Capitulo 22 - BAILA COMIGO?
Ao abrir os olhos Julia sentiu o calor do corpo de Victoria colado em suas costas. Definitivamente não havia sido um sonho. Ficou ali sentindo o cheiro, o corpo, a pele de Victoria e não tinha coragem de se mexer. Não queria acordá-la, na verdade ao mesmo tempo que estava imensamente feliz por tê-la ali, não sabia como agir ou o que falar. Esticou o braço alcançou seu celular, olhou a hora eram ainda 5:00 da manhã. Sentiu que não conseguiria mais dormir, porém não queria acordá-la. Saiu da cama lentamente tendo o cuidado para não fazer movimentos que despertassem Victoria, olhou-a tão linda e serena dormindo, deu um suspiro e foi ao banheiro fazer sua higiene matinal. Vestiu-se com uma leggin preta, um top branco, uma regatinha branca calçou seu tênis e foi para a academia do hotel. Estava confusa, precisava se afastar um pouco de Victoria e pensar em tudo o que havia acontecido na noite passada, no que ela queria e no que esperava desta relação e nada melhor do que fazer uma corrida na esteira para tentar por os seus pensamentos em ordem. Saiu sem fazer barulho deixando Victoria dormindo serena em sua cama.
Julia se entregou ativamente a atividade física, fez um pouco de alongamento e depois foi para a esteira onde permaneceu caminhando e correndo por aproximadamente 40 minutos. Neste tempo tentou colocar seus pensamentos em ordem, já que quando estava ao lado de Victoria sua racionalidade ficava falha, na verdade quando Victoria se aproximava dela sua racionalidade sumia, tudo o que Julia conseguia sentir era vontade de estar em seus braços.
Enquanto caminhava sua memória a levou para a noite anterior e seu corpo reagiu instantaneamente. Lembrou da forma única como Victoria havia lhe tocado, mordeu o cantinho do lábio, seu corpo arrepiou e sentiu uma leve dor em seu sex*. Sim ela queria repetir. Ela precisa mais de Victoria e queria mais do que tinham juntas, mas como dar vasão a todo esse amor, esse tesão, essa vontade de estar com ela sem sofrer? Estaria Victoria falando a verdade quando dizia que a amava? Será que era verdade que Suellen havia armado para separá-las? Todas estas questões atordoavam a jovem e só teria uma forma de resolvê-las, conversando com Victoria, uma conversa franca, sem rodeios e sem medo.
Desligou a esteira, pegou a toalhinha enxugou seu rosto e voltou para o quarto.
Quando abriu a porta viu que Victoria ainda dormia tranquilamente e aquela visão era algo que mexia com as emoções e os desejos mais intensos de Julia, ver a mulher que amava dormindo nua, apenas com o lençol cobrindo parte do seu corpo, os lindos cabelos emaranhados sobre o travesseiro e uma tranquilidade no rosto, essa visão era algo que a jovem definitivamente gostaria de ter para o resto de sua vida.
A jovem tirou a camiseta regata jogou-a em cima da mesinha de canto, pegou uma garrafinha de água no frigobar e abriu tomando-a quase toda de uma vez só, sentou-se na poltrona ao lado da cama e ficou velando o sono de Victoria.
Já era quase seis horas quando a empresaria abriu os olhos e o mel encontrou com o verde que a fitava intensamente. Victoria abriu um sorriso que desarmava Julia e com uma voz rouca disse:
-Ual parece que alguém acordou disposta hoje e foi até malhar.
Julia continuava a olhar e respondeu:
-Eu precisava pensar e correr me ajuda a pensar.
Victoria assentiu com a cabeça e sentando-se na cama deixando o lençol escorregar pelo seu quadril tornando visível os seios e o abdômen, que foram imediatamente devorados pelo olhar de Julia disse:
-E eu posso saber sobre o que você precisava pensar?
Julia voltou o olhar para a orbes de Victoria e de forma direta respondeu:
-Sobre nós.
Victoria ficou tensa, pois achava que a noite anterior tivesse resolvido todas as questões entre elas, então levantou-se vestiu seu robe que estava caído no chão ao lado da cama e voltou a sentar-se na cama ficando frente a frente com Julia e perguntou:
-E o que pensou sobre nós?
