Capitulo 7
Eu esperei ela voltar mas depois de meia hora eu vi que isso já estava ficando estranho demais para mim.eu tentei ocupar minha mente com o trabalho, com um café vendo o tempo esquecer a ideia de um céu azul para aquele dia para o retorno de um novo nublado,eu malhei para cansar qualquer pensamento que eu tinha em relação a ela e nem mesmo assim ela me deixava em paz.
Depois de um banho voltei para o pc e tentei focar no trabalho.eu estava tentando muito e conseguindo nada. De repente meu celular tocou e era Afonso mais uma vez.
--Oi. —falei e devo admitir que não estava muito para papo.
--Meu deus que bicho te mordeu? Da pra sentir o tanto que ta adorando este belo dia. Já que você ta toda rabugenta eu só vou falar e desligar.eu falei com a chefe e ela topou! Você tem o cargo temporário da chatinha!!!
--Esta falando sério? Não é piada nem putaria sua?
--Eu não perderia meu tempo tão cedo com isso querida. Ela disse que vai ligar para você e quer ter certeza que você vai dar conta do recado.
--Ta bom.
--Ta bom?(rs) ta bom?!é inacreditável. O que você tem hoje ein?não to entendendo.
--Eu...conheci uma pessoa.
Ele riu horrores de mim e eu tive que aturar ate ele terminar.
--Na quarentena? Logo agora? Você não se segura mesmo.
--Eu não procurei.eu juro!
--Aham sei..
--Ela me ajudou com as compras e...
--Já vi..a cinderela deixou aquela saudade né? amor,não posso contigo dispersa com a cabeça na lua pensando na bonita, eu tenho que te ter focada nesse projeto.ai de mim se você não der bons frutos para o canal já que ta todo mundo maluco, pirando para saber de novas noticias. Então pode começar se adiantando que eu quero ver você ficar definitivamente neste posto viu dona Amanda.
--(rs) valeu Afonso.
Nos despedimos e voltei ao pc.eu tinha que focar no trabalho como Afonso me falou mas quando dei por mim vi que era mais um dia perdido e agora sozinha. Ela não ia voltar.
No outro dia amanheci com o celular tocando e com o susto eu pulei da cama para atender.
--Alô???!
--Bom dia Amanda. Como você tá?—era minha chefe e não sei porque me sentia tão decepcionada.
--Tô bem. acordei quase agora..
--Que bom pra você mas como Afonso já deve ter te informado eu decidi por livre e espontânea pressão dele te colocar no lugar da Juliana Abreu.
--Desculpa por isso. Ele as vezes ultrapassa os limites.
--(rs) quem tem limites é município querida. E eu gostei da ideia. Você sempre me apresenta ótimos textos para o site não seria novidade se me trouxesse um conteúdo interessante.
--Vou dar meu máximo.
--Já tem o assunto?
--O assunto?
--Sim, creio que desde ontem deva ter pensado em algo.
--Ah sim!(rs)..como não teria.
--Hm então não me conte, gosto de ser surpreendida. Vou mandar o boy levar o crachá de repórter que também é uma permissão para andar pelas ruas, é como estamos fazendo e claro não se preocupe com o câmera, basta ligar que ele corre ate você, onde quer que você esteja. Então como já autorizada sinta-se a vontade para pedir a equipe o que precisar.
Ela desligou e de verdade senti o peso dessa responsabilidade.
--Legal..agora só falta a pauta.eu tô lascada.
No meu desespero eu me lembrei da conversa que tive com Rafa. As ruas estavam cheias de novas noticias a minha espera mas eu não conhecia nada das ruas. Nada além da minha.
--Ela bem que poderia me ajudar..onde foi mesmo que ela disse que ficava??...(rs) eu devo ta ficando maluca!—olhei para a lavanderia e vi suas roupas. Pareciam secas de vez.
Peguei meu celular e olhando no mapa ao redor do meu predio eu encontrei a poucas quadras daqui um terreno. Já tinha um tempo que deveria ter se erguido um prédio novo mas se mantinha pelo que eu via esquecido.
E se ela estivesse lá como me disse no velho container seria minha salvação. Ou isso era a merd* de um pretexto para ver ela de novo?
--Ah fala sério! Eu tenho bons motivos para procurar a Rafa! É..eu tenho..
Tomei um banho, penteei meu cabelo e coloquei minhas roupas. Meu jeans subiu tão rápido que me senti a própria supergirl calçando meu salto, minha regata e minha jaqueta logo vieram depois e minha pressa era tanta que quase esqueci minha bolsa e minha mascara.
