professora, qualquer dia desses quero dá uma voltinha na sua moto

--Vai sonhando – Leticia resmungou enquanto a vendedora não parava de sorrir – Para de rir Jane – Ela disse enquanto os meninos se afastavam para o caixa.

--O que houve? – Cleo não entendeu.

--O que houve é que esses moleques quase tiveram uma ejaculação quando viram você chegar. – Leticia ainda estava com a face vermelha de raiva

--Calma chefinha, que besteira, o que tem demais os moleques fazer uma homenagem no banheiro para a professora deles mais tarde. – Ela falava brincando enquanto sorria

-- Nossa que bobagem Let – Cleo entrou para trás do balcão e deu um selinho em Leticia que estava bicuda. – Desfaz esse bico – Cleo a encarou já esperando Leticia falar um monte de coisas sobre ela não precisar das aulas, como ela sempre fez, quando um de seus alunos se encantará com ela.

--Jane acho que o coitado vai ficar com tendinite de tanto... – Fez um gesto com a mão por baixo do balcão para ninguém ver e começaram a gargalhar, Cleo que se surpreendeu ficou sem palavras.

--Você não vai falar nada? –

--Falar o quê? Que você está mais linda que sempre foi? Que foi uma cena super sex você com essa roupa descendo dessa moto? – Cleo sorriu e deu-lhe outro selinho

--Ual Profe – Um dos rapazes disse na frente delas – Quer dizer não sabia que a senhora também “trampava” aqui .

--Não trabalho aqui, essa loja é da minha esposa – Apontou para Leticia que não escutou mais nada após isso, apenas ficou escutando ecoar em sua mente Cleo a chamando de esposa.

--Agora que ele vai ficar fazendo mil fantasias, esses moleques só pensam nisso – Jane disse e Cleo sorriu.

--Deixa disso eles são ótimos garotos, vamos Let? – Pegou uma mão de Cleo que apenas estava com um sorriso largo estampado em sua face.

--Vamos, quer dizer deixa só eu ir lá na oficina, vi o Beto entrando pela oficina – Saiu deixando Cleo ali conversando com Jane.

-- Eu já estou indo, só vim guardar os documentos, já vai – Leticia foi até o espelho e arrumou o cabelo ainda sorrindo. – Que cara de boba é essa?

--Ela me chamou de esposa Beto, disse com todas as letras essa é minha esposa – Disse abraçando o amigo

--Ei calma, não precisa me esmagar, deixa de besteira e vamos lá na frente– Saíram sorrindo, mas esse sorriso morreu ao ver quem entrava na loja. – Agora fudeu – Beto disse parando junto com a amiga

-- Eu não acredito nisso que estou vendo – Cleo disse virando-se para Leticia que estava paralisada na porta – O que ela está fazendo aqui?

--Não faço ideia – Leticia disse saindo da sua paralisia e indo para o lado de Cleo –Ela não tem nada o que fazer aqui – Disse sem olha-la, Cleo parou e olhou para Leticia.

--Eu poderia falar com você –Não se importou com Cleo

--Não, eu já falei que não tenho nada para falar com você – Leticia pegou na mão de Cleo.

--Sabe Leticia, você tem sim alguma coisa para falar com ela – Leticia encarou Cleo sem entender. – Vou te esperar lá na frente – Iria se afastar, mas Leticia a segurou pela mão.

--Não Cleo, não tenho nada para falar.

--Dá um fim logo nisso, escuta o que ela tem para falar – disse se afastando.

--Vem aqui dentro – Leticia chamou Celina.—Fala o que você tem para falar? – Foi grossa com a mulher

--Eu só vim te ver Leticia, estou com saudades. – Estava de cabeça baixa

-- Celina infelizmente não posso te ajudar, estou com minha mulher e feliz, não vou estragar minha vida outra vez.

--Então foi eu que estraguei sua vida?

--Não, não foi você, apenas eu que me deixei levar pela aventura, mas agora não vou fazer isso novamente, então te peço para se afastar, não vai rolar, agora nunca mais me procure – Abriu a porta da sala para a outra sair.

-- Eu te amo. – Disse ao passar por Leticia

--Sinto muito, mas não é reciproco, eu amo minha esposa e minha família. – Celina saiu de cabeça baixa sem olhar para mais ninguém só levantou a cabeça para encarar Cleo que estava encostada na moto a encarando.

--Você não entende não é? – Cleo realmente não entendeu

--OI? Está falando comigo? – Leticia e beto quase que correram para próximo ao verem as duas aproximando-se

--Eu não sei o que ela viu em você, mas eu vou está aqui quando ela cansar novamente –Cleo respirou fundo

-- Sabe garota eu estava me segurando a muito tempo para não quebrar a sua cara, mas você não está facilitando – Ficou bem próximo de Celina. – Agora recolha seu amor próprio e vaza daqui senão eu vou recolher ele com a mão na sua cara.

--Você não seria louca em me bater

--Eu juro que tentei me segurar, mas você não me deixou escolha – Pegou Celina pelos braços e a arrastou para a rua, todos já olhavam a cena e Cleo aproveitou isso, olhou para os mecânicos e demais funcionários da loja que estavam ali prestando atenção na confusão. – Estão vendo essa mulherzinha aqui? Se eu chegar aqui ou ao menos sonhar que ela foi atendida aqui, quem atendeu vai ser demitido entenderam? – Até Beto balançou a cabeça em afirmativo, -- E você recolha-se a sua insignificância, aprende uma coisinha com a tia Cleo, se dê o valor, se a outra não te quer, apenas levante a cabeça e siga sua vida, não insista em uma coisa onde não te dão valor, não se deixe ser usada como ela fez com você, se ela voltar a te procurar faça bom uso, mas não insista em um relacionamento assim, entendeu ou quer que eu desenhe? – Soltou o braço de Celina, deu-lhe as costas e saiu andando para a moto. – Leticia vai ficar aí? – Leticia apenas negou com a cabeça pegou o capacete e subiu na moto.

Fim do capítulo