-- Mãêêêê! – Escutaram as batidas na porta.

--OI filha – Leticia disse já levantando e se vestindo.

--Está trancado – Ela lembrou que não destrancou a porta.

--A mãe esqueceu de destrancar – Cléo  levantou-se deu um selinho na outra e correu para o banheiro, logo que ela entrou Leticia abriu a porta para a filha.

--Bom dia filha – Disse vendo a menina entrar e correr para a cama.

--Mãe a senhora me leva para a pracinha hoje novamente?

--Não sei, mais tarde conversamos sobre isso, agora vai tomar seu banho que dormiu suja ontem – Leticia disse abraçando a menina que estava pulando na sua cama.

--Posso ir de vestido?

--Nada de vestido Isa, têm que usar a farda – Cléo  gritou de dentro do banheiro.

--Saco – A menina disse descendo da cama.

--Ei mocinha volta aqui – Leticia a chamou.

--O que é? -Ela disse com ignorância.

--Isso são modos de falar Isadora? – Leticia reclamou.

--Desculpas – A menina disse de cabeça baixa.

--Vai ficar de castigo por isso, nada de computador ou internet por hoje – A menina fez cara feia. – E nada de reclamar, já para o banho – A criança nada disse apenas foi saiu do quarto.

--O que ela fez? – Cléo  saiu do banheiro de toalha

--Apenas as reclamações cotidianas. – Leticia abraçou a mulher. – Era para ter me esperado, tenho certeza que não conseguiu tomar banho direito -  Disse sorrindo

--Realmente, mas não dá tempo de você lavar minhas costas – Leticia sorriu.

--Então vou lá lavar as minhas – Correu para o banheiro, após o banho parou na frente do espelho e viu as marcas que a esposa deixou em seu corpo, abriu a gaveta que ficava os remédios, pegou um band aid e colou em uma marca roxa que tinha em seu pescoço, não deu para cobri-la toda, mas dava para disfarçar, trocou de roupa e foi para cozinha, deu bom dia a sogra que estava a mesa.

--Let eu vou ter uma reunião mais tarde, você pode levar a Isa para a loja? Assim que largar eu passo lá e a pego

--Pode deixar – Voltou sua atenção para a comida logo depois foi para o trabalho.

 

--Esqueceu que eu estava aqui? – Zilda perguntou assim que Leticia saiu.

--Logico que não mãe por que da pergunta? – Ela estava lavando a louça

--Você sempre me respeitou, mal beija a Leticia quando estou aqui e ontem parece que esqueceu minha presença

--Você escutou? – Cléo  começou a sorrir

--Eu levantei para beber agua, tiver que passar em frente ao quarto – Disse seria. – Não vejo motivos para você está sorrindo, ao menos podiam me respeitar

--Mãe em nenhum momento eu te desrespeitei, estava fazendo amor com minha esposa, não vejo mal nisso – Disse sem se importar com a mãe.

--Não vou nem falar nada – Disse levantando – Eu estou indo para casa, pode chamar um carro para mim? – Cléo  apenas afirmou com a cabeça vendo a mãe sair da cozinha.

 

 

 

 

-- Bom dia povo lindo – Leticia falou assim que entrou na loja, estavam Beto, Tom e Jane no balcão.

--Acho que alguém acordou de bom humor- Disse Tom

--Bom humor não, isso tem cara de sex*, muito sex* – Beto disse levando todos a sorrirem.

--Não tem nem como negar, olha esse pescoço, a chefinha loira fez um ótimo trabalho aqui – Disse Jane.

--Deixem de ser intrometidos, vamos trabalhar – Disse entrando para a oficina.

 

 

--Então conversaram? – Beto aproximou-se da amiga que colocava seu macacão cinza

--Mais ou menos

--Nossa ela fez um estrago mesmo – Beto apontou umas marcas de mordidas no ombro dela.

--Foi uma bela noite mesmo – Sorriu ao lembrar de alguns detalhes – Mas foi tenso, eu e a santa da minha sogra discutimos eu sair de casa cheia de raiva e fui para o bar que você me levou, lá encontrei a Celina e ela sentou comigo.