Julia respirou fundo, fechou os olhos e quando voltou a abri-los encarou Victória e de forma direta disse:
-Olha Victoria, eu não sei fazer jogos e nem quero fazê-los com você. O que aconteceu ontem foi... foi... –deu um suspiro e continuou - foi maravilhoso –Victoria abriu um sorriso capaz de derreter as mais intensas geleiras – mas, não podemos achar que por termos tido uma noite maravilhosa juntas, todos os nossos problemas, as nossas questões estão resolvidas. –percebeu o olhar de Victoria murchando e a empresaria começou a encarar o chão, a jovem vislumbrou uma lágrima escorrendo e o coração de Julia se desfez em pedacinhos, mas precisava continuar – Victoria olha pra mim! – a empresaria, não olhou, Julia levou a mão ao queixo da mais velha e fez ela olhar em seus olhos e repetiu – Victoria olha pra mim! Precisamos ter essa conversa de maneira séria. – a jovem que neste momento se portava como dona de uma maturidade e experiência que não condizia com sua idade enxugou a lágrima que escorria, beijou delicadamente o rosto da empresária e completou – O que aconteceu entre nós ontem foi lindo e eu sinto que foi verdadeiro –corando um pouco –Eu nunca achei que pudesse me entregar para alguém da forma como eu me entrego a você; e o melhor de tudo é que isso pra mim, aliás, pra nós é fácil, é natural, parece que tudo se encaixa, mas nós não podemos achar que vamos resolver o que aconteceu com sex*. Vi eu ainda estou magoada, chateada com o que aconteceu e tenho medo que situações como aquela se repitam.
Victoria balançando a cabeça de forma negativa, tomou as mãos da jovem entre a sua e interrompeu-a:
-Ju eu entendo totalmente como você se sentiu com aquela situação, entendo que ainda esteja chateada, mas eu faria de tudo para te mostrar que eu amo você e você é a mulher com quem eu quero passar o resto da minha vida.
Julia se emocionou com as palavras dela, mas precisava dizer tudo o que pensava.
-Victoria você realmente me parece sincera e eu acredito que você me ame e queira ficar comigo, mas eu posso confiar em você? – e então levantou-se e começou a andar pelo quarto e em um tom mais bravo por que ter que falar sobre isso a irritava – Olha eu não sou mulher de ser traída e ficar quieta. Não vou admitir nunca, jamais que a minha mulher fique com outra e depois ache que vai voltar e vai ficar tudo bem. –fez uma breve pausa e continuou - Olha só de lembrar da cena de você nua nos braços “daquelazinha”... olha Victoria da vontade de voar no seu pescoço, não aceito minha mulher se colocando neste tipo de situação.
Julia irritada virou-se de costas, queria esconder o quanto essa lembrança lhe perturbava e não queria brigar com Victoria, precisava ser racional, mas essa lembrança a magoava e a deixava furiosa.
Victoria levantou sorrindo e caminhou na direção e Julia e a abraçou por trás tentando segurá-la e acalmá-la e virando-a para olhar em seus olhos perguntou:
-Do que você me chamou?
Julia ficou vermelha e não respondeu.
-Diz Ju do que você me chamou?
Julia em um tom de voz baixo respondeu.
-Minha mulher!
Victoria encostou sua testa na de Julia e perguntou:
-É isso que eu sou? Sua mulher?
-É isso que eu gostaria que você fosse, mas você me magoou e eu não vou tolerar este tipo de relacionamento.
Victoria bem séria olhou para Julia e sem soltá-la disse:
-Julia depois daquela nossa conversa, que você terminou comigo e mandou eu sair da sua vida, eu saí enlouquecida do escritório e fui atrás de Suellen para tentar entender o que havia acontecido e depois de muito debate ela confessou que tinha armado para separar a gente.
