Capitulo 8
No meu apê eu me senti segura trancando aquela porta e ajudando Rafa a seguir ate o banheiro onde ela tomou um banho enquanto que eu preparava um pouco mais de café. Eu precisava dela inteira para conversar sobre o trabalho e estava torcendo para que ela dissesse sim para mim.
Ela veio para sala um pouco mais equilibrada enrolada na toalha. Seu cabelo molhado a deixava de uma forma que eu não ia negar mas era mais linda do que o normal apesar da cara emburrada que fazia.
Eu queria acreditar que ela veio porque quis e não porque ela foi abandonada pela foguinho de palha. Enchi sua xicara e entreguei a ela.
--Minhas roupas estavam..como sempre sujas.
--Sabe que pode usar as minhas, não tem problema.
--(rs) é claro que tem. Estou me tornando um peso para você. Uma preocupação que você não deveria ter.
--Eu jamais te deixaria sozinha lá.
--Eu moro lá.
--Mesmo assim! O que ela fez não se faz! Você não é peso nenhum na minha vida, na verdade ta sendo minha benção.—falei e acho que avancei demais na minha colocação já que ela me olhou curiosa.—preciso de você...para me ajudar como repórter.
Ela parou por um momento, tomou um gole do café e foi ao quarto. Logo ela apareceu vestida para minha surpresa com meu moletom e um shortinho estilo pijaminha. Tentei não prestar atenção no detalhe que ela escolheu o mesmo moletom que eu vestia ontem e agora se abraçava com ele como se quisesse que seu cheiro se prendesse a ela.eu só podia estar ficando maluca pensando assim.
Nos sentamos no sofá, ela encolhida de um lado e eu toda esperta do outro assistindo ela devorar sua xicara de café.
--Quer minha ajuda com seu trabalho?
--Isso.
--Sabe que..eu não posso dedurar ninguém né..
--Você deve conhece essa cidade como a palma da sua mão. Só preciso que me dê uns toques para começar. Porque de verdade..tem muita coisa errada por aqui e sei que sozinha eu entraria nas piores enrascadas.
--(rs) isso seria verdade...tenho como não aceitar? É claro que eu te ajudo. Depois do que fez e ainda faz para mim..
--Não é nada..
--Você me trouxe para dentro da sua casa sem nem me conhecer.
--Fala como se isso fosse impossível de acontecer, como se você fosse uma péssima pessoa.eu confiei em você custa acreditar?
Ela me olhou pensativa enquanto tomava mais um gole de café e aqueles seus olhos sempre me faziam teorizar mil coisas a cada momento. O que ela tanto pensa sobre mim?
--Mais alguém vai ajudar?—perguntou ela interessada.
--Tipo quem?
--Sei lá. Teu namorado?
--De onde tirou isso?
--...o cara que te ligou..Afonso né?
--...que?
--......
Ficamos nos encarando por uns segundos e acho que deu pane no sistema.
--Esta achando que eu e Afonso..(rs) não!
--Não?
--Ele é apenas um amigo.
--Ah um amigo.
--É sério.(rs) seria loucura nós dois juntos..
--Por que?—perguntou ela ainda mais curiosa.
Eu não sou de ficar abrindo o jogo com ninguém além das meninas que ficam comigo e olha que elas só descobrem da minha sexualidade quando enfim nos beijamos e muitas delas ate duvidavam muito ate depois do sex*. Não era surpresa. Todo mundo dizia que eu era a amiga hetero, que nem a pau daria uma chance nem mesmo para a garota mais bonita do colégio ou da faculdade. Mal sabia eles que eu já tinha ficado com cada uma só no off. Com Rafa tudo tava sendo tão diferente.eu não queria esconder mas também não queria entregar tudo de bandeja para ela. Era isso e pela cara dela ela certamente não me perguntaria mais nada.
--Como vamos fazer isso?—ela perguntou e fiquei aliviada com a mudança de assunto.
--Ai que fico perdida. sua ideia de investigar algo novo muito me interessou. Principalmente porque estamos próximos a comunidade e todo dia acontece algo por lá. Imagina as historias que podemos encontrar e..—falei e ela me olhava séria e de uma forma tão curiosa que ela conseguiu me fazer perder meu raciocínio.—o que foi?
--Por que na comunidade?
--Fala sério. Tem de tudo por lá.
--Como também pessoas de bem que se ouvissem isso surtariam com você.
--Não estou generalizando só sendo realista. Há dois lados nessa moeda sim e com essa doença a comunidade esta propicia a desenvolver um aumento no índice de criminalidade.
--Olhando por esse lado..
--O crime usa o disfarce de que somente pobre é capaz de transformar a vida desses moradores em uma perfeita roleta russa mas sabemos que há gente com muita grana envolvida nesse meio. Gente que poderia estar ajudando de verdade ao invés dar a eles essa alternativa. Quem é o “Aranha” que sua amiguinha foi se encontrar?
--É só um cara.
--Com esse nome?
--Eu acho que vou dormir um pouco.—ela se ergueu e foi se espreguiçando para a cozinha lavar a xicara.eu tive que segui-la já com minha cabeça a mil.
--Você sabe de alguma coisa.—me apoiei na pia e ela me olhou surpresa mas disfarçou bem.
--Não há nada para saber.
--Será?—perguntei mas ela com aquela carinha pensativa e aquela boquinha entre aberta tiravam toda minha atenção. Acho que me esqueci que ela tinha seus olhos sobre mim e foquei no que eu mais queria.me atraia, me enchia de vontade de beija-la e seria louco se fosse possível e por um momento ate achei já que ela também encarou minha boca e sorriu desconcertada.
--Eu..vou tentar dormir um pouco.eu acho que ainda tô meio bêbada..você também deveria.
--Por que?
--Porque mais tarde a gente vai começar a trabalhar.
--Mais tarde você diz..de madrugada? Na comunidade??—eu tentei não me animar com ela tão séria mas posso dizer que controlei minha ansiedade com um bater de palmas.
--(rs) pela sua surpresa já deve ter ido durante o dia mas a noite..
--Eu nunca fui a noite.
--Ótimo vou adorar trabalhar com você.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Rosa Maria
Em: 24/06/2020
Millah... você e esse seu don de parar o capítulo no momento crucial nos deixando curiosas... Kkkkkkk
Beijo
Rosa 🌹
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