--A bartender gostosa?

--Ela mesmo, ficamos de papo por algum tempo até a Cléo  aparecer, ela foi com os professores do cursinho comemorar o aniversário de um deles, ela achou que eu estava traindo-a, foi difícil convencê-la que não era nada disso.

-- A Cléo  com ciúme é um diabo mesmo – Sorriu 

-- Eu que o diga – Disse fechando o zíper do macacão e saindo para começar seu trabalho, na hora do almoço foi pegar a filha na escola, almoçaram e foram para oficina.

--Mãe posso ficar aqui? – A menina perguntou vendo a mãe consertando um motor.

--Não é melhor você ficar lá no balcão com a tia Jane?

--A senhora não deixa eu mexer no celular -Fez bico

--A senhora está de castigo esqueceu? – Sorriu para a criança – Senta ai e não mexe em nada – A menina ficou ali sentada conversando com a mãe.

--Nossa tem uma assistência hoje? -Perguntou Celina aproximando-se

--Essa assistente ai só sabe falar mesmo – Leticia disse sorrindo – Tudo bem?

--Tudo sim, vim fazer a revisão aproveitar que estou de folga – Sorriu para a menina que retribuiu.

--Essa é a Isadora, filha essa é a Celina amiga da mãe.

--Oi Celina

--Nossa você é filha dela? – A menina afirmou balançando a cabeça em positivo. – Mentira,  serio mesmo? – A menina voltou a afirmar com a cabeça – Pensei que você fosse alguma princesa igual das historias – A menina sorriu

--Não fala isso, senão daqui a pouco ela vai querer ficar com o vestido de princesa dela para o resto da vida .

--Mas mãe eu sou uma princesa – As adultas sorriram.

--- Sei princesa, fica ai que vou pegar a moto dela – Celina entregou a chave para Leticia que foi na frente da oficina colocar a moto para dentro, enquanto isso Celina sentou-se ao lado da menina e começou a conversar, Leticia começou a mexer na moto dela enquanto sorria escutando a conversa das duas

 

--Boa tarde gente – Cléo  disse entrando na loja

--Chefinha loira, quanto tempo – Jane disse abraçando a mulher.

--Faz um tempo que não venho por aqui mesmo – Sorriu para a mulher – Onde está minha cria?

--Está lá na oficina a Leticia não deixou ela ficar no computador dai ficou enfadada  de ficar aqui

--Aquela ali se deixar passa o dia vendo aqueles vídeos chatos na internet – Cléo  disse entrando para ir na oficina, assim que entrou não gostou nada do que viu.

--Mamãe a senhora já chegou – Leticia sentiu um pingo de suor brotar em sua testa, quando olhou para a mulher soube que iria ter problemas.

--Cheguei meu amor, você se comportou? – A menina afirmou com a cabeça. – Vamos para casa que nem almocei ainda

-- Tchau tia Celina

--Tchau princesinha. – Disse ficando em pé – Eu vou indo Leticia, quando acabar pedi para me ligarem deixei meu número no cadastro.

--Pode deixar, mas só ficará pronta amanhã.

--Imaginei isso, bem vou indo – Olhou para Cléo  – Boa tarde – Deu tchau e saiu.

-- Meu amor vai lá para perto da tia Jane que eu preciso conversar com a sua mãe – A menina saiu dali e Leticia aproximou-se já se justificando.

---Não vai tirar conclusões precipitadas.

--Vamos lá para dentro – Disse indo para o interior da oficina, Leticia pediu para o um funcionário continuar o serviço que ela estava fazendo e seguiu ao encontro da mulher.  – O que significa isso Leticia? O que realmente está acontecendo entre você e essa mulher? – Ela estava com uma expressão fechada, se controlando.

-- Eu já disse que nada, ela é apenas uma cliente, como você mesma viu estou ajeitando a moto dela.

--Cliente é? Sentada daquele jeito no sofá? Faça-me o favor – Disse dando as costas.

-- Cléo  eu já disse a verdade, se não quiser acreditar é com você – Respirou fundo. – Você me conhece mais de que ninguém sabe que nunca faria isso com você.