Julia tentou se soltar, mas Victoria não deixou fazendo-a ela ainda a olhar
-Juls eu fui ingênua, confiei em uma pessoa que eu não deveria ter confiado e me arrependo profundamente disso. Mas agora eu estou aqui te contando a verdade e implorando para que você compreenda e me perdoe. Eu não tenho nenhuma dúvida que a gente se ame, o nosso futuro está em suas mãos, você é a mulher da minha vida, mas cabe só a você acreditar nos meus sentimentos e acreditar que a gente é capaz de viver isto e construir uma família linda eu, você e a Clara. Então eu te pergunto vamos recomeçar? Você aceita voltar a ser minha namorada?
Julia ficou olhando-a e não respondeu, aquela insegurança ainda se fazia presente em seu ser. Ficaram se fitando por alguns minutos, Victoria estava decepcionada pelo silêncio de sua menina, mas ela não tinha mais muito a fazer, agora quem teria que dar o próximo passo era Julia, pois Victoria já havia jogado todas as suas cartas e deixado claro o que queria, o próximo passo precisaria vir da jovem.
Victoria a soltou e sem olhá-la apenas disse vou tomar a uma ducha e depois vou para o meu quarto me arrumar, pois nosso dia hoje será cheio.
A empresária entrou no banheiro, Julia ouviu o barulho da água que escorria como as lágrimas que escorria em seu rosto. A jovem duelava entre acreditar em Victoria e dar uma nova chance ao que as duas tinham e o medo de ser novamente magoada ou de existir uma nova Suellen na vida da morena.
Ficou ali pensando por uns cinco minutos se remoendo neste dilema até que tomou uma decisão. Começou a tirar a própria roupa e caminhou para o banheiro, ficou parada, encostada no batente da porta com os braços cruzados enquanto observava a água escorrendo pelo corpo de Victoria. Ela parecia triste, estava com a duas mãos apoiadas na parede e com a cabeça baixa enquanto a água descia pelos seus cabelos, teve a impressão de que ela estava chorando e isso cortou seu coração. Percebeu que estava sendo uma idiota, já que as duas choravam pela sua falta de confiança, pelo seu medo e por sua insegurança em não acreditar que uma mulher tão maravilhosa, tão especial como Victoria fosse capaz de se apaixonar por ela verdadeiramente.
Em silêncio caminhou até o box, entrou e abraçou Victoria por trás que levou um pequeno susto e então disse:
-Eu acredito em você e tudo o que eu mais quero e que você seja minha mulher, eu realmente quero fazer isso dar certo, mas vamos com calma esta bem? O tamanho de todo esse sentimento que tenho por você me assusta e por mais que eu tente evitar esse pensamento, eu tenho medo de você preferir outra mulher e eu não saber lidar com tudo isso que sinto... e se você for embora não serei apenas eu a você sofrer, pois Clara é tão apaixonada por você quanto eu e eu preciso protegê-la, então por favor entenda e respeite meu medo, vamos com calma e cuide do que nós estamos construindo juntas, para que isso não se repita, para que não existam outras “Suellens” em sua vida.
Victoria virou-se enlaçando-a pela cintura e respondeu.
-Meu amor, podemos fazer tudo no tempo que você quiser. Vamos com calma, se assim você quiser, mas eu só quero deixar registrado que não há espaço para outra mulher Ju porque é você quem eu amo e tudo o que eu mais quero é viver isso o que sentimos, que pra mim e tão novo quanto para você... quero cuidar, amar e proteger você e Clara, as únicas duas mulheres da minha vida.
As duas mulheres se olharam por alguns segundos, reconhecendo nesta troca de olhar a sinceridade que emanava dos seus corações. Sem dar tempo para mais nada, Victoria levou a mão para o pescoço da jovem trazendo-a para um beijo sôfrego, um beijo de entrega, de paixão de reconciliação, mesmo que fossem com calma, ainda assim as duas estavam dispostas a conversar o quanto fosse necessário para se acertarem e viverem este amor que era caro demais para ser simplesmente dispensado, por medo, ciúmes ou insegurança.
Se amaram ali naquele banheiro do hotel, com todos os carinhos e afagos que a paixão requer. Mãos e bocas, saliva se encontrando com orgasmo enquanto os lábios e a língua se esbarravam em uma dança frenética na busca e na entrega ao prazer.
O amor era latente e já não havia mais espaço para a distância e por mais que tivessem combinado sobre terem calma, ambas tinham uma certeza, não teriam calma para ficarem separadas.
