Capitulo 34:Ana Carolina
Minha vida, estava a maior correria. Era tcc para escrever e apresentar, a faculdade oferece duas escolhas: ou fazemos o tcc em paralelo com o último ano (tcc é uma matéria como outra qualquer) ou voltamos no ano seguinte e nos dedicamos somente a escrever o tcc. Fiquei com a primeira opção, não via a hora de colar grau. Na semana de apresentação do tcc, estava um pilha de nervos e ainda tinha a cerimônia de formatura. A festa da turma, estava marcada para acontecer no mesmo dia. Recordo que nesta semana, mal falei com Laura, entretanto como meu amor já havia passado pelo lance de formatura e todas essas responsabilidades, sabia levar na boa, podia contar com sua compreensão. Para compensar minha quase ausência, às vezes aparecia do nada sem visar- na empresa e “roubava” ela por um tempinho para almoçarmos juntas ou como ela deu a chave do apartamento dela, passava no supermercado, comprava tudo o que precisaria para fazer um jantar bem romântico para nós. Nossa relação, a cada dia estava ficando mais sólida. Nos conhecíamos um pouco a cada dia, estávamos planejando casar assim que me formasse. Tanto que foram esses planos, que me serviram de inspiração para escolher o projeto que estava correndo na câmara sobre os homossexuais terem os mesmo direitos que os casais heterossexuais. Lembro que quando contei a Laura, ela tomou um baita susto, sabia que o assunto levantaria muitas discursões ,dividiria opiniões. Todavia, com o apoio incondicional de Laura coloquei em prática minha idéia. Meu orientador, deu total apoio também. Somente meu pai, que no ínicio não se agradou com a minha idéia, mas com o tempo conseguir fazer Dr.Elson aceitar. Me dediquei o máximo para obter informações sobre o assunto, lembro que fui ao comitê GLBTT de Belém, em ong’s que apóiam a comunidade gls de Belém. Alguns vezes, precisei ir sozinha, mas na grande maioria, Laura me acompanhava.
No dia da minha apresentação do tcc, estava deveras nervosa, tanto que cheguei com duas horas de antecedência no auditório destinado a defesa do trabalho. Neste dia, não conseguir me alimentar direito, não sei como não passei mal, porque como sou diabética, tenho que me alimentar de 3 em 3 horas. Ao chegar no auditório, liguei imediatamente avisando Laura e Gustavo. Como a empresa era perto da faculdade, dentro de minutos os dois chegaram. Pontualmente, no horário marcado o auditório estava lotado. A faculdade, divulga os assuntos que serão apresentados. Seja nos diversos quadros de aviso espalhados por todo o campus, como no site da mesma. Com meu orientador e a bancada composta por três professores, foi dado início a apresentação. Laura e Gustavo sentaram na primeira fila. Como previsto, o assunto que abordei dividiu opiniões. De um lado muitos aplausos, do outro algumas vaias. Lembrei do dia que contei para minha mãe sobre a minha orientação sexual e sobre meu envolvimento com Laura. Discutimos feio, sabia que não teria o apoio dela, mesmo ela se dizendo “moderninha”. Ficamos alguns meses sem nos falar, ela me olhava com um olhar de reprovação que doía na alma. No dia que brigamos, encontrei conforto nos braços da minha Laura. Até meu irmão que pensava que me apoiaria, no início foi super agressivo comigo, mas um dia marquei dele conhecer Laura. Engraçado como os dois se deram bem de cara, desse dia em diante, tinha ganho além do apoio do meu pai, o do meu irmão também. Mas tinha esperanças que um dia minha mãe viesse a me aceitar como também aceitar Laura.
