Minha vida sempre foi programada para ser o que é hoje, sempre estudei nos melhores colégios e fiz viagens, mais visando em aprender outras línguas do que lazer, meus pais faziam questão, diziam que um Bertoncello, não poderia ser menos que o melhor. Me chamo Melissa, tenho 19 anos de idade e estudo direito na universidade Mackenzie na minha cidade natal, campinas, sou filha de Fabio um famosos cardiologista e de Roberta uma mãe grudenta, que trabalha com eventos.  Poderia ter escolhido qualquer coisa, mas sempre fui apaixonada pela área, principalmente a criminal. Faço estagio em um dos melhores escritórios da minha cidade, Porém no momento apenas estou curtindo minhas férias, com meu namorado e minhas amigas.   - Vai sair de novo Melissa? Estava no fim das minhas férias, faltava apenas esse final de semana para voltar com a rotina pesada que eu tinha, larguei até a academia nesse mês, para me concentrar no prazer.

-Mainzinha, eu almocei com você, só vou ao club encontrar com as meninas e volto para casa, prometo. Disse descendo as escadas, enquanto amarrava minha cabeleira lisa e ruiva em um coque nada arrumado. -não se esqueça que seus tios vão chegar de viagem amanhã, e você me prometeu ...

-que ia te ajudar com os preparativos da recepção, eu sei eu sei, não esqueci. Disse revirando meus olhos, gesto que ela não viu pois estava com óculos de sol. -acho bom, diga a Rafael que mandei um beijo, e mande ele vim para a recepção.

-pode deixar. Falei, me retirando o mais rápido que podia antes que ela fizesse algum drama para eu ficar em casa. Não que eu não gostasse, da minha mãe, muito pelo contrário, a amo, ela é muito carinhosa, mas ela ainda me trata como se tivesse meus 15 anos, chega a ser vergonhoso, quando isso ocorre nas frentes das pessoas então, por isso evito sempre os eventos, ela fica louca, mas todos que posso evitar evito, mas existe uns como esse de amanhã que não da. Meu tio Marcos irá chegar de viagem, passou 5 anos na Itália, cuidando dos negócios da família, que minha mãe não gosta nem de tocar no assunto, ele disse em mensagens que vai trazer uma mulher, que segundo ele logo será minha tia. Nunca gostei muito dele, mas era obrigada a aceitar ele em minha casa, afinal era da família. Cheguei ao club e já fui para  área da piscina encontra com meus amigos e meu namorado, o Rafael. -meu deus mel, achei que tava vindo de bicicleta.

-desculpa, tava resolvendo com minha mãe umas coisas da recepção dos meus tios. Disse me sentando na espreguiçadeira ao lado de beatriz. 

-olha lá, aquele monte de galinhas dando encima do seu namorado.

Olhei para onde Priscila estava apontando e la estava Rafael, não era surpresa, ele é um homem bonito, cabelos negros com um corte que finge ser bagunçado, barba por fazer, corpo com massa muscular bem distribuída, e bem sucedido. Apenas dei de ombros coloquei meu óculos de sol e fui para uma espreguiçadeira vazia me deitar.

-Meu deus Melissa, eu realmente não entendo esse namoro de vocês? qual é.

-deixa ela em paz Priscila. Disse Beatriz me salvando, pois já ia começar outro sermão da Priscila, em como eu deveria terminar meu relacionamento com Rafael já que não gostava dele. Ficamos em silencio cada uma em seu mundo, estava de olhos fechados quando senti uma sombra em mim.

-ha não Rafael, nem pense nisso.

Nem terminei de fechar a boca e lá estava eu, na piscina, com um homem maravilhoso na minha frente me olhando com cara de devoção e sorriso largo, não consegui sentir raiva, e assim foi meu dia. Baques surdos atravessaram as paredes do meu quarto, uma voz distante levantou-se em minha mente enevoada e quebrou a película desconhecida que havia em minha mente, senti-me desprender do estado de inconsciência. Meu corpo estava pesado, não queria abrir os olhos, para o novo dia quente que me esperava.  Mexi-me preguiçosamente sobre a superfície macia e quente dos lençóis e consegui identificar minha cama, foi quando vi que tinha acordado. Logo minhas pálpebras cerradas vagarosamente perderam a capacidade de se manterem fechadas, e a luz que irrompeu através das cortinas brancas da porta de vidro da varanda era forte demais para a minha visão. A voz da minha mãe continuava a soar lá fora, irritante persistente. Fechei os olhos novamente na esperança de voltar a encobrir minha própria mente com a nevoa do sonho.  Mas a essa altura era impossível dormi como antes, porém ainda era difícil acordar.  Abri os olhos e olhei para o relógio, eram 10:00 da manhã. Quando a porta foi aberta por ela, sem a minha permissão vi que não havia mais como lutar. Tinha que levantar hoje na hora que ela desejava, uma vez que ela estava pirando com a chegada dos meus tios. "MEUS TIOS NOVOS" pensei e Joguei o cobertor no rosto. Em uma tentativa falha de fazer ela perceber o quando estava incomodada. - não acredito que ainda está dormindo Melissa. Uma mulher inconformada puxou os lençóis do meu corpo. - já vou levantar mamãe.  Minha voz preguiçosa e rouca sibilou.  Mas ela sabia que eu não iria naquele momento, ela me conhecia o suficiente para saber, e por isso o ar quente do exterior lambeu e contaminou o frio do ar condicionado. E, naquela superfície fria e confortável eu abri os olhos novamente e sentei na cama. Encontrei os espelhos verdes claros e grandes assim como os meus que eram os olhos da minha mãe. Ela examinou-me paciente seus cabelos estavam presos em um coque perfeitamente penteado, como sempre, uma maquiagem leve coloria seu rosto, mas algo cadavérico nela ainda permanecia, o que habitava era aquele olhar tenso de reprovação, provavelmente por eu não estar pirando como ela, por causa dessa, recepção, estupida.