--Será mesmo Leticia?

--Não confia mais em mim?

--Leticia você está ocupa... – Beto entrou na sala e parou ao ver a loira – Cléo zinha, você por aqui? – Disse dando dois beijinhos na mulher.

--Oi Beto, vim pegar a Isa, mas já estou de saída – Disse pegando a bolsa que estava em uma bancada e a colocando no ombro.

--Serio que já brigaram novamente? - Beto disse encarando as duas.

--Pergunta para sua amiga que parece está mais interessada em uma garçonete novinha – Disse saindo

--Ainda com ciúmes?

--A Celina trouxe a moto para a revisão e ela a encontrou aqui – Leticia respirou fundo.

--Desculpa colocar mertiolate na ferida, mas ela está com raiva, muita raiva.

--Eu percebi – Disse saindo

--Vai atrás dela, conversa com ela

--Eu não, eu não fiz nada de errado para estar me explicando – Voltou a fazer o seu trabalho.

--Mas é teimosa mesmo – Beto disse saindo, iria conversa com a loira, mas não a viu mais.

--A Cléo  saiu com uma cara – Jane comentou.

--Elas brigaram – Beto explicou

--Gente, mas já? Elas mal tiveram uma noite de sex* selvagem e já brigaram? Que desperdício, enquanto umas tem e não valorizam eu aqui desesperada atrás

--Desesperada atrás de que? De uma briga?

-- Não de sex* selvagem – Suspirou

--Eu já disse que posso resolver esse seu problema a hora que você quiser – Deu seu sorriso mais galante

--E eu Já disse que você é muito homem para mim, seu safado – Beto sorriu

--Se te conforta eu ainda tenho o mesmo que as meninas, só basta me dá uma chance de mostrar

--Já disse que não gosto de homem, bonitão – Ela afastou-se para atender uma cliente deixando Beto sorrindo, um dia ainda levaria aquela mulher para cama.

 

 

-- Tia Bruna!- A menina entrou correndo no consultório da psicóloga assim que um paciente saiu.

--Nossa que surpresa tão boa – Abraçou a menina.

--Isa vai brincar um pouco com os brinquedos que a mãe quer conversar com a tia Bruna.

--Tá certo mãe – A menina foi para fora do consultório onde tinha alguns brinquedos.

--O que houve?

--O que houve é que acho que a Leticia está tendo um caso -Disse sentando na cadeira destinada aos pacientes

--Como assim te traindo? Você viu? Pegou ela com outra?

--Não peguei, mas eu sei, ontem ela me prometeu que não tinha nada com essa mulher, mas hoje eu encontro ela na oficina toda a vontade ainda mais conversando com a Isa, e a biscate ainda por cima é bonita, mais nova. -ela fechou os olhos – Acho que meu casamento está indo pelo ralo – deixou uma lagrima escorrer.

--Calminha ai, você não têm certeza, então não  vai tirar conclusões precipitadas

--Eu não estou tirando conclusões precipitadas,, apenas juntando os fatos.

--Que fatos Cléo ?

-- Ela está cada dia mais distante, saindo sem me avisar indo encontrar com ela, sem contar as coisas que acontecem no dia a dia.

--Mas você perguntou?

--Perguntei, ontem, ela me disse que não tinha nada com ela, que me amava, tivemos uma noite maravilhosa e o que eu encontro hoje quando chego na oficina? Aquela mulher conversando com minha filha.

--Cléo , você não tem como ter certeza disso, a Leticia nunca te deu motivos para você desconfiar dela.

--Mas como posso ter certeza?

--Você tem a historia de mais de dez anos, uma família e muita prova que essa mulher sempre foi louca por você.

--Eu não sei mais o que pensar – Disse de cabeça baixa, deixou uma lagrima escorrer.

--Você a ama?

--Amo demais Bruna, sempre pensei passar o resto da minha vida com aquela mulher.

-- Então amiga, luta por ela, se caso ela estiver mesmo com essa piranhazinha, eu sou mais você, eu sei que ela é louca por você.

