Capitulo 17 - Eu amava poder protegê-la
Isadora
O tempo foi passando e Rafa não voltou para a casa. Pediu uma pizza e comemos enquanto assistíamos televisão. Não saímos da cama o dia inteirinho.
– Isa! Lembrei de uma coisa! Essa semana tenho que escolher meu vestido! – é, ela não desistiu do casamento - E você tem que escolher o seu também! Amanhã mesmo vamos àquela estilista que eu te falei, e vamos começar a escolher as roupas do casamento! Você vai ser madrinha, e eu quero escolher pessoalmente seu vestido! Bem que eu queria que você pudesse fazer as duas coisas. Ser a madrinha e a fotógrafa. Suas fotos são ótimas. Ninguém faria um trabalho tão bom quanto o seu.
Quando ela falou aquilo eu vi uma ótima oportunidade.
– Eu não posso fazer as duas coisas, sua boba! – se eu ficasse fotografando não precisaria fazer um esforço sobre humano para sorrir na frente do altar – Mas acho que eu prefiro fotografar. É seu casamento, é importante, mas ser madrinha é uma coisa tão chata! Ficar lá parada, o tempo todo. É isso! Vou fotografar seu casamento!
Ela não gostou muito, mas isso era ótimo. Melhor estar atrás da câmera do que na frente.
Rafa dormiu agarrada comigo de novo e quando acordei no dia seguinte ela não estava. Fiquei um pouco triste e bateu saudade. Seria muito bom poder acordar e vê-la ali ao meu lado todo dia. Fui trabalhar, tinha uma reunião no meio da manhã. Depois a Rafa me ligou, e na hora do almoço fomos escolher os vestidos. Ela estava super empolgada marcando vários modelos para mim nas revistas.
– Você vai ficar linda nesse aqui! – mas dali a pouco ela mudava de ideia – Acho que esse vai ficar melhor em você!
– Rafa, basta escolher um...
– É difícil! Você fica bem em muita coisa.
Tentei argumentar que seria difícil fotografar com vestido longo, mas acabei cedendo e ela escolheu um vestido azul para mim.
O modelo dela foi um pouco mais demorado porque, convenhamos, vestido de casamento é quase tudo igual! Brancos e brancos, longos. Enfim vi um modelo que era a cara dela, no meio de toda aquela brancura quase igual e ela escolheu aquele mesmo.
Depois fomos realmente almoçar, já estava quase na hora de voltar para o trabalho.
– Mal posso esperar para experimentar os vestidos! – disse toda animada.
Eu respirei fundo.
– Então você tem mesmo certeza do casamento? – ela me olhou e pensou um pouco antes de responder.
– É... foi só uma briguinha...
– Vocês já conversaram?
– Ainda não... mas ele já me ligou e pediu desculpas.
– Rafa, eu vou te apoiar em qualquer coisa, mas se ele te machucar eu acabo com ele! – disse com raiva – É sério, se ele em algum momento fizer qualquer coisa ruim com você, ele já era!
Não ia deixar ele magoá-la. Sempre a protegi.
Lembro de uma vez quando tínhamos vinte anos e estávamos num barzinho. Um menino, já bêbado, insistia em ficar com ela, mesmo ela já tendo dito que não.
– Só um beijinho – insistia sentado perto dela.
– Não, obrigada – tentava ser gentil e ia chegando cada vez mais para o lado.
Ele era amigo de algum amigo nosso, por isso estava na mesma mesa que a gente. As pessoas estavam conversando descontraídas ou curtindo o som da banda que tocava. Eu estava só prestando atenção nos dois. Ele não desistia. Depois de mais alguns minutos de insistência ele começou a tentar partir para cima dela. Ela instintivamente levantou e ficou perto de outros amigos nossos, que estavam em pé, dançando. Ele foi atrás e tentou beijá-la a força. Levantei no mesmo segundo e fiquei tomada por um sentimento de proteção fortíssimo. A raiva já estava grande, mas naquele momento a proporção foi enorme. Cheguei perto e o empurrei possessa.