- bom dia, meu amor ela sorriu afetuosa, ou não  

- levante-se e se arrume, vamos sair para almoçar fora, ainda não consegui ninguém para trabalhar aqui em casa e você sabe que cozinhar não é meu forte.  

 Soltei um muxoxo, escondendo o rosto no travesseiro ao lembrar da última vez que ela se enfiou na cozinha.  Era uma tragédia.  

- vamos, Melissa . Levante-se e se arrume.   Você demora um ano, e seus tios logo chegaram.   Naquele determinado segundo ela conseguiu minha atenção. Porque senti o solavanco em seu estomago vazio .Eu ainda não acreditava que teria que dividir a casa com meu tio Marcos, nunca gostei dele, lembro das brigas que ele fazia questão de ter com a minha mãe, devido a herança dos meus avos, meu humor não estava dos melhores, sempre que lembrava delas,  me vinha a mente o quão repugnante ele era , eu era apenas uma criança de  8 anos enquanto   mas me lembrava de cada vez que ele fazia minha mãe chorar, como será que deve ser a namorada dele, bom coisa boa não é, para estar com meu tio.

  - ah, meu deus mãe, estou de férias.  

 Esfreguei os olhos, levantei e fui igual um zumbi para o banheiro. À frente do espelho fitei meu reflexo, meu cabelo parecia um emaranhado confuso de teias ruivas.   Dei uma risada lúgubre ao perceber que parecia estar mais pálida que antes, mesmo passando horas na beira da piscina, tanto de casa quanto do club.  Enfim entrei debaixo do chuveiro, gelado, que delicia, lavei meu cabelo e logo sai. Vestir uma roupa que minha mãe tinha deixado sobre minha cama recém arrumada. Após vestir o  vestido florido  ate o meio das coxas , fui para frente do espelho . Dedilhei o cabelo molhado à procura de uma solução no intuito de deixar ele apresentável. Os fios escorria por meu rosto. O som do secador fazia meu mal humor  piorar. Quando a dissonância do secador se extinguiu, fitei meu trabalho com o mesmo olhar da minha mãe : reprovação.  Ouvi a porta  do quarto bater novamente , a voz da minha mãe inundou meus ouvidos.  

- filha vamos?

  - pode ir, já to indo.    

Corri e passei uma maquiagem leve no rosto. Peguei uma bolsa, meu celular e fui.   Entramos em seu carro, mamãe foi o caminho todo falando de como a namorada de titio era linda e bem sucedida, e que ela estava louca para me conhecer.  Tentei fazer com que toda aquela tagarelice entrasse por um ouvido e saísse pelo outro e comecei a pensar em maneiras de dispensar Rafael hoje a noite, ele estava insistindo desde ontem para dormirmos juntos, uma vez que ele me disse que ia ter que viajar para Barcelona com o pai, a negócios e ficaria 1 mês fora.  