--O que você acha que devo fazer?

-- Ei levanta essa cabeça e vai à luta, conversa com ela direitinho, quem sabe vocês não se entendam?

 --Mas e si ela confirmar que está mesmo me traindo? Eu nunca vou perdoa-la nunca. – disse enxugando as lagrimas.

--Me espera lá fora tenho uma paciente agora, mas será rápido, daí você me deixa com a Isa lá em casa depois vai até a oficina busca-la, eu sugiro um jantar, não vão para casa, entendido?

--Mas eu tenho aula essa noite.

 --Diga que não vai poder ir, tenho certeza que não vai perder o emprego por isso. --Tudo bem, você está certa.

 – Levantou-se e saiu, ficou ali com a filha por meia hora, depois saiu com a amiga. -- Então mais tranquila?

 

 

--Estou com a cabeça estourando Beto.

 --Se acalma, não adianta nada ficar assim, ela estava com ciúmes, é normal, todo mundo sente ciúmes.

--Eu não sinto, sabe por quê? Eu confio nela, não precisava daquela cena toda. Respirou fundo – Acabei a revisão, me traz o telefone de Celina para eu avisar

 --Deixa que eu ligo, vai lá no escritório tem alguns documentos das autorizadas para você assinar.

 -- Eu odeio essas burocracias, antes vou tomar um banho, depois de assinar eu vou para casa, me avisa quando a Celina chegar para pegar a moto.

--Leticia, Leticia - Beto disse entrando com ela no pequeno banheiro que tinha ali. --O que foi?

--Cuidado para não se envolver.

--Eu não estou me envolvendo, apenas acho ela legal, até a Isa que não é fácil de sentar e conversar com alguém gostou dela, não pensa besteira. – Disse enquanto tirava a roupa

--Não estou pensando nada, nossa que estrago nessas costas, a Cléo  te pegou de jeito hein – Beto disse sorrindo.

-- Para que tudo isso? Se depois ela fez questão de estragar tudo – Entrou no pequeno box.

--Eu já falei o que eu penso, agora vou nessa que tenho muito trabalho- Deixou a amiga sozinha no banho.

 

 

--Olá a Leticia está por ai?

--Oi Cléo  ela foi tomar banho, o Beto disse, acho que ele está lá dentro do escritório.

 --Vou lá falar com ele – Cléo  entrou vendo Beto olhando alguns papeis. – Oi Beto, você viu a Let por ai?

-- Ela já está vindo para cá, foi tomar um banho, mas antes de ir pra casa vem assinar esses papeis.

 --Ela odeia isso – Ela disse sentando na cadeira atrás da mesa de Leticia e ficou olhando para Beto

--Pode perguntar Cléo  – Ele disse já imaginando o que a loira gostaria de falar.

--Me fala a verdade Beto.

--Não ela não tem nada com a loira lá.

-- Tem certeza?

 --Cléozinha minha gata loira favorita, para com isso vai, você sabe que a Let é louca por você, ela nunca nem pensou em te trair.

 --Mas é que estamos tão distantes, não sei o que está acontecendo.

--Está acontecendo que vocês estão casadas, isso é mais que normal, vocês têm que conversar ver os problemas, tentar resolve-los como sempre fizeram, conversando.

--Você fala com tanta propriedade, como se tivesse experiência – Cléo  disse sorrindo.

 --Não tenho experiência em casamento, mas tenho experiência em Cléo  e Leticia, tenho bastante propriedade para falar desse assunto

 --Você é um idiota sabia? –Disse sorrindo

 --Idiota esse que você ama. – Piscou para ela

-- Você acha que eu te amo, mas não te dou certeza – Ela disse levantando – Vou lá na Let que ela está demorando.- Saiu do escritório e quando alcançou a oficina não gostou de encontrar a tal loira ali, como que estivesse esperando

– Já foi atendida? – Cléo  disse aproximando-se, iria investigar mais aquela quase adolescente.

-- Vim pegar minha moto, mas o rapaz que me atendeu pediu para eu esperar a Leticia, pois ele não soube falar muito do que foi feito.

 

Fim do capítulo