Peguei o elevador e nunca fiquei tão impaciente como agora. Eu podia ver no espelho que eu não tava no meu normal. Eu estava saindo da minha quarentena para catar Rafa de onde quer que ela estivesse depois dela sumir com aquela foguinho só por causa de uma matéria porque a porr* do meu cérebro estava se recusando trabalhar. Por que eu me perguntava.
Cheguei no saguão e passei pela portaria com Raul me dando bom dia bem animadinho.
--Viu ai,não tem ninguém pra te perturbar hoje.—disse ele.
--Tem certeza?—ele me estressou e sai dali agradecendo estar de mascara para ele não ver minha cara.
Seriam poucas quadras de caminhada mas a minha paciência tinha se esgotado na primeira rua que cruzei. Como ela teve coragem??nem me avisou que sumiria e eu besta indo atrás de noticias dela. O que estava acontecendo comigo meu deus??
Eu estava tão perdida que nem sabia como puxaria assunto.
“Ah a matéria, lembre-se da matéria?!”
Eu to cagando para isso agora porque não me enfiav* na cabeça que o que aconteceu com a gente foi uma causalidade. Eu cheia de sacolas para carregar e ela toda atenciosa a me ajudar.eu sequer sabia que aquela mulher ia dormir na porta do meu prédio numa noite chuvosa e acordar na minha cama. Que bastaria ela sorrir ou olhar para mim que minha mente travaria.eu não queria acreditar que eu estava mesmo indo atrás dela porque queria estar com ela, porque eu me importava com ela.
O terreno eu logo avistei depois da minha caminhada de dez minutos. O local estava fechado com uma grade branca enferrujada e que facilmente poderia ser pulada já que não havia proteção alguma por cima e o mato alto em seu interior dificultava a visão para qualquer coisa dentro dele. Procurei uma entrada e ainda bem que não havia ninguém naquela rua morta e nem nas casas em frente ao terreno, pois eu seria facilmente confundida com uma louca tentando invadir o lugar. Logo achei o portão com o ferrolho enferrujado e trancado. Como se entrava ali??o bom disso, foi ver que dali do portão era mais fácil reconhecer o container com sua cor azul escuro em meio ao verde e a da trilha onde o mato tinha sido afastado. Eu tinha que ter coragem. Eu me arriscaria subir aquela grade por ela??
Segurei na grade e antes que eu começasse a subir percebi um arame na barra do alto e na barra de baixo que segurava uma parte da grade e que assim que puxei para o lado percebi que um metro da grade se transformou em uma porta de correr. Foi impressionante!
Entrei e segui pelo caminho e com alguns metros percorridos eu encontrei o container e a porta foi o meu destino. Respirei fundo e bati.
Levou quatro batidas para a porta se abrir mas minha animação se perdeu quando me deparei com aquela mulher. Aquela mulher de calcinha e sutiã e era impressionante, não foi o cabelo curto bagunçado de uma noite bem aproveitada e nem o físico de uma top model mas sim o sorriso debochado no rosto por me ver que tanto me irritou. Foguinho era linda sem aquelas roupas e pelo visto sabia perfeitamente disso.
--Eu tô procurando a Rafaela.—falei seriamente ganhando dela um sorrisinho.
--A Rafa? Hm...por que?—perguntou ela cruzando os braços. Eu senti seu tom irônico de longe.
--Eu...quero falar com ela.
--Ah você é a mina do apê né?(rs)
--É eu sou!
--O que quer falar com ela?
--Ela esta ou não ai?
Ela escancarou a porta e moveu seu corpo para que eu pudesse ver o interior do container e me surpreendi. Além do lugar parecer uma casinha bem decorada eu vi deitada numa cama de solteiro a bela adormecida. Rafa estava acabada e pelo visto a noite tinha sido cansativa já que mesmo coberta pelo cobertor deu pra perceber que ela estava sem a camisa, a minha no caso jogada ao piso.
--Eu cheguei na cidade anteontem.(rs) eu só queria comemorar com ela o meu retorno.—ela falou e eu estava me esforçando para não me estressar.
--Estamos no meio de uma quarentena. Os bares deveriam estar fechados..
--(rs) sempre tem um lugarzinho especial na comunidade. Acho que isso você não entende né.
--O que quer dizer com isso? Conheço bem aquela comunidade.