– Ela já disse que não quer! Sai daqui! – disse me botando na sua frente.
Ela segurou meu braço, como se buscasse pela proteção, e eu continuei olhando para ele com muita, muita raiva, até que ele veio para cima de mim.
– Não se mete, garota! Sai da minha frente – disse e tentou pegar no braço da Rafa.
Foi instintivo empurrá-lo de novo, mais forte.
– Fica longe dela! – disse ameaçadora.
Ele ficou com raiva de mim também e veio para cima ameaçadoramente. Naquele momento, para protegê-la, eu me senti capaz de qualquer coisa. Como se meu corpo e mente soubessem que agora eles podiam fazer o que quisessem. Como se eu fosse suficientemente forte para tudo que precisasse. Então, quando ele tentou me empurrar bruscamente, para que eu saísse da frente, não precisei pensar duas vezes antes dar um soco na cara dele.
As pessoas em volta se atentaram logo para a briga, e antes que ele pudesse se estabilizar de novo e vir para cima de mim, alguns amigos seus se aproximaram e o impediram. Não criamos alvoroço nenhum, mas Rafa ficou um pouco assustada.
– Sua maluca! Ele era duas vezes maior que você! – disse se abraçando a mim.
– Eu nunca ia deixar ele fazer nada com você, mesmo se fosse três vezes maior!
Eu havia protegido a Rafa em momentos anteriores e também posteriores a esse, mas apenas nesse cheguei a realmente brigar com alguém fisicamente. Ela se sentia segura comigo, podia perceber. Sempre se agarrava a mim quando se sentia ameaçada de alguma forma. Eu amava poder protegê-la.
Voltei para o trabalho e fiquei lá até bem tarde. Quando cheguei já eram quase nove horas da noite. Tomei um banho demorado, comi alguma coisa e fui me preparar para dormir. Quando cheguei perto da cama vi que ainda estava desarrumada e deitei-me sentindo o cheiro da Rafa por todo o lençol, até no meu pijama. Relaxei e não pude deixar de desejar que ela estivesse ali de novo.
O resto da semana foi tranquilo. A Rafa me ligava todo dia para me dizer que passaria na minha casa sexta a noite, para eu não marcar nada.
– Eu sei, eu sei. Você me disse isso ontem, lembra?
– Eu estou só confirmando... – ela estava tramando alguma coisa.
No meio da semana saí com o João para conversar e contei os últimos acontecimentos. Ele me olhava estranho e falava para eu tomar alguma decisão, mas eu não queria decidir nada, não no momento. Eu só queria aproveitar a Rafa como eu sempre fiz. Sem pensar nesse casamento estúpido.
Enfim chegou sexta feira e a Rafa ficava me ligando para saber que horas iria voltar, e como não tinha uma hora certa ela continuava.
– Pronto, estou em casa! – liguei assim que cheguei.
– Estou indo aí.
Quando eu abro a porta para ela, encontro uma Rafa com duas malas nas mãos.
– Vamos viajar! Arruma suas coisas! – disse simplesmente.
– Como assim, Rafa?
– Eu escolhi e reservei o hotel. Tudo pronto, você só precisa arrumar as malas.
Fiquei boba.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Anny Grazielly
Em: 06/08/2020
Rapaz... essa viagem ... só Deus!!!
Resposta do autor:
Essas duas não se desgrudam! Viagem de casal e nem reparam rs
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HelOliveira
Em: 13/06/2020
Aqui deitada esperando a Isa tomar coragem rsrs...nessa viagem tem que sair o beijo..
Resposta do autor:
Melhor esperar deitada mesmor rs
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EriOli
Em: 12/06/2020
Isa já está me dando nos nervos! Affs, mas a esperança é a última que acaba! Só espero que tenha um pote de coragem no serviço de quato desse hotel kkkkkk
Resposta do autor:
Essa covardia dela irrita mesmo, mas tenha paciencia! Vai valer a pena!
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lay colombo
Em: 12/06/2020
Rafaela do céu kkkkkk
Resposta do autor:
Ela irrita qualquer um hauhauah
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