Ao saírem do banho Julia percebeu que precisavam ser rápidas para não se atrasarem, afinal haviam combinado de tomar café ás 07 horas com Tereza, para no máximo as 7:30 saírem para a Intermulticorp.
O celular da jovem contadora tocou, era uma chamada de vídeo de Beatriz. Julia atendeu e viu o lindo rosto de sua filha com cabelos amarrados em trancinhas com lacinhos na ponta. A criança estava no colo de Beatriz toda feliz e gritou:
-Mamães que saudades.
O coração de Julia se encheu de amor ao ouvir a voz de sua filha.
Victoria que ainda estava se secando no banheiro ao ouvir a voz de Clara se apresou em vestir seu roupão para poder ir falar um pouco com aquela baixinha, estava morrendo de saudades e ouviu Julia conversando com ela e Beatriz.
-Minha princesa, a mamãe também está morrendo de saudades.
-Quando você vem pra casa mamãe?
-Amanhã meu anjo, amanhã estaremos juntas.
-Ebaaaa!
E tanto ela quanto Beatriz riram.
-Bom dia Ju como estão as coisas por aí?
A jovem abriu um sorrisão imenso e antes que pudesse responder, Beatriz viu Victoria se aproximando apenas de roupão e sorriu entendendo aquela felicidade estonteante presente no semblante da amiga.
-Ah quer dizer então que se acertaram?
As duas sorriram mas nenhuma respondeu e Victoria se aproximou sentando ao lado de Julia e apenas disse:
-Bom dia Beatriz e cadê princesa unicórnio mais linda deste mundo?
A criança em um rompante de alegria gritou:
-Tia Vic!!!!!! –e fez uma dancinha da felicidade no colo de Beatriz que provocou riso nas três mulheres e então a criança continuou – Tia vic quando você vem me ver?
-Oi meu amor, a tia Vic está morrendo de saudades de você, você não tem ideia.
-Então vem me ver e traz a mamãe pra casa.
-Nós voltamos amanhã pode ficar tranquila.
A criança ficou um pouco quieta e então disse:
-Tia Vic porque você não veio mais aqui em casa? Eu achei que você não gostava mais de mim e da mamãe.
A frase da pequena surpreendeu as três mulheres, mas a mais velha queria ouvir o que ela tinha pra falar e deu possibilidades para ela continuar.
-É meu amor e por que você achou isso?
A menina fez uma carinha triste que quebrou o coração de Victoria e respondeu:
-Você não veio mais me ver, não ligou mais e minha mamãe chorava todos os dias... eu achei que você não gostasse mais da gente.
Victoria sentiu um arrepio no corpo, jamais imaginou que poderia causar este tipo de pensamento na sua pequena, olhou para Julia que estava ao seu lado, voltou a olhar para Clara e disse:
- Meu anjinho escuta uma coisa, a tia Vic nunca vai deixar de gostar de você ou de sua mamãe está bem? A tia Vic ama vocês duas. Mas estes dias foram um pouquinho complicados, mas eu prometo que isso não vai mais acontecer esta bem?
A criança ainda fazendo um biquinho disse:
-Promete?
Victoria sorriu de forma doce para ela, pegou a mão de Julia que estava ao seu lado, olhou nos olhos da jovem, voltou-se novamente para a tela do celular e respondeu:
-Prometo meu amor.
A pequena sorriu apenas balançando a cabeça em positivo e Beatriz bateu palmas e assobiu dizendo:
-Sabia que a chefona gostosona não iria nos desapontar!!!
As três mulheres sorriram com a brincadeira da atendente e quando ouviram a voz de Giovana chamando:
-Bia, Clara o que café esta pronto.
Clara pulou do colo de Beatriz e saiu gritando:
-Eba panquequinha de chocolate!
Julia olhou desconfiada para a amiga que repentinamente ficou vermelha e disse:
-Bia a Giovana dormiu aí com vocês?
-É, è, é... dormiu... ela veio trazer Clara ontem depois da escola, cuidamos dela e depois que ela foi dormir ficamos aqui conversando e... ficou tarde para ela ir pra casa e...
-Amiga ok, não precisa ficar dando explicação eu confio em vocês duas-e com um ar sarrista completou - apenas troca o lençol da cama.