--Duvido. (rs) e certeza que você também não conhece Rafa. Não do jeito que EU conheço. Ela faria qualquer coisa por mim..
Ela estava começando a me irritar mas engoli meu orgulho quando me atrevi a entrar nessa aventura em busca da danada.
--Que bom pra você mas preciso mesmo falar com ela.
--Do jeito que ela ta..volta depois.
Respirei fundo e ate desisti mas ouvimos um tombo que nos fez olhar para o interior. Rafa estava passando mal e estava prestes a vomitar quando se levantou do piso e foi ajudada pela foguinho que a trouxe para fora e para minha não tão surpresa Rafa estava de calcinha e sutiã também e praticamente foi colocada de quatro para vomitar no matagal.
--Viu só? Vomita meu amor.—ela deu dois tapinhas nas costas dela e um sorrisinho. Isso era um absurdo.
--Ela ta muito mal.—falei.
--Ela bebeu demais.—retrucou ela sem muita preocupação.
Ela parou e eu me aproximei dela para ajudar.
--Você ta bem?—ajeitei seu cabelo e ela me olhou com estranheza e claro envergonhada.
--O que ta fazendo aqui?
--(rs) sério que teremos essa conversa? Olha o seu estado. do jeito que te achei..poderia ter me dito muito bem que não voltaria para pelo menos você levar suas roupas.
--Se o caso é esse eu pego depois mas as suas eu vou lavar antes também.(rs)..elas estão ali ó.—ela apontou para o interior do container e eu queria que fosse apenas isso mas olhando bem para ela vi seu pulso marcado por dedos deixando sua pele roxa. O segurão que ela levou marcou e me irritou.
--O que você fez com ela?—me ergui e eu me segurei para não ir para cima daquela mulher que tudo que fazia era sorrir do estado de Rafa.
--Eu não fiz nada!—ela falou se afastando de mim e ainda rindo.
--E os hematomas aparecem do nada?
--Ela fica assim todo santo dia! É muito fácil ver ela caída por ai e quando isso não acontece ela entra em confusões por causa de cachaça. Você realmente não a conhece. Acha que só porque entrou na vida dela tem alguns dias que pode com essa ai?(rs) ela deve ter ficado bem ansiosa para ir embora né? Ela não vive sem uma boa biritinha.
--Cuidar dela era o mínimo que deveria fazer.
--Só que eu tenho que trabalhar e foi ate bom você aparecer aqui bem cedo porque eu não posso me atrasar.
--E você vai deixar ela assim?
--Você ta aqui né, aproveita e cuida.(rs) já fez isso uma vez.—ela falou entrando despreocupada no container atrás de suas roupas e ela realmente não ligava que Rafa estivesse ali passando mal. Nem que eu visse isso todos os dias eu teria a falta de empatia que ela possuía.
Ela ficou pronta rapidinho e pegando uma mochila a colocou nas costas como se nada estivesse acontecendo.
--Você volta né?—perguntou Rafa e eu estava impressionada. Aquela tal de foguinho estava deixando ela acabada e ela estava preocupada se ela ia retornar? Que dependência era aquela por essa mulher?
--(rs) se preocupa não que eu te acho.eu vou falar com o Aranha e você quando eu voltar vai estar linda como sempre e pronta pra outra.—ela saiu sorridente e claro não escondi minha cara indignada a Rafa.
--O que foi??—perguntou Rafa se levantando tendo que ser segurada por mim para não cair.
--“quando eu voltar você vai estar linda como sempre e pronta para outra”—a imitei e fui ate mais idiota do que ela aparentava ser só pra demonstrar o quanto adorei ver aquela putaria.
--Ah para..ela ta falando a verdade.—respondeu ela manhosa.
--Vai se vestir porque você vai pra casa comigo.
--E se ela voltar e não me ver aqui.
--Eu to cagando pra ela! Você também deveria fazer isso. Fala sério. Ela tava rindo de você e essas marcas não me enganam.
--Ela não me bate ta bom...é que as vezes eu..dificulto.
-- Nada justifica.
--Vai dizer que não te dei trabalho?
--(rs) essa não é a questão. Basta você analisar como acordou hoje e como acordou no dia que te acolhi.
Fim do capítulo
Mais um cap e claro não poderia deixar de agradecer aos comentários do cap passado.vcs são demais e são lindas maravilhosas e é muito bom ver que estão curtindo a historia e ta todo mundo curioso kkkk bjs amo vcs.
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