-Amanda!  Você está me ouvindo?    Acordei de minha inércia  

- claro mamãe, continue  

Dessa vez prestei atenção no que ela dizia.  O dia passou rápido almoçamos e voltamos para Casa, ajudei ela com alguns detalhes da recepção e fui para meu quarto. Chegamos em casa por volta das 16:30 da tarde, subir rápido e fui tomar meu banho, me vesti, usava um vestido que ia até o meio das coxas na cor vinho, as costa completamente nuas. o salto coloquei um preto de verniz que já possuía,  os cabelos deixei-os soltos, passei uma maquiagem leve e desci, minha mãe já me esperava, ela usava um vestido longo, estavam todos lá embaixo, reparei que minha mãe e meu pai estavam há conversar com um casal, que logo concluir que eram meus tios, Marcos certeza, pois estava de frente para a escada, pela qual eu descia, a mulher já sei a mesma estava de costas para mim, porem reparei em seus belos cabelos cor de mel que iam até as costas, em um corte moderno, nem muito longo e nem muito curto, estava em uma  calça colada de mais em seu corpo, me perguntei como ela conseguia se mover, e que corpo, só de costas ela já era linda. Minha mão estava suada, eu estava nervosa e nem sabia o porquê. Vi que minha mãe vinha em minha direção e logo agarrou em minhas mão, me levando ao encontro dos meus tios, prendi a respiração e deixei-me guiar.   Quando cheguei na rodinha, que agora só me encontrava eu minha mãe e meus tios, minha tia se virou e pela primeira vez   vi seu rosto, não conseguia parar de analisar, eu tinha que falar algo, mas nada saia da minha boca, a mesma me encarava com um sorriso divertido nos lábios, também me analisando. Lá estava ela com seus Cabelos reluzentes quase loiros, que cobriam parcialmente o rosto, estavam desgrenhados, apesar de lisos, o que só dava um charme a sua figura, era alta e me fazia erguer demais o pescoço para poder olhar seu rosto, seus braços delicados parecias ser um refúgio dos deuses.  Sua pele parda tinha um frescor aquecido pelo sol, parcialmente coberto por uma tatuagem em seus braço, detalhe esse que me fazia suspirar. Os olhos castanhos maliciosos e o sorriso brincava em seus lábios, podia dizer que até de uma maneira perversa, seu nariz pequeno e ligeiramente fino. Tudo nela era harmonizo.  

-Amanda? Essa é minha pequena Mel.  

Fui tirada da minha analise pela voz da minha mãe, e logo que raciocinei a frase e vi o que estava fazendo, a olhando de maneira fixa, senti o sangue subir para meu rosto e se concentrar todo ali.

-prazer Mel.

Ela disse esticando a mão para me cumprimentar.

Fiquei alguns segundos piscando mas logo respondi ao seu gesto, sua mão era macia porem o aperto que ela deu na minha foi firme. Com vergonha do que eu nem sabia que estava sentido puxei minha mão da sua.  

-o prazer é todo meu.

  -Meu deus como você cresceu, olha só isso, está uma linda mulher.

-olá tio Marcos.  

Forcei um sorriso tentando ser o mais convincente possível. O que se seguiu foi como todas as outras vezes minha mãe contando toda a minha vida, e relembrando de momentos constrangedores com tio marcos que eu tive na minha adolescência.  O que mais me irritava era que ela ria, estava achando graça de mim.   Mantive minha expressão calma e apreciei uma decisão, eu tinha que sair dali.  Limpei a garganta, puxei uma mecha de cabelo para atrás da orelha, movimento esse que foi inspecionado por minha nova tia, então falei.  

-me desculpem, mas vou ter que me retirar, Rafael acabou de chegar.

Todos assentiram, mas podia sentir um par de olhos castanhos queimando minhas costas. Meu namorado tinha chegado, mas não foi atrás dele que fui, corri para a varanda, para a área da piscina que ficava bem afastada do sala de visitas, atravessei um jardim, mas antes tinha apanhado duas taças de vinho. Chegando lá virei uma e depois que sentir o liquido relaxar meu corpo virei a outra.  

- não é muito nova para beber desse jeito?   O susto foi tão grande que deixei a última taça que se encontrava na minha mão cair se estilhaçando no chão, quando olhei lá estava minha tia com um sorriso jocoso no rosto, brincando com o dedo na borda de seu copo, que acredito ser de whisky.  

- quer me matar de susto? Disse colocando a mão em meu peito na tentativa de acalmar meu coração, ela deu uma gargalhada da minha desgraça.  

- o que faz aqui sozinha?   Disse se aproximando.  

-Só vim respirar um pouco, estava me sentindo sufocada lá dentro.  

-algo que te fez se sentir assim.   Chegou  mais perto com aquele maldito sorriso ainda nos lábios,  podia sentir o ar quente da sua boca com cheiro de álcool, fiquei tão inebriada e  juntou as duas taças de vinho que dei um passo para trás quase  caindo na piscina, mas logo senti  uma mão firme na lombar da minha coluna logo acima do meu bumbum me puxando, o encontro com o corpo da minha tia foi inevitável, um choque macio e forte, foi isso que senti, estava de olhos fechado esperando pela queda, mas quando os abri vi seu rosto, perto de mais do meu, não consegui respirar, se o fizesse tinha certeza que desfaleceria, e o porquê disso? Eu tinha certeza que era o álcool, o sorriso em seu rosto não existia mais, mas seus olhos passeavam por toda a extensão do meu, como se ela soubesse o que nem eu sabia.  

-Você não deveria beber tanto sobrinha. Ela disse em um sussurro, que arrepiou até minha alma.   -foi um erro tia. Disse sem pensar nas minha palavras, algo que saiu automático da minha boca, que só fui me dá conta quando vi seus olhos maliciosos me despindo.  

  -está tudo bem por aqui?       Uma voz masculina, me fez despencar e num rompante como se eu tivesse fazendo algo erado, empurrei manda para longe de mim e logo o que sentir foi uma agua que devido a noite fria estava muito mais muito desagradável.

Fim do capítulo