V
V.
Moara ficou muito atordoada com a bombástica notícia. Ela tinha tido a melhor noite da sua vida e não imaginava que ao amanhecer teria aquele tipo de revelação.
Nem mesmo tomou café da manhã, saiu da cozinha sem dizer nada, pois, precisava espairecer.
Dayara ficou muito preocupada e passou o dia apreensiva, sentiu mal estar, não sabia se devido a gravidez recém descoberta ou ao nervosismo.
Almoçou e jantou sozinha, nada da outra aparecer. Somente quando estava indo deitar que voltaram a se encontrar.
- Moara, eu juro que não sabia, nos anos casadas sofri muito, até achava que não podia ter filhos, sempre quis ser mãe, mas, não acontecia e o barão ficava enfurecido, dizia que eu não prestava nem para lhe dar um herdeiro. Achei que o mal estar era alguma indisposição corriqueira, se eu soubesse teria dito para você e também para o meu irmão. Não esconderia algo tão sério.
- Você vai seguir a diante com a gravidez?
- Eu não tenho coragem de tirar, é uma vida e tenho vontade de ter ao menos um filho.
- Se quisesse interromper te levaria numa curandeira. A decisão é tua.
- Vai me expulsar?
- Não.
- Me perdoa, juro que não sabia (falou começando a chorar em desespero).
Moara não gostou de ver ela chorando, por isso, rapidamente subiu na cama e a abraçou.
- Pequena, vai ficar tudo bem, não chore.
- Eu achava que era estéril.
- Mas não é.
- Não vai mais me querer?
- Minha querência não mudou, mas, fiquei atormentada com a notícia.
- Não gosta de crianças?
- Gosto. Só não tinha planos de casar e agora você vai ter um filho. Foi uma surpresa.
- Desculpa!
- Vou continuar cuidando de você e já que quer ser mãe, assim será.
- Obrigada (agradeceu a abraçando com força).
- Descanse, você ficou indisposta hoje e precisa ficar bem.
- Senti tua falta no almoço e jantar.
- Precisava acalmar meus ânimos.
- Não quis te chatear, nem imaginava tudo isso.
- Muito menos eu.
- Por favor, não me abandone.
- Não abandonarei (afirmou fazendo cafuné até a outra adormecer).
Na manhã seguinte Dayara acordou quando sentiu Moara levantar da cama.
- Bom dia, não queria te acordar.
- Bom dia, é que quero ir ao banheiro.
Quando a outra retornou para o quarto lembrou que tinha lhe oferecido ajuda.
- Hoje podemos cortar seu cabelo.
- E seria interessante ter a tua companhia no almoço e também no jantar (pediu manhosa).
- Certo, passarei o dia contigo.
Ganhou um lindo sorriso de aprovação.
- Você precisa sorrir mais.
- Moara, estou com fome.
- Vamos descer, agora você tem que comer por dois.
As duas comeram na companhia da Maria, depois caminharam até um riacho próximo da casa e passaram boa parte da manhã sentadas na margem.
- Você sabe nadar?
- Sim, aprendi com o meu irmão. Com quem você aprendeu a lutar?
- Com uma amazona.
- Eu gosto de pescar.
- Então dia desses pescaremos juntas.
- Você nunca se deitou com um homem?
- Não, sempre gostei de mulheres.
- É melhor.
- Sim, imagino que seja muito melhor.
- É (confirmou corando).
- Você já foi para a cama com outro homem além do falecido barão?
- Não.
- Ele te batia por qual motivo?
- Por decepciona-lo, ele dizia que as outras mulheres são melhores. Você também acha?
- Não, ele estava errado, pois, você é maravilhosa.
- O que eles estão fazendo?
- Plantando.
- Ainda não sei quais são meus afazeres.
- Não quero que se preocupe, prefiro que descanse.
- Gosto de tricotar, posso fazer roupas, reparos e posso ser útil.
- Então faça roupas para o bebê que vai nascer.
- Moara, estou com vontade de comer cerejas.
- Começaram os desejos, ainda bem que é época. Vamos até o pomar.
Elas comeram as frutas e logo Maria pediu para chamar as duas para o almoço e a tarde dedicaram-se a tarefa de cortar o cabelo.
- Quero do tamanho do teu.
- Tem certeza? Vai ficar curto.
- Sempre quis, mas, não tinha autorização.
E o novo corte a deixou mais jovial. Aproveitaram a tarde para passear por toda a propriedade e a noite tiveram um jantar muito harmônico.
Lady Dayara queria novamente fazer amor, mas, não tinha coragem de pedir.Ao deitar ficou olhando para Moara, na expectativa de que a outra entendesse o que ela queria.
- Quer me falar algo?
Continuou apenas olhando sem conseguir dizer, já que era algo que nunca tinha pedido.
- Já te disse que não precisa ter medo. Algum problema?
Somente balançou a cabeça em negação.
- Dayara, seus olhos estão desejosos.
Ela ficou vermelha e feliz com a constatação da outra.
- Vou ficar feliz em ouvir você dizer o que deseja.
- Amor (foi tudo que conseguiu pronunciar).
- Acho um charme a tua timidez (comentou e começou a beija-la).
Aos poucos elas se despiram e começaram a deixar a paixão falar mais alto.
- Gosta dos meus toques?
- Muito (confirmou aos suspiros).
- Você é muito linda, tem a pele tão macia, é delicioso te acariciar.
- É bom te ouvir.
- E é maravilhoso te sentir.
Elas fizeram amor com intensidade e carinho. Quando Moara pegou as mãos da outra e colocou na sua intimidade, Dayara olhou para ela em dúvida do que fazer.
- É só fazer tudo que acabei de fazer contigo.
- Mas e se eu te machucar?
- Você não vai.
- Eu nunca.
- Você quer?
- Beijar e amar (respondeu escondendo seu rosto).
- Se você não gostar pode parar quando quiser, não ficarei brava contigo e já estou gostando por ter se interessado. Vou te guiar.
Mesmo receosa o fez, beijou, lambeu e fez carícias íntimas, inicialmente desajeitada, mas, tinha o principal, vontade.
Moara com paciência instruiu como queria e ficou muito satisfeita. O orgasmo consumiu ambas que adormeceram juntas.
Fim do capítulo
Olá! Todas bem? Agradeço por cada leitura. Se possível fiquem em casa, vamos nos cuidar. Beijos!
Comentar este capítulo:

Marta Andrade dos Santos
Em: 23/05/2020
Legal a forma Moara trata Dayara.
Resposta do autor:
Oie, ela é toda gentil né grata por seu comentário. Beijos e abraços, May.
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