O preconceito exposto nas vaias, caiu em mim como uma navalha. Milhares de coisas passaram pela minha cabeça, o sangue me faltou. Apesar, de já ter encerrado a apresentação, falei em alto e bom tom que tinha escolhi aquele tema, porque ser lésbica. Um silêncio, se fez no auditório. Creio que os presentes achavam que estava brincando ou na pior das hipóteses estava a procura de marketing ou como ouvir minha mãe dizer por inúmeras vezes “modismo”. Não era uma coisa nem outra. Foi então que falei, que minha namorada estava presente. Desci do palco e abracei meu amor e logo em seguida peguei nas mãos de Laura e nos retiramos do recinto,, Gustavo veio logo atrás. Alguns aplaudiram meu gesto, outros vaiaram, mas sinceramente não esperava aceitação, para mim foi uma vitória pessoal. Já no carro, abracei e beijei Laura. Para variar Gustavo nos interrompeu com uns gritinhos histéricos. Laura propões, que fossemos a um restaurante que ficava próximo a faculdade. Pedimos champanhe para comemorar o sucesso da minha apresentação. Não sei se foi a mistura de champanhe com vinho que foi me subindo um calor, por debaixo da mesa, minhas mãos passeavam nas coxas de Laura. Pagamos a conta, deixamos Gustavo na sua casa e eu com Laura seguimos para nosso apartamento. Isso mesmo: nosso apartamento. Quando ela me deu a chave do ap deixou bem claro que a partir daquele momento o apartamento também era meu. Estava com tanto tesão, que começamos os amassos na porta mesmo. Não estava, nem um pouco preocupada se fossemos flagradas por algum vizinho. Naquela noite nos amamos muitas e muitas vezes.
Com o avanço na nossa relação, quase não parava mais em casa. Praticamente minha roupas, estavam todas no nosso apartamento. Nossos planos, era de fazermos uma pequena reunião, algo bem íntimo para os amigos e nossa famílias para efetivamente nos casarmos. Ainda bem que os direitos dos homossexuais evoluíram no Brasil, e já é permitido o casamento entre pessoas do mesmo sex*, afinal perante a constituição somos todos iguais, independente de raça, cor, religião.
Na quinta, que antecedeu a cerimônia da minha formatura e da festa também, achei melhor não dormir com Laura. Sempre que dormíamos juntas perdíamos a noção de hora. Quando adormecíamos, era sinal de já estávamos exaustas pelas longas hora fazendo amor. Tínhamos uma sintonia perfeita tanto na cama como fora dela, era algo surreal. Com muito pesar, decidir passar aquela noite na casa dos meus pais. A cerimônia de formatura de Gustavo, seria no mesmo dia que a minha, com a diferença que seria pela manhã. Já estava tão acostumada a dormir abraçada com Laura, que naquela noite não encontrava uma posição para dormir. Praticamente vi o sol nascer. Tomei um banho, comi alguma coisa e fui para a Assembléia Paraense (local onde aconteceria o evento). A cerimônia teve início às 8: 00 hrs. Gustavo era só sorrisos, o encontrei e nos abraçamos. Tiramos muitas fotos, para guardar de recordação. Durante a cerimônia fiquei o tempo todo do lado dos seus pais e familiares. meu amigo estava irradiando de tanta felicidade.
Com uma hora, a cerimônia chegou ao fim. Me despedir de todos, confirmando a presença de Gustavo na parte da tarde na minha cerimônia. Sai de lá direto para salão, o vestido que usaria na cerimônia, peguei no dia anterior na costureira, para ganhar tempo. Do salão de beleza, retornei para casa dos meus pais. Tentei entrar em contato com Laura, mas a sua secretária avisou-me que ela estava em reunião. Torcia, que ela não esqueçesse da minha formatura. Ela sabia o quanto sua presença era importante para mim, não havia necessidade de intimar. Apesar da minha mãe não perder a chance de alfinetar meu amor, acusando-a de ter me levado para "o mal caminho", aquele comentário sempre me deixava irada, mas bater de frente seria pior e desgastante. Será que minha mãe, em algum momento parou para pensar o quanto foi difícil para mim, me vê amando outra mulher?! desejando outra mulher?! Acredito que não, ela parecia não ter a sensibilidade de se colocar no meu lugar. Antes do banho, aproveitei para fazer umas ligações, entre elas para o buffer, salão onde aconteceria a festa após a cerimônia. Tomei um banho, vestir uma calça social preta e uma blusa também social só que branca. Ao sair do quarto, meus pais e Fábio já estavam a minha espera. Fomos juntos para a Assembléia. Foi bem complicado encontrar um vaga para estacionar. Naquele dia também era a formatura de inúmeros cursos. Para não amassar a beca, deixei para vesti-la quando já estivesse no local. Não demorou muito e de longe vi Gustavo e outras pessoas da minha turma. Meus pais, seguiram em direção ao local que foi disponibilizado para os familiares dos colandos. Pedi para Fábio guardar um lugar para Laura e Gustavo, pois como meu pai seria meu paraninfo ficaria sentado na frente a meu lado.