A atendente com uma ar de indignação respondeu:
-Credo Ju a gente não fez nada na sua cama não.
Julia sorriu e apenas disse:
-Se tivessem feito não teria problema nenhuma, bastava trocar os lençóis.
Beatriz fez uma careta mostrando a língua para Julia que completou:
-Amiga eu não sei o que tá rolando aí, mas quando chegar vou querer saber de tudo heim, mas só quero dizer que dou o maior apoio pra vocês duas.
Beatriz ficou vermelha novamente, o que não passou despercebido por Julia que pensou: “Como podia uma pessoa tão direta, tão espontânea e comunicativa ficar vermelhar só de Julia insinuar algo entre ela e Giovana? E chegou à conclusão de que realmente Beatriz deveria estar bem a fim de Giovana”.
A atendente então concluiu:
-É e você dona Julia quando chegar vai me contar direitinho o que aconteceu aí... e você dona Victoria, aí de você se não cuidar bem da minha amiga/irmã - fez uma cara de brava e completou- ... já te passei a letra uma vez e se tu fizer mal pra ela eu te capo.
As duas mulheres riram, mas sem dar tempo de Victoria responder Julia disse:
-Credo Bia! –e as três riram novamente, mas Julia precisou interromper aquele minuto de descontração – amiga precisamos ir se não nos atrasamos pro trabalho, nos falamos mais tarde, ok? Beijos pra vocês aí se cuidem.
Beatriz também se despediu e encerraram a ligação.
As duas mulheres continuaram sentadas na cama e Julia foi a primeira a se levantar e indo até o armário separando a roupa que iria vestir e disse:
-Vamos nos arrumar Vi, se não nos atrasamos.
Victoria que ainda estava sentada pensando nas palavras de Clara se levantou puxou Julia pelo braço para que ela se virasse para si e quando a jovem estava presa em seus braços disse:
-Eu não sabia que Clara era tão sensível ao ponto de perceber que não estávamos bem.
Julia a olhou e apenas disse:
- Agora talvez fique mais fácil pra você entender o porquê tenho tanto medo. Se você me magoar ok, eu vou sofrer, mas sou adulta eu supero... mas me diz como vou explicar isso para uma garotinha de seis anos que já te ama e tem você como uma heroína?
-Isso não vai acontecer Ju, eu prometo! Me doeu muito ouvir o que Clara disse e eu nunca mais vou deixar coisas como aquela acontecer, nunca mais vou deixar Clara pensar que talvez eu não a ame ou que eu não ame você.
Julia ficou olhando-a, estava disposta a acreditar a tentar, mas realmente ainda tinha medo, um medo que talvez o tempo curasse, ou talvez não, pois a vida lhe ensinou que nada é imutável, que nada é para sempre e que a única certeza da vida e a morte. Entretanto, também tinha aprendido que não podia deixar de viver sua vida, seus sonhos, seus desejos em razão do seu medo de perder, por isto estava disposta a lutar pelo que queria e seguir a diante, e o que queria era Victoria na sua vida e na de Clara. E ao pensar nisso lembrou-se de uma frase que gostava: “Não deixe que seu medo de perder a impeça de lutar”.
E com este pensamento beijou Victoria de uma forma doce e como que aceitando as palavras da mais velha e acreditando naquilo que ela dizia apenas completou:
-Eu amo você Victoria Kramer!
Viu neste momento as orbes mel se iluminarem, ganhando um colorido especial de felicidade e completude.
-Eu também amo você Julia Mendes!
E sem tempo para se amarem novamente curtiram aquele momento de cumplicidade e carinho, até que Julia disse:
-Meu amor, precisamos nos arrumar, estamos atrasadas.
-Ok meu anjo você tem razão vou para o meu quarto me trocar, apesar da minha vontade ser passar o dia todo nesta cama com você fazendo amor.
As duas sorriram e Julia apenas disse:
-Vai logo Vi, você tem 10 minutos para estar aqui pronta.
Victoria revirou os olhos como se ficasse brava com Victoria e disse:
-Aí meu Deus, porquê minha mulher tinha que ser tão caxias?
-Por que nós somos mulheres responsáveis e faremos da Kramer a maior do Brasil, quiçá do mundo.
Ver Julia ligando o modo executiva em sua postura, acendia o tesão de Victoria, mas ela sabia que precisava se controlar, então apenas roubou um beijo da sua mulher e saiu dizendo:
-Você esta certa senhorita Julia Mendes, você esta certíssima. Dez minutos estou aqui novamente.
Julia ficou sorrindo vendo a mulher que amava sair de seu quarto. Sentia-se feliz e completa, por as coisas estarem se acertando, mas sabia que ao retornarem para Curitiba ainda teria uma luta grande para conseguir ficar totalmente em paz e sabia que só conseguiria isso após livrar a Kramer de um funcionário tão tóxico, machista, misógino e folgado como Carlos.
Julia cortou este pensamento, pois aquele não era o momento de ficar lembrando de gente ruim e se arrumou o mais rápido possível para conseguirem manter a agenda dentro horário programado e saiu para chamar sua mulher, pois ela não tinha conseguido ficar pronta em 10 minutos como o prometido e sorriu ao perceber que desde a noite passada pensava em Victoria apenas como sua mulher. Queria ir com calma, mas era difícil ir com calma com todo esse amor que sentia por Victoria, pela sua mulher.
Fim do capítulo
Olá Garotas
Estamos amarrando nossos fios soltos da história para encaminharmos para ao final. Temos algumas questões ainda que precisar ser solucionadas, mas é isso, infelizmente logo, logo chegaremos ao fim deste lindo romance.
Julia e Vic se acertaram? Ok! Mas vocês acham que Carlos, Tereza e até Suellen não vão tentar mais nada? Será que nosso casalzão ta mesmo fortalecido? Não há duvidas que a conversa deixa tudo mais fácil, Julia expos seus medos que foram reiterados por Clara e Victoria esta disposta a fazer de tudo para deixar sua amada segura e confesso que amo essa postura de Victoria acho que se as pessoas falasem mais, mostrasem de verdade o que sentem e o que querem e respeitassem as questões do outro boa parte dos problemas em relacionamentos seriam resolvidos.
É isso meninas, beijo enorme e nos vemos no proxio capitulo!
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lis
Em: 18/05/2020
Belo capitulo, realmente uma conversa franca resolve muita coisa, o bom é que ambas estão disposta a lutar pelo amor delas, Julia está com medo sim mais como ela mesma disse não pode deixar de viver e ser feliz por causa do medo, Vic realmente foi ingênua em acreditar na Suellen, mais acredito que aprendeu com o erro.
Resposta do autor:
Oi Lis
Que bom que gostou nosso capitulo e você disse tudo as duas estão dispostas a lutar pelo amor e isso resolve boa parte dos problemas, tomara que elas não se esqueçam disso durante a caminhada que falta.
Beijos e até o próximo capitulo
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Mille
Em: 18/05/2020
Oi Ana
Tudo bom novamente conversa entre as duas e as pazes feitas. Mas já fico com medo qdo você coloca esse trio em suas notas. E falta o pai da pequena?? Ou está de bom tamanho esses três??
Bjus e até o próximo capítulo
Resposta do autor:
Oi Mille
Pois é menina, temos muitas coisas pra resolver ainda, mas... calma logo, logo todas essas perguntas serão respondidas.
Beijos e até mais
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cris05
Em: 18/05/2020
Nada que uma boa conversa não resolva, né?
Amei que elas se entenderam mas realmente acho que um desses embustes vai aprontar, isso se os três não aprontarem né. Aff!
Ai, ai...já estou sofrendo por estarmos chegando ao final deste lindo romance. Amo demais essa história!
Beijos Ana
Resposta do autor:
Oi Cris
Sabe eu não entendo qual é a mania desse povo de não falar, de não conversar.... Gente uma boa conversa sincera resolve quase tudo, olha aí nossas protagonista são um belo exemplo disso. Mas ainda temos assuntos pra desenrolar e vem coisa grande por ai....
Eu sou suspeita pra falar, mas também amo muito essa história e estou muito feliz com o retorno que estou tendo. Isso me motiva a escrever cada vez mais.
Beijos e até mais
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