Tirei muitas fotos com o pessoal da minha turma. Éramos muitos unidos, uma família praticamente. Tirei fotos com meus pais, com Gustavo. Só faltava com Laura. Com pressa, acabei esquecendo meu celular em casa. Estava entrando em pânico com a demora de Laura, pois faltava 20 minutos para o ínicio da cerimônia. Gustavo percebeu e ligou para ela várias vezes, mas não atendia o celular, o que me deixou mais nervosa. Meu amigo tentava me acalmar, mas só me acalmei quando Laura ligou para ele avisando que estava estacionando e que não atendeu o celular, pois estava dirigindo. Abrir um enorme sorriso, quando Gustavo me deu a notícia. Alguns segundos depois, sentir as mãos de Laura em meu ombros. Virei e a abracei, ela correspondeu ao abraço. Antes dela seguir com Gustavo para onde meus pais e Fábio estavam, tiramos algumas fotos. Ela se foi apenas quando o reitor da faculdade anunciou que dentro de alguns segundos estaria se iniciando a cerimônia e que todos deveriam seguir para os seus lugares. O cerimonial durou uma hora. Meu pai, estava mais emocionado que eu. Chorou feito uma criança na hora em que colocou o anel de formatura na minha mão. Somente quando terminou, que fui ao encontro do meu irmão e da minha mãe. Então, percebi que Gustavo e Laura não estavam sentados perto deles. Deduzir, que tinham feito aquilo para evitar confusão com minha mãe, sem dúvida. Abracei Gustavo e Laura e confirmei que ficariam na mesma mesa que a minha família.
Tirei muitas fotos com o pessoal da minha turma. Éramos muitos unidos, uma família praticamente. Tirei fotos com meus pais, com Gustavo. Só faltava com Laura. Com pressa, acabei esquecendo meu celular em casa. Estava entrando em pânico com a demora de Laura, pois faltava 20 minutos para o ínicio da cerimônia. Gustavo percebeu e ligou para ela várias vezes, mas não atendia o celular, o que me deixou mais nervosa. Meu amigo tentava me acalmar, mas só me acalmei quando Laura ligou para ele avisando que estava estacionando e que não atendeu o celular, pois estava dirigindo. Abrir um enorme sorriso, quando Gustavo me deu a notícia. Alguns segundos depois, sentir as mãos de Laura em meu ombros. Virei e a abracei, ela correspondeu ao abraço. Antes dela seguir com Gustavo para onde meus pais e Fábio estavam, tiramos algumas fotos. Ela se foi apenas quando o reitor da faculdade anunciou que dentro de alguns segundos estaria se iniciando a cerimônia e que todos deveriam seguir para os seus lugares. O cerimonial durou uma hora. Meu pai, estava mais emocionado que eu. Chorou feito uma criança na hora em que colocou o anel de formatura na minha mão. Somente quando terminou, que fui ao encontro do meu irmão e da minha mãe. Então, percebi que Gustavo e Laura não estavam sentados perto deles. Deduzir, que tinham feito aquilo para evitar confusão com minha mãe, sem dúvida. Abracei Gustavo e Laura e confirmei que ficariam na mesma mesa que a minha família.
Seguimos todos juntos para o sub-solo, onde aconteceria a festa da minha turma. Nossa mesa, estava localizada próxima a pista de dança. Deixei todos na mesa e seguir com as meninas para o camarim, pois seríamos homenageadas e também faríamos uma homenagem a todos que juntamente como conosco, nos ajudaram a concretizar aquele sonho. As meninas usaram vestidos longos e os rapazes esmoquem preto. Um por um, nomes de cada um foram anunciados pelos mestre de honra e conforme íamos sendo encaminhados para a pista, um vídeo contando um pouco de cada colando era sendo apresentado, dançamos uma valsa. Dancei com meu pai, Fábio e Gustavo. depois deste acontecimento, cada um foi ao encontro das suas famílias. Fiz questão de sentar entre Gustavo e Laura. Minha mãe nada falou, mas sabia que por dentro estava reprovando tudo. O jantar foi servido e posteriormente junto com meu irmão, Gustavo e Laura, seguimos para a pista de dança. Bebi um pouco além da conta e confesso que , fiquei um pouquinho alegre. Não estava me importando com o fato de não estarmos em um local gls que dançava o tempo todo me insinuando para Laura, que me chamou atenção. Aquela mulher despertava um lado pervertido em mim, que estava se tornando surpreendente até para mim.
Como havia, muitas pessoas na pista de dança, nem percebi quando Laura sumiu. Fiquei um tempo procurando por ela e a encontrei perto da piscina falando ao celular. Minha intuição dizia que, tinha algo de errado e não costumo me enganar. Me aproximei de onde ela estava e ouvi o final da conversa, estava acertado uma viagem de negócios. Juntas planejamos, que passaríamos o dia dos namorados juntas. Quando percebeu minha presença, ficou sem ação. Inevitavelmente, acabamos discutindo. Ela foi embora e para mim a festa acabou. Voltei para o salão e fiquei emburrada na mesa. Meu pai perguntou o que aconteceu, já que mudei bruscamente, perguntou por Laura, nada respondi, além de que precisava ir embora. Meu pai não entendeu nada, mas atendeu meu pedido e chamou os meninos para irmos embora. Desde a briga, que não nos falamos mais. Nem mesmo por mensagens.
Gustavo dormiu em casa e estávamos os dois conversando no meu quarto quando o celular dele começou a tocar insistentemente. Ele ficou estranho, começou a falar por alto, insistir para dizer de quem se tratava até porque nunca tivemos segredos um para outro, só que não conseguir arrancar nada dele. Também achei melhor, não insistir mais. Após o almoço, ele inventou uma desculpa muito da sua esfarrapada e foi embora. Estava com a pulga atrás da orelha, ainda estava de ressaca da noite anterior e fui dormir cedo. Peguei rápido no sono. Meu celular passou o dia todo desligado, assim evitaria ligar para Laura. Acordei, sentindo um perfume gostoso no ar, ao abrir os olhos, meu quarto estava repleto de rosas vermelhas. Sorri e meu coração se encheu de alegria, que aquela surpresa tinha o dedo do meu amor. De uma em uma hora, recebia uma rosa. Nunca ninguém, fez nada do tipo por mim. Ela conseguia me surpreender com gestos tão simples.
Fiquei assistindo filme e acabei pegando no sono. Despertei, com uma música. Tentei identificar de onde vinha o som e percebi que era alguém cantando na minha janela. Dei um pulo da cama, pelas persianas, se tratava de Laura. Ela cantava e Gustavo junto com Roberto tocavam violão. Não havia esquecido, que ela trocou nosso programa de casal, que planejamos juntas, por uma reunião. Mas não resistir e apareci na janela. Ela abriu um enorme sorriso e me jogou uma rosa, que estava em sua mão. Peguei-a e beijei. Fiquei encantada, com a serenata. Sai correndo do quarto, descir correndo as escadas e fui ao seu encontro. Nos abraçamos e em um impulso a beijei. Somente me dei conta do meu ato, porque Roberto nos cutucou que meus pais estavam na porta de casa. Morri de vergonha. Ficamos apenas de mãos dadas. Laura esclareceu o motivo da "viagem de última hora" ter ocorrido às pressas. Selamos nossa reconciliação com um beijo apaixonado, mas desta vez dentro do carro.
Fim do capítulo
Oi meninas...
Como estam? Espero q estejam bem...
Mais um pouco e finalizo está primeira parte do conto..
Bjos e uma semana abençoada a